Não, não vou falar do filme [sem menosprezar a valia do mesmo]. Não, não me interessa a quantidade de oscares que venceu [4]. O meu objectivo ao longo desta caminhada enquanto “Colaborador” reside numa associação entre o nome de um determinado filme, com determinado “episódio”, “momento”, “maneira de estar” do Sporting.
O Sporting tem uma das melhores Academias do Mundo [Academia Sporting/Puma], assume-se como clube vendedor [perdão] formador e não só tem formado jogadores de elite mundial [Figo, Ronaldo, Simão, Quaresma, Nani, Veloso] como é cada vez + a base da nossa Selecção Nacional. Retirando toda e qualquer dependência futebolística nos “miúdos”, o comportamento do Sporting nem sempre foi o melhor. Numa breve apreciação, começo no lema “formar e mal vender, dá saúde e faz crescer” onde o “crescer” não é propriamente positivo [a única coisa que cresce são dividas e barretes], passando pelo constante desaproveitamento interno das “jóias da coroa” que nunca ficam cá tempo suficiente para se criar uma equipa devidamente competitiva e terminando no profissionalismo [nulo] e respeito [nulo] de + de metade dos jogadores formados.
Aparentemente [repito, aparentemente] as clausulas de rescisão anulam metade dos problemas, apesar de não contribuírem para a tal “Formação de Homens” que muitos de nós desejam ter. Agora, o verdadeiro problema e a verdadeira essência da minha mensagem está no excesso de falta de idade, maturidade, experiência e rotinas nos quadros do Sporting [começando no treinador, passando pelo director desportivo e terminando nos jogadores]. O treinador [Paulo Bento] veio para o Sporting sem ser ainda “treinador”, não tinha o curso concluído, estava em actividade há sensivelmente 1 ano e não tinha nem metade dos conhecimentos tácticos que se exigem a um treinador do Sporting (!!). Auxiliado por 13 vitórias consecutivas [notável], conseguiu uma margem de manobra suficientemente grande que lhe valeu um carregamento industrial de hipérboles [“Novo Mourinho”, “Melhor Treinador da Liga Portuguesa”]. Analisando a frio, ficámos com um treinador “em formação” que nos custou pontos [muitos pontos] através das suas tomadas de decisão que estiveram muito longe de ser “coerentes” [ainda hoje não são].
O Director Desportivo [Pedro Barbosa] é + 1 elemento que não tem experiência [em cargos administrativos], não tem conhecimentos a nível de prospecção internacional e não tem nenhuma metodologia de trabalho em altos cargos (!!). Não basta ter jogado futebol para ser director desportivo, é algo que não influencia [directamente] a tomada de decisão e nem sequer me passa pela cabeça tomar o exemplo do Rui Costa [quando todos sabemos que o “director desportivo” tem sido o Quique Florez, que está a trazer todos os jogadores que já conhecia de Espanha], até porque apenas confirma a minha tese. A politica de contratações deste ano teve como base os “regressos” e não as “descobertas”. Porquê? Porque apresentam risco mínimo e porque este director desportivo [Pedro Barbosa] não faz a + pequena ideia [pelo menos agora] dos craques que se encontram a despontar a nível internacional [estamos mal habituados nesse aspecto]. É “apenas” + 1 cargo importante constituído por um elemento “em formação” [que é como quem diz “Oh Franco, toma lá + 1 tacho”].
A equipa profissional nos últimos 5 anos [passado recente] tem tido médias de idades [23.66; 24.03; 24.00; 23.54; 24.80] demasiado baixas para toda uma época desportiva com variadas competições em disputa. Não vou falar na qualidade porque entramos num campo demasiado complexo para o meu gosto [ainda o ano passado vi praticamente a mesma equipa levar 4 do Leiria e dar banho à Roma] mas existem alturas em que se percebe que falta “voz de comando”, “experiência” e “manhas”. Não querendo tirar o mérito à braçadeira do João Moutinho [ignoremos as declarações por momentos] é um pronúncio acentuado da falta de idade do nosso plantel. Perdemos pontos [demasiados pontos] devido a uma falta de experiência e racionalidade atroz. É uma verdade tão clara como a água, que se não fossem os “putos” já tínhamos batido no chão, mas o importante a retirar daqui, é que como tudo na vida “nem 8 nem 80”. Para não destoar, temos igualmente um plantel “em formação”.
O Sporting actual parece destinado à inexperiência e fazendo jus ao nome do tópico, este não é definitivamente um país [coff clube coff] para velhos. Ao contrário do filme, nós temos muita dificuldade em vencer prémios [coff troféus coff].