Malcolm Allison. Champagne, Charutos e Dobradinhas

Em Março de 1982 era este o numero um do Top Ten Ingles e não podia
ter um titulo mais adequado. The Lion Sleeps Tonight

http://www.youtube.com/watch?v=0cD9cBEaNBc#noexternalembed

Embora a musica não seja do agrado de todos, ver o Sporting em primeiro era de certeza
O Leão dormia bastante descansado mesmo depois de sofrer uma derrota no Bessa por 2-1.
Descansado, porque ? Perguntam alguns de voçes. A resposta é simples, esta era a primeira derrota do
Sporting para o Campeonato e apenas a segunda do mandato de Malcolm Allison, sendo a primeira contra
o Neuchatel Xamax da Suica, a contar para os oitavos de final da Taça UEFA.

O Campeonato tinha começado com uma batalha campal contra o Beleneses no velhinho José de Alvalade,
que terminou com quatro jogadores do Belem expulsos e com Manuel Fernandes tambem a ver
a cartolina encarnada. Jordão bisou e estava assim decidido o estilo de futebol que o Sporting viria a praticar
essa época. Seguiram-se bastantes resultados folgados (3-1 ao Braga) e uma goleada ao Penafiel por 6-0 com
direito a hat trick de Jordão. 4-0 ao Academico de Viseu, 7-1 ao Rio Ave com Jordão a marcar cinco golos.
4-1 ao V. de Setubal, 3-1 ao Benfica, Somente o Porto e o Boavista travaram os Leoes de Big Al, mas
não tendo qualquer influencia no resultado do Campeonato, tendo já o Sporting pontos suficientes
para ser campeão quando foi derrotado por 2-0 nas Antas.
Quando o Campeonato acabou, o Sporting de tinha 66 golos marcados contra 26 golos sofridos, ou
seja por cada um que sofriamos marcavamos dois (mais ou menos). Sendo este o espirito com que os
Ingleses jogam futebol, a “culpa” só podia ser do treinador. Aliás o festival de futebol com que destroçamos
o Southampton do experiente Kevin Keegan por 2-4 foi outra das “culpas” atribuir a Big Al.

Malcolm Allison era um treinador que estava habituado a lidar com a imprensa, como
prova este documentario feito na época antes de Malcolm Allison vir para o Sporting

http://www.youtube.com/watch?v=lJnpBygSLWA#noexternalembed

Este documentário é composto de seis partes e de vista obrigatoria para que admire o trabalho do Ingles.
Malcolm Allison nascido 5 de Setembro de 1927 comeceu a jogar futebol profissional no Charlton Athletic
mas dois jogos depois da sua estreia foi vendido ao mitico West Ham pela quantia de £ 7.000, uma soma
avultada para a época, decorria o ano de 1951.

Estreando-se como Defesa Central, fez os noves jogos que faltavam para terminar a época. Tal foi a sua
prestacao que na temporada seguinte substituiu Dick Walker como capitao da equipa, tornando-se cada
vez mais uma figura importante no balneario. Chegou mesmo a organizar uma greve quando percebeu que
o manager do clube nao pagava aos jogadores a quantia enviada por a Federação Inglesa por participação
numa das provas organizadas pela mesma.

Assim começou a carreira de uma das figuras mais controversas do futebol Ingles alcançando bastantes
titulos e durando cerca de quatro decadas

Depois de ter tido a sua carreira de futebolista profissional interrompida ao perder um pulmao devido a
complicaçoes de saude, teve um breve periodo como jogador profissional de cartas, algo que só veio adicionar
ainda mais mistica á sua personalidade, ja de si cheia de mulheres da vida, champagne e charutos de qualidade.

© Yazalde70 2008

Apesar de não ter presenciado o Big Al, adorei o que li e imagino como terá sido essa caminhada triunfante nesse ano! Nasci campeão e espero ver o meu clube novamente campeão este ano.

FORÇA SPORTING!!! E parabéns Yazalde pelo excelente trabalho!! Já te disse anteriormente que admiro os teus posts e volto aqui a repeti-lo. :clap:

A única coisa que posso dizer é que voltei a ganhar gosto em ler e sobretudo RELER os posts durante largos minutos neste fórum. Estes tópicos são autênticas pérolas e o melhor de tudo é que uma pessoa acaba sempre com um sorriso na cara e com uma sensação de “Wow!”.

Muito bom, fiquei a saber muita coisa que desconhecia por completo. :clap:

:clap: :clap: belo topico :clap: :clap:

O primeiro campeonato que me lembro de ver o Sporting ganhar foi sob o comando deste Senhor, embora confesse que não me recordo da qualidade do futebol jogado. Os jogadores que recordo são Meszaros, o grande amigo do Octávio Machado António Oliveira, Manuel Fernandes e Jordão.

quanto ao post inicial, :clap: :clap: :clap:

Não querendo colocar em causa o que dizes, já tinha investigado antes na Internet a carreira de Allison e, apesar de ser uma figura carismática, esteve longe de ser um Brian Clough, tendo os títulos sido muito poucos - ver por exemplo:

http://www.uit.no/mancity/staff/old/allison_malcolm.html

De qualquer modo, foi o treinador do segundo campeonato que me lembro de ter visto o Sporting ganhar, e um defensor do futebol espectáculo. Pena ter sido vítima das muitas guerrinhas internas que ao longo do tempo constantemente minaram o futebol sénior do Sporting.

E ele ia gostar deste smiley: :beer:

Sem dúvida… Pelo que li ele aceitava de bom grado as prendas que lhe enviavam para Alvalade (espumante creio).

Ele era conhecido por ser um grande fã de Magos - umas garrafinhas tipo água das pedras com um vinho branco (ou seria verde?) frisante. Nem sei se isso ainda existe.

Existe,nunca bebi mas ainda se serve nos cafés.

A bebida não me lembro ao certo, mas lembro-me de ler que ele recebia as prendas e que lhes dava limpeza Tide…

Escrevi sobre Allison algures, mas a pesquisa não funciona bem, não consigo pôr aqui o link.
Mencionei até a volta (por vezes mais que uma) que ele dava ao relvado antes do jogo começar, de garrafinha de Magos na mão, pela pista de atletismo, gozando o sol.
(Lembrem-se que na altura os jogos eram às quinze, aos domingos.)
Também falei no lançamento dum júnior no lugar de Jordão, no Sporting – FCP decisivo, dados os problemas pessoais de Jordão (o júnior, Mário Jorge, marcou o único golo do jogo).
Muitos anos mais tarde, quando apareceu a Internet (97~98), participei num fórum que não tinha nada a ver com desporto, e um bife que clicou no meu perfil por acaso, falou-me em Allison, assim sem mais nem menos. Parece que onde quer que passou Allison deu nas vistas. Disse-me que não devíamos dar importância ao seu aspecto abandalhado, controverso e extrovertido, que no fundo percebia imenso de futebol. Nem perdi a tempo a dizer-lhe que Allison já não estava sequer em Portugal, há bué.
É possível que a memória me atraiçoe num detalhe ou outro, não fui consultar fontes, escrevo isto de memória apenas.
Penso que houve desde sempre um choque de mentalidades entre Allison, protestante, divorciado, frequentador de pubs, bebedor assumido, etc., e João Rocha, ultra-conservador, católico, intolerante. Aliás, João Rocha tinha uma boa direcção do departamento de futebol, e pouco se dava com Allison.
Parece que era vulgar encontrar-se Allison assim a modos que «alegre», e os jornalistas estavam sempre a mandar piadinhas sobre o assunto.
A tal volta (ou voltas) ao estádio antes do jogo começar, com a garrafinha de Magos na mão, era a ponta do iceberg. Penso que nunca ninguém o viu sem ter o nariz bem vermelho…
A sua vida privada também era agitada. Lembro-me de ele ir intempestivamente ao Reino Unido, em vésperas dum jogo importante, aparentemente ao casamento duma filha, sem passar cartão a ninguém, lançando o pânico na direcção do clube. Quando voltou perguntou qual era o estrilho, e disse «I’m the manager», «viajo quando quero, está tudo tratado, a funcionar, não há problemas».
Mas os choques com a direcção eram mesmo frequentes.
Só que os resultados eram muito bons. Não se podia negar esse facto extraordinário.
Como escrevi noutro tópico, o futebol era bem diferente então.
Inicialmente a equipa quase não tinha meio campo, os avançados tinham por vezes que vir buscar jogo atrás, mas com Allison as coisas evoluíram. O futebol da época era mesmo muito diferente. Se um jogador fazia um passe para trás (coisa ultra-frequente hoje em dia) ouviam-se logo assobios. Poucas vezes um guarda-redes passava a bola a um jogador perto dele, tinha que pontapear a bola para longe, caísse onde caísse («chutão» em brasileiro). Se um defesa recolhesse a bola passava-a a um médio e este passava-a a um avançado. Se um médio recolhesse a bola passava-a a um avançado. Jogava-se sempre para a frente. Só se atrasava ao guarda-redes (uma especialidade dos centrais Zézinho e Laranjeira, entre outros), e apenas em último recurso (o guarda-redes podia agarrar a bola com as mãos).
Segundo Allison, avançados como Manuel Fernandes e Jordão eram uma raridade mundial, e por isso era preciso passar-lhes a bola quanto antes, não se podia perder tempo com mais nada, era um desperdício não os pôr a jogar. Assim como Quinito disse que gostaria de ver Pedro Barbosa a dar toques numa bola para seu gozo pessoal, lá no quintal, Allison disse que ver Jordão e Manuel Fernandes jogar era um espectáculo único, sem preço.
Como se carregava sempre sobre os adversários, marcavam-se muitos golos. Quando o adversário marcava, Allison levantava-se com um ar zangado, e apontava para a frente. Ao fim duns tempos, era o próprio público em massa que apontava para a frente, e gritava mesmo «para a frente», como se se tratasse dalgum comício ou manifestação.
O certo era que funcionava. Virava-se com frequência o resultado, e até se elevava a contagem. A tremideira passava, assim sem mais nem menos.
Allison repetia aos jornalistas e a quem o quisesse ouvir que se estava nas tintas para os golos sofridos desde que se marcassem mais. Mesmo nos jogos em que ganhávamos por um, passávamos o jogo inteiro ao ataque. Foi uma época muito interessante, sem dúvida. As emoções eram uma constante, e as alegrias bastantes.
Um jogador muito promissor, a vedeta do jogo em Southampton (treinado pelo famoso Kevin Keegan), foi Freire, que infelizmente teve a carreira comprometida por lesões. Allison incutia muita confiança nos jogadores, sobretudo nos mais jovens. A táctica de jogar sempre para a frente devia ajudar…
Era costume Allison utilizar muitos avançados, todos espalhados pela linha de fora-de-jogo, à espera da bola, e uma vez recebendo-a corriam para a baliza sem demoras. Além do fabuloso trio Manuel Fernandes, Jordão e Oliveira (por acaso estes dois nunca se deram bem fora do relvado), alinhavam outros jogadores de características ofensivas, como Lito, Freire e Mário Jorge (na altura era atacante, depois passou para defesa esquerdo, por falta de lugar), e mesmo Carlos Xavier subia muito. Barão e Inácio subiam muito (para cruzarem), e tínhamos um dos melhores defesas centrais que vi em toda a minha vida, Eurico (salvo erro o primeiro jogador que alinhou pelos três grandes), além do excelente guarda-redes Meszaros. O resto do plantel era assim a modos que para o «duro»…
Jogava-se de facto dum modo simples, mas jogava-se.
Houve outros treinadores britânicos em Portugal e no Sporting, cada um com o seu estilo, mas nunca deve ter havida tanta alegria e boa disposição em torno dum, e em tão pouco tempo!
Só que… tudo tem um fim, sobretudo o que é bom.
Na digressão da pré-temporada seguinte, num país de Leste, rebentou um escândalo sexual, e João Rocha não perdoou, os castigos foram exemplares, e Allison foi a primeira cabeça a rolar. Aliás, assumiu a responsabilidade, mas não aceitou que fosse razão para tanto. Por acaso até era, segundo constou.
Foi um grande choque para muitos sportinguistas quando faleceu. Deixou imensas saudades.

Penso que te referes a este post: http://www.forumscp.com/index.php?topic=6920.msg403073#msg403073

De facto, a pesquisa não funciona como devia, mas não a consigo arranjar… teremos de esperar pela versão 2.0 :stuck_out_tongue: Mas se fizeres a pesquisa no Google por: one_o_six Allison , encontras num instante. :wink:

Sim, foi nesse post que falei no assunto.

Excelente tópico. Para mim é história, pois não sou desse tempo. Mas o documentário não abona muito a favor do Malcolm! :mrgreen:

Grande ano esse, pontaria dos realizadores!

De facto esta “cena” da redacção foi uma excelente ideia! ;D :wink:

Excelente tópico! O Big Mal ainda hoje é uma lenda em Inglaterra, sobretudo pelo tempo que passou no Manchester City no final da época de 60 como adjunto de Joe Mercer, uma época de ouro para o clube, campeão da II Divisão em 66 e da I em 68. Allison é considerado um dos produtos da “academia” do West Ham, que formou vários treinadores todos eles com gosto pelo futebol ofensivo.

Allison é considerado um dos mais extravagantes e exuberantes treinadores da história do futebol inglês e a lenda de “Big Mal” enquanto personagem inconfundível só encontra paralelo nas de “Big Ron” Atkinson, Brian Clough ou Bill Shankly. Porém, é opinião comum em Inglaterra que Allison poderia ter conseguido muito mais na sua carreira de treinador. De certa maneira, é o treinador que mais se aproxima dos grandes jogadores que despontaram no final da década de 60 como Stan Bowles ou Rodney Marsh (ou o famoso jogador de “culto” Robin Friday) que, apesar de dotados de técnica brilhante, foram sempre encarados com desconfiança pelo “establishment” futebolístico inglês, que preferia um tronco com olhos, mas que jogasse os 90 minutos a correr dum lado para o outro, a um homem que soubesse jogar à bola.

Apesar de não ter alcançado tudo o que o seu potencial lhe possibilitava, Allison é sem dúvida uma figura respeitada e querida em Inglaterra, foi, por exemplo, o homem que introduziu o equipamento alternativo “à Milan” no Man City, para inspirar os seus atletas a jogarem como a equipa de Maldini pai, Rivera, etc.

Quanto à sua passagem pelo Sporting, é notável pelo carinho que nunca deixou de inspirar nos adeptos e que, da sua parte, foi sempre correspondido. O jejum de 18 anos elevou Allison à qualidade de talismã, mas mesmo que esse jejum não tivesse acontecido, estou certo de que o Big Mal continuaria a ser um ídolo do Sporting. Allison nunca deixou de nutrir grande afecto pelo Sporting, apesar da controvérsia que rodeou o seu despedimento. É um grande sportinguista, hoje e sempre.

Ah, é verdade, quando teve que abandonar a equipa do West Ham o seu lugar foi ocupado por uma jovem promessa- Bobby Moore.

Fico muito contente em saber que a grande maioria de voces gostou de ler o topico e ver os videos,
videos que para ser sincero, foi o que me deu a idea de escrever este texto.

Deixo aqui uma quote de Malcolm Allison
John Bond ( ex colega do West Ham e treinador que substituiu Allison em 1981 no Man City ) has blackened my name with his insinuations about the private lives of football managers. Both my wives are upset.

@
Angel Lion
Cada um tem o seu conceito de bastante, para mim julgo que estes chegam perfeitamente.
:beer: á nossa e do Mister Allison

English First Division (Equivalente á Premier League) 1967/68
F.A. Cup (T. de Inglaterra) 1969
League Cup (Carling Cup) 1970
Taca das Tacas 1970
Dobradinha 1981/82

@
Pireza
O Big Al nao era adjunto do Joe Mercer,um era o manager (Mercer) o outro era o coach (Allison)

@
One o six
Geralmente tenho muito gosto em ler o que escreves, mas olha que o Malcolm Allison ainda nao
faleceu. Se por acaso tal coisa aconteceu , nem ninguem falou de nada em Inglaterra, nem encontro nada
na net.
Para tirar as duvidas deixo aqui a pagina dele na wiki
http://en.wikipedia.org/wiki/Malcolm_Allison

Tens toda a razão. Telefonei a um irmão meu, a quem atribuí a notícia, mas ele disse que fiz confusão, Allison teve, isso sim, um problema de saúde grave, tipo ataque cardíaco, e fiz confusão :frowning:

Era de facto um treinador com muito carisma.Tinha uma ligação muito especial e muito estreita com os jogadores e com os adeptos.
Lembro-me de o ver muitas vezes a interagir com a Juve Leo e a ir à pista de tartan.Tinha um chapéu de aba larga que dizia ser o seu chapéu da sorte e que quando o pusesse era vitória certa.

É verdade que apanhava umas valentíssimas borracheiras e o vinho verde Magos era por ele muito apreciado durante o dia.À noite refinava e não eram poucas as vezes em que acompanhava o jantar no Porto de Santa Maria com Champagne e charuto que seguiam pela noite fora.

Mas era uma pessoa empolgante e os jogadores e a massa associativa gostavam todos dele.
Tinha uma alcunha elogiosa para cada um dos jogadores e dáva-lhes muito incentivo e confiança.
Era o tal treinador que dizia que não se importava de sofrer em todos os jogos 3 golos desde que marcásse 4.
O futebol praticado era realmente um futebol de ataque sempre com os olhos postos na baliza adversária.
Jordão,Manuel Fernandes e Oliveira pontificavam.Meszaros era um bom guarda-redes e a defesa e o meio-campo não deslustravam.

O Sporting tinha nessa altura um jogador no meio-campo que se chamava Nogueira.Não era um primor técnico,mas compensava isso com uma enorme entrega e era um lutador.
O Nogueira também apanhava umas tachadas valentes e a Aguardente era a sua companheira inseparável.Dizia-se que mesmo antes dos jogos tomava o seu cálicezinho de aguardente.

Um vez confrontado com esse facto respondeu que podiam dizer o que quizessem mas o que ele não admitia era que dentro do campo houvesse alguém que corresse mais do que ele.E era verdade.

Diga-se também que este jogador era sempre o primeiro a chegar aos treinos e que um dia Big Mal (e não Big Al) marcou um treino opcional para o dia de Natal.Sabem quem foi o único jogador que apareceu?
Nogueira.

Oliveira também gostava de bom vinho, do seu whisky e da sua cigarrada e embora nos treinos não se empenhasse muito,nos jogos era efectivamente um génio e fazia toda a diferença.

Big Mal conseguia realmente ter um grupo muito unido,um óptimo mas também muito controverso preparador físico,Roger Spry e um espírito óptimo no balneário.

Bem,já repararam concerteza que se na altura o Presidente do Sporting fosse o actual,não tínhamos um balneário,tínhamos certamente uma…adega.

Fomos Campeões e fizemos a dobradinha.
Mas os escândalos já eram muitos e estas coisas não podem durar sempre.Na pré-época do ano seguinte fomos estagiar para a Bulgária e aí foi o descalabro.As borracheiras eram constantes e gerais e não ganhámos um único jogo.As coisas já estavam incontroláveis e havia que tomar uma atitude.
Não sei se foi a melhor mas Big Mal foi imediatamente suspenso.
No regresso instalou-se num bungalow na Quinta da Marinha e as festanças bem regadas não paravam.Ao ponto dos vizinhos se começarem a queixar à Adminstração e à polícia.

Uma noite,em que a vizinhança não compreendeu a alegria e a boa disposição deste simpático inglês,dirigiu-se indignada ao bungalow de Big Mal acompanhada pela admnistração e pela polícia.
Big Mal recebeu-os todo nú de charuto ao canto da boca,taça de champagne na mão e o seu chapéu de aba larga na cabeça.

Foi despedido mas era de facto um espectáculo.A seguir estivémos 17 anos sem ganhar o campeonato.

Deixou saudades.