Optimismo versus Pessimismo

Os adeptos do Sporting tal como a maioria dos habitantes do planeta vivem divididos
entre estas duas correntes. Optimistas versus Pessimistas.
Dr. Martin Seligman, professor de psicologia na Universidade da Pennsylvania e uma das autoridades a
nivel mundial em Optimismo (mesmo sendo um auto-proclamado Pessimista) afirma que os
Optimistas ultrapassam os Pessimistas em tres vertentes distintas:
Sao capazes de melhor resistir á depressão, são fisicamente mais saudaveis e são tambem capazes de
atingir os mais altos objectivos.They are better achievers, nas sábias palavras do Dr. Seligman .
Tudo isto foi ja demostrado a nivel laboral, escolar e desportivo que é aquilo que nos interessa neste momento.

Julgo que ninguem irá duvidar que um Optimista vai conseguir na maioria das vezes melhores resultados
que um Pessimista e como estes estados de espirito parecem ser contagiantes não consigo entender
a razão de não haver uma maior cultura de incentivo e positivismo entre os nossos adeptos e dirigentes.
Embora o slogan para esta época não tenha nada de pessimista, a julgar por muitos dos resultados
e atitude da equipa de futebol na temporada passada, optimismo e razoes para o ser não fizeram parte das
palestras dadas pelo nosso timoneiro. Talvez tenha sido usado em discursos após o jantar pelo nosso
presidente, o que não é de estranhar, já que quando estamos alegres o optimismo surge naturalmente

Se em vez de haver um foco sobre aquilo que de bom se faz no clube ( deixando as criticas
essenciais e construtivas para os lugares certos como o topico correcto,as assembleias gerais,movimentos
de cidadania e congressos só para citar alguns exemplos )e ao limitarmos as nossas observaçoes a
tudo que seja menos conseguido,rapidamente se irá cair num circulo vicioso em que se diz:
Não iremos fazer nada de bom esta época, porque ja no ano passado não o fizemos.
Agora é a minha vez de ser o arauto da desgraca, se assim continuarmos vamos acabar por ter uma
self-fulfilling profecy mas ao contrário, onde em vez de prevermos algo de bom apenas conseguiremos
adivinhar desgraça tornando o ambiente cada vez mais sombrío, convidando a catástrofe a bater á porta.

Não concordo que se use futuros cenários de descidas á segunda divisão e estádios desertos
só porque nao gostamos do presidente ou do treinador. Por exemplo, se há que fazer um reparo
a um jogador ou á equipa, parece-me mais justo que se restrinjam á atitude com que não concordam
em vez de arrancarem logo para exercicios de futurologia em que geralmente se preve a derrocada de
um clube centenário ou o fim de carreira de um jogador por ter falhado um penalty.

Lembro a todos os Pessimistas que pertencem a um clube que foi criado para ser e estar entre os
melhores da Europa, o que já em si é algo bastante positivo e que sem duvida joga sempre
em favor daqueles que se consideram Optimistas.

O objectivo de estar entre os melhores da Europa foi conseguido faz já muito tempo, ajudem-nos agora
a permanecer nesse clube restricto e mesmo que não consigam ver a cara do presidente sem um esgar
de odio ou ouvir o treinadador falar sem pensarem que ja era tempo do homem deixar de dizer “opção
técnica e tranquilidade”, nunca se esquecam que este clube é maior que qualquer pessoa e irá sobreviver
todos nós. Sendo algo que iremos deixar ás geraçoes futuras para que como nós aprendam a ter
esta paixão que se chama Sporting Clube de Portugal

É a história de ver o copo meio cheio ou meio vazio. Eu atribuo este “pessimismo” a razões profundas, a um divórcio crescente entre os adeptos e o Clube.

O que se passa é que o “Projecto Roquette” criou expectativas muito elevadas nos Sportinguistas, e agora estes vêm-se confrontados com a bizarra situacão de terem um Clube que é menor em dimensão em praticamente tudo aquilo que era no período pré-Projecto (apesar de conseguir melhores resultados desportivos no futebol). Ora se um Projecto em vez de engrandecer o Clube serve ao invés para mirrar o Clube, então convenhamos que não é grande Projecto, e ver que temos um Presidente que faz por diminuir ainda mais o Clube não é grande motivo de satisfacão.

E é por isso, por este desencanto e desilusão, que o “core” dos adeptos Sportinguistas (os chamados adeptos-família) está em vias de extincão, culpa da lógica desumanizada adoptada para gerir o Sporting… e em vez disso estão a proliferar os adeptos-clientes, os tais que não são nem optimistas nem pessimistas, são apenas simpatizantes, limitam-se a ir ao estádio se o espectáculo é bom, a pagar as quotas de sócio para terem desconto na Galp e TMN, a festejar quando o Sporting ganha e a ir à sua vidinha quando o Sporting perde.

Resumindo, a grande família Sportinguista acabou, e os que ainda resistem, fazem-no em comunidades na internet onde se podem sentir à vontade e no seu “meio natural”. :wink: :mrgreen:

P.S.: Agradeco na mesma as palavras de incentivo aos Sportinguistas que bem precisamos. :wink:

O optimismo deve ser cultivado e, no caso de um clube de futebol em que o espectáculo conta, deve também ser incentivado.

Mesmo sem títulos, os sportinguistas já tiveram um período de grande optimismo. O Projecto. O Projecto enchia-nos de orgulho. Quem não se sentiu orgulhoso com o lançamento da revista “Eis o futuro”, na qual a cara do Projecto, Dr. Roquete, dizia, se estou bem recordado, quem nem lhe passava pela cabeça que o Sporting não tivesse gente com capacidade e competência para gerir e rentabilizar o património que estava a ser criado. Como pôde depois o mesmo Dr. Roquete vir a público defender o programa do FSF, consubstanciado numa posição de que o Sporting é um clube desportivo e não uma empresa de gestão de património não desportivo? Como? Why?

Desde a saída do Luís Duque, mais objectivamente após o nosso último campeonato ganho, temos visto o nosso corpo dirigente passar para o público a imperatividade de termos de vender uma ou duas das nossas pérolas a bem da nossa sustentabilidade económica. Uma coisa que nunca compreendi é que sendo o JEB e o MRT gestores de excelência (pelo menos a banca assim o entende), como é que não perceberam que ao publicitarem tal necessidade estariam a enfraquecer a posição negocial do Sporting?
Tanto que chegamos a ser apelidados pelos nossos rivais como adeptos de uma loja dos 300. E depois, a comunicação social sempre que noticiava o interesse do Sporting em qualquer atleta, quase sempre rematava a noticia com um “mas o Sporting está em contenção de despesas”, “mas o Sporting não está com dinheiro a sobrar”, “mas o Sporting tem que contar cada moeda que entra ou sai”… etc… Em suma: “O Sporting sonha, mas não tem guito!”.

A venda da património permitiu atenuar essa tendência, resta verificar até quando. Contudo, quando se lê um post que por A+B no informa que a venda do património, afinal, não abateu o significativamente passivo, não se pode deixar de ficar algo apreensivo.

Com efeito, como é que poderemos estar optimistas, se quem nos devia incentivar nesse sentido fez/faz exactamente o contrário? E olhem que dizer que se quer ser campeão não chega.

É consabido que o Sporting, para ser campeão, não basta ser melhor, tem de ser muito melhor que os nossos adversários. Assim pergunto: como poderemos estar optimistas quando já sabemos à partida que um dos nossos adversários, pelo menos em teoria, tem melhor equipa?

Agora para lançar aqui um pouco de confusão, até me considero um optimista, mas com um optimismo que advém de um cauteloso pessimismo, pois a vida já me permitiu concluir que um pessimista nada mais é do que um optimista com consciência da realidade.

Assim, respondendo como podemos estar nesse momento optimistas, eu digo apenas: com a esperança de que a nossa equipa se transcenda, faça uma belíssima época e seja campeã. É o que neste momento nos resta. Contudo, se tal não acontecer, eu de minha parte já me considero vacinado e como disse uma vez o Dias Ferreira: posso ficar triste num determinado momento de derrota, mas infeliz nunca!

Infelicidade é não ser do Sporting! ;D

Eu, de natureza pessimista, concordando genericamente com as três leituras anteriores, que aliás somadas dariam uma fiel representação do Sporting actual, opto esforçadamente por ser realista!

Aliás, se há coisa que ainda me faz mais confusão é a dicotomia constante, a bipolaridade semanal (quando não diária) do estado de alma dominante da “nação” sportinguista!

Num dia contrata-se o longamente desejado Caneira, panaceia para todos os problemas defensivos: seremos imbatíveis; a seguir vê-se um argentino a entrar para qualquer dos rivais e: já lá não vamos!

Num dia perdemos um jogo de preparação com uns ingleses: vamos lutar pela Europa; a seguir depenamos galinhas: ninguém nos para!

E mais exemplos podia dar!

Confesso, já fiz o contrário na célebre época do quase tudo (época essa que acho tem grande pendor na maneira como se passou a viver o imediato do clube). Agora, escolhi viver semana a semana, descartando grandes euforias ou grandes depressões,
relativizando e perspectivando as coisas para a minha própria sanidade. Duvido tanto da vitória fácil como da derrota inesperada. Evito tanto a confiança excessiva como a descrença.

Provavelmente esta atitude afasta-me um pouco do viver do Sporting, mas permite-me ver que há mais vida para lá das vitórias ou derrotas, dos jogadores que ficam ou vão, da direcção que vende ou não…

Já ao apoio, nem que seja meramente presencial, nunca me tenho eliminado. Tal como antes no velho Alvalade, desde Agosto de 2003, sempre no mesmo lugar, com muitos poucos jogos de liga falhados (2/3 em 5 anos) sem nunca sair antes dum jogo pelas contingências do mesmo!

Ser pessimista no desporto (a título individual) não é mau de todo… nunca se perde! ;D
Se somos pessimistas, achamos que não vamos ganhar, no caso de desaire é caso para dizer “What’s new?!” e a tristeza é menor.
Se ganharmos, a alegria é bem maior.
No caso de sermos optimistas, ao mínimo desaire é mais decepcionante, dado que não estávamos à espera…

Não se trata de pessimismo ou optimismo. Trata-se de que quem manda no clube entenda de uma vez por todas que o Sporting tem de ter uma política de comunicação para defender os seus interesses, e não apenas para defender a direcção das críticas dos sócios, porque aí já têm a corda toda. Vivemos numa sociedade de informação em que quem não comunica, quem não cuida da sua imagem e prestígio, está sujeito a que dele se fale aquilo que os outros querem. Um clube como o Sporting não pode estar dependente de gente que parece sempre enfastiada. Não pode dar uma imagem de clube impotente e resignado, porque isso passa para os adeptos e um dia estes deixam de corresponder, como se está a começar a ver. O Sporting precisa de dirigentes que deixem de o tratar como um clube pequeno, como dizia outro forista. Enquanto os lampiões vivem num mundo ilusório de grandeza, nós estamos numa depressão permanente, sem razão alguma, dada a massa crítica do clube, mas porque esse clima vem de cima. Os dirigentes não têm carisma, o futebol não é atractivo, mesmo o ambiente no estádio é triste. Este não é um Sporting atractivo. Isto não é futuro para um clube destes. Continuo na minha que o Sporting precisa de sangue novo na direcção para poder dar o salto.

:great:

Esta não podia passar! :naughty:

Então hoje temos um Clube que é menor em dimensão em praticamente tudo aquilo que era no período pré-Projecto. ^-^

O que eu vejo é que hoje temos um Clube dotado com infra-estruturas ao nível do melhor que há na Europa, que montou uma linha de produção de craques duma forma sistematizada e programada com qualidade reconhecida em todo Mundo, que recuperou a credibilidade e o peso nas instâncias dentro e fora do futebol e que acabou com um longo e penoso jejum de títulos no futebol.

É verdade que as expectativas eram muito mais elevadas e que o “Projecto” foi mal executado e conduziu o Clube a um passivo assustador, mas nada do que está imediatamente atrás me deixa saudades, nem mesmo esse mítico entusiasmo dos sportinguistas que no inicio de cada temporada enchiam o estádio esfregando as mãos porque nesse ano é que ia ser, para no Natal já não terem nada com que sonhar.

Quanto ao tema do tópico eu penso que se abateu sobre o Sporting uma espécie de fatalismo e espírito derrotista que passou do campo para as bancadas, mas que hoje funciona mais no sentido contrário.

Muita gente se afastou do futebol, uns por causa das derrotas, outros pela falta de transparência e verdade desportiva que o descredibiliza, mas a verdade é que os tempos mudaram e hoje assiste-se a algo que eu acho inacreditável, que é o facto de as pessoas para serem sócias do Clube estarem à espera de contrapartidas, ninguém quer dar nada sem receber algo em troca.

Mais do que sócios ou simples adeptos as pessoas hoje são clientes, nesse aspecto o dirigente protótipo do Projecto tem também largar culpas, faltando-lhe paixão.

Ao Sporting dos tempos modernos faz falta acima de tudo um líder dedicado e carismático, capaz refundar a cultura sportinguista e de acordar as massas sem entrar no populismo bacoco.

Esses são os sinais positivos de evolucão e temos de dar crédito a quem o merece (também mal era se o Clube não evoluísse). Já o jejum fio quebrado de forma circunstancial (e nem tínhamos nenhum craque da Academia a jogar nessa altura), por sinal numa época em que o grande responsável foi Luís Duque, o último dos moicanos, a fazer renascer o populismo do tempo do jejum que já se vinha perdendo aos poucos.

Mas as expectativas eram bem maiores… construiu-se um edifício Visconde, um Alvaláxia, um Health Club, uma Clínica, um Estádio, uma Academia, ficámos com os terrenos do antigo estádio… e no fim de tudo vamos ficar apenas com o Estádio e continuamos com dívidas sobre o que construímos - parece-me francamente pouco. Além disto existe o espírito amorfo e tecnocrático dos nossos “gestores” que de gestores de futebol não têm nada.

Portanto eu diria que, salvo honrosas excepcões, ficámos a perder em património estrutural e humano quando comparado com as expectativas, não digo que fosse melhor antes do Projecto. Basicamente, tínhamos 10, prometeram-nos 100 e afinal o que conseguimos é 20. E 20, infelizmente, não chega para ultrapassar categoricamente os rivais e é isso que faz muito pessoal andar na onda do pessimismo.

Se estamos a falar de expectativas, de acordo, elas foram largamente defraudadas.

Agora se é para comparar com o periodo pré-projecto, não obrigado

Sim, estive a reler o que escrevi e tens razão, expressei-me de forma incorrecta. A única coisa de que tenho saudades do período antes do Projecto é mesmo do fervor Sportinguista que era então bem mais palpável que agora.

O que relatas não é um problema dos Sportinguistas, mas sim da cultura Lusa, muito bem explicada na velhissima expressão do 8 ou 80.
Vivemos de extremos e não somos capazes de ter muitas vezes um meio-termo, diz o ditado que a virtude está no meio, mas esse parece ser um exercicio impossivel para nós Portugueses.

Infelizmente parece-me ser algo de tal forma irraizado na nossa forma de estar e de ser que dificilmente mudará.

Por isso será sempre assim: 3 vitórias seguidas e o treinador e equipa são do melhor que já se viu, duas derrotas depois, ninguem percebe nada daquilo, são todos uns totós e com sorte não descemos de divisão…