E então? Este Governo baseou-se num estudo feito à sua medida, que nem tinha em causa o custo por aluno. Eu baseio-me naquilo que há e não aquilo que não há. Essa de ter existido imensos cortes na Educação não te dá razão, dado que o privado foi também adaptando-se.
Não sei se sabes, mas o Governo encomendou um estudo que andou a fazer medições pelo Google Maps, onde foi possível ver que há imensas discrepâncias.
Lá estou eu a falar de cor, dass.
Já agora, referente a esse teu “estudo”:
Está aí resumido. E não venhas com a lógica que já ouvi do “ah e tal mas o custo por turma é superior”. Pois bem, se eu tiver uma turma média de 25 alunos que gaste 85 mil e uma turma média de 22 alunos que gaste 80 mil é fácil perceber qual das duas turmas é mais cara.
Isto são dados antes dos cortes orçamentais na educação e do aumento de alunos por turma. Vê lá tu que agora a diferença ainda deve ser maior.
Estas. Eu falei de acabar com o facto de cirurgias marcadas no publico serem transferidas para o privado (e pagas a peso de ouro) e tu falas de mudança de sexo.
Edit: como é óbvio só concordo com isto de transferir cirurgias se o excedente / diferença entre o custo publico e privado seja aplicado em melhoramentos no sistema de saúde. Se é para desinvestir mais vale estar quieto.
E eu falei de como o Bloco é contra o Estado subcontratar privados para serviços, menos quando se aplicam a mudanças de sexo.
Não. O que este governo é contra (e bem) é: se eu pago nos meus serviços X, porque é que ofereço o excedente a privados por X + Y? Isto no caso da saúde.
No caso da educação ainda mais simples é de perceber: eu tenho um carro parado à porta, do qual pago um empréstimo ao banco, e faço um contrato de leasing mesmo preço (ou mais caro) para andar no dia a dia. Resultado? Fico a pagar dois carros e não rentabilizo o investimento que fiz quando comprei o meu.
As turmas no privado são maiores que no público. No ensino básico público por cada 9 alunos há um professor, já no privado são 13 alunos. Já no ensino secundário, o público é de 8 alunos / professores e no privado 13. Logo, há mais docentes por turma no público que no privado.
Numa turma de 27 alunos no ensino público básico são necessários 3 professores. Já no ensino privado são necessários apenas 2 professores. Segundo o Ministério da Educação, 2 professores tem um custo de 54 mil euros. Seguindo estas contas, qual o ensino que fica mais barato? Parece-me que o privado.
Como é expectável, com um aumento de alunos no ensino público, vão ser necessários mais professores. Logo, mais despesa. Isto porque há professores no ensino público com horário zero, horário muito reduzido por terem x de anos como professores.
Resposta à primeira pergunta: porque não tens capacidade instalada para a procura toda
Resposta à segunda: Não sei se o carro está mesmo à porta e se pagas mais caro, nem se compraste primeiro o teu carro ou contrataste o leasing. Já li as duas versões, nesta questão sou neutro e só me manifesto em relação à muita hipocrisia que existe no tratamento dela.
Vou-te dar um exemplo prático para entenderes as parcerias público-privadas na saúde. Uma sessão de fisioterapia no Hospital Nélio Mendonça (Funchal) tem uma lista de espera superior a três meses. O médico prescreve fisioterapia hoje, tens que esperar em média três meses para teres a respetiva sessão. Três meses.
O que fizeram? Estenderam parcerias com os privados. Assim, a pessoa pode ter acesso à sua sessão de fisioterapia, sem ter que esperar os tais três meses. A pessoa paga a totalidade, entrega depois o recibo na Segurança Social, junto com um documento comprovativo do médico, para depois ser ressarcido.
Faz sentido acabar com esta parceria? Faz sentido uma pessoa ter que esperar três meses por uma sessão de fisioterapia? E isto é um caso que conheço perfeitamente bem. Há outros, nomeadamente em termos de cirurgia. Eu recorri ao sistema público para uma operação à parede abdominal, mesmo tendo uma cunha, sabes quanto tempo é que esperei para a tal cirurgia? Nove meses. Andava eu mês a mês a ligar ao cirurgião para relembrar a operação e assim que surgiu uma chance colocou-me, logo, na prática até demora muito mais. (Vá lá que cheguei à entrada da sala de cirurgia e estava curado. :mrgreen: ) Então, uma parceria com o privado aqui não faz sentido? (Estão a trabalhar nisso, mas ainda não há parcerias a funcionar)
Os parceiros do Governo têm alergia à iniciativa privada, mas é preciso ter cuidado com o que se pretende fazer, sobretudo quando se o faz por questões meramente ideológicas. A Saúde é um assunto muito sério para estarmos com tontices ideológicas. Acabar com parcerias, cá na Região, é termos pessoas a falecer e aí quero ver o que vai o BE dizer em relação a isso. E imagino que seja assim noutras localidades do País.
Isto é a minha opinião e de forma resumida.
A politica, o dinheiro, o luxo, o conforto etc devem unica e exclusivamente existir para beneficiar, dar liberdade de escolha ao homem, melhorar a qualidade de vida, dar iguais oportunidades ao homem enquanto individuo. Uma vez que nem todos os individuos são iguais e alguns individuos necessitam de mais protecção da sociedade que outros, as politicas sociais fazem sentido para proteger e dar iguais oportunidades a todos os inidividuos. Aceito de bom grado essa permissa.
Agora o que acontece na sociedade em Portugal, e o qual não aceito, é que independemente de qual o partido que esteja no poder, PS, PSD, PP, UN. Estes partidos existem ou existiram apenas para beneficiar um conjunto restrito de cidadãos e utilizam as grandes limitações que a democracia ou a ditadura têm para manterem esta situação. E isto vai muito mais além do que a discussão de liberalismo vs socialismo. E na minha opinião deveriam ser essas as discussões que deveriam estar a ser feitas.
Mostra-me lá esse estudo.
Não, e nem foi isso que eu disse (mas vocês pouco gostam de ler). Eu disse que se o serviço fora de portas (privado) ficar mais caro a parceria deve ser cancelada e acrescentei que com a diferença de preço deve-se melhorar o serviço publico. Agora lê e relê antes de vires com histórias da carochinha. Já agora, grande exercício de honestidade (ah e tal so foi com cunha). Que riso.
A OCDE publicou o ano passado a média de alunos por professores. Deve estar no site deles, não tenho o estudo comigo. Quanto ao valor pago por professor, podes ver aqui
Exacto e com isso o serviço público passa a ter capacidade de resposta? Isso do ficar mais caro é subjectivo. Mas ficou mais caro porque?
Não são histórias da carochinha, é a realidade. E se algum dia tiveres que ir ao serviço público de saúde, vais sentir na pele aquilo que eu escrevi porque isto acontece agora, não são histórias que invento. O Estado para oferecer o serviço de saúde que oferece, precisa do privado porque não tem capacidade de resposta.
Se algum dia tiver? Eu utilizei maioritariamente o serviço publico de saúde desde que existo! Já começam as ilações da experiência quando faltam argumentos, clap clap. O exercício é meramente financeiro. Exemplo:
O estado determina que gasta, em média, 5 000€ / cirurgia efectua 10 000 / ano. Isto traduz-se em 50 000 000. Se dessas 10 mil 1/5 for no privado, a custar 7 000€ cada, o estado gasta mais 4 milhões / ano. O que eu defendo é, caso isto seja verdade, retirar esses 4 milhões / ano ao privado e potenciar o serviço público. Claro que nao quero ver pessoas prejudicadas, mas parece-me ser óbvio que seria um melhor racionamento de custos para todos.
Eu dei-te exemplos práticos, de como o sistema nacional de saúde está sobrecarregado, aos quais chamas-te de histórias da carochinha. A tua ideia é que se o custo no privado subir, retira-se e investe-se no público. É suficiente? Não sabes, mas se ficou mais caro, é para retirar. É esta a lógica que queres discutir? Sabes porque que os serviços que o privado presta ficaram mais caros? Não sabes, mas já os queres retirar e dar ao público.
Para teres ideia, é preciso investir em equipamento, espaços e mais pessoal médico. Ora, o que tem acontecido, é que o pessoal médico vai para o privado porque recebem melhor. Logo, há que aumentar remunerações para os cativar a vir para o público.
Isto não é pegar numa folha de excel e cortamos aqui, colocamos ali e está feito o racionamento. Lamento, mas não é assim que isto funciona. A tua ideia é sobrecarregar ainda mais o sistema nacional de saúde, pegando nas poupanças e investindo, esperando que isso seja suficiente para reduzir as listas de espera. É um exercício do, vamos lá ver o que isto dá e logo se vê.
Eu acho que sou mesmo burro. Se existem parcerias publico privadas para dar resposta na saúde, educação etc então porque não se constrói mais escolas, mais creches, mais hospitais, se por acaso estiverem lotadas. Se falta pessoal contratem mais pessoal, se faltam licenciados, abram mais vagas. Se custa dinheiro formar licenciados em certas áreas, acredito que sim, mas em médio longo prazo penso que só traziam beneficios. Penso eu de que, que não percebo nada disto.
我讀什麼我說廢話之前寫的。
Porra chown, tu sabes mais que isso. Tenta lá. E ambos sabemos porque é que a maioria dos serviços de especialidade estão na trampa. Pensa lá um bocadinho.
Mais escolas? Já tens delas vazias. :lol:
E capital para esses hospitais, equipamentos e pessoal? É que o Estado já não produz para as despesas que possui, imagina então estar a investir ainda mais em hospitais, equipamentos e pessoal. Em minha opinião, temos que resolver primeiro os problemas que há no serviço nacional de saúde, nomeadamente as listas de espera, falta de pessoal qualificado, renovar alguns equipamentos, para depois então pensar em acabar com as parcerias público/privadas. O que não invalida que não se possa rever algumas, cada caso é um caso.
É que sobrecarregar mais o sistema nacional de saúde será mata-lo. Não acredito que o que se vai poupar com o fim das parcerias, seja suficiente para renovar todo o sistema nacional de saúde. É como disse, o Estado não está conseguindo receitas que façam frente a tamanha despesa, cortar na despesa, aumentando o problema, é o mesmo que o Gaspar fez, pegou numa folha de excel e começou a cortar.
Só estás a rir porque te convém, não leste a frase até ao fim. Aliás, leste tudo na diagonal, eu coloquei muitos “ses”, que significa que era para generalizar. “Se” existe um problema temos que o resolver. Não sou economista e muito menos tenho partido, mas seria engraçado saber então qual é o custo com as parcerias e o investimento a curto e médio prazo de contratar mais professores, mais médicos, mais enfermeiros e comprar mais equipamentos por exemplo. Antes de dizer o que é melhor ou não seria interessante ter esses números.
Juro que não consigo perceber porque a esquerda quer acabar com um subsidio e a direita está contra.
É que está tudo errado aqui.