União/SAD vence Atlético e junta a subida à liga de honra um outro feito
Título de campeão é a cereja no topo do bolo
Numa partida marcante para a sua história, o União/SAD alcançou o ceptro da II Divisão Nacional, coroando assim, uma temporada digna dos maiores encómios. Para os unionistas, sedentos de vitórias, foi tornar um sonho em realidade.
O União encerrou da melhor maneira, uma temporada que foi a todos os títulos brilhante, ao vencer no seu reduto o Atlético, consagrando-se como Campeão Nacional da II Divisão, repetindo um feito alcançado na temporada 1988/1989. O União conjugou a subida de divisão, com a conquista do ceptro. Uma tarja colocada no recinto com os dizeres: “Força guerreiros! Obrigado!”, é bem elucidativo do sentir do universo azul-amarelo.
Quanto ao jogo, o Atlético ciente que o empate lhes era suficiente, deu a iniciativa aos madeirenses, que não se fizeram rogados e assumiram as despesas do jogo. Com os objectivos principais já alcançados, ambos os conjuntos actuavam de uma forma desinibida, o que apenas veio valorizar o espectáculo.
O recinto voltou a estar muito perto da encher e transmitiu um calor humano, sempre muito importante em qualquer desafio. A primeira situação de perigo surgiu à passagem dos 18’, após uma recuperação de Gleibson que permitiu que a bola sobrasse para Rúben Andrade mas Botelho esteve insuperável e com uma defesa aparatosa negou os intentos ao médio insular. Dois minutos volvidos, após um centro de Tiago, Gleibson não cabeceou da melhor maneira e o perigo passou.
Contudo, era o União o conjunto mais pressionante e aos 35’, após uma iniciativa de Hugo Santos, Rúben Andrade em óptima posição, rematou por cima. Os visitantes só criaram perigo aos 43’, num remate de Rudi que Adriano Fachini defendeu com qualidade.
Na segunda metade esperava-se uma atitude mais agressiva dos madeirenses e efectivamente foi isso que se veio a verificar. Logo aos 48’, um centro traiçoeiro de Alex testou a atenção de Botelho. À passagem dos 50’, Rúben Andrade solicitou Gleibson mas perante a saída oportuna de Botelho o lance perdeu-se. Logo no minuto seguinte, Toni desferiu um pontente remate, que saiu junto ao poste da baliza de Botelho. Até que aos 55’, o União tirou dividendos do seu melhor futebol, com Gleibson após uma jogada envolvente, a inaugurar o marcador, perante o delírio dos seus adeptos. O União não retirou o “pé do acelerador” e aos 65’ dilatou a vantagem, quando após um centro de Hernâni, Diop surgiu de rompante e cabeceou vitoriosamente.
A partir daí, os homens da Tapadinha reagiram e passaram a criar muitos problemas à defesa unionista, que aí fizeram então uso de uma “arma” que foi bem patente ao longo da época. Foi um conjunto solidário a defender e tornou a reacção do Atlético inconsequente. O União segurou a vitória e alcançou o seu segundo título a nível nacional.
No final, foi a festa, envolvendo adeptos, dirigentes, equipa técnica e jogadores, embuídos num sentimento de vitória e de alegria, sempre num ambiente de grande desportivismo.
Resta agora preparar a próxima temporada, de molde a cimentar o conjunto unionista nas provas profissionais.
“O União faz parte da minha vida”
O internacional madeirense Rúben Micael foi uma das figuras notads na tarde de ontem no Campo de Futebol Adelino Rodrigues, onde assistiu “in loco” à consagração do União/SAD como Campeão Nacional da II Divisão. O jogador que mantem um forte laço com o União, onde actuou durante várias temporadas, mostrou-se muito satisfeito pela vitória da equipa. “Foi um bom jogo. O União esteve muito bem, principalmente na segunda parte. Era um crime o União ainda estar nesta divisão. A qualidade que a equipa demonstra é superior a muitas da II Liga”. O atleta insular sublinhou que a sua presença no velhinho “Liceu”, deveu-se a “ter deixado muitos amigos neste clube, aproveitando este curto período de férias para os revêr”. A terminar, afirmou estar “muito contente com esta subida de divisão. O União faz parte da minha vida. Joguei no clube durante nove anos e foi muito importante a minha passagem pelo clube”.
O público voltou a marcar forte presença no Adelino Rodrigues e no fim, envolveu-se na festa pela título alcançado. É extremamente gratificante poder assistir a um jogo com casa cheia. O futebol é isso mesmo, uma festa e foi isso que se viveu na tarde de ontem.
Jaime Lucas (Presidente do União/SAD) “Esta conquista é um prémio para os atletas que se empenharam. Penso que hoje (ontem) estivemos mais descontraídos, fizemos uma grande exibição e merecemos plenamente alcançar o título. Convem recordar que o União foi das três equipas, a que fez mais pontos ao longo do campeonato e que obteve maior número de golos e menos golos sofreu. Portanto, este título é inteiramente merecido, por tudo o que fez ao longo da época. Vamos preparar a presença na II Liga, com muito rigor, de molde a cumprir sempre o que acordamos com os atletas e com todos os elementos do staff do clube, de molde a garantir a permanência do clube na II Liga. Vamos procurar manter a maioria dos jogadores. Ainda não sabemos onde vamos jogar, mas vamos trabalhar par escolher a melhor solução. O nosso técnico foi convidado a renovar. Vamos a ver”.
Daniel Ramos (Treinador do União/SAD) “Este é um momento marcante na minha carreira. Foi uma época de execelência. Sofremos e soubemos contrariar as adversidades. Preparamos bem esta fase, e a equipa teve sempre muita força anímica. Fomos sérios até ao último dia de trabalho. Este grupo é muito bom e espero que o seu núcleo continue na próxima época, dando garantias na Liga Orangina. O presidente endereçou-me um convite para continuar, mas ainda vou pensar. Tenho outros projectos, mas a preferência, em caso de igualdade, será para o União”.
António Pereira (treinador do Atlético). “Em quarenta jogos, perdi apenas quatro. Levei o Atlético à II Liga, 37 anos depois, como tal, estou muito satisfeito com a época que os meus jogadores fizeram e por aquilo que se fez no clube. Conseguimos alcançar, o que não estava planeado. Os moldes em que esta prova é realizad é uma autêntica vergonha. Mas as instãncias superiores é que sabem, mas acho que é uma injustiça. Cheguei ao fim de um ciclo de três anos consecutivos no clube, cinco no total. Surgiu um projecto novo e vou abraçá-lo de alma e coração. Espero vir a ter tanto êxito e sorte, como tive no Atlético. Mas este é um clube que me vai ficar no coração, por aquilo que me deu”.
A Rádio do União distingiu ontem, num jantar, as figuras que na sua óptica se destacaram esta temporada. Assim, o melhor jogador foi o guardião Adriano Fachini, o jogador revelação foi o avançado Hugo Santos, o jogador mais regular foi para o médio Toni. Para o prémio adepto o distinguido foi Emanuel Abreu enquanto que o prémio dedicação, foi atribuído ao presidente Jaime Lucas.
O MELHOR (8)
O grupo unionista voltou a dar ontem uma imagem cabal da sua união e solidariedade em campo, que foi uma imagem de marca ao longo da temporada. A defesa voltou a mostrar grande segurança, bem apoiada por um médio campo laborioso e eficaz. Mas foi na frente que o União teve a sua maior figura. Hernâni preencheu todo o seu flanco, ora defendendo, ora atacndo. Foi substituído para a ovação final.
Foi um jogo, onde a intensidade de uma luta pelo título, a espaços, se fez sentir. No final e muito justamente, a festa foi azul-amarela.