Poema sem nome

Caríssimos foristas leoninos, preciso da vossa ajuda. Sou projecto de escritor nas horas vagas e esboço poesia aqui e ali sempre que posso. No meu último trabalho decidi não dar título e permitir aos leitores do meu blogue que sugerissem nomes. Depois reunindo os 10 melhores títulos, colocá-los em votação (neste fórum) e o mais votado será o nome oficial do poema. Gosto de tentar ser criativo e inovar na minha escrita e por isso é que tomei esta decisão relativamente a um poema que estimo bastante. Gostava de contar com a vossa ajuda e votação. Um desde já muito obrigado a todos os que votarem! :slight_smile:

[i]
Ziguezagueie ao fundo da rua
Passo a passo, rumo a lado nenhum.
Sombra, iluminou-se-me a Lua
Perdida numa garrafa de rum.

É assim que te bebo lentamente
Ao sabor duma doce sinfonia
Deixando-se arrastar pela corrente
Enquanto fujo à noite desse dia.

Ahh… pedra de calçada carpideira
Confissões que em ti desabafei.
Fugaz o vulto na sua maneira
Corrida louca, a que eu ganhei.

Vadio errante no tempo escuro
Brilhante a vida por entre o fado
Cão com trela que salta o muro
Solitário, triste e aluado

Doce ponto final sem reticência…
Abre-se a vida em [ ]
A sede dum abraço em abstinência
Que se afoga, seco, por um afecto.[/i]

Eu chamar-lhe-ia apenas de “Cão Vadio”

Pela miséria, tristeza, necessidade de afecto, solidão na noite, rumo a lado nenhum… :wink:

Votei em “Sinfonia indigente”,mas podia ser qualquer um dos outros.

Bem sei que há muitos outros títulos mais adequados ao poema. Eu próprio tenho o meu título. :wink:

Mas quero que esta escolha seja feita, numa primeira fase pelas pessoas que me são próximas e lêem o meu blogue e numa segunda fase por pessoas que não me conhecendo conseguem ser imparciais e mais justas. :slight_smile:

Foi apenas uma forma diferente, nova e criativa que tentei arranjar para dar vida a este poema…

Humm não curto muito poesia nem percebo muito.
Inclusive julgava que estavas com o “Ziguezagueie” no tempo errado mas afinal parece estar correcto.

Lendo o poema, parece a descrição de um bêbado mal amado.

Nesse caso, não devias ter iniciado o tópico dirigindo-te ao universo de foristas, nem ter começado com uma apresentação do teu hobby.

Pessoalmente, acho que pareceste um bocado ingrato por responderes dessa forma depois de ter dado a minha opinião. Se calhar este método “diferente, novo e criativo” não seja o que procuras. Queres ser elitista e dirigir-te apenas a algumas pessoas, deves fazê-lo por mensagem privada. Espero que encontres um bom título e que não me leves a mal por esta mensagem, mas tive que criticar o teu comentário que me pareceu impróprio para um fórum.

Gosto imenso das várias interpretações que têm relativamente à minha escrita. Aquilo que está a ser dito aqui não é muito diferente daquilo que eu queria dar a entender e, obviamente, fico feliz por isso acontecer.

O que eu mais gosto na escrita é que podemos ser o que quisermos ser. Através dos textos dou a conhecer o meu “eu” escritor. Ou melhor, “escritor/poeta”. Não é por escrever textos “cinzentos” e tristes que sou um rapaz igual. No meu caso é precisamente o contrário. Simplesmente quando temos algo de menos bom dentro de nós gostamos de expulsar isso, de extravasar de forma a nos libertarmos. Quando temos algo de bom, somos um bocado egoístas e apesar de o espelharmos com um sorriso ou olhar reluzente, normalmente é-nos mais difícil expressá-lo. Até na expressão “Amo-te” é complicado explicar o quanto tu amas a outra pessoa, parece existir um infinito. Não temos palavras para descrever aquilo que realmente sentimos. Já no “Odeio-te” dá a sensação de uma limitação e arranjamos várias formas de expor esse sentimento.

Pelo menos é assim que vejo.

Acho que me expressei mal. O meu blogue é público. Qualquer pessoa pode ir ao blogue, simplesmente a > parte das pessoas que o faz são pessoas que me conhecem pessoalmente. Outras são pessoas que começaram por visitar o blogue e com quem acabei por trocar contactos apesar de não as conhecer pessoalmente.
Inclusive deixei o poema hi5, netjovens e netlog. E fui buscar as sugestões aí, mas considerei que a votação deveria ser feita pela comunidade forista. Se calhar deveria ter deixado também aqui a hipótese de sugestão do nome, mas isso iria dar-me uma lista enorme de nomes… :stuck_out_tongue:

Gabriel, desculpa se de alguma forma fui elitista ou se fiz com que o pessoal do fórum se sentisse excluído. A minha intenção não era essa, era precisamente o contrário porque a última palavra caberá sempre à comunidade forista pois será nesta votação que será decidido o nome final. Pode parecer estúpido, mas fiquei sentido com o que escreveste. Não pretendia que se sentissem de alguma forma descriminados. :frowning:

Tenho-te em muito boa conta e por ter ficado surpreendido com o que escreveste, critiquei. É óbvio que quem quer que faça uma sugestão para o teu poema, o faça atenciosamente e com a melhor das intenções. Bem como será óbvio que não disseste o que disseste com má intenção, nem quererás excluir ninguém. Um abraço. :wink:

Temos poeta. Votei “Doce amargo rum”.

Ó Major, e que tal um soneto à derrota de ontem do Werde Branco frente aos Morcegos? :twisted:

E eu a pensar que no mundo do futebol só o “papa” é que gostava de poesia, afinal o “major” é um poeta.

A minha relação com a poesia é pouco saudável porque coerciva, ou seja li e estudei aquilo a que fui obrigado na escola e devo dizer que detestei.

Acho os poetas chatos, lamechas, tristes e às vezes ridículos, mas como o teu poema é pequenino li e até votei, embora naturalmente não possa dar nenhuma opinião válida sobre a qualidade do mesmo, apesar de não achar graça nenhuma a essa forma de exprimir sentimentos, mas isso tem a ver com a minha forma de ser excessivamente racional, o que leva a que muita gente me considere um tipo frio e carrancudo.

:cartao: :stuck_out_tongue: ;D

Compreendo perfeitamente que digas isso se falares de um “poeta” … como eu! Agora dizeres isso de um Fernando Pessoa, por exemplo, já considero um atentado à poesia e à escrita. :frowning:

Não sei porquê, cada um tem a sua sensibilidade e eu não consigo gostar de poesia.
O Pessoa tal como Camões ou Garrett foram daqueles que eu tive de aturar na escola e ainda recentemente passou-me pelas mãos um livro da Florbela Espanca que tentei ler, mas para mim é completamente impossivel e olha que eu sou daquelas pessoas que normalmente tem sempre um livro na mesa de cabeceira e até já consegui ler alguns chatos

Muito obrigado a todos que votaram! Já tenho o nome escolhido! ;D

:o :o
Só agora reparei nesse tópico. Colega poeta, parabéns por partilhares isto connosco. No meu caso, levei muitos anos a mostrar o que escrevo, só mostrei perante a insistência de quem queria ler, e hoje não me arrependo de o ter feito, finalmente.

Só três perguntas :

  • onde está o teu blogue, que não estou a ver ?
  • será que necessitas mesmo de títulos ? Julgo que um poema fala por si só, títulos só para capítulos (eventualmente) e conjuntos de poemas.
  • já tentaste escrever poesia escapando um pouco a essa prisão que são as rimas, libertando dessa forma uma escrita que, penso eu, ganha muito com isto ?

Miguel, fico feliz por encontrar alguém que me acompanhe na poesia. A mim nunca me custou partilhar a minha poesia porque sempre senti que seria egoísmo da minha parte fazê-lo, visto saber e sentir que há muita gente que se identifica com o que escrevo, nem que seja com uma única frase. Eu escrevo para me libertar, gosto de desabafar com o papel e faço-o com rimas porque é-me desafiante tentar conciliar os sentimentos/pensamentos com as rimas. É uma espécie de um puzzle, tenho que encaixar bem as peças para que fique tudo bonitinho.

Nunca escrevi poesia sem rima (nunca me predispus para tal), mas já escrevi (e escrevo) prosa. Apesar de, tal como te disse, ser-me mais desafiante fazê-lo (bem ou mal) em rimas. ´
Dou títulos aos meus poemas/textos por uma questão de identificação. Até porque eu próprio escondo muita coisa que quero dizer nos títulos. Pode parecer estúpido da minha parte, mas quando escrevo tento mostrar apenas uma metade daquilo que quero realmente dizer, pois a outra metade é para “obrigar” o leitor a perscrutar e cavar as minhas palavras para tentar perceber toda a mensagem. E adoro fazer esses desafios aos meus leitores! Exemplo disso é o poema Mil Duzentas e Trinta e Quatro Horas que é dedicado a uma pessoa. O nome/alcunha dessa pessoa está no poema, mas está escondido. O título ajuda a encontrar. Duvido que alguma vez alguém venha a descobrir por iniciativa própria, talvez só na minha cabeça faça sentido, mas gosto da forma retorcida e rebuscada com que penso/sinto os meus poemas.

O nome ou alcunha da pessoa só pode ser “Flor”. :slight_smile:

Quanto ao resto, nada de parecer estúpido, cada autor é livre, desde que saiba o porquê das suas escolhas - e mesmo que não saiba.

Já agora : leio, na apresentação : “sou sócio do benfica (e vou aos jogos!)”. Estou bêbedo ? Ou estou a ler bem ?

Foste a primeira pessoa a chegar lá!!! :clap:

E sabes o porquê de Mil Duzentas e Trinta e Quatro Horas? :wink:

Estás a ler bem. E também violo velhinhas, assalto Minipreços e prostituo-me por prazer… ::slight_smile:

Foi fácil : uma referência à orquídea, 1234 = primeira linha / segunda linha da 2a / 3a linha da 3a / 4a linha da 4a

Agora, o porquê, não sei, a não ser que seja só a explicação que dei. Se há outra mais profunda… não sei dizer.

Ena, é caso para dizer que sou mesmo burro… só vi “Benfica”, nem li o resto. :-X :-[