Os orçamentos das modalidades

[se se considerar que está no sitio errado, solicito a re-arrumação]

Agora que já se vai ouvindo e lendo sobre cortes leoninos nas modalidades, algo que já me tinham soprado há algumas semanas, já poderei falar mais abertamente.

E colocando a minha posição na sua maior simplicidade, um orçamento que o proponha será por mim liminarmente chumbado. Mesmo sabendo que votarei, mais uma vez (parece sina), derrotado.

Não me parece que tais cortes (situados entre os 30% e os 50%) façam qualquer sentido.

Não faz sentido que as modalidades, com orçamentos de tostões, quer quando inseridos na realidade do clube, quer quando comparados com a concorrência directa sofram de maneira tão pouco equitativa pelos desvarios do buraco em que o futebol se tornou.

Comparando, parecem os cortes cegos em que exemplificativamente a alguém que ganhe 5.000€ ou 1000€ (e o termo de comparação até sofre por defeito) se aplique a mesma percentagem de corte.

Não acredito que com 550k€ (-30% que os actuais 780K€) para o Andebol ou com 640k€ (-30% que os actuais 915K€) se possa fazer algo sequer semelhante ao que vem sendo a ser feito (e recordo que estes valores não se referem estritamente às equipas seniores).

Basta olhar para os orçamentos do Clube, para perceber que não são os orçamentos das práticas desportivas, longe disso, que os desequilibram ou carregam o défice. Aliás, o Clube, ainda sem reestruturações, apresenta orçamentado um resultado positivo de ~178k

Não aceito o argumento da sustentabilidade nem do fazer mais com menos. As modalidades já o fazem, em regra, há muitos anos sendo que o clube é que não é sustentável sem as modalidades e sem o sucesso das mesmas.

Foram as modalidades, as suas conquistas e a sua pujança, que permitiram o não esmorecer da militância e empenhamento associativo nos tempos de João Rocha e seguintes. Foram as modalidades que mantiveram o Clube verdadeiramente vivo naqueles 17 anos.

E agora, que se perspectiva que o futebol passará por mais um período relativamente longo de reestruturação, a sustentabilidade do clube passará muito pelo sucesso das modalidades.

E na verdade estamos a falar de modalidades que nos últimos anos foram a única imagem de sucesso do clube: Uma Taça Chalange e uma Taça de Portugal num contexto extremamente adverso (ainda que com vários erros próprios) para o Andebol; Uma final Europeia, dois campeonatos nacionais e uma Taça de Portugal para o Futsal; Dois campeonatos nacionais em Natação; Um campeonato, duas taças de Portugal e duas supertaças para o Ténis de Mesa…

E isto não sendo muito exaustivo, apenas falando das mais representativas e a partir de 2010.

Também não me parece razoável buscar os exemplos (brilhantes) do Hóquei, Basket ou Rugby, com secções independentes, pois o Sporting é um clube desportivo e não uma plataforma agregadora de modalidades em que se “privatiza” tudo.

Por isso, considero que será (mais) um erro histórico que se cometerá e que poderá originar uma desagregação ainda maior e uma menorização crescente no panorama nacional.

Concordo com exigência, concordo que tudo tenha que ser devidamente pensado, concordo que a aplicação de recursos seja profundamente racional, concordo que se eliminem eventuais excessos e desperdícios, mas não creio que estes estejam, pelo menos ao nível dos cortes que se propõe, nas modalidades.

E já nem sequer falo na minha convicção (porventura utópica) de que se deveria investir nestas. Um aumento racional de investimento nestas (que nem sequer precisa de se equiparar ao dos adversários directos) são “peanuts” se comparados aos gastos estruturais e do futebol, sendo que o potencial de sucesso é grande (como o poderá ser o de crescimento nalguns casos) e o risco de prejuízo menor e menos pesado.

Ah! E sem modalidades, ou com modalidades menores, de pouco valerá a pena pensar em pavilhão…

Mas os cortes são em todas as modalidades? Ou é só em algumas modalidades especificas?

A minha opinião parte obviamente de premissas prospectivas (o que me parece que até será suficientemente claro).

Ainda assim, do que me dizem é que serão na ordem dos 30% em quase todas, ou pelo menos, também naquelas em que competitivamente se tem maior relevo.

@psilva,
grande post. Será ridículo haver (ainda) mais cortes nas modalidades, sabendo que GL já tinha adoptado uma política draconiana em relação às mesmas, com os resultados conhecidos, especialmente no Atletismo.

Repito, é ridículo impor cortes tão radicais, especialmente tendo em conta que há gente na SAD a ganhar 250,000 euros/ano. Acho que a noção que o SCP é um grande e compete pelos lugares cimeiros da tabela tem de ser transversal ao clube. Seria triste ver equipas a ostentar o nosso símbolo a lutar para não descer.

Para não falar que as modalidades são essenciais para captar adeptos/sócios que não se interessam muito por futebol.

Concordo quase na totalidade Pedro.
E se em relação ao futsal considero um autêntico crime desfazer esta equipa de leões campeões, relativamente ao andebol considero que poder-se-á fazer um ajustamento orçamental sem perder qualidade, saindo Muresan e Rudovic e apostando num elemento nacional complementado com outro que se destaque na nossa formação. E, ao contrário do que sempre defendi, mantendo o professor Frederico que me tem surpreendido bastante pela positiva. É notória a curva ascendente desta equipa. Mas ir além da saída desses 2 pesos mortos( quanto muito, aceita-se a saída de um dos elementos mais velhos/mais bem pagos como João Pinto) parece-me uma má decisão estratégica. Fábio, Rui Silva, Frankis Marzo, Portela, João Antunes são o futuro do andebol em Portugal. Importa mantê-los.

Quanto ao Atletismo, sendo uma modalidade histórica do clube há que fazer um esforço. Mas na minha opinião, esse esforço deve ser centrado nos atletas que realmente já demonstraram valor para alcancar excelentes resultados,como Naide e Patricia Mamona.

Quanto à SAD, também acho que tem que ser o principal foco de corte na despesa. Tanto em quadros, como em jogadores.

Propositadamente não quis personalizar em atletas ou treinadores. Mas continuo a acreditar que não será possível fazer muito melhor com bastante menos, também no andebol!

Assino por baixo!

Com uma resalva, para mim o Hóquei, o Rugby e o Basquet não são bons exemplos.

Porquê?

Simples, para mim andar a lutar para não descer de divisão não me parece que seja um bom exemplo.

O Rugby e o Basquet estão em divisões secundárias pelo que é muito cedo para os considerarmos exemplo ainda.

Eu continuo a dizer que o único exemplo a seguir no Sporting é o Futsal, copiem, clonem, fotocopiem, o Futsal, mas de resto não lhe toquem para mais nada.

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Mas eu não digo que são maus exemplos. Antes pelo contrário!

O que digo é que não podem ser a norma. O Sporting é um clube desportivo, tem que ter modalidades sobre a sua alçada directa sob pena de se tornar apenas um entidade agregadora de secções “privatizadas” (e friso as aspas nesta palavra)

Se esses “rumores” se se concretizarem… e em termos práticos a equipa de Futsal perder qualidade… seria um acto de GESTÃO DANOSA… pois qualquer suplente da equipa de Futebol paga a equipa de futsal.

E se esse “rumor” se concretizar…que se deixe o pavilhão em “banho-maria”…pois mais vale não ter pavilhão e Competitividade…do que ter pavilhão e não ter competitividade!

cortes nas modalidades não fazem sentido. o que faz sentido é canalizar-se para o clube a totalidade das verbas angariadas nas quotas dos sócios, e não a miserável parcela de 25% ou lá quanto é que é destinado ao clube até agora.

a sad que se financie através do futebol, da publicidade, da venda dos jogadores, e do que mais conseguir. as quotas dos sócios têm que ser entregues ao clube, e neste depois distribuído pelas várias modalidades.

A quotização já está 75%-25% para o Clube. E a questão é que mesmo sem reestruturação nos quadros, estava orçamentado um um resultado positivo de ~178k€

Ricardo Coração de Leão concordo contigo e penso como tu.

Se significa perdermos um labyad ou um patricio para mantermos/melhorarmos modalidades como andebol ou futsal (espero que sejamos campeoes e possamos tentar a liga dos campeoes mais uma vez… não me esqueço do 2º lugar!).

Quanto ao pavilhão, pensava que fosse para o fazer apenas se tivermos um sponsor que coloque ao longo de x anos o suficiente para se pagar a construção e manutenção.

Andar a competir por 3ºs lugares ou para não descer nunca foi mentalidade no Sporting!

Lembro-me do presidente dizer quando estava em campanha que o acordo do GL com a banca previa perdermos modalidades… e ele respondeu que isso não ia acontecer com ele e que até ia meter mais modalidades!

Espero que cumpra e que mantenha ou aumente os níveis de algumas modalides.

Só uma nota para o andebol: nos últimos anos tivemos sempre jogadores bons (n sei se caros ou não…) e nunca fomos além do 2º/3º lugar (salvo erro). Se for para ficar com esta ambição então mais vale cortar 50% do orçamento e lutar só pelo 3º/5º! Mas espero que a ambição seja o 1º e manter TODOS os jogadores portugueses, excepto os que não estão a render e apostar em jovens que têm sido campeões em juniores(sub 21).

SL

Concordo com a generalidade do post do @psilva.

No entanto só me pronunciarei mais a sério quando isto for uma realidade apresentada aos sócios.

Depois de tudo o que tem acontecido, há aí alguma confusão com o conceito de “gestão danosa”…

Aguardarei pelos próximos desenvolvimentos. Sendo que também prefiro mais cortes no futebol e que as verbas sejam alocadas ás modalidades, que no futebol até acabam por ser residuais, que NAS modalidades que historicamente são bem geridas, têm resultados e aproveitam com competência os meios à disposição.

Vou esperar para ver. Mas as noticias que chegam não são animadoras.

A equipa de Futsal deveria ser o farol que ilumina todas as outras modalidades, porque já tendo sofrido alguns cortes no passado, e com um orçamento inferior ao do seu maior rival em algumas centenas de milhar de euros, consegue ser competitiva e ganhar títulos como nenhum outra no clube.

A necessidade de racionalizar custos é premente e isso todos nós sabemos, mas tem de existir equilíbrio e bom senso, porque como já foi dito atrás, de pouco adianta fazer um pavilhão se depois não temos modalidades para o utilizar, ou dito de outra forma, ter modalidades sem serem minimamente competitivas não é atractivo para ninguém nem faz parte do ADN do clube.

Julgo também que a solução que defendia José Couceiro para o Futsal, passar esta modalidade para a SAD, com o argumento que assim libertaria orçamento para as outras modalidades não colhe.

Sendo que mais uma vez estaria-se a esvaziar o clube de tudo o que é importante. Já não tem futebol profissional, estádio, academia, património não desportivo, e ainda retirar-lhe a sua modalidade mais representativa, é castrá-lo em definitivo.

Para terminar acrescento que poupar num Labyad para salvar as modalidades não funciona, porque o dinheiro da SAD não é transferível para o clube. Poupar 70 Mil euros num ordenado mensalmente não traduz que esse dinheiro podia ser canalizado para o futsal, andebol, etc… Clube e SAD são entidades diferentes, até em termos jurídicos e como tal, as coisas não se processam com a facilidade como por vezes pode aparentar.

Aqui não há confusão! Já ai…não sei…
Basta ler quando se tenta confundir Continuidade de JF = Situacionista! LOL

Destruir cegamente a equipa que é no momento actual o Maior Orgulho dos Sportinguistas não seria um acto de gestão danosa??
Chamar-lhe incompetência…seria pouco…pelo que não há que ter medo das palavras!

Continuas confuso. Ou leste pela rama. Acontece, não levo a mal.

Onde é que o post inicial fala em “destruição cega”? Mas isso tem qualquer cabimento?

É preferível mandar um “Elias” embora do que reduzir ainda mais a já fraca competitividade das nossas modalidades.

Mas o Sporting Clube (SGPS) não tem 51% da SAD? É que se tiver então é tudo do mesmo barco em termos de consolidação, pelo que para o resultado geral poderíamos estar a falar de resultado positivo numa “passar” dinheiro para um deficitária, isto claro em termos de cash flow e nunca de resultados independentes…

Ou estou a pensar mal? (em termos de fiscalidade sou 0)