O trabalho do Marco Silva neste jogo tem de ser dividido pelas duas partes.
Se por um lado acho que teve uma excelente abordagem inicial ao jogo, apostando num jogo mais fechado e mais à espera de ver como o adversário se ia comportar do que propriamente entrar à bruta (o que poderia ter sido fatal neste jogo dadas a abordagem manhosa ao jogo por parte do jorgum). Conseguimos anular por completo o Benfica, apesar de também não termos feito grande coisa. Mas era importante segurar o jogo na 1ª parte para se dissipar o nervosismo e para testar o adversário (alguns podem dizer que não era preciso 45 minutos para perceber que o benfica só queria o empate, bastava ver o 11 inicial - mas são opiniões e cada um tem a sua).
Na 2ª parte esteve péssimo, horrível, é que não consigo encontrar palavras. Foi de uma pequenez tremenda. Nós somos o Sporting Clube de Portugal e sabiamos que só a vitória nos poderia colocar de novo na luta pelo título. Tinhamos obrigatoriamente que arriscar, mas mantemos a mesma toada do toca e foge. Apareciam 2 jogadores a atacar cruzamentos na área (também continuo sem perceber o porquê de jogar para o Montero como se lá estivesse o Slimani). O João Mário raramente aparecia em zonas de finalização. Estavamos mais preocupados em não sofrer do que em marcar, e o golo acaba por chegar num lance fortuito numa situação que poderia ter sido repetida até à exaustão durante o jogo. Os jogadores que o Benfica apresentou ontem eram tão mediocres que o Montero por 3 vezes conseguiu roubar a bola ao Jardel a aparecer por trás dele. O AA e o Samaris então são sofríveis. Dificilmente nos próximos tempos vamos ter a possibilidade de defrontar um Benfica em nossa casa tão medíocre como o de ontem - tirando o Luisão e no limite Jonas, nenhum daqueles jogadores tinha lugar na nossa equipa titular. Fomos pouco ambiciosos, porque se tinhamos pressionado mais a saida de bola na 2ª parte os golos tinham surgido mais cedo porque os erros iam acumular-se. Chegava a dar pena ver o Montero sozinho a pressionar os 2 centrais e o lateral. E estes mesmo assim conseguiam falhar. O Nani sempre que apertava com o Maxi fazia dele uma cabaça. O Eliseu se o Carrillo tinha apostado mais na sua finta longa e velocidade tinha-o partido vezes em conta, ainda para mais com um diz que é uma espécie de extremo do lado dele (Alan Jonas). Mas para quê, se depois não havia linhas de passe? Não havia jogadores para criar oportunidades? Só começámos a criar real perigo quando aos 50 e tal minutos o Marco Silva (ou o próprio Cedric) perceberam que o Alan Jonas é uma nulidade completa e o Cédric pode subir no terreno à vontade sem grandes preocupações. E depois entrou o Talisca, que conseguiu ser ainda pior que o Alan Jonas. A precisarmos de ganhar e só aos 75 minutos é que entra o Mané, para o lugar do Carrillo que estava a começar a ganhar alguma confiança, quando eu nem nos meus piores sonhos imaginei que a nossa solução para ganhar fosse trocar um extremo por outro extremo. E a culminar, mais um golo sofrido no último minuto (é o 5º esta época já, acho). É a nossa forma de jogar, diram alguns. É a falta de jogadores de 10 milhões, dirão outros. Pois, eu acho que após tanto tempo de treino é inadmissível os nossos jogadores não conseguirem segurar o caralho da bola no pé nestas situações. Partir o jogo é meio caminho andado para situações destas. Incrível como até um Belenenses ou o Paços de Ferreira conseguem fazê-lo eficazmente e nós não.
Faltou ambição ao treinador. Nesta situação tinha de ser mais ambicioso e arriscar. Porque para nós tanto nos fazia o empate como a derrota. A única hipotese de o resto da época não ser para cumprir calendário era ganhar hoje. E ao longo do jogo sempre nos mostrámos satisfeitos com o empate.
Repito: NUNCA mais vamos ter a possibilidade de jogar numa situação de desnível tão grande a nosso favor contra o Benfica. E desperdiçámos uma oportunidade única de lhes aplicar uma lição de futebol daquelas. E pelo caminho hipotecámos qualquer centelha de esperança para este campeonato.
E por fim: METE A JOGAR O RYAN GAULD CARALHO!!!
Da forma que estava este jogo, com um verdadeiro “10” tenho a certeza que a história seria outra. Mas pronto. Como diria o Mourinho, falta “balls” ao treinador para apostar num miudo de 19 anos que tem tanta qualidade que era a 100% uma aposta ganha.
Mas foi preciso chegar a Janeiro para perceber que o pé esquerdo do Tobias vale mais que o Mauricio e Sar juntos (btw, jogão ontem!). portanto, baby steps…