Viva pessoal.
Por manifesta falta de tempo e ausência fora de Lisboa só agora aqui venho,aproveitando o facto de neste tópico poder fazer um pouco de tudo:comentar o jogo, apreciar declarações de jogadores e tomar o pulso ao sentir Sportiguista.
1 - A primeira coisa que me ocorre dizer é que a vitória foi enorme, o gozo é supremo mas a realidade fria é que só vale 3 pontos, aliás, 6 porque contra adversário directo (em teoria). Se analisarmos bem, os orcs foram o melhor adversário que podiamos ter encontrado nesta fase. Apetece-me citar o “orelhas” a seguir à vitória dos simple minds contra o fcp, e dizer que foi muito mais difícil ganhar ao Belém ou ao Guimarães do que contra este mito criado pela pasquinada. Não havendo “árbitro” não há beifica, parece-me evidente.
2 - Também me parece evidente que os defeitos que a equipa evidenciou noutras alturas continuam lá. Não há um trinco com classe para ser jogador do Sporting - Custódio é um estropício e só o facto de pertencer à classe de APB o mantém na equipa. A transição rápida para o ataque ao primeiro toque é coisa completamente esquecida há muito tempo nesta equipa e o ataque nãopode viver só de Liedson como acontece presentemente. Um dia de menor inspiração dele significa uma não vitória para o colectivo, exemplificando com o que aconteceu na passada semana contra o Marítimo. Deivid continua a não me convecer e Sá Pinto não pode remeter-se à condição de ser apenas um símbolo da vontade, raça e querer. Tem que jogar muito mais do que o que faz actualmente.
Houve, como é óbvio, algumas melhorias na equipa. Abel, apesar de não ser umportento de jogador, é raçudo, rápido, sabe atacar o extremo contrário e, surpresa, dobra muitíssimo bem os centrais. Temos, portanto, a melhor solução para a lateral desde há alguns anos. Do outro lado, Caneira, apesar de não ser seu fã, fez estancar muito o caudal de cruzamentos para a área, onde Tonel se afirma de dia para dia.
Carlos Martins parece finalmente tornar-se maduro para a competição. Foi o meu MVP do jogo e parece-me não ter visto ser-lhe dado o reconhecimento que merece por ter sido o dínamo que esmagou o beificazito da 1ª parte. Pormenores técnicos deliciosos, bola sempre a rolar, desmarcações contínuas e expontaneidade no remate, o que querem mais de um jogador??? Meu MVP sem dúvida, a par de Liedson, e ganha vulto a curiosidade de o ver entrosado com Romagnoli, aquele Roma fantástico que vi há 4 anos no mundial de sub-20 jogar pela Argentina.
3 - Os festejos extasiados não são do meu agrado. Não confiro aos simple minds o estatuto suficiente para considerar esta vitória merecedora de mais do que as normais manifestações de regozijo. Seria dar-lhes a importância que não têm, pq na verdade não passam de equipa mediana e quezilenta, onde pontificam caceteiros e malfeitores que ficam impunes mercê de regras especiais para si desenhadas neste país do faz-de-conta. Indiferença, apenas. O mesmo aplico para as provocações. Sou completamente contra, excepto se por condições especiais tal seja necessário.
4 - Queria muito que pensássemos que, conforme alguém referiu, este jogo não servirá para nada se não mantivermos esta bitola exibicional no resto do campeonato que aí vem. Especialmente, contra as equipas que teimam em fazer do Sporting uma espécie de equipa indicada para as suas “reviravoltas” fruto de um estatuto que se tem perdido. E, bem que podia ser já no próximo domingo contra a equipa do canalha Alves, o mais sebento e asqueroso dirigente nacional, émulo do impagável Xunguita e discípulo do “saudoso” escroque Linhares. As afirmações que proferiu e as acções últimas contra a entidade Sporting mereciam uma espera à antiga, mas sobretudo, um esmagamento da sua equipazita por assentamento de espáduas.
5 - As declarações dos “meus” jogadores antes ou no final dos jogos não os tornam aos meus olhos mais ou menos credores de respeito, mas antes o seu profissionalismo, a sua entrega e o seu valor intrínseco. Que se calem e joguem, muito de preferência, porque a verve excessiva pode ser “boomerang” cortante e mudar de sentido às primeiras fífias.
Estas vitórias, enfim, devem fazer-nos exercitar o espírito da contenção, e o melhor para isso é habituarmo-nos a vencer muito mais vezes e contra adversários muito mais superiores do que esta equipazeca medíocre liderada pelo fanfarrão Koeman. Esta é uma terapia que nos devia ser ministrada mais frequentemente.