O Sporting de 1995/96 a 2010/11: troféus e títulos

Subscrevo o post do forista assenzaforzata por inteiro :arrow:

E pergunto fomos roubados em dois campeonatos em 16 anos? Então e nas décadas anteriores não?

Compreendo o exercício realizado mas não o acho minimamente imparcial, a questão patrimonial tem que ser tida em conta, o número de sócios obviamente também. Isto para nem referir a actual questão financeira, que me lembra mais uma pessoa em coma que só espera que lhe desliguem as máquinas, porque vamos ser sinceros, o Godinho (não sou capaz de o chamar presidente depois da pouca vergonha que se passou nas eleições- mais um ponto de “glória” a estes últimos 16 anos…) assim que possa vai abrir o capital da SAD. Provavelmente enquanto festejamos uma taça de Portugal, quem sabe o último título da associação" que nos leva a reunirmos neste fórum, sim porque no dia em que um maluco com uns euros para estoirar aparecer quero saber onde está o Sporting?

Não estou a dizer que o período anterior foi bom, recheado de títulos e glórias, mas pegar em títulos e quase títulos dos últimos 16 anos e fingir que não vi o Clube perder o património e os sócios que tinha, assassinar as finanças, observar em lágrimas a maior vergonha que senti numas eleições que chocaram todos era demais para mim. Então e não foi neste “glorioso período” em que tivémos uma magnífica eliminatória com o Bayern de Munich? Ou em que vendemos o capitão a outro grande? Em que temos miúdos na academia a faltarem ao respeito ao nosso Sporting?

Pelo amor de Deus, os jogadores que vieram não são mais que a obrigação tendo em conta o estatuto do Clube. E mesmo assim deu para um jogo, pobre a meu ver, contra o primeiro classificado que parece mais incomodado com o empate que nós!

Nestes 16 anos fomos mais submissos e humilhados pelos rivais que nunca, temos o pinto da costa em escutas onde fala como fala do Clube, jogadores e funcionários, e vejo numa entrevista um dos iluminados destes 16 anos, godinho lopes, dizer que tem mantido contactos com ele! Como? Porquê? Tivemos o Soares Franco que publicamente defendeu o ET no caso do golo da lixeira com o Ricardo, que por diversas vezes referiu que os lamps eram maiores e mais absurdidades do género! Bato palmas a esta glória? A um Bettencourt que vendeu o capitão ao rival, ofereceu o Miguel Veloso, desfez-se de um dos maiores da nossa história, o Liédson, trouxe Angulos e Paulos Sergios? Temos um homem que foi responsável por um estádio pleno de deficências, onde parece impossível ter um relvado decente, que em eleições nos veios com 100 milhões (onde andam??) e bombas de gasolina salvadoras, para não me alongar em parvoeiras como ele disse do Adebayor…

O Sporting Clube de Portugal é muito mais que uns jogos bons e outros menos maus, com uns jogadores decentes! É um Clube dos sócios, com valores e mais de 100 anos de história prester a terminarem graças ao glorioso periodo de 1995 apara cá. Eu não vendo o nosso Clube por uma melhoria que em si nem chega para estar em 1º e mesmo que estivéssemos, nada paga chegar ao ponto de ruína tal em que se ou fecha as portas ou nos vendemos a uns malucos.

E mais falamos de jogadores dos quais vendemos partes dos passes em negócios ruínosos para o Sporting, falamos de um estádio que tem sofrido todas as maluqueiras para tentar resolver o que não dá e o melhor é que os últimos 16 anos são tão bons, tão gloriosos que o empossado nas eleições teve um discurso como se fosse ele outra coisa, como se não fosse o mesmo nem lá teve também. Tão magnifico periodo que obriga o godinho lopes a fingir que é uma mudança. Pergunto não será que muitos dos que estão entusiasmados, o estão muito devido à aberrante época passada? Eu sei é que o adeptos do actual 1º classificados, com melhor ataque e defesa querem correr com o treinador, nós batemos palmas porque estamos menos mal que antes.

Se é indiscutível que houve alguma glória e outras que nos foram roubadas é também verdade que o mesmo período contribui para um momento de tal modo crítico do Sporting que parece ser cada vez mais real vendê-lo ou fechar portas e isto, isto sim é importante, a continuidade do Sporting Clube de Portugal como o foi na sua génese.

Que eu tenha visto, anos de glória foram os do mandato de João Rocha, em que o SPORTING dominava em quase todas as modalidades, em que era respeitado dentro e fora dos recintos desportivos, e em que os resultados eram, na sua esmagadora maioria, excelentes. A partir daí, assistiu-se a um declínio progressivo da identidade vencedora, que o SPORTING transportava consigo. Péssimas direcções, constante procura de protagonismo social, crise financeira que nunca ninguém fez por estancar e tentar reformular conceitos, procurando consecutivamente fugas para a frente que, com o acumular de incompetências, se tornou numa situação quase insustentável… resumindo, em duas palavras: pouco sportinguismo!

Juntando aos tiros no pé, o apodrecer da sociedade, em geral, e por inerência, do desporto, digamos que o verdadeiro SPORTING ficou entregue e ao alcance de pessoas sem escrúpulos, muitas desejando que este clube se afundasse de vez. Não houve quem metesse mãos firmes e idóneas no leme deste grandioso navio (que não paquete), tornando-se alvo fácil para abutres, cascaveis e ratos.

Sousa Cintra ainda foi o que mais se aproximou de um Leão, capaz de devorar toda essa escumalha que, a partir do meio da década de 80 (coincidente com a entrada do Flatulências, no seu início de Papado), fez por apodrecer o que o desporto (e a sociedade) devia ter de melhor: a verdade!

O Roquetismo trouxe esperança! Esperança num SPORTING moderno, dinâmico e vencedor… mas o tempo fez por esmorecer tudo isso, devido aos “tiques” que enunciei atrás, e que resumi em duas palavras…

Pior, o prejuízo tem números avassaladores, e a glória… bem… a glória, como quase tudo na vida, depende do termo de comparação: e como o meu é a glória do SPORTING dos 80’s(ó tempo volta para trás, para eu a desfrutar com muito mais prazer), a dos últimos 16 anos, sendo melhor que nada, não me deixa muito satisfeito… o ficar em 2º não pode ser bitola, e muito menos, ser bandeira de senhores que se dizem sportinguistas…

e o futuro, parecendo ser um pouco mais risonho do que o era no tempo do JEB(a tal história do termo de comparação), se calhar não é bem assim, e qualquer dia, teremos os jogos numa Al Jazeera desta vida, e precisaremos do Google Tradutor para percebermos o nosso presidente (ou lá como é que se chamará ao gajo dos cheques)…

Parabéns ao @Nunoni, pelo sportinguismo :great:, pela dedicação :clap: e que, ao trazer estes números ao nosso conhecimento, fez um trabalho de louvar. Logicamente, as apreciações/opiniões posteriores serão muito próprias, “individualmente leoninas”, mas a “canseira” foste tu que a fizeste… :clap: :clap: por isso!!!

Pensava que já tinha lido de tudo neste fórum . . .

Louve-se o trabalho de reunir a informação. Louve-se o esforço de tentar transformar pechisbeque em ouro . . . A leitura deste post fez-me lembrar o Conde de Abranhos, ou o mais recente MINISTRO DO IRAQUE Muhammad Saeed al-Sahhaf

Conseguimos, de facto, interromper o longo período sem títulos de futebol. Mas foi apenas uma interrupção, pois já vamos no segundo maior período sem resultados.
E não, Supertaças e Taças de Portugal não têm o mesmo significado que CAMPEONATOS NACIONAIS, embora, a bem das estatísticas, dê jeito colocar tudo ao mesmo nível.
E não, títulos quase ganhos não contam! E a quase colocação de esses títulos na estatística só nos ridiculariza e envergonha. Tal como o título do tópico. Como se não tivesse havido títulos ‘quase’ ganhos na era ‘AR’ . . .

Já agora, uma correcção histórica: não foram os sócios que decidiram acabar com algumas modalidades! No referendo os sócios apenas puderam escolher a modalidade que preferiam salvar. Esta metodologia foi inovadora, sendo seguida hoje em dia em todos os reality-shows.

Perderam-se então o hóquei, o basquete e o voleibol, três modalidades em que o nosso clube era referência nacional (e internacional, no hóquei). Esta decisão foi um orgulho para todos nós, que melhorámos assim significativamente o rating de conquistas nas modalidades!
E se hoje ainda temos modalidades como o futsal e o andebol, tal deve-se a um punhado de verdadeiros leões, que lutaram contra a estratégia mal escondida de extinção pura e simples das modalidades de pavilhão.

É um facto que ganhámos títulos neste período. Por essas conquistas, temos que ser gratos aos atletas que as conseguiram. Mas também aos dirigentes, em especial aos de nível intermédio, que conseguiram reunir condições que permitiram essas conquistas, muitas vezes sem o apoio das cúpulas, muito ocupadas com o seu novo-riquismo, a gerir orgulhosa e ruinosamente os elefantes brancos que edificaram.

Ver agora esses títulos serem usados para branquear e, pasme-se, louvar até esta casta infame que quase destruiu um clube com décadas de história e prestígio acumulado é, mais que uma ironia, uma afronta cobarde de quem se recusa a abrir os olhos para a história e prefere reescrevê-la, a bem da sua consciência.

O clube não era bem gerido nos anos que antecederam a entrada da Geração Roquette? Não! Mas o futuro não foi posto em causa!

Aos títulos mencionados, temos que juntar outros feitos que tanto nos devem orgulhar, nesta fabulosa era de vacas gordas que a dinastia ‘DR’ nos ofereceu:

  • A perda de dezenas de milhar de sócios, vítimas da política quase conseguida de conversão em meros consumidores;
  • A perda de modalidades históricas do clube, ao contrário dos nossos rivais;
  • A perda da casa das modalidades;
  • A delapidação quase completa do património, num processo infelizmente ainda em curso;
  • A acumulação de um passivo gigantesco, que coloca em causa a própria existência do clube;
  • A progressiva perda de competitividade da equipa de futebol, um processo aparentemente estancado, mas de solidez muito frágil;
  • A perda de prestígio do clube, que deixou de ser temido pelos grandes do futebol europeu, e até de ser respeitado como um grande pelos nossos adversários internos.

Aproximamo-nos alegremente do dia em que o clube será trespassado a um qualquer megamilionário. Ao primeiro que aparecer.
Uns acordarão nesse dia! Outros persistirão no encantamento do flautista e exortarão a capacidade de inovação, babar-se-ão com os milhões fresquinhos. Tal como a avestruz, preferirão enterrar a cabeça na areia . . . sacrificando, com mal escondida lubricidade, a parte da anatomia deixada à intempérie.

Tenho o maior apreço pelo João Rocha, mas também me lembro de me ter juntado a um cordão, no antigo pavilhão de Alvalade, para que ele saísse em segurança. Lembras-te das tristes imagens das tentativas de agressão ao Godinho Lopes? Pois é, com o Rocha aconteceu exactamente o mesmo, com a diferença que pelo menos uma “guarda-chuvada” levou.
E sabes que mais? Tinhas um pavilhão em peso a assobiá-lo. E sabes porquê? Porque já nessa altura o pessoal andava insatisfeito. Os resultados excelentes que falas incluíram 3 campeonatos em 13 anos (e no primeiro, o Rocha entrou para presidente já com a época iniciada…). Eu acho que nós éramos respeitados sobretudo porque, nessa altura, estávamos ainda a viver dos “juros” dos feitos antigos. Não te esqueças que quase 75% dos campeonatos ganhos pelo Sporting foram conquistados até ao João Rocha entrar em funções e,ao longo dos seus mandatos, o nosso prestígio beneficiava muito da relativa proximidade desses tempos saudosos. Daí, às vezes termos tendência para associar esse prestígio ao João Rocha, ainda que tenha sido com ele que se foi confirmando a descolagem relativamente ao nossos rivais (lembro, mais uma vez, que, ao longo dos mandatos de JR o Sporting foi campeão 3 vezes (dos quais, ele foi responsável por 2,5), o porto 4 e os lampiões 6). Daí, peço desculpa, mas não alinho muito na tua versão de que os resultados “eram, na sua esmagadora maioria, excelentes.”

Se, por outro lado, me falares de outras vertentes, aí concordo que JR fez algumas coisas fantásticas, das quais não posso deixar de destacar a explosão do número de associados, que chegou a ser maior que o somatório dos nossos rivais. Isto, apesar de muitos deles não serem sequer adeptos do Sporting. Quem não conhecia, naquela altura, 1 ou 2 benfiquistas que eram associados do Sporting para praticar ginástica ou natação no nosso Clube? É claro que beneficiou muito da absoluta inércia do benfica nessa área (que hoje não se verificaria, certamente) e de, ao contrário dos nossos dias, não haver 1 ginásio e uma piscina em cada esquina. Apostou ainda no Atletismo, tendo sido conseguidos alguns dos feitos mais emblemáticos da história do Sporting. Por último, mas não menos importante, deixou-nos com as finanças estáveis e um património invejável.

Mas não, resultados desportivos não foram o seu maior feito. Teve 2 enormes azares: o corrupto do norte (que o atrapalhou no campo desportivo) e o 25 de Abril (que lhe bloqueou os planos para a Cidade Desportiva e o seu projecto de rentabilização do património).

O João Rocha, em futebol, não foi nada do outro mundo, mas representou o Sportinguismo total, com um clube institucionalmente sempre defendido e identitariamente forte. O João Rocha compreendia o que era o Sporting, e levava o SCP até onde ele estava: lá fora. E, ao contrário de alguns que nem na pátria - onde o clube está sediado - fazem o seu dever, João Rocha até guerreou lá fora (com a cena do Sporting Lisbon). Onde quer que estivesse quem criticasse o SCP, lá estava o homem com a espada na mão.

Era um homem que não só não virava a cara à luta, como a recebia de braços abertos, ao contrário dos maricons dos últimos anos. Não só gostava da luta verbal, como sabia fazê-la.

Não vivi o consulado Rocha, mas viveu o meu pai, o meu avô, e os relatos são óbvios: Sporting Clube de Portugal digno da sua grandeza, mas com algumas ferroadas do Rocha por causa da sua teimosia, e algumas custaram-nos bem caro.

Mas o homem estava sempre pronto para a guerra.

Aliás, quando se fala sobre um qualquer dirigente que tenha conseguido silenciar, por vezes, o PC, gajo que hoje ninguém consegue calar, o nome que surge é sempre o do João Rocha.

Os mais sábios do fórum que digam de sua sentença.

O exercício da recordação via memória costuma ser sempre simpático. Passados alguns anos, são todos bons, esforçados, etc. No presente são uma trampa. Daqui a 10 anos, a análise sobre eles será mais dócil, mais desculpada.

Eu não peco nesses defeitos. O consulado Godinho, daqui a 20 anos, vai ser recordado, salvo alteração, como o defino agora: um presidente que carece de verdadeira legitimidade, eleitoral e moral.

Já disse o mesmo sobre jogadores que hoje são divinizados por muitos: Pedro Barbosa, por exemplo.

Eu subscrevo o meu apoio ao Bruno Carvalho, apenas, que combina Sportinguismo e pragmatismo, inteligência com emoção.

Não, porque me parece estéril em resultados que interessem, apoio a oposição que se baseia na utilização recorrente de um conjunto de adjectivos que me fazem lembrar uma ideologia que abomino, cuja terminologia, resposta e comportamento é a mesma desde o primeiro momento da sua existência.

Daí que já nem tenha a paciência de participar em determinados tópicos, não sem querer retirar méritos a uns quantos foristas, talvez 10% dos que efectivamente participam, que de facto debatem as questões e - importante - respeitam os participantes.

O forista que criou este tópico merece ser respeitado. O trabalho que fez tem do seu lado uma variável forte: dados. O problema é o que está de fora, o que não é palpável mas que neste desporto é o mais importante: o sentimento Sportinguista. E esse factor, para mim o mais importante, porque considero que é a base para a construção de uma dinastia Sportinguista vencedora, tem sido espezinhado ao longo dos últimos anos - mas não tenham a vergonha de apenas culpar quem geriu o clube, porque nas bancadas de Alvalade são cada vez mais os adeptos que de Sportinguismo têm tanto quanto a minha tartaruga.

Mas o Sportinguista ressurge como nenhum outro adepto!!! Não se esqueçam. Passámos 17 infernais anos. Quando o campeonato surgiu, Portugal - todo!!! - vestiu-se de verde-e-branco.

Há determinados tópicos que eu nem já visito, pois já sei como é o “debate” de lá - determinados adjectivos tornaram-se padrões. E ninguém é mais Anti-Gestão Roquete do que eu.

O combate não se faz via ofensa, por mais legítima, por assim dizer, que ela seja, mas através de uma postura “BrunoCarvalhizada”. Ora bem, o que é isto? É oferecer, primeiro, uma solução, real!!, alternativa, e só depois fazer ver, através de argumentos e números, que o actual paradigma é somente indigno e insustentável.

Acredito que nem o próprio João Rocha goste que se lembre isso.
Lembro-me bem dessa guerras e, infelizmente, lembro-me bem dos resultados delas e aquilo que o PC fez do JR.
Sabes que mais? O único dirigente que, até hoje, eu vi fazer perder a compostura ao PC e levar-lhe a melhor foi… José Roquette.

Foi o único, nestes anos todos, que tirou o sarcasmo e a ironia ao corrupto-mor; foi o único que o zangou, que o irritou.
O Roquette deu o maior bigode que o PC levou em não sei quantos anos de presidente, ao humilhá-lo no caso Tonito e, ainda por cima, roubar-lhe o título.
Que grande presidente teríamos tido… se, ao menos, gostasse do Sporting.

barbicane,

essa do Tonito foi linda! Mas depois existe aquela aliança sinistra entre Roquete e PC que o João Rocha expôs, mas a qual nunca se percebeu muito bem o que era e em que estado está ou quem a terminou.

Sim, claro, e até digo mais, preferia uma costela do João Rocha a presidente que 10 Roquettes. Acho que sobre isso ninguém pode ter dúvidas. Agora também é certo que se encontrássemos um presidente com a inteligência do Roquette, os conhecimentos de futebol do Duque, o sentido de clube do João Rocha e o amor ao Sporting do Dias Ferreira, certamente que andaríamos mais satisfeitos.

Com tantas notícias de hackers que andam activos a adulterar conteúdos por essa Internet fora, juro que quando vi este título pensei que tivesse sido mais um caso de hacking ou entao algum infiltrado a gozar connosco, Sportinguistas. Afinal foi um forista que o fez…enfim, e depois ainda há quem se admire do estado do nosso clube e de sermos gozados por tudo e todos (organismos oficiais, comunicação social, etc.).

Tenho feito inúmeras referências aos últimos 30 anos, em discussões sobre outras matérias que não as directivas, porque senti a necessidade que se valorizasse mais determinado período, em termos de resultados, do que me parece que se faz. E não fui mais longe e a conversa até pedia tal, porque é doloroso pensar que o Sporting não passa apenas por um mau momento, o seu declínio é consistente e dá toda ideia de estruturante… só a sua enorme grandeza o tem mantido a um nível de reconhecimento e de apoio, superiores aos feitos que efectivamente tem alcançado, longe do que a sua história o exige, longe do seu desígnio, longe dos sonhos dos seus fundadores.

Vivi 17 épocas sem o titulo de campeão e estou perto de cumprir mais uma década de seca e não me sinto orgulhoso por isto e teria vergonha de classificar o que tenho vivido ao longo da minha vida como Sportinguista, como uma época de glória. É um insulto à nossa historia.

Os 15 anos que antecederam o roquettismo, foram marcados por períodos de instabilidade directiva, mandatos curtos e de personalidades por vezes escabrosas e/ou incompetentes, sem mãos para pegar no clube. Roquette, quando apareceu na altura, foi inovador. Apareceram as SADs, falou-se e aplicou-se o conceito de gestão profissional, o Sporting era claramente o único clube com uma visão estratégica e de médio e longo prazo, mas também foi aí que entrou no nosso sistema um vírus que foi grassando e nos foi diminuindo… a memorização do clube ao conceito de empresa, do sócio ao conceito de cliente. Extinguiram-se várias modalidades pois o paradigma de clube empresa assim o exigia, andávamos embriagados com os nossos gestores, que falavam de forma diferente dos outros, recorriam a termos como passivo, orçamento, rigor financeiro e pareciam saber do que falavam. Pois não sabiam, porque esqueciam que somos o Sporting. Que somos obrigados a lutar por vitorias, que não viramos a cara à luta, que somos Leões. E que somos um clube desportivo. Nos 18 anos de seca, apesar da incompetência, éramos vibrantes e todos os anos era um virar da página e a renovação de um sonho. Com o Roquettismo e aqui o criador até foi e a meu ver o menos culpado, passou-se da
Crença a resignação, da fé ( embora muitas vezes lírica ) ao miserabilismo.

As únicas diferenças entre as 2 metades destes 30 anos não são estas. O Roquettismo é também um período, ao contrario do anterior, em que há uma uniformização de pensamento e de forma de estar, em que o poder se tem mantido sempre e de uma forma quase genética e hereditária qual monarquia, nas mãos dos mesmos e onde vários tem responsabilidades directas, durante mandatos sucessivos.

Resumindo, são 30 anos negros na nossa historia e em que no ultimo período, a responsabilidade é facilmente identificável. É também um período que colocou o Sporting e por varias gerações futuras, no limiar da sobrevivência enquanto clube grande, vazio de património, falido e com uma massa efectiva de apoio a légua do que já foi.

16 anos de glória? Seja qual for a perspectiva, é um pensamento que me envergonha e é parte de um titulo deste tópico que peço que seja alterado.

Parabéns pelo post inicial, pela coragem, pois os arautos da desgraça salivavam por isso mesmo. Aceitas-te um presente envenenado, creio que já o sabias e escreveste-o a mesma. PARABÉNS!

A maior parte dos indignados, arrisco 90%, com os últimos x anos do SCP não fazem a mínima ideia do que é gerir o CLUBE, exactamente por essa razão não valorizo certas, e muito propagadas, opiniões.

Isto independentemente de continuar a pensar que a Cadeira é muito apetecida…

:arrow:

Quando alguém é eleito, nomeado ou afinado para um mandato tem de ter a máxima de não prejudicar o mandato seguinte…
O que tem sido feito no Sporting é a cada mandato piorar ainda mais a situação de quem vier no mandato seguinte.

João Rocha ou Sousa Cintra podem ter praticado excelentes actos de gestão, como cometeram erros que nos custaram caro… No entanto, não colocaram em causa a sustentabilidade do Clube. Onde os Activos foram sempre bastante superiores em relação ao passivo.
O próprio “demónio” Jorge Gonçalves, apoiante de Godinho nas últimas eleições, cuja gestão é criticada praticamente por 100% dos Sportinguistas… Não enterrou o Clube, tal como estes roquetteiros o fizeram nestes últimos 16 anos…

Nestes últimos 16 anos houve uma debandada de Sócios, cavou-se o maior passivo de sempre da História do Clube, esvaziou-se o património do Clube, COMPROMETEU-SE O FUTURO DO CLUBE.

Neste Historial de “16 anos de glória”, caso fosse apresentado o número de títulos que o Porto ganhou nas mesmas datas… Mas se o futuro tivesse igualmente comprometido. Seria extremamente grave. O que dizer de um historial mais fraco e com o futuro completamente hipotecado?

A Mediocridade está instalada e mais que os dirigentes, são os SÓCIOS os culpados da actual situação. Mentalidades pequenas, transformam Clubes Grandes em pequenos…

em primeiro lugar, estou a gostar do tópico, como se tem desenvolvido: com discussão razoavelmente séria e sem insultos o que acho um bom sinal para este fórum. E consegui um objectivo que acho importante, que foi retirar a discussão sobre o CLube do plano meramente financeiro e de gestão, e relembrar um pouco que o Sporting é um clube desportivo.

Gostei muito de vários posts aqui, tanto dos que não gostaram, como dos que gostaram (e já agora, pelo sportinguismo a toda a prova e puro, um grande abraço ao ruitrind), como dos que no fundo sabem ver que estes dados sobre títulos são apenas uma parte da história, e que não é possível avaliar o DR apenas com base nisto.Nem eu tentei!

Apenas e só, introduzi uma variável no sistema que andava esquecida por aqui. O sucesso desportivo.

E Lion73, tenho muito respeito pelo que dizes, argumentas com inteligência e conhecimento (em várias áreas, conhecimento muito superior ao meu), mas, insisto, cada troféu ganho traz glória ao Sporting.

E para mim, todos os anos do Sporting, desde 1906, independentemente de tudo o resto, trouxeram glória ao Sporting. Até durante o consulado do bigodes (esta custou a escrever). Até durante o consulado do JEB, provavelmente o pior presidente da nossa história.

O título é provocador com certeza - e ainda bem, porque provocou uma discussão que me parece saudável! E é também adequado, não como avaliação do projecto Roquette, que esse tem que ser avaliado em todas as suas vertentes, sobretudo no que diz respeito à sustentabilidade futura do CLube, mas como avaliação dos muitos troféus ganhos.

nunoni:

Eu fiz a referência ao título do tópico, não pela discordância, que a tenho com grande parte do seu conteúdo, não pelos números, que tenho feito referência a eles em outro âmbito de discussão e por aí concordo com o interesse da discussão, que nos leva a uma verdade ainda mais triste do que muitas vezes é falada, é que o nosso declínio dá toda a ideia de estruturante e antecedeu o Roquettismo. Fiz referência ao título pelo perigo que considero existir, por todos os que lerem o mesmo e principalmente os Sportinguistas mais novos, que se identifiquem com a glória de que falas, porque dá toda a ideia de satisfação e regozijo por 2 títulos de campeão em 16 anos e um par de taças e umas quantas supertaças. Seria a aceitação de uma realidade de um Sporting mais pequeno que quero e do que o foi na sua história.

Bolas, eu sou um defensor do trabalho de Bento e fiz essa defesa até à exaustão e por vezes até com alguns exageros mas nunca me passou pela cabeça classificar esse período como glorioso.

A maior parte dos indignados, arrisco 90%, com os últimos x anos do SCP não fazem a mínima ideia do que é gerir o CLUBE, exactamente por essa razão não valorizo certas, e muito propagadas, opiniões.

Isto independentemente de continuar a pensar que a Cadeira é muito apetecida…

Vamos fechar o fórum aos adeptos e convidar dirigentes e ex dirigentes, que eles sabem o que é gerir um clube. Eles sabem o que é gerir o Sporting. Há décadas que vemos o benfica a distanciar-se em títulos, o porto a alcançar a hegemonia, não temos património, não vivemos com aquilo que ganhamos, estamos em riscos de ter o nosso futebol, literalmente nas mãos da banca ou nas mãos de capital externo, mas em vez disso damos as mãos de contentes e satisfazemos-nos com a nossa realidade, ostracizando quem não se satisfaz… afinal não sabem gerir um clube.

:boohoo:

Eu explico-me melhor. Muitos, por aqui, não sabem sequer o que é gerir um orçamento familiar, ou uma micro-empresa. Mas têm a certeza do que é gerir uma organização como o Sporting Clube de Portugal. Posso estar a dar a ideia de pretensiosismo, não queria.

Sei por outro lado que se deve dar ouvidos a todos, a novas ideias, parar para ouvir outros. Faço-o com regularidade na minha vida profissional, até se pode dizer que “vendo” essa ideia. O que deixo de fazer, também com regularidade, é ouvir quem nada traz de novo.

Exemplo prático: Se um comercial me tentar vender um produto/ideia/whatever onde no seu discurso repetir as más vertentes daquele que possuo, e não aquilo em que aquele produto/ideia/whatever é uma mais valia, eu até posso perceber aquilo que está mal no meu produto/ideia/whatever, até concordar, mas são, maioritariamente, quase exclusivamente old-news.

Génios, vide Steve Jobs, aparecem de vez em quando e surpreendem quase sempre. Como eu gostava que surgi-se um para o meu SCP.

Se és tão experimentado, tão bom e tão superior em gestão, porque raio não estás a trabalhar no Sporting e a tapar o buraco financeiro que tu e os que os apoiam ajudaram a construir?

Se és tão especializado em gestão Financeira/desportiva porque não te vejo com 1 alto cargo numa grande empresa Nacional?

Comparar orçamentos familiares ao Sporting é de um gajo bater com a cabeça na parede!

Cada vez existe menos vergonha na cara e cada vez existe mais elitistas que se acham superiores a outros Sportinguistas, o que é grave.

:wall:

Mas eles sao da Elite!! genios das finanças e mestres da economia…com mestrado em engenharias financeiras e com experiencia em processos de afinaçao…

Quando nao houver patrimonio…espera, ja nao ha…

recapitulando…

quando nao tivermos maioria na SAD, espera, ja nao temos…

huuum…

quando nao suportarmos as contas correntes sem emprestimos, alto, ja nao suportamos…

entao, 2 Campeonatos, umas taças em 16 anos, valeram todo o patrimonio e uma divida superior a 300 milhoes? fantastica gestao, realmente em minha casa nao faria melhor…

a juntar a isto o maior erro do clube, a construçao de um Estadio a pensar em concertos e afins, nem o Estadio foi construido a pensar no futebol, e com derrapagens superiores a 50% do orçamento inicial se a memoria nao me falha…

Brilhantes gestores, venderam o clube por meia duzia de titulos, ate Fausto se vendeu por bem mais…

16 anos de merda… Vocês que já viram o ENORME ser campeão e eu não, não me podem impedir de ver o ENORME a ser campeão… Roquettes, fsf, jebs tiraram-me a oportunidade ver o Sporting Campeão… 16 anos de glória???’ GOSH!!! Só se for na secção do Futsal ou no Andebol… O Sporting não é nenhum braga para considerar-se que em 16 anos passados 2 campeonatos sejam tempos de glória… Desde que entrei na Escola que vejo sempre os mesmos a festejar, os mesmos a gozar os mesmos a dar bazófia… Se há alguém que acha que estes 16 anos que coincidem com o meu tempo na escola sejam de glória então bem pode ir para o crlh!!! O GL se para a próxima época não ganhar o título também pode ir para o crlh!!!

Como é que é possível teres entendido isso das minhas palavras ^-^

Batemos na mesma tecla de sempre, old-news. As vezes até parece que querem que corra mal só para poderem ter razão. Eu quero é andar para frente!

Boldei uma parte da citação, para te perguntar directamente e humildemente o que é que te levou a escrever isso?! Nem sempre a mensagem passa como queremos, ou eu me expliquei mal, ou houve um mal-entendido da tua parte. Só pode.

Têm o que merecem. Isto é o sporting.