O Barman

O Barman

Todas as semanas havia, num belo sítio, uma festa. Nela se encontravam artistas das mais variadas àreas: pintores, escultores, escritores, mágicos. Nessas festividades havia um barman, o Wilson. Rapaz pacato, cioso das suas tarefas, não faltava com nada, fazia uns cocktails muito bons, toda a gente gostava dele pela maneira como a sua eficência fazia correr a festa da forma mais divertida e animada possível.

Chegada a hora dos espectáculos, cada espectador (e artistas nas suas pausas) com o seu cocktail, batia palmas, entusiasmava-se, pedia até autógrafos sempre a tecer as mais belas odes aos artistas. Era nessa hora que o Wilson passava despercebido, os copos do seu néctar ficavam para segundo plano e a plateia vibrava com quem estava nas luzes da ribalta.

Um dia reparou nos seus números por curiosidade. Em 14 festas tinha: três distinções de “cocktail da festa” e ainda tinha ajudado outros colegas a conseguir mais três distinções de “cocktail da festa”.

No dia seguinte o Wilson pegava num jornal e via muitos dos artistas a serem comentados e até a serem assediados por outras plateias…o Wilson estava contente por eles, até porque na verdade, gostava muito de estar naquela festa, a “sua” festa. E o que tinha lutado para ser presença assídua naquela festa, sempre em festas mais pequenas até chegar àquela…

Chegou a desanimar por ano após ano a festa a que tanto queria pertencer ignorar as suas performances, até nas vezes em que concorria contra ela se destacava, pela qualidade e por nunca ter tido uma palavra de desrespeito.Até que tudo mudou…houve uma pequena revolução na casa onde sempre quis ir e lembraram-se dele. Depressa agarrou a oportunidade, daí que agora sim, sentia-se feliz. Só tinha ainda um sonho que gostava de realizar: servir com o seu irmão que ainda estava a começar a fazer os primeiros cocktails…

Caso o irmão do Wilson meta os olhos no chão e trabalhe como o irmão trabalhou, época após época, somos capazes de ter ali uma dupla para o futuro.

Só espero que o problema não esteja nos “cocktails”…

É pena pouca gente o ver assim.

A sério, matem lá esse boato… nem para nós somos bons.

Muitos dizem que ‘não é barman’ para o Clube! Eu por acaso concordo com o Novo! :great:

Grande post @Novo :clap:

Diz-se é que o mano quer beber os cocktails, em vez de os aprender a fazer.

Excelente! :clap:

Bom post!
O Wilson é um jogador criado neste clube e que o sente no coração. No entanto não está imune a ser criticado quando joga mal. Eu admiro a sua perseverância mais que tudo!

Muito bom, @Novo!

Bom post, @Novo, mas confesso que até à última frase pensei mesmo que o texto era destinado ao Jardim, e não literalmente ao Wilson Eduardo. :lol:

Obrigado pelo feedback…hesitei bastante em colocar este post, é quase como que uma história e um pouco “excêntrico”…mas quase que dei por mim, sem me aperceber, a escrever isto e partilhei convosco.
Admito que gosto de jogadores com a “fibra” do Wilson Eduardo!

Um aparte: parece que o irmão pode fazer cocktails em Setúbal, pelo menos até ao fim da época.

Não é aquele típico extremo que o Sporting está habituado a lançar (casos de Quaresma, Varela, Ronaldo, Nani, Bruma…) mas tem muita qualidade a meu ver. Falta-lhe neste momento alguma serenidade à frente da baliza (tem-se visto a desperdiçar muitos lances de golo). Há que criticá-lo quando as coisas não correm, mas não queimá-lo. Depois do trabalho que ele teve para voltar ao Sporting não podemos simplesmente ignorá-lo ao primeiro erro.
É curioso que quando andava emprestado quase toda a gente dizia que era um erro ele não estar no Sporting, que tinha mais qualidade que alguns que por cá passeavam e agora esses mesmo são os primeiros a dizer que ele não vale nada ao primeiro erro!
Temos que defender os nossos, ainda para mais quando mostram esta dedicação ao clube!