Ponto prévio: gosto pouco ou nada de lamúrias e de desculpas de mau pagador. Mas gosto ainda menos que nos tomem por parvos. Alguns dos inimigos do Sporting devem pensar que temos o nível intelectual de lampiões e corruptos. Não temos e ninguém nos pode escamotear o direito 'a indignação.
Todas as épocas o cenário se repete: independentemente dos reforços e da qualidade das equipas, os nossos rivais directos ultrapassam os jogos iniciais com exibições titubeantes e superioridade longe de ser evidente. Nessas partidas iniciais, com maior ou menor relevância, aparece sempre o homem do apito a dar o empurrão que facilita a vitória ou evita males maiores. Os resultados aparecem, as inseguranças desvanecem-se e cria-se a chamada “dinâmica de vitória”. No final da temporada todos os media elogiam a superioridade incontestável do vencedor e a qualidade exibicional demonstrada ao longo de toda a época. A já mítica memoria curta do futebol português esquece rapidamente as dificuldades iniciais e as ajudas recebidas.
Em sentido oposto, o Sporting tem sempre de lutar com as suas próprias dificuldades e com uma classe arbitral que não tem pejo em nos prejudicar deliberadamente e de forma sistemática. Basta lembrar que o famoso “Natal do Sporting” não foi mais do que uma criação tenebrosa dos homens do apito, que em jogos consecutivos nos colocavam sistematicamente de fora da luta pelo titulo antes da época natalícia. Nem todos sofrem do “síndroma da memória curta” e para alguns e’ fácil recordar como o roubo ao Sporting se tornou uma instituição banal no lodo do futebol português. Convém relembrar também que o famoso “sistema” nunca advogou o beneficio directo de corruptos e lampiões. O sistema foi (e’) o prejudicar repetitivo dos adversários de momento e a obtenção do domínio bicéfalo do futebol português.
Dirão alguns, assumindo a dignidade e honestidade que caracteriza a generalidade dos Sportinguistas, que o nosso clube ate’ foi beneficiado neste inicio de temporada. Atrevo-me a discordar. Nenhum dos lances do suposto beneficio ao Sporting foi visível e descortinado no terreno de jogo. Não fossem as exaustivas repetições das televisões e se calhar ninguém teria dado por nada, ou seja, não foram erros grosseiros da arbitragem mas sim lances de difícil avaliação, em que as equipas de arbitragem revelaram a sua lendária incompetência. Interessante: no computo geral desses jogos (nomeadamente contra os lampiões e Olhanense), a prestação dos homens do apito foi a do costume: permitindo barbaridades aos adversários e amarelando os nossos atletas por da’ cá aquela palha. Ate’ quando supostamente somos favorecidos pelos árbitros…temos razões de queixa dos mesmos.
Já no encontro de sábado com o Rio Ave, o arbitro Xistra fez algo bem diferente: cometeu um erro grosseiro (ao não assinalar um penalti claro), com intenção deliberada de prejudicar o Sporting. Um hábito antigo deste discípulo do sistema. A verdade nua e crua e’ que o Sporting foi (pela enésima vez) roubado escandalosamente em sua própria casa. Jogámos pouco? Sim, tal como os corruptos e lampiões o têm feito. A diferença e’ que a brigada do café com leite tem evitado males maiores e ajudado a criar a tal “dinâmica de vitória” aos nossos rivais. Ao Sporting, o “braço armado” da máfia instalada no futebol português, tratou de acalmar os ânimos e relembrar que não temos qualquer peso nos bastidores que controlam o rumo do desporto rei nacional.
O Sporting foi mais uma vez vitima de um roubo de igreja. Para alguns quadrantes, os Sportinguistas devem estar calados porque já foram “beneficiados” esta época. Não, não fomos. Trabalhámos intensamente para estar num patamar superior e conquistar o respeito que merecemos. O Sporting jogou mais e melhor do que qualquer um dos nossos concorrentes directos no topo da classificação (mesmo neste ultimo encontro com o Rio Ave). Um árbitro, sempre um árbitro, achou que já nos estávamos a tornar demasiado incómodos e ameaçadores, satisfazendo assim os desejos do corrupto mor. Contra esses deturpadores da verdade desportiva, que levam décadas de manipulação de resultados em Portugal, contra esses deve ir a nossa revolta e determinação. A regeneração do Sporting passa também pela regeneração do futebol português e a denúncia de toda esta podridão que o mina e impede que tenhamos uma verdadeira competição desportiva.
Fomos roubados. Descaradamente roubados. Tudo o resto são meras manobras de diversão.