Preciso de desabafar e, de certa maneira, esperar que algum de vocês possa-me ajudar.
Neste momento, sou estudante, tenho 23 anos, trabalhei somente durante 1 ano como treinador de futebol de formação, sou estudante de Mestrado.
Ultimamente, tenho perdido a vontade de continuar a estudar, de seguir o que havia querido. Gostava de ser um treinador de futebol, chegar ao futebol de Alto Rendimento, contudo, tenho perdido o interesse nisso.
Entrei neste Mestrado com esse propósito, até porque era uma coisa que sempre quis. Depois, comecei a perder o interesse em estudar, em continuar ligado a isto.
Agora, só me apetece trabalhar, ter um bom emprego, com boa carga horária, namorar, ter o meu espaço e criar família. Não me apetece nada seguir o que sempre havia querido.
Tenho receio de dizer isto às pessoas, aos meus pais, à minha namorada, a todos, etc… vão me criticar e achar extremamente estranho tudo isto.
Tenho na cabeça trabalhar e ter dinheiro. Tenho na cabeça entrar como empreendedor, começar um negócio. Só me passa isto pela cabeça!
Não tenho vontade nenhuma de fazer a Dissertação durante este ano. :inde:
A minha única resposta é: enquanto não tens responsabilidades (filhos, casa e carro para pagar etc) faz o que achas que deves fazer para te sentires feliz. O tempo não volta para trás.
Mas o que faz-me feliz é namorar, ter dinheiro para passear, ver futebol, ir ao ginásio.
São coisas simples, como podes ver.
Como objectivos de vida tenho criar família, ter uma casa e ir vivendo sem estar a contar os trocos no final do mês. Quero viver razoavelmente bem, sem excessos nem pobreza.
Neste momento, apetecia-me desistir da Tese e arranjar emprego. Mas não sei em quê. No meu CV tenho uma licenciatura em Desporto mas de que serve isso? Toda a gente quer lucrar, pagando pouco e tendo alto rendimento dos seus trabalhadores.
Daí, surgiu-me o empreendedorismo. É uma coisa que me chama… imenso.
Percebo o teu ponto de vista, mas tens que compreender que a vida são altos e baixos. Um dos meus lemas, na minha curta experiência de vida, é não deixar que os baixos tenham uma influência de tal forma negativa que me impossibilitem de seguir o rumo para o qual trabalhei bastante.
Agora das duas uma, ou estás num ponto baixo e continuas a trabalhar até te sentires novamente motivado ou estás mesmo num ponto em que queres mudar de vida. Tens de reflectir bem e chegar a uma conclusão.
Vou tentar ir ao cerne da questão. Há aí um conflito entre o que tu queres, o que querias, e as expectativas dos outros (ou as que entendes como tal).
Estás numa nova fase interior. Ter dúvidas, faz parte dum mundo em mutação constante.
O passo que tens de dar, antes de pensar na reacção dos outros, ou antes de procurares razões para ti mesmo,
é ser tolerante contigo próprio.
Aceita essa tua mudança, como algo normal. Não em palavras, mas em sentimento interior.
Antes de conseguires isso, tudo o resto serão passos maiores do que a perna.
Pode parecer brincadeira mas não é, se estás em desporto e queres ganhar uns trocos inscreve - te e tira um curso de árbitro, se tudo correr normal daqui a 2 anos já recebes algum dinheiro (primeiro ano recebes para as despesas) e com sorte em 3 ou 4 anos chegas ao nível profissional…
Estás no teu ramo, fazes contactos e aprendes mais do jogo em si!
Consegues fazer isto e acabar o curso sem stress
Quando não há vontade, não há, pronto. O tempo é um bem escasso.
Começar o teu próprio negócio? Força, mano!
É uma questão de te certificares se a falta de vontade é real. Todos passamos por fases que nos fazem questionar o que andamos a fazer. Estas fases fazem bem. Fazem-nos ora apostar ainda mais no caminho que temos percorrido, ora deixar o actual e optar por outro.
Após reflectires sobre o que se passa, toma uma decisão.
E não vaciles. Sempre em frente.
É engraçado que ± com a tua idade passei por uma fase semelhante relativamente á área em que estudava (eng. informática).
No meu caso a falta de interesse surgiu também aliada a outras situações como pouca estabilidade familiar, problemas financeiros, necessidade de arranjar trabalho que permitissem pagar as propinas, etc.
O que eu fiz?
Comecei a trabalhar a tempo inteiro e durante 1 ano parei de estudar na licenciatura: amealhei uns trocos, comprei umas coisas e fiz uma ou duas viagens
Tentei pedir transferência para outro curso (outra área) onde iria começar do zero: não consegui
Após não conseguir senti-me ainda mais frustrado, no entanto optei por fazer mais um ano do curso onde (era o 2º) estava enquanto pensava em alternativas e continuei a trabalhar
Voltei a ganhar gosto pela área e consegui terminar a licenciatura. Hoje ainda trabalho na área e embora não me sinta 100% realizado, sinto-me razoavelmente realizado.
Isto apenas para te dizer que é comum haver essas fases, há muita mudança no nosso mundo e estamos constantemente expostos a vários estímulos. Podes mudar muita coisa, mas independentemente de tudo, cria laços sociais, conhece pessoas, conhece realidades que não a tua. Faz-nos bem e são esses contactos que um dia nos desenrrascam.
Meu caro vou te contar a minha história de curta vida, em relação ao problema que nos expões.
Espero que te ajude:
Eu entrei no curso que sempre quis, em 1º lugar, na universidade que escolhi.
O curso era Meteorologia, Oceanografia e Geofísica, na Universidade de Aveiro.
Tinha o sonho de ir para os Estados Unidos, estudar fenómenos meteorológicos extremos, tais como tornados, furacões, tempestades de neve, entre outros.
Mal entrei no curso, levei o choque da minha vida, na altura estava como tu, namorava, era bem sucedido no desporto que praticava (titular nos seniores desde os meus 16), até essa altura.
Corria-me tudo mal, entrei numa espiral negativa, e por mais que estudasse tirava notas que não lembram ao diabo.
Nunca me senti tão só, e ninguém me conseguia ajudar.
Nem namorada, nem familia, nem amigos, nem desporto.
Tudo deixou de fazer sentido, e cheguei a um ponto em que acabei com a minha namorada, e não dava para continuar a treinar, e tudo aquilo que eu mais gostava de repente foi-se.
Meti-me em caminhos que não devia(alcool, bebia ao ponto de entrar em coma alcoólico), chguei ao ponto de estar determinado em matar-me.
Não conseguia mais, era demasiado para mim, aceitar que aquilo que tinha em mente no futuro, de um momento para o outro tinha sumido.
Fui-me tratar, e voltei a tentar, blseiro, o 1º ano no novo curso (geologia na FCUP) correu -me lindamente, e nisto o ■■■■■■ do meu pai decide pedir o divorcio.
Caso para dizer que perco a bolsa por 1 décima, mesmo tendo ido a oral provar que reprovar era injusto, mas a professora, com as suas razões disse que não me passava com 10, que tinha demonstrado capacidades para bem mais.
Tive de sair como homem da casa para ir trabalhar, para continuar a estudar, andei um ano a trabalhar, desporto nicles.
Cheio de lesões no joelho, e com problemas de memoria devido a sofrer de insónias, veio tudo de uma vez!
Devo ter tido 7 empregos num ano.
Depois lá arranjei um emprego em que achei que iam ser justos comigo. trabalhava por turnos de 12h, o ordenado supostamente seria acima da media, e depois ao entrar na faculdade, passavam-me para um horário de 6h por dia, em que seria fixo o meu turno, devido a ser estudante.
Já depois de me ter inscrito voltaram com a palavra atrás, e afinal o ordenado nem aos 500€ chegava…
Larguei esse emprego e aventurei-me na restauração, até aqui tudo bem, só que não fazia descontos, logo estatuto nickles.
Caso para dizer que foi um ano penoso, fiz 4 cadeiras. nesse mesmo ano o restaurante onde trabalhava perdeu movimento e mandou-me com os porcos, vi-me desamparado.
Passei por vários empregos full time e o caraças, e prejudiquei Bastante os meus estudos, daí o falhanço.
Pouco tempo depois arranjei outro emprego, no qual ainda estou, e endireitei-me e consegui salvar o meu ano com um 15 no meu estágio. fiquei todo contente pois só me faltavam 11 cadeiras para acabar o curso.
Sorte das sortes este ano mudam-me o plano de estudos do curso, só porque sim, e em vez de 11 fiquei com 17 para terminar.
Pedi estatuto com o qual vou entrar este ano, para ver se acabo com isto de uma vez por todas.
Isto tudo para te mostrar que não deves ter medo em mudar o rumo da tua vida, apesar de não ir ao encontro do que idealizaste, e que por mais adversidades que te apareçam, o importante é não baixar os braços.
Faz aquilo que a tua vontade te diz para fazer, e sem medos enfrenta quem tiveres de enfrentar.
O melhor conselho que te posso dar é que tomes a decisão por ti próprio e fazeres aquilo com que te sentires melhor. Não te deixes apenas levar pela pressão familiar.
Se começares a ter problemas mais graves como o Maranhão, não hesites em procurar ajuda profissional. Não te deixes chegar ao ponto de não-retorno.
Empreendedorismo é muito vago, mas seja qual for a área, se não tiveres uma ideia e um plano de negócios muito bem definido e pelo qual tenhas de facto gosto, vais piorar a situação.
Se aquilo que fazes agora é o que gostas (ou gostavas), vale mais fazeres uma pausa de 1 ou 2 anos para perceberes se é apenas uma fase ou se perdeste de todo a paixão pela tua área e depois então tomas uma decisão.
Como eu te compreendo, deixei de estudar no fim do secundário, resumidamente dediquei a minha vida ao futebol (que não é trabalho), e agora com a mesma idade que tu. Desempregado a 1 mês apetece-me sair daqui, fazer uma.viagem sem destino e ver como me sinto… é uma fase…
Faz a dissertação, resiste à tentação de desistir do mestrado para ganhar dinheiro. Toda a gente que cede a estes momentos de indefinição no ocaso do curso e quer saltar para “começar a ganhar dinheiro”, mais tarde arrepende-se amargamente.
Geralmente estas m***** de tentações começam com a necessidade imediatista de aumentar a auto-estima quando se está naquela idade de mostrar sucesso monetário e farto de depender dos pais.
Se estivesses no início do curso ainda se compreendia, agora na recta final não.
Resiste. Aguenta. Pede força às pessoas que gostam de ti.
Só uma mera opinião pessoal. Estás a focar no errado, que é “ter dinheiro”.
Eu também quero, e todos queremos claro
A questão parece-me que queres a tua independencia, o teu dinheiro gerido por ti, é compreensível.
Eu partilhando a mesma vontade que tu (independencia, etc), mal tive idade para trabalhar, assim o fiz. Acabando a formação na area que quis, abracei a pressa de trabalhar e não ficar parado.
Um puto com 18/19 anos, já sem se preocupar com TPCs, trabalhos, estudar para o teste do dia seguinte… e ainda por cima recebia salário. Por mais pouco que fosse… vivendo com os pais, com carro, seguro, combustível comprado com o meu €, saídas pagas com o meu €… o pouco parece mais do que na realidade é.
Com o tempo acomodei-me aquilo. E isso é perigoso.
O tempo passa, a tua formação vai passando, tudo em prol daquele momento de um miúdo que finalmente € e poder de decisão. Tendo condições de poder estudar mais, ou procurar melhor, aconselho a fazê-lo. Nem todos têm chance do contrário.
Só recomendo que não olhes para essa independencia,como algo extremamente necessário, se for uma ideia que apenas vem exclusivamente de ti.
Muito breve.
Qual a percentagem de pessoas felizes com tudo na vida, ou até só com o emprego?
Pouca.
Acaba o curso, arranja um emprego dentro dos teus gostos pessoais (gostas de ginásio estás na área de desporto, juntas útil/agradável).
Depois equilibras as coisas más do emprego, com as coisas boas na vida pessoal e… o contrário também.
Eventualmente até consegues reinventar a tua área de estudo em algo mais estimulante e que te realize.
Por último, não passes por essa fase sozinho. Conta as tuas preocupações e expectativas a alguém próximo, os pais são sempre um bom começo porque praticamente sempre apoiam em qualquer decisão e aconselham bem.
Trabalha e estuda ou só estuda (se tiveres condições financeiras para).
Acaba o que tens a acabar, se demorares um pouco mais tempo que o previsto porque arranjaste um emprego e/ou precisaste de ganhar nova motivação, tudo bem, compreensível, mas não desistas.
Se já chegaste até esse ponto, é continuares a lutar, arranjares nova motivação e sim é importante falares com as pessoas (próximas principalmente, porque são as que estão mais contigo), não digas que queres desistir, mas diz que estás a precisar de motivação e queres começar (ou voltar) a trabalhar, penso que a maior parte vai perceber.
Eu não tirei mestrado, mas tenho amigos próximos e ex-namoradas que fizeram, eles também tiveram momentos em que estavam nesse ponto, fartos, queriam largar aquilo tudo, mas conseguiram continuar, também chegaram a trabalhar, demoraram mais tempo a acabar que o previsto, mas no fim lá conseguiram terminar.
Terás melhores hipóteses de arranjar algo estável e que recebas bem se acabares o mestrado :great:
Se não quiseres nesta altura da vida e nos próximos tempos ir para treinador, tens outras opções, uma licenciatura e um mestrado dão para muita coisa, dentro ou fora da área de desporto.
