O mercado de inverno é, em regra, pautado por uma abordagem mais tranquila dos clubes, já que estes procuram sempre um negócio de ocasião ou uma compra que acrescente qualidade imediata, não mexendo com a base da equipa, até porque há sempre competições em disputa.
Não obstante, para outras equipas, o mercado inverno serve como a limpeza que damos à nossa casa quando surge algum convidado repentino. Serve essencialmente para tirar as sujidades mais visíveis, de forma improfunda e apressada, não mexendo naquilo que parece estar minimamente bem.
Ora, vendo o Sporting já arredado de quaisquer aspirações possíveis, e conjugado isso com o péssimo planeamento do plantel realizado no verão, a minha ideia passaria sempre por uma mini limpeza do plantel, mitigando os problemas da equipa com saídas de alguns empecilhos e entradas de jogadores para zonas do plantel para os quais estamos carenciados.
Guarda-Redes: Pseudo-Rei nan; Maximiano
Estando a equipa eliminada da maior taça interna e em vias de ser arrumado da segunda, não faz sentido mexer aqui. pelo menos agora. No verão espera-se um guarda-redes de nível para assumir a titularidade, relegando o ídolo do estagiário das redes sociais.
Defesa-Direito: Ristovski; Rosier; João Oliveira
2 jogadores em sub-rendimento que irão melhorar com o Silas, já que este é um treinador relativamente bom em organização defensiva (jogador do JJ em várias equipas) e ambos necessitam de melhorar em termos táticos. O Rosier ainda não vi grande coisa em termos ofensivos.
O João Oliveira seria o 5º lateral do plantel.
Defesa-Centro: Coates, SIMON DELI (Brugge); Neto; Ivanildo Fernandes (Trabsonspor);
Aqui seria a mudança mais surpreendente.
Mathieu já parece em pré fim de carreira, não merece o amadorismo que se instalou com a saída de BDC e parece-me o timing perfeito (arredados de competições) para preparar a sua substituição para a época que se avizinha.
Contrataria o Simon Deli do Brugge, um central que se evidenciou no excelente Slavia Praha da última época, que fez uma boa Liga Europa, e tem estado a um nível monstruoso no clube Belga.
Goza da imponência física característica dos centrais de origem africana e de uma velocidade surpreendente para um jogador da posição (faz lembrar o Semedo nesse aspeto como come sprints aos avançados adversários, mas tecnicamente bastante dotado. Muitas das vezes aparece no meio campo, seja na ala ou mais dentro, em condução, como se de um lateral ou médio se tratasse. A fazer exibições como as que tem feito na Champions (Real Madrid à cabeça), este é o timing ideal para o segurar.
Estruturalmente teríamos a posição definida como deve ser.
2 centrais mais pesados e imponentes no jogo áereo, a jogar pelo lado direito e 2 centrais mais móveis e técnicos pelo lado esquerdo, apostando também no regresso do Ivanildo.
Illori seria para servir de moeda de troca em algum negócio ou colocar no OLX à venda quase novo.
Defesa-Esquerdo: Acuña; Nuno Mendes;
Em termos táticos na lateral esquerda privilegiaria um lateral mais vertical, devido a pobreza franciscana, em termos da criatividade nos espaços dentro do clube, do duo do meio campo do Silas, já que os alas teriam de compensar isso com mais movimentos dentro.
Posto isto, não vejo melhores jogadores que o Acuña e o Nuno Mendes para ocupar tais posições.
O Nuno Mendes, pese embora a tenra idade, já está fisicamente maturado para o futebol sénior. Acredito que continuar nos sub-23 poderá ser nefasto para ele, podendo correr o risco de estagnar.
Se a opção fosse por outro jogador, não defraudaria um empréstimo com opção de compra pelo Rogério (Sassuolo), que anda perdido esta época.
O Borja seria vendido.
Médio-Defensivo: Doumbia; Rodrigo Fernandes/Pepelu (Tondela);
É complicado destrincar os médios defensivos dos médios centros neste modelo.
Silas parece jogar com 2 trincos, 2 médios defensivos em cunha o que me parece fazer regressar aos tempos do Paul Sérge, onde se fosse preciso perfilava um meio campo com André Santos, Pedro Mendes e Zapater.
O Doumbia foi um investimento da estrutura que deposita esperança nele e acredito que continuará como titular.
Sou um confesso admirador do Rodrigo Fernandes, mas não o vejo a render a plenitude das capacidades num duplo pivô. Gostaria de o ver mais sozinho no seu raio de acção, com os interiores a sua frente. Um pouco como acontecia com o Fernando Reges no Porto ou o William Bandalho.
Dado esse facto, não defraudaria apostar agora no Pepelu, promissor jogador do levante que está emprestado ao Tondela. É um médio que trata muito bem a bola, com a pujança física e agressividade necessárias para a posição, mas com uma mobilidade assinalável.
Atento também á situação do Palhinha, que está em fim de empréstimo com o Braga.
Gostei bastante do Eduardo Henrique no Belém e considero-o um 8, mas vendia-o.
Médios Centro: Wendel; Daniel Bragança
É um bocado a reflexão acima.
Se me pusesse no lugar do Silas procuraria exigir a estes médios que jogassem sempre mais avançados em relação ao jogar da posição 6, procurando partir em condução ou com passes de rotura para os jogadores que jogam dentro do bloco.
Wendel seria o titular de eleição, jogador que tem potencial para valer muito mais do que vale atualmente e repescaria o Daniel Bragança ao Estoril para lutar pela titularidade.
Médio Ofensivo/Segundo Avançado: Bruno Fernandes; Vietto;
Não há muito a dizer. Dois dos melhores jogadores da equipa.
Dada à ausência de jogo anterior de qualidade da equipa deveriam jogar mais próximos do ponta de lança, daí considerar a posição como Segundo Avançado ou 9.5.
Extremo-Direito: Bolasie, Gonzalo Plata; Bruno Tavares/Joelson
Considero que o congolês “morreu” como jogador desde a sua rotura de ligamentos pós entrada no Everton.
Contudo, é inegável que se tem esforçado para assumir a titularidade e a exigência está tão baixa que até isso é de salutar.
Na minha ótica funcionaria como “gatekeeper” para a entrada, gradual, de 2 jovens talentosos na equipa, neste caso o Plata e o Bruno Tavares/Joelson.
Extremo-Esquerdo: Wanderson (Krasnodar); Jovane Cabral;
Depois da saída do Raphinha a equipa ficou carenciada de um criativo desequilibrador capaz de acompanhar o BF na missão de conseguir rebentar com uma defesa sozinho.
Com o dinheiro da venda do extremo brasileiro e a de outros ativos que eu venderia, tais como o Mathieu, Borja ou Luiz Phellype, ia buscar um jogador que me enche as medidas.
Extremos tecnicamente e fisicamente abnegados arranjamos às resmas, mas jogadores que aliem isso a capacidades cognitivas, como a criatividade ou visão de jogo, e comprometimento ao jogo, intensidade e capacidade de trabalho, como o Wanderson faz no Krasnodar, é bastante complicado.
Seria sempre um alvo para abrir os cordões à bolsa, mas acredito que seria uma aposta que retribuiria dividendos desportivos e financeiros.
A posição seria preenchida com o Jovane Cabral, que tem sido subvalorizado por esta estrutura, mas tem condições especiais para figurar num plantel de equipa grande.
Ponta-de-Lança: Munas Dabbur/ Łukasz Teodorczyk; Pedro Mendes;
Chegamos à posição que mais tem sido discutida desde o deadline day.
Dado o baixo rendimento, seja em termos individualmente estatísticos ou na influência do jogo coletivo propriamente dito, dos avançados existentes no plantel, eu optaria por uma revolução neste setor.
Luiz Phellype deveria ser vendido, já que se encontra no limiar da valorização desportiva do seu passe, não tem o necessário para ser titular e temos para suplente um miúdo com maior margem de progressão, formado no clube (que o sporting carece) e de características especiais.
Jesé não tem demonstrado rigorosamente nada, a não ser a possibilidade ser mais um jogador desencaminhador no balneário.
Como tal, avançaria para um negócio de empréstimo com opção de compra a um de 2 jogadores que estão tapados nos seus clubes, o Munas Dabbur ou o Łukasz Teodorczyk no Sevilla e Udinese, respetivamente.
2 jogadores que aprecio bastante e que já falo daqui há alguns anos. O Dabbur um jogador mais completo, com qualidade técnica e de finalização, embora com algumas dificuldades de comprometimento sem bola, e era menino para rebentar com o Tugão.
O Łukasz Teodorczyk um ponta-de-lança mais clássico, menos móvel e de movimentos mais curtos, mas essencialmente um finalizador de excelência e bastante agressivo sem bola.
Para backup, pelo que já acima mencionei, o lugar seria do Pedro Mendes.
Joker: Dimitar Mitrovski
Jogador que pela sua criatividade, capacidade técnica, versatilidade e inteligência de jogo, poderia desempenhar várias funções no miolo/ataque, seja como extremo, nº10, 8 ou segundo-avançado.
Contratações
Simon Deli; Wanderson; Munas Dabbur/Łukasz Teodorczyk; Pepelu ?;
Regressos
Daniel Bragança; Ivanildo Fernandes
Saídas
Cristián Borja; Mathieu; Eduardo Henrique; Ilori; Battaglia; Jesé Rodriguez; Luiz Phellype; Matheus Oliveira; Fernando;
- Mateus Nunes seria emprestado a uma equipa da primeira liga ou reintegrando na impossibilidade do regresso do Daniel Bragança.