O Investimento Agressivo e a Gestão Desportiva em 2010

O Sporting está a levar a cabo um forte investimento no Mercado, contratando jogadores que até há bem pouco tempo seriam impensáveis dada a estratégia de contenção com limites bem apertados e tectos salariais bem definidos.

Depois de Bettencourt ter acabado o ano de 2009 a dizer que seria gasto “o que fosse necessário”, o novo ano chega com declarações de Carlos Carvalhal, dizendo que não só o Sporting continuará activo no Mercado até dia 31 de Janeiro, como também no defeso dará continuidade a esta postura agressiva e “gastadora”.

[ul][li]De onde virá o dinheiro para esta súbita capacidade de investimento?[/li]
[li]Justifica-se, dada a limitação técnica do plantel e o volume do Passivo, esta postura agressiva?[/li]
[li]Que efeito terá este investimento sobre os Capitais Próprios negativos e Falência Técnica que tanto preocupam?[/li]
[li]Está o Sporting a investir bem e com critério?[/li]
[li]Quanto será gasto em Janeiro e qual será o orçamento em 2010/11?[/li]
[li]Conseguirá o Sporting suportar um investimento continuado e sustentado?[/li]
[li]CML, SportingTV e VMOC’s. Estar-se-à também a contar com a venda de jogadores?[/li][/ul]

ATENÇÃO: Pedia que fossem evitadas as sugestões de jogadores e contratações neste tópico. Existe uma secção inteira com essa finalidade.

Esta mudança de postura parece-me acertada, por várias razões.

  • A poupança não fez melhorar as contas do clube, antes pelo contrário, na medida em que as receitas cairam abruptamente, nomeadamente vindas da venda de activos do clube.
  • Se os resultados desportivos não surgem, os jogadores não se valorizam, logo não é possível gerar mais valias consideráveis com a alienação de activos.
  • A pobreza do plantel contribuiu para uma imagem desastrosa na champions league, com as goleadas sofridas na época passada. Tal facto piorou ainda mais o valor de mercado dos nossos jogadores.
  • A aposta cega na formação dificulta a avaliação dos activos do clube.
  • Gastar dinheiro em bons jogadores é um investimento e não dinheiro deitado à rua. Depois se os resultados desportivos melhorarem,os nossos activos vão sair valorizados.
  • O Sporting ficará mais competitivo, gerará mais receitas, dar-nos-á mais alegrias, encherá os estádios, voltaremos a ser falados pelo mundo de uma forma mais vincada.
  • E o mais importante: abandono do discuso do coitadinho. Isto trará um reforço brutal do poder instituicional do sporting e o respeito de todos.

Força Sporting!!!

Não vindo propriamente tentar responder às perguntas (todas), mas curiosamente ainda à pouco quando estava a ouvir o Carvalhal na tv lembrei-me um colega forista, que há uns tempos atrás deixou bem explicado na forma como se devia proceder e justificar o papel dos jovens da Academia no futebol do Clube, parece que andou mesmo a ler por aqui… O tópico nesta altura é pertinente.

Bem, assim de forma muito rápida e sucinta, eu por mim acho que o dinheiro virá não só de «onde vem o dinheiro com que os outros clubes se reforçam também» (Carvalhal dixit), mas sobretudo dos patrocinios (antecipados) e de uma prevista venda de um activo importante (Veloso, espero).

Penso também que o investimento justificava-se sempre, fosse agora ou mais tarde, com estes dirigentes/treinador ou outros, pois os desiquilibrios e a falta de qualidade geral no plantel era demasiado evidente.

Tentou-se o milagre (leia-se conquistar o campeonato recorrendo demasiado á prata da casa e ao suposto baixo custo) durante demasiado tempo escudando-se demasiado nos (reais) problemas do passivo, e existe agora uma mudança de rumo (se calhar de risco acrescido, também face ao acumular de tempo perdido) que visa tentar dotar a equipa de futebol de mais qualidade (acima da média e da primeira suspeita).

Mas… obviamente as contratações e os critérios continuam a ser faliveis. O que parece uma boa contratação para uns, pode parecer desajustada para outros. A bola continuará a poder bater na barra e a não entrar etc. Mas tem que se acreditar no rumo que se escolher. Para mim, não se está a investir mal, mas podia-se investir melhor. Diz-se que ainda virão mais reforços, assim o espero, para as posições mais prioritárias que ainda faltam na equipa de futebol.

A contratação de novos jogadores não será nunca um gasto, mas sim um investimento. Só é gasto para aqueles que compram desmesuradamente, sem regra nem critério. Se eu não perceber nada de scouting e não tiver pessoas competentes a trabalhar comigo, também digo que qualquer compra é um gasto, porque não sei o que estou a fazer. Tenho de esperar ter muito dinheiro para reduzir a margem de erro nas contratações. Só espero é que estas aquisições não tenham o intuito único de tapar buracos em termos imediatos, mas visem também, começar a preparar a próxima época.

Agora, o que eu gostaria muito sinceramente, era ler a opinião daqueles que diziam há uns meses atrás, que as aquisições de jogadores por parte de PPC, eram demagogia eleitoralista, porque o Sporting não tinha dinheiro para avançar para grandes contratações e agora estão caladinhos que nem ratos. E com 3 agravantes:

1 - PPC nunca disse que não havia dinheiro, ou que não se podia investir aquilo que ele pretendia investir.

2 - O JEBardices (para quem não come muito queijinho), foi peremptório ao afirmar há algum tempo atrás e a propósito de eventuais reforços, que não ia alinhar em loucuras nem hipotecar o futuro do clube.

3 - O JEBardices está a gastar mais nesta paragem do campeonato do que aquilo que PPC se propunha fazer no início da época.

Que avancem então esses mestres da coerência. :arrow:

Temos assistido nos ultimos anos uma quebra de receitas de assistencias no estádio, isso acho que é evidente por todos. As gameboxs que chegaram a ser o record nacional com quase 35 mil vendidas, hoje não passam de 25 mil! Isto tem várias razões mas obviamente os maus resultados internos e externos acrescidos ao mau futebol que a equipa pratica são as duas principais.
Esta nova politica de contratações mais agressiva pode ser uma faca de 2 gumes, no entanto sem esta aposta no mercado os indices de confiança tanto dos sócios e adeptos como dos jogadores vai continuar muito longe do pretendido.
Por outro lado a aposta na formação tem de ser feita de forma sustentavel apoiada por outros jogadores mais velhos e experientes.
No entanto, a situação económica do clube não mudou, e esta nova politica deve ser feita com a maxima atenção e sem desperdicios desnecessários. E se a contratação do João Pereira por 3 milhões é claramente uma boa opção, a compra por 6,5 milhões do Sinama-Pongolle já me deixa algumas duvidas se foi a opção mais correcta. ::slight_smile:

JEB defendeu a continuidade da política do 8 iniciada em grande medida por Filipe Soares Franco e agora virou para a política do 80. Curioso é que PPC defendia a política do “40”, algo que era apelidado de “aventura”, “gonçalvismo” e “irresponsabilidade”.

É claro que agora se vai assistir a nova hipocrisia (para não variar), passando esta nova estratégia do 80 a ser defendida como perfeita e indispensável por parte dos mesmos que defendiam a do 8 como único caminho para assegurar a “sustentabilidade” do clube, diziam. E é claro que nenhum desses vai dizer “acho que JEB está a fazer uma grande asneira” ou algo do género. ::slight_smile:

Por mim, creio que a estratégia de JEB é compreensível apesar do timing ser o pior de todos e tendo muitas dúvidas que a mesma possa ser implementada com eficácia, uma vez que isso exige competência enquadrada numa mentalidade diferente. Apesar de tudo, teria optado por uma estratégia muito mais contida tentando apetrechar os lugares-chave (treinador e director-desportivo por exemplo) antes de partir para os soldados-rasos.

:arrow:

É este o grande erro desta estratégia. Devia-se antes tentar contratar um treinador que conseguisse maximizar os recursos existentes, bem como preparar correctamente a nova temporada. Carvalhal é nitidamente um treinador que foi contratado por não haver mais nenhum disponível, uma segunda escolha, portanto não faz muito sentido que seja ele a gerir este enorme investimento.

Quanto à necessidade de investir, era absolutamente necessária. O Sporting precisa de mais gente no estádio, de um plantel com melhor qualidade para poder competir com os rivais directos. O problema é, como o Paracelsus disse e bem, o timing.

Bem este é um tema que, no meu entender, é incontornável e que resulta, no fundo, da crescente mediatização que este desporto e os seus intervenientes adquiriram.

Prova disso, é a imensa pressão na vida diária dos clubes para a “cultura de vitória” (que tanto é referida) dado que as conquistas são, hoje em dia, amplamente compensadas em termos financeiros, não só pelos próprios patrocinadores, como pela consequente valorização dos maiores activos dos clubes, os jogadores.

Esta materialização do desporto não pode, ser dissociada do fenómeno de constituição das Sociedades Anónimas Desportivas ou das Sociedades Gestoras de Participações Sociais que hoje governam os clubes mas também de por uma maior atenção por parte dos apdetos/ sócios/ simpatizantes dos clubes em apreciarem/ discutirem/ comentarem, para além da situação desportinva, a situação financeira destas Empresas.

É neste âmbito que tópicos como este são e devem ser criados.

Não perdendo a linha de raciocínio que criei nos parágrafos anteriores, e tentando fazer a ponte para as perguntas levantadas no início deste tópico, devo confessar que me agrada saber que o Sporting poderá estar a alterar uma estratégia que delineou e que manteve desde há muitos anos (a aposta central na formação) revelando-se agora um player no mercado de transferências dos jogadores, mas do lado da compra.

Admito que muitos e bons foram os jogadores que formámos mas admito também que um clube como o nosso, com a estratégia atrás enunciada, se arrisca a ser conhecido apenas pela formação de jogadores e não pelos êxito e glória (materializados sob a forma de títulos) que os mesmo conquistam. E isso poderá ser mau para o clube, nem tanto para a Empresa. Passo a explicar.

Apesar de mencionar acima que o clube não pode ser dissociado da Empresa, admito que os resultados de um poderão não ser os mesmos do outro, apesar de convergirem para o mesmo ponto, o sucesso.

Se de um clube se exigem campeonatos, taças, conquistas, de uma Empresa, exige-se cashflow, resultados líquidos positivos, dividendos…

E aqui a situação que se coloca é: se o clube gerar conquistas, deverá gerar resultado através da sua actividade “corrente”. Caso contrário, teremos de recorrer à actividade “extraordinária” assente na alienação de activos (jogadores) de modo a compensar os falhanços desportivos. Esta é a realidade do nosso clube até há pouco tempo e, sinceramente, dúvido que possamos continuar a confiar na nossa cantera para podermos garantir a sustentabilidade do Sporting.

Aparentemente, esta situação está a ser alterada por parte da nova gestão. É nesta altura de mudança que deveremos reflectir se a estratégia é a mais aconselhável do ponto de vista desportivo, e claro, financeiro.

Sabendo que o princípio reinante, é o “hoje” e nem tanto o “amanhã”, existe nos clubes do nosso futebol uma ânsia pela renegociação de contratos com patrocinadores e, principalmente, numa antecipação de receitas desses patrocínios de modo a gerar um aumento imediato de cashflow e de capacidade de investimento. Por outro lado podemos sempre pensar em engenharias financeiras imensas que visem esse objectivo, como a criação de fundos de jogadores com capital fechado.

Penso ser do conhecimento comum que existe uma série de conversações com os grandes patrocinadores do clube que estão dentro do contexto que identifico no parágrafo anterior.

Desta forma, concluímos que estamos a reanimar o clube Sporting tentanto viabilizar a própria Empresa (nem que apenas num cenário de curto prazo e que esteja sempre dependente do desempenho desportivo).

O investimento em novos jogadores poderá trazer nova vida ao nosso Sporting pois sabemos, por muito que nos custe, que com o plantel actual (não considerem as recentes aquisições) não conseguimos manter os níveis competitivos exigiveis para sermos campeões e para gerar resultados operacionais.

Coloca-se, então, o problema do retorno do investimento.

Uma presença na Liga dos Campeões (prova capaz de remunerar os clubes de forma exurbitante) é cada vez nas difícil e cada vez mais exigente e é o objectivo principal de qualquer clube nacional (dos 3 grandes claro). Esta situação, poderá justificar um maior investimento (qualitativo e quantitativo) no nosso plantel. Deveremos, no entanto, medir bem as consequências da não qualificação para esta prova, não fazendo depender a nossa capacidade de endividamento de receitas incertas, pensando que estaremos na LC (a gerar receitas elevadas) apenas por comprarmos jogadores caros. Este seria o maior erro de gestão do clube e da Empresa.

No fundo, e em jeito de conclusão, todo o investimento deverá ser assente num projecto consistente, realista, mas acima de tudo, assente no bom-senso, no racionalismo e no pragmatismo que qualquer gestor deve ter no exercício da sua actividade, não hipotecando o futuro da sua Empresa. Se assim for, poderemos estar descansados.

Cumprimentos,
Pedro Pereira

Não me vou alongar muito sobre o assunto, concordo com o novo método de trabalho apesar do timming.

Mas estou a escrever neste tópico pelo simples facto de querer relembrar apenas o seguinte:

a formação é um meio e não um fim. Acho que o facto de se estar a investir em jogadores que tragam qualidade ao plantel é a melhor forma de potenciar os miudos da academia. Mesmo que sejam só 1 ou 2 em cada época.

Só espero que não abandonem ou esqueçam o projecto de formação que existe há muito tempo no clube.

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Quanto ao investimento: é preciso ser feito investimento. Mas, mais importante do que investir muito, é investir bem. Vale mais 1M bem investido que 10M mal investidos…

O grande erro aqui é julgar-se esta estratégia como uma verdadeira estratégia. A contratação do Pongolle mostra-nos sobretudo que não existe grande ordem nestas contratações à maluca pois o jogador em questão não vem resolver nenhuma das grandes carências do plantel. Isto apenas é mandar areia para os olhos dos adeptos com o intuito de aliviar a tensão que existe em torno do pescoço de quem está no poder e que sabe que será o próximo a cair caso as coisas não melhorem rapidamente.

Parece-me mais acertado investimento no João Pereira por 3 milhões de euros do que estes 6 milhões e meio. É que esses 3 serviram para resolver uma carência na equipa. Os outros 6 milhões e meio apenas se destinaram a tentar entreter os adeptos e a criar alguma ilusão para o que resta da época ::).

Este investimento terá a ver com o resultado da última assembleia geral. Mas esta estratégia está toda errada. A única coisa que poderia sustentar um investimento tão forte neste momento poderia ser a captura de jogadores que potencialmente poderão estar no Mundial e que não conseguiriamos captar em Junho. Contudo parece-me evidente que nenhum dos dois que contratámos terão chances de lá estar. João Pereira tem Zé Bosingwa, Paulo Ferreira e Miguel à sua frente, logo, só um verdadeiro milagre o colocaria no Mundial. Em Junho e a faltar um ano para o final do seu contrato com o Braga poderiamos fazer o negócio por menos dinheiro. Sinama é um jogador desvalorizado que tem os melhores jogador do mundo à sua frente na corrida para o Mundial. Não me parece que Benzema, Henry, Anelka, Ribéry, Gourcuff, Gignac, Gómis possam ficar em casa para lhe ceder uma vaga.

Contudo, este investimento teria que ser feito! Defendo que temos que investir um valor a rondar os 20 milhões de euros para nos aproximar-mos do nível competitivo dos nossos rivais. Também concordo com o Paracelsus na questão do director desportivo e do treinador. Mas na altura em que se procederam as alterações na nossa estratutura directiva o nosso clube não interessou nem ao treinador do último classificado da liga! Não serve de desculpa a JEB porque dotar o futebol profissional do Sporting Clube de Portugal de verdadeira competência nunca lhe terá passado pela cabeça. E Carvalhal parece falar como alguém que tem a promessa de ficar mais um ano…

Eu não estou tranquilo com estes investimentos.

Vem na hora errada, numa altura em que o mercado não é favorável e o tempo não abunda.

Tenho a sensação que estamos a pagar demasiado, por jogadores bons/acima da média. Em termos desportivos não me parece grave e até pode ser uma estratégia pouco arriscada, em termos financeiros acho que é uma má aposta. Por exemplo, com Pongolle eu duvido que o jogador alguma vez venha a valer mais que aquilo que pagámos, e existe probabilidade de ficarmos encalhados com ele. Para um clube com as dificuldades financeiras que o Sporting tem não acho boa política.

Depois acho que os nomes que se falam não são aquilo que o Sporting necessita, mas aguardo para ver quem virá e se algum jogador subirá para os seniores.

A minha outra preocupação é de onde vem este dinheiro. Espero sinceramente que tenha que ver com a possível venda de um jogador agora ou no final da época, e a ser assim, que seja Veloso por estar mais valorizado (da mesma forma que preferia que saísse Moutinho e não Veloso no início da época).

Um clube que corre o risco de ficar novamente fora da Champions, com um passivo monstruoso, com o afastamento das pessoas, com a crise, o mau futebol, a gastar montantes destes no mercado de inverno num campeonato que está praticamente perdido, não é algo que me tranquilize. Não acho que esta estratégia seja para continuar, a não ser que mude muita coisa depois das férias.

A minha opção, caso fosse eu o DD do Sporting, seria a de não gastar dinheiro nesta abertura de mercado, salvo em negócios de parca capacidade financeira. Não porque seja contra o investimento em Janeiro, mas porque este ano, infelizmente, não chegaremos ao título que pretendemos, o campeonato.
Mais, a época tem sido tão conturbada, que será extremamente complicado a assimilação da cultura Sporting por parte dos jogadores contratados. O ambiente está hostil, o Presidente tem-se revelado fraco, o Benfica, o nosso eterno rival, está a jogar bem, etc.

Tirando negócios de explícito oportunismo, isto é, oportunidades que o Sporting não pode deixar escapar, não contrataria ninguém, e trataria de “guardar” o capital para a próxima época, investindo fortemente.

Mas, como contratámos jogadores, resta-me apoiar a equipa.

E não compreendo a justificação dada para o investimento, afirmando ser esta a
unica forma de garantir a qualificação para a UEFA, evitando assim uma catástrofe classificativa. O Sporting, jogando mal, estará na Taça UEFA/Liga Europa do próximo ano, disso não tenho dúvidas.

Não ficaremos abaixo do 4º Lugar.

E, caso a situação mude, atribuo essa mudança a Carvalhal, que tem adoptado um discurso de anti-passividade, inteligente, compreendendo - que remédio - que o plantel do Sporting, mais do que fraca qualidade, padece de falta de vontade.

Mais, como sou um Sportinguista consciente das profundas dificuldades financeiras (e desportivas) do meu clube, gostaria de uma explicação acerca da proveniência do dinheiro agora utilizado. No entanto, em matéria de contratações, na sua perspicácia, confio em JEB.

TODOS AO FUTSAL!!

:arrow:

Complementaram-se tão bem que fico sem nada a acrescentar.

Realmente este investimento peca pela falta de planeamento. Depois de todo o aperto financeiro que nos impedia de colmatar as carências do plantel, muda-se radicalmente de estratégia devido ao insucesso desta primeira metade da época.

Quem não se lembra de quando estávamos absolutamente obrigados a vender jogadores para poder investir 1 euro que fosse?
Quem não se lembra de chegarmos a esta altura do ano e ouvirmos a palavra de ordem: Não há reforços!

Pois é. Em Setembro de 2009 a realidade era igualmente pobre e castradora e o verbo investir era algo a que nos habituávamos a associar à palavra “não”.

A formula seguida, finalmente conseguiu revelar-se errada. Manter a estrutura de um grande clube como o Sporting através de uma política de contenção apoiada na Formação, foi chão que não deu uvas. A conquista de três segundos lugares e de duas taças foi, ainda assim, um belo trajecto dada a fraca ambição da política desportivo-financeira. Estes resultados não passaram de um engano, porque a política de contenção acabou por revelar-se inequivocamente catastrófica.

Chegados ao final de Dezembro, eis que, de forma repentina e inesperada, Bettencourt coloca na mesa vários milhões destinados à aquisição de jogadores.

Julgo que esta forma de agir assenta perfeitamente na impulsividade revelada por Bettencourt nestes primeiros 5 meses de Presidência. Não precisasse tanto o Sporting desta lufada de ar fresco, com novos jogadores capazes de renovar a esperança e aumentar a competência e experiência da equipa, e pareceria que Bettencourt se está a lançar ao Mercado por pura e simples birra. Uma birra, quiçá, em resposta àquele adepto que o abordou no aeroporto da Portela mostrando-se preocupado porque comprava tudo o que o Sporting punha à venda, mas via que a Direcção nada fazia para melhorar a situação, limitando-se a ir comprar um jogador a Moçambique (Mexer).

Depois de mandar calar um adepto e de ameaçar bater noutro, porque não haveria Bettencourt de revelar novamente a sua agressividade, desta vez investindo forte e inesperadamente para embirrar com esse adepto? Sinceramente não acredito que este investimento seja um amuo do Presidente, mas lá que parece, parece, porque foi nesse momento que tudo mudou… e ainda bem!

Penso que em apenas duas semanas se recuperou muita da nossa auto-estima, que anda em baixo há tanto tempo quanto dura a gestão miserável focada no Passivo, e que já precisava de “craques” como de pão para a boca. Em apenas duas semanas, a marca Sporting deixou de estar associada ao endividamento e à falta de argumentos, para se tornar numa força em crescendo que não negociará acordos por dois tostões.

Atenção que falo elogiosamente da nova disponibilidade para investir, preferindo nesta opinião alhear-me de comentar a (in)capacidade de João Pereira e Pongolle para, sozinhos, resolverem as carências existentes. Na verdade, encaro as recentes declarações de Carvalhal como elucidativas de que esta é uma mudança definitiva na gestão desportiva do Sporting, o que é francamente mais encorajador do que contratar dois jogadores e ponto final.

Penso que ao investir-se de forma continuada e criteriosa no Futebol, ganhamos competência desportiva casando o potencial imenso da nossa Formação com a qualidade e experiência de jogadores feitos. Ficará assim a ganhar a integração, desenvolvimento e valorização dos nossos “miúdos”, que passam a representar o clube com mais respeito e maior confiança. Por outro lado, quando se verificar a venda de um dos jovens mais promissores, a sua saída permitirá a fácil integração de um novo jogador, apoiado nos mesmos alicerces da equipa. Todo este trabalho necessitará de uma correcta leitura técnica e directiva, sendo necessário contar com competência e experiência no desempenho de duas funções: Director Desportivo e Treinador principal. Com Carvalhal contratado até Maio, mantém-se a esperança de que se não for confirmada a competência do técnico poder-se à fazer a substituição do mesmo sem custos na rescisão.

Para além da vertente desportiva, também a financeira ficará a ganhar com uma marca Sporting mais forte, mais apetecível, onde fará sentido existir uma capacidade negocial diferente e com mais valor. O valor de um patrocínio ou de um direito de exploração será tão elevado quanto proporcional à visibilidade e dimensão da camisola.
Obviamente que todas as receitas desportivas serão também tão elevadas quanto maior for a competência e a espectacularidade do futebol praticado.

Num momento em que o Passivo não pode deixar de ser uma preocupação, convém também referir que, para além deste investimento trazer valor ao plantel valorizando o preço da venda de activos, também ocorrerá a substituição de activos com valor zero (jovens formados no clube) por activos com um valor de aquisição bem definido que permitem contabilisticamente ajudar a equilibrar a balança financeira.

O que eu acho é que o dinheiro que parece haver agora ainda nao havia no inicio da época.Se nao estou completamente enganado tanto o Paulo Bento como o Pedro Barbosa disseram que nao se podia investir…vontade nao lhes faltava.

Sobre este tema, “colo” aqui o que escrevi num outro espaço:

Quanto ao momento actual de “investimento” na equipa, é curioso e paradoxal constatar que, embora a irresponsabilidade financeira fosse (supostamente) apanágio dos perigosos “neo-Bigodes” que iam trazer o Juninho e o Nedved e o Erikson e gastar fortunas, nunca desde os tempos de Gonçalves se viu tão grande e prometida euforia gastadora.

3 milhões por um reforço não prioritário, 6,5 + 1 milhões por um suplente que há muito que não marca um golo e a promessa de que a revolução não pára por aqui. De acordo com JEB, este Inverno “gasta-se o que se tiver que gastar”, numa curiosa inversão ao draconiano “aqui só se gasta o que se pode gastar” de Julho/Agosto.

Infelizmente, céptico crónico e realista acérrimo que sou, não partilho da tese da “inversão do paradigma” ou de que o superiormente inteligente JEB, com um registo brilhante na banca de investimento e com 10 anos de dirigismo, percebeu apenas Natal a máxima ancestral de “spend money to make money”.

Globalmente, a ideia de revolucionar a equipa em Dezembro, altura consabidamente má para comprar dada a escassez do produto e preços inflacionados é catastrófica, e, na minha opinião, assenta mais num instinto de sobrevivência de JEB, que terá isso sim percebido que ou dá pão e circo aos romanos, ou quem acaba no Coliseu com as feras é ele.

Sobre este investimento de Inverno, julgo ser claro e notório que ele revela a falência TOTAL do que estava “planeado” em Junho/Julho. Nessa altura, ouvimos o condutor de pesados afirmar que tudo estava planeado e a equipa. Recebendo o impiedoso desmentido da realidade, toca a arrepiar caminho, antes que se tivesse que juntar, por exigência popular, a Telles e Bento nas entrevistas sobre o lugar triste e cru que é o Sporting.

Não me interpretem mal, eu sou loucamente Sportinguista e como tal gosto de ver o meu clube mais forte, seja em que altura do ano for. Tenho é a consciência de que o bolso do Clube é muito raso e a margem de erro no investimento é nula. Como tal, choca-me profundamente que este investimento, que não sabemos quão dentro das nossas possibilidades efectivamente está, se faça quatro meses depois de um tempo em que teria feito TODA a diferença. Este dinheiro e esta percepção de que o SCP estaria disposto a investir no seu plantel, se gasto e feito em Agosto podiam, com uma boa campanha na Champions e uma euforia em torno do Clube na altura de comprar GameBox, estar já amortizados e a começar a dar dividendos financeiros e desportivos.

Bem sei que o mal está feito, por isso agora é lidar com a realidade e tentar inverter o rumo das coisas. Mas eu não fui educado num ambiente de desresponsabilização, e portanto choca-me que não se “chame à pedra” quem ganhou numa plataforma de “eu é que percebo disto a potes”, fez tudo mal, compromete tudo e agora saca do livro de cheques para salvar a pele. Mais do que isso, choca-me que num Clube de gente esclarecida como é o Sporting, um Presidente possa falhar rotundamente na preparação dum ano desportivo, e em Dezembro, a 12 pontos do primeiro lugar e afastado da CL por culpa própria, seja louvado pela “visão” que teve em gastar desenfreadamente. Gastámos 10 milhões de Euros e temos mais 2 jogadores quando precisamos de pelo menos mais 4. Gastámos 10 milhões de Euros em Dezembro que não vamos gastar novamente em Agosto. Mais um Verão sem ilusão, com menos GB vendidas, menos euforia de pré-época, menos dinheiro, menos adesão e sem a perspectiva de amortização de investimentos via Champions.

Por fim, gastámos 10 milhões de Euros em opções de um treinador com contrato até final da época. Se a época não melhora drasticamente, Carvalhal sairá, e quem vier a seguir pode não querer nada com Pongolle e/ou não jogar com laterais. Veja-se o que aconteceu com Bento. Carvalhal não quis o ponta-de-lança em que se gastou um mês para contratar para NADA e já tenta usar o Pedro Silva com quem se renovou contrato como moeda de troca para trazer outro jogador. Se Carvalhal sai, que garantias há de que o senhor que se seguir quererá Não é líquido que Carvalhal seja o treinador do SCP para o ano. Aliás, a opção por Carvalhal sempre pareceu (julgo que a toda a gente) uma solução remedial para levar o barco até final da época, altura em que se projectaria, com mais tempo e com um Mundial a desviar atenções e a garantir paz longe das manchetes, o relançamento do futebol do Sporting, com um treinador de nomeada e com investimento nas suas opções.

Quanto ao argumento de que é preciso comprar antes do Mundial, não vão por aí. Uns valorizam-se, outros desvalorizam-se e outros até se descobrem. E os que efectivamente comprámos dificilmente irão sequer ao Mundial para se valorizarem, pelo que, quanto a estes em concreto, o risco de encarecerem depois do mesmo é praticamente nulo. Bons negócios podem-se fazer todos os anos, desde que saiba como.

Na minha opinião, está-se mesmo só a atirar dinheiro para cima do problema, por forma a evitar o colapso da estrutura directiva. Depois para o ano logo se vê. Esta época o treinador não pagaria sozinho as favas duma catástrofe, se esta for épica. Cairia mais gente. E é isso que se pretende primordialmente evitar com este “investimento”.

SL

Respondendo directamente às questões:

Não há certezas sobre a proveniência do dinheiro, há várias hipóteses e alguma será a correcta, até pode ter mais que uma proveniência, parece-me que há uma aposta de risco clara e há uma mudança, veremos o resultado desta mudança! :exclaim:

A postura agressiva justifica-se, claramente o modelo baseado na Academia só terá sucesso se a equipa corresponder e para isso acontecer tem que ter uma dose substancial de jogadores com experiência e capazes, é como diz e bem Carvalhal, não podem ser os meninos da Academia a suportar o peso da equipa e é por isso que se justifica esta postura no mercado! :arrow:

A influência deste gasto está directamente ligada ao resultado desportivo e consequente proveito desse resultado, se for uma antecipação de receitas então é sinal que o risco aumentou, se o Sporting falhar terá que, num futuro próximo, voltar aos tempos de contenção para restabelecer o equilíbrio agora quebrado, isto claro se não houver sucesso desportivo! :idea:

É difícil saber se o investimento é bom e criterioso, há muitas variáveis em jogo, no entanto na minha opinião o critério até agora parece-me correcto, reforçar posições identificadas como lacunas para poder equilibrar a equipa, nesse sentido acho que o caminho é correcto, agora, saber se Pongolle vai justificar o que por ele foi pago já é mais complicado de projectar, certo é que é um investimento avultado e de risco elevado, haveria concerteza apostas mais consensuais, no entanto será o rendimento deste a definir a qualidade do investimento nele efectuado! :think:

A verba falado para gastar em Janeiro é de 15 milhões de euros, independentemente da forma como se analisa o pagamente de Pongolle, neste momento o Sporting já gastou, a meu ver, perto de 10 milhões de euros e não vai ficar por aqui, o orçamento pode não ser substancialmente diferente dos últimos, deve subir pois com este investimento pode haver alterações na massa salarial mas o cálculo só pode ser efectuado depois de constatar a actividade no mercado no final da época e isso depende de muita coisa, vendas de jogadores que necessariamente vão acontecer, os resultados da equipa vão condicionar a aposta, o rendimento dos jogadores vai condicionar o mercado, enfim, há também neste caso muitas varáveis a considerar, certo é que o orçamento para 2010/2011 vai aumentar, disso tenho poucas dúvidas! :exclaim:

O Sporting consegue suportar um investimento continuado se tiver resultados desportivos condizentes, sobretudo se conseguir voltar a ser Campeão e consequentemente regressar à LC, esse sucesso desportivo elevará o valor dos seus jogadores e por essa via pode “pagar” o investimento feito, a exemplo do que é feito pelo porco, há um risco acrescido nesta mudança, isso é um dado adquirido! :think:

Tenho poucas dúvidas acerca da tua última questão, a venda de jogadores será num futuro próximo uma das forma para atenuar o efeito deste investimento, nem pode ser de outra forma, as receitas não podem ser antecipadas eternamente e o dinheiro só pode ser gasto uma vez! :arrow:

O Sporting tem uma série jogadores a crescer e que, na minha opinião, têm potencial para atingir valores de mercado elevados (Patrício, Carriço, Veloso, Moutinho, Vuk, Saleiro). O valor deste só se consolidará se a equipa subir de rendimento. Para que esta subida de rendimento seja possível é necessário renovar o quadro de jogadores para reforço e estímulo da concorrência interna, revitalizando psicologicamente os que já cá estão.

Encaro estes reforços nesta perspectiva, no pressuposto de que se retomarão as vendas de jogadores. O saldo anual entre compras e vendas de jogadores tem que ser positivo considerando a capacidade de formação do clube.

Isto é, se estes reforços resultarem são também os activos já existentes (e que se estavam a desvalorizar) que subirão o seu valor e os pagarão facilmente. A manutenção da política do SF de investir tudo na manutenção dos valores da Academia (certamente provocada pela frustação em ver alguns dos nossos jovens a brilhar em rivais) estava a desvalorizar progressivamente os activos porque o grupo estava fechado e desvitalizado.

Quanto aos reforços em si. Parece-me pacífico que o JP é um valor seguro para entrar de imediato a titular e o SP um jogador que está no universo dos seleccionáveis franceses e tem apenas 25 anos, logo não me parece um tiro no escuro embora obviamente e como em qualquer investimento, exista risco.

Ninguém vende bom barato e nos últimos anos temos sofrido amargamente desta ilusão.