O novo Alves dos Reis?

[b]Vale e Azevedo tem vida milionária em Londres[/b]

Vale e Azevedo, fugido à Justiça em Portugal, está a viver uma vida de luxo no bairro mais caro de Londres, revela o Correio da Manhã desta segunda-feira. O antigo presidente do Benfica está agora à frente de uma sociedade de investimento.

João Vale e Azevedo, contra quem existe um mandato de detenção europeu, está a viver no bairro mais caro de Londres, Knights Bridge, revela o Correio da Manhã desta segunda-feira, numa reportagem de quatro páginas.

Apesar da justiça portuguesa não saber dele, o antigo presidente do Benfica vive há dois anos uma vida de lorde numa casa com quatro andares, no valor de 15 milhões de euros, a cem metros da embaixada portuguesa e perto do magnata russo dono do Chelsea, Roman Abramovich.

O antigo presidente do Benfica está agora à frente de uma sociedade de investimento que passa pelo açúcar e cereais e ainda pela comercialização de etanol, o novo combustível não poluente. Entre os cinco sócios de Vale e Azevedo encontra-se Glenn Cooper, administrador da SAD do Benfica entre 1997 e 2000.

Vale e Azevedo, um dos mais luxuosos fugitivos portugueses, é proprietário de um Bentley no valor de 380 mil euros, com direito a motorista, a quem alegadamente paga um salário de mais de quatro mil euros por mês.

Através do motorista argelino, o ex presidente do Benfica fez saber que não pretende fazer qualquer comentário.

Há poucos dias, o advogado inglês de Vale e Azevedo tinha afirmado desconhecer que existisse qualquer mandado de captura internacional contra o antigo presidente benfiquista.

in SAPO - Notícias de hoje atualizadas ao minuto

Não.

Alves dos Reis utilizou o ‘dom’ que tinha, ao serviço de Angola e do desenvolvimento dos seus caminhos de ferro.

A analogia é ‘injusta’. Este, é um vulgar embusteiro, que faz da falsificação de documentos, o seu único modo de vida.

Bom, não há dúvida que este “artista” não atinge a dimensão do Alves dos Reis. O Alves dos Reis ainda jovem (foi descoberto e preso ainda antes dos 30 anos) já era dono de grande parte do Banco de Portugal, era dono do Banco de Angola (que o mesmo fundou através das notas falsas).

Mas no fundo trata-se do mesmo: gente que enriquece brutalmente à custa de burlas e falsificações.

Outro “artista” também conhecido e que por sinal já se candidatou várias vezes à presidência do Benfica é o Guerra Madaleno. O homem era um simples advogado até ao momento em que começou a negociar imobiliário. Vendia os mesmo apartamentos a 10 pessoas diferentes. Era presidente do Ginásio de Alcobaça levou a equipa à primeira divisão (pela única vez na história do clube). Eram famosas as suas “transacções” de jogadores. Dizia sem pejo nas assembleias que “comprava” os jornalistas para eles exagerarem nos elogios aos jogadores e com isso vendeu vários jogadores a preços elevados e completamente desajustados do seu real valor. Foi preso mas continuava a presidir ao Ginásio dentro da prisão onde tratava das transferências de jogadores e por lá circulavam malas de dinheiro. No fim, tudo acabou, o Ginásio acabou na miséria cheio de dívidas e a passar um calvário desportivo que ainda dura.

Pois é, ‘artistas’ é o que não falta por aí.

Esse exemplo do Madaleno, faz-me lembrar um sujeito, que foi candidato a Presidente do nosso clube e até ganhou.

Segundo consta, numa temporada em que esteve no Brasil, dedicava-se a pôr anúncios de venda de andares, que não eram dele.
Os candidatos apareciam no hotel indicado. Eram separados pelos quartos que ele tinha préviamente reservado.
Depois, ele cirandava pelos quartos a regatear e leiloar os tais andares, que supostamente eram objecto de venda.

‘Artistas’ haverá sempre, porque os incautos são uma espécie que nunca acaba.

Discordo!
Foi o melhor presidente que o gajos tiveram.
Lamentavelmente, como todos os “génios”, foi um incompreendido e teve o seu glorioso trabalho interrompido.
Se calhar o orelhas está a fazer a mesma coisa, só que não o faz com a eficiência e rapidez do VA.

Mas o VA n é sportinguista?

Referes-te ao rei das águas, mas segundo o que li nunca burlou ninguém, apenas vendia os andares antes de os comprar… Mas quem lhe dava o dinheiro para a compra não era defraudado, pois acabava por ficar com os apartamentos - ficavam era bastante mais caros…

Defraudou e defraudou bem, vendeu o mesmo terreno a várias pessoas. :lol:

Não fugi mas também não volto: este faz lembrar a Fatíma Felgueiras, às tantas se se candidatar novamente à presidência dos orcs ainda vence novamente:

20:11 - Actualidade
Vale e Azevedo: “Não sou fugitivo mas pelo meu pé não vou para Portugal”

João Vale e Azevedo garantiu hoje à Lusa que não é fugitivo, mas que não vai voltar a Portugal voluntariamente, mas obrigado e às custas das autoridades. “Pelo meu pé não vou”, avisou hoje o ex-presidente do Benfica, em entrevista à agência Lusa. “Se há sentença para ser cumprida, devem usar os meios legais para tal”, justificou. Todavia, salientou que não é “nem fugitivo, nem foragido” e que as autoridades portuguesas sabem onde ele está. “As autoridades portuguesas foram avisadas pelos advogados portugueses e ingleses, por escrito, em português e em inglês, onde eu me encontro”, sublinha.

http://www.ojogo.pt/Directo/NoticiaHoraFutebolNacional_ValeLondres2406_78813.asp

Faz ele muito bem. Essa história tá mal contada. Alguém duvida que é o SLB que o está a tramar, se ele tem saido a bem do SLB agora tava a viver bem em Cascais e ninguém o chateava, mas como o Orelhas e o bêbado precisavam dum bode expiatório tramaram o Vale.
Foi enxovalhado pela justiça portuguesa, 17 segundos de liberdade :lol:, nem num país do 3º mundo. Se eu fosse ele também não voltava.

Para complementar o tópico fica aqui a longa reportagem do Correio da Manhã sobre a vida e os negócios do V&A ( :lol:) em Londres:

Inglaterra: Indiferente aos sete anos e meio de cadeia por burla

Foragido em Londres

Indiferente à Justiça portuguesa, João Vale e Azevedo faz vida de lorde com a mulher, Filipa, a cem metros de solo nacional. A embaixada do nosso país, tal como o magnata russo dono do Chelsea, partilham com o antigo presidente do Benfica o bom gosto do bairro mais caro de Londres. Knights Bridge.

Foi a partir dali, de táxi e a pé, que o CM seguiu e fotografou na última quinta-feira todos os passos do foragido. Desde as visitas a grandes bancos de investimento em Oxford street até ao glamour de um elitista torneio de ténis a convite da Bentley. E entre a mansão de 15 milhões e um carro de luxo de 380 mil euros, com motorista, criada e mordomo, sete anos e meio de cadeia por burla qualificada podem esperar. Quando confrontado pela nossa reportagem, Vale mandou uma mensagem simples pelo mordomo: “No comments [sem comentários].”

O chauffer argelino é pago a 47 mil libras por ano, sabe o CM, cerca de 4200 euros ao mês. Mas é também o preço a pagar pela “discrição”, recorda um imigrante desde o lado pobre da cidade, lamentando apenas que Vale e Azevedo nunca queira os “portugueses a trabalhar para ele”. A pontualidade britânica é outro ponto forte do motorista, com o luxuoso Bentley Arnage T preto, de quatro portas, sempre impecavelmente limpo e 456 cavalos de potência no motor a trabalhar à porta do 21 de Wilton Place pelas 09h30.

Do interior forrado a madeira e os estofos em pele bege, no rigor do seu fato e gravata, o argelino sai em direcção ao café. Compra os jornais do dia e regressa ao carro, onde o patrão não tardará. O CM posiciona-se do outro lado da rua e observa a saída matinal do fugitivo – alvo de mandados de captura nacional e internacional para ser de imediato conduzido à prisão. Pela frente, e apenas para já, Vale e Azevedo tem a cumprir sete anos e meio por burla no caso Dantas da Cunha, ao ter falsificado uma procuração do antigo amigo para lhe hipotecar um prédio no Areeiro, Lisboa, à Caixa Geral de Depósitos (CGD).

Burlados: Pedro Dantas da Cunha e CGD, cada em 7,5 milhões de euros, com juros, que o condenado está ainda obrigado a pagar. Mas Vale já nada tem em seu nome. Apesar de viver numa casa de rés-do-chão, 1º, 2º, 3º e 4º andares no coração de Londres. “Estão aqui há pelo menos dois anos”, confirma a vizinha do número 20, referindo-se a “um casal discreto mas muito simpático”. Nesta quinta-feira de Sol, eram dez em ponto quando vimos Vale e Azevedo, 51 anos, consideravelmente mais gordo e a coxear, a sair de casa em passo descontraído. Blazer e camisa azuis, calças beges, cumprimenta o motorista e entra para o banco de trás, onde recebe os jornais e puxa quase instintivamente do telemóvel.

O caminho de carro é rápido até ao centro financeiro da capital inglesa, os bancos de investimento ao longo da imponente Oxford street. Vão entretidos pela animada conversa, perceptível ao gesticular do argelino, num dia de Portugal-Alemanha em futebol. O antigo presidente do clube da Luz, que já cumpriu três anos de prisão e tem ainda vários processos pendentes por lesar os encarnados em milhões de euros, além de burlar pessoas, ordena ao seu motorista que encoste. Estão a apenas um quarteirão da grande avenida e a partir dali o patrão prefere continuar a pé.

A manhã de trabalho está longe de ser cansativa: duas visitas rápidas a bancos e o regresso sorridente a casa. Primeiro o HSBC, do lado direito de quem desce pela Oxford street. Um ligeiro olhar pelas montras vizinhas e finalmente a chegada à agência, onde é rapidamente atendido em ambiente privado. Sai em vinte minutos e ao passar a porta ajeita a carteira, no bolso interior do blazer. Cruza-se com o CM no seu coxear e o Lloyds TSB é o balcão que se segue, para uma conversa de 15 minutos, até que às 11h05 Vale já está de regresso ao Bentley.

O argelino aguarda-o no ponto combinado, junto ao café da cadeia Starbucks. Vale volta a acomodar-se no banco de trás. Terminou o dia de trabalho. É altura de regressar a casa, onde a mulher o espera impecavelmente vestida de branco, e de partirem em direcção ao campo. Já estamos de volta à mansão de Wilton Place. É ali que João e Filipa Vale e Azevedo vivem há pelo menos dois anos, conforme assegura a vizinha do lado. E é também ali, entre quatro andares, que oficialmente está a funcionar a sociedade V&A Capital Limited.

VIDA DE LORDE NO REINO DE ISABEL II

Diz o site da empresa tratar-se de uma sociedade de investimento “principal, mas não exclusivo, na produção de açúcar e cereais, através da introdução de novos conceitos, produtos e mercados, com um particular ênfase na produção e comercialização de Etanol, nova fonte de energia não poluente”. E à cabeça da empresa surge João Vale e Azevedo, entre cinco associados, dos quais há um nome familiar: Glenn Cooper. Foi administrador da SAD do Benfica durante a presidência de Vale, entre 1997 e 2000, e um dos responsáveis pela montagem da operação de aumento de capital da SAD, que nunca se chegou a realizar naquele mandato. De qualquer forma, e enquanto representante da Altium Capital Limited, com sede em Londres, cobrou um milhão de euros ao Benfica.

Filipa Vale e Azevedo dá ainda os últimos retoques na maquilhagem antes do evento social e o marido aproveita para entrar dois minutos. Vai buscar uma carta para colocar no marco do correio e às 11h35 o casal está dentro do carro. João sempre ao telemóvel. O passeio segue pelo trânsito ordenado de Knights Bridge, a enorme avenida com os armazéns Harrods e a casa de Roman Abramovich à nossa esquerda, em direcção ao aeroporto de Heathrow, já fora de Londres. O mandado de captura internacional poderá ainda não estar no sistema informático da Europol e Interpol – porque se estiver Vale e Azevedo será preso antes sequer de embarcar. Se não, o fugitivo pode circular por mais algum tempo no Espaço Schengen, com a excepção de Portugal, onde é levado para a cadeia.

Mas o potente Bentley, com capacidade para atingir os 270 km/h, continua tranquilamente na auto-estrada M4. Passa por Heathrow na direcção de Ascot, onde por estes dias têm lugar as mais famosas corridas de cavalos de todo o Mundo. Só que o casal não se deixa tentar pelo meio das apostas e, para esta quinta-feira, tem um programa mais sedutor. Ténis.

João Vale e Azevedo sabe que o torneio Boodles Challenge é especial. No requinte e no enorme cariz social. É ali que se fazem negócios. E para mais vão a convite de Jack Barclay, representante da Bentley. O fiel motorista argelino entra por uma estrada secundária em direcção a Stoke Park Club, entre campos de golfe a perder de vista, e deixa-os à porta pelas 12h15. Mesmo a tempo do almoço na tenda VIP.

O CM segue logo atrás e, para lá dos portões de acesso a terrenos de um palácio de séculos longínquos, depara-se com Rolls Royce, Maserati ou Bentley espalhados pela relva. Automóveis em exposição, no local perfeito para incentivar a investimentos nunca inferiores a 250 mil euros. Reúne-se ao almoço, sob pretexto do ténis, parte da alta sociedade londrina. Por entre a sombra dos luxuosos automóveis, em jeito de improviso mas onde nada é deixado ao acaso, senhoras de chapéu trocam palavras de circunstância e deleitam-se com entradas de caviar regadas a champanhe.

Breves minutos até que a organização chama os convidados para as mesas – 40 ao todo, para grupos de oito pessoas. João e Filipa, sempre muito sorridentes, aproveitam o repasto à mesa da Bentley para trocar impressões à esquerda e à direita. Passa uma hora até que os convidados são chamados à atenção para uma pequena surpresa. Só para eles está à espera de uma entrevista o tenista sérvio Novak Djokovic, nº 3 do ranking mundial.

Reina a boa disposição. João Vale e Azevedo não evita algumas gargalhadas face ao humor do sérvio. E estão dentro daquela tenda algumas das maiores fortunas britânicas. O ambiente não podia ser melhor. Dispersos entre as 40 mesas, os repórteres do CM misturam-se entre fotógrafos britânicos, destacados mais para a relevância económica e social do evento do que para o torneio. Na mesa 14, Filipa Vale e Azevedo junta-se ao marido, há um mês procurado pela Justiça portuguesa, e sorriem os dois para as objectivas. Entre as quais a do CM.

Segue-se o torneio de ténis, antecâmara para o famoso Wimbledon, na adaptação de algumas estrelas à relva. À espera de Vale e da mulher, lugares reservados no restrito camarote da Bentley. Filipa Vale e Azevedo mais focada na bola; João sempre ao telemóvel e atento às movimentações sociais. Vergado a hábitos britânicos, o casal retira-se às 18h00. Hora de jantar. Voltam ao conforto do Bentley, até casa, onde são depois incomodados pelo CM. “No comments.”

NAS MÃOS DA JUSTIÇA INGLESA

Vale e Azevedo já devia estar na cadeia a cumprir sete anos e meio desde 20 de Maio, dia em que o juiz Renato Barroso mandou emitir em seu nome um mandado de captura a nível nacional. Transitou em julgado o caso Dantas da Cunha, em que o ex-presidente do Benfica foi condenado por burla qualificada ao antigo amigo e à Caixa Geral de Depósitos, no valor de 15 milhões de euros, juros incluídos. Uma vez que continua em Londres, conforme o CM testemunhou, o Ministério Público emitiu um mandado internacional. Entrará a qualquer momento no sistema informático da Interpol e da Europol, que solicitarão a um tribunal londrino que ordene a detenção de Vale. Este pode requerer às autoridades britânicas a não extradição. Até pode pedir asilo. Mas “há um regulamento europeu para extradições no Espaço Schengen”, recordam fontes judiciais, que “à partida deve ser cumprido”.

TRANSFERÊNCIAS DE JOGADORES

Vale a Azevedo tem ainda dois grandes processos pendentes, que lhe podem custar vários anos de prisão. Um diz respeito ao caso Ribafria, por burla aos corticeiros José Rufino e Cesinando Guerreiro, em que se apropriou de 1,5 milhões de euros. Já está condenado a cinco anos de prisão efectiva, mas como o Supremo Tribunal de Justiça lhe recusou o recurso, está ainda em fase de reclamação. O outro, já pronunciado e que brevemente começará a ser julgado na 2ª Vara da Boa-Hora, diz respeito a três crimes de peculato, um de falsificação de documentos, abuso de confiança e branqueamento de capitais nas transferências dos jogadores Scott Minto, Gary Charles, Tahar e Amaral.

BENFICA ABRIU-LHE AS PORTAS

Quando se apresentou em 1997 a eleições para a presidência do Benfica, acenando aos sócios com a contratação de Rui Costa à Fiorentina e um empréstimo obrigacionista de dez milhões de contos (50 milhões de euros), Vale e Azevedo era um desconhecido no País. Na altura com 40 anos, abriu às televisões as portas do luxuoso escritório na Av. da Liberdade, Lisboa – e era supostamente um advogado de enorme sucesso. Formado em 1980 pela Faculdade de Direito de Lisboa, foi ainda assessor jurídico e chefe de gabinete de um ministro de Pinto Balsemão. As suas promessas cilindraram as candidaturas de Luís Tadeu e Abílio Rodrigues, alcançando a presidência do Benfica até 2000. Nesse ano perdeu para Manuel Vilarinho e acabou preso.

“VALE É MUITO SIMPÁTICO”

Na cidade onde se tropeça num português a cada esquina, já todos ouviram falar "do Vale e Azevedo cá estar " mas a maior parte nunca o viu. Conhecem as histórias “das burlas de milhões”, mas estão longe da alta sociedade. Com a excepção de Bruno, a trabalhar na Patisserie Valerie, pastelaria em Kings Road. A li, na zona de Chelsea, “vive o irmão” de Vale e Azevedo – “às vezes vêm tomar o pequeno-almoço”. A última vez que Bruno viu João “foi há um mês. Vinha a coxear”. O emigrante recorda “uma pessoa muito simpática” e que só sabe viver “para os lados de Knighton Bridge” – a zona de elite da capital inglesa.

BENTLEY É O CARRO DA COROA

Os automóveis oficiais da coroa britânica, no reinado de Isabel II, sempre foram Rolls Royce até ao dia em que a BMW adquiriu a marca britânica, em 1998. A rainha passou então a optar pela rival Bentley, que ao mesmo tempo é frequente ver-se em diferentes modelos pelas ruas de Londres. Apesar dos preços proibitivos. É o caso de João Vale e Azevedo, no seu Bentley Arnage T, de 380 mil euros e matrícula personalizada. Apesar da vulgaridade nos topos de gama a circular pela capital inglesa – Maserati, Rolls Royce, Mercedes, Porsche ou Ferrari – Vale e Azevedo consegue distinguir-se no seu automóvel de luxo. Movimenta-se nas zonas de alta finança da cidade como poucos, a pé por Oxford street ou conduzido pelo fiel motorista argelino.

O DIA-A-DIA DO VIZINHO DE ABRAMOVICH

O CM seguiu a par e passo um dia na vida milionária do ex-presidente do Benfica e da mulher. De casa até ao ténis de Bentley.

09H30

MOTORISTA. O argelino contratado por Vale e Azevedo para conduzir o Bentley é pontual. Meia hora antes de o patrão sair para ir aos bancos já está à porta do número 21 de Wilton Place, uma casa avaliada em 15 milhões de euros.

10H00

OXFORD. Vale sai de casa em direcção ao carro, que o espera do outro lado da rua. Está visivelmente mais gordo e coxeia. O objectivo da manhã é visitar dois bancos de investimento em Oxford street, uma das principais avenidas.

10H02

LEITURA. Quando entra no carro, o ex-presidente do Benfica recebe automaticamente os jornais do dia, que o motorista lhe foi comprar quando chegou. Depois conversam animadamente, nos vinte minutos de passeio pelas ruas de Londres.

10H20

CONFORTO. A viagem de carro passa entre a animada conversa com o motorista e uma chamada de telemóvel. Acomodado no banco traseiro do seu Bentley de 380 mil euros, Vale ordena ao motorista que encoste perto de Oxford street.

10H50

BANCO I. O ex-presidente do Benfica, foragido à Justiça, demora-se 20 minutos em atendimento privado no HSBC, banco de investimento. Sai com ar bem-disposto e, ao cruzar as portas em direcção à segunda investida do dia, ajeita a carteira.

10H52

PASSEIO. Vale não se prende com grandes pormenores numa das principais avenidas de Londres, com excepção de uma ou outra montra, mas aproveita para desfrutar, entre ingleses e turistas, de uma rara manhã de Sol na capital.

10H55

RONALDO. À passagem por uma tenda com camisolas de futebolistas da selecção e clubes britânicos à venda, o ex-presidente do Benfica fixou a camisola do número 7 do Manchester United, em dia de Portugal-Alemanha no Euro’2008.

11H10

BANCO II. Quando saiu do Lloyds TSB, depois de uma visita de 15 minutos, acabou o dia de trabalho para Vale e Azevedo. Era altura de chamar o motorista e regressar a casa.

11H30

ALMOÇO. Convidado pela Bentley para um almoço num clube de ténis, Vale tem pouco tempo. Enquanto vai buscar a mulher a casa aproveita para pôr uma carta no correio.

NOTAS

CASAL UNIDO: FILIPA EM LONDRES

Filipa Vale e Azevedo continua a acompanhar o marido na alta sociedade londrina, apesar de este ter mandados de captura em seu nome para ser de imediato conduzido à cadeia em Lisboa.

VIZINHA: FORAM APRESENTAR-SE

Uma das vizinhas do casal, que se mudou para o n.º 22 deL Wilton Place há cerca de três semanas, recorda ao ‘CM’ quando a família Vale e Azevedo se foi apresentar. “São muito simpáticos”.

EMPRESA: QUATRO ASSOCIADOS

Apesar de o site da empresa V&A referir que Vale e Azevedo tem quatro associados, o ‘CM’ não viu nenhum. Apenas constatou que o número 21 de Wilton Place é uma casa de família.

TÉNIS: ANTES DE WIMBLEDON

O The Boodles Challenge é um torneio de ténis com enormes tradições em Londres, onde a alta sociedade britânica se reúne dias antes do grand slam de Wimbledon.

LONDRES: 80 MIL PORTUGUESES

Longe do nível social em que Vale e Azevedo se movimenta há cerca de 80 mil emigrantes portugueses só na zona de South Lambeth, Londres, onde costumam conviver.

CLUB: PALÁCIO COM GOLFE

À entrada de Stoke Park Club, onde Vale e Azevedo e a mulher almoçaram e assistiram ao torneio de ténis, pode ver-se um enorme palácio rodeado por um campo de golfe.

CONFIANÇA: MOTORISTA ARGELINO

O motorista argelino de serviço para o casal é conhecido pela sua enorme discrição. Ganha cerca de 4200 euros por mês e há alguns anos que é um homem de confiança de Vale e Azevedo.

FILHOS: ESTUDOS EM LISBOA

Os filhos de Vale e Azevedo continuam a estudar em Lisboa, apesar da longa ausência do pai. Se Vale e Azevedo entrar em Portugal será imediatamente preso e conduzido à cadeia.

MATRÍCULA: PERSONALIZADA

A matrícula do Bentley de Vale e Azevedo, à semelhança de outras em Londres, é personalizada. Tem as letras iniciais do nome do dono e o número (57) do ano de nascimento.

CONVIDADO: 007 NO TORNEIO

Entre os muitos convidados VIP também passou pelo famoso torneio de ténis o conceituado actor Pierce Brosnan, celebrizado no papel do agente secreto James Bond.

ALMOÇO: CONVERSA ANIMADA

Durante o almoço, na tenda VIP do torneio, o casal Vale e Azevedo esteve sempre animado e a trocar impressões com os outros convidados numa das mesas da Bentley.

MANDADO: VALE DESCONHECE

O advogado inglês de Vale e Azevedo, Edward Perrot, diz que este desconhece por completo um mandado de detenção europeu passado em seu nome. Este foi anunciado pela PGR dia 6.

GNR: TENTARAM PRENDER VALE

A GNR de Sintra esteve na casa de Vale e Azevedo em Almoçageme para cumprir o mandado de captura nacional já este mês e foi informada pelo caseiro de que o patrão vive em Londres.

Henrique Machado

in http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=1E2A136E-5C58-4285-B7B2-11AC5936E0CC&channelid=00000181-0000-0000-0000-000000000181