Juvenis: Benfica 2 - Sporting 1 (Crónica)

Esta tarde deslocámo-nos até ao Complexo Desportivo do Odivelas para assistir à partida da 2ª jornada da Fase Final do Campeonato Nacional de Juvenis entre o Benfica e o Sporting. O jogo desenrolou-se no campo n.º 2 do recinto. Apareceu muito público afecto a ambas as formações, para ver este desafio, em tarde ensolarada e quente.

Estiveram presentes, da parte do Sporting Clube de Portugal, Aurélio Pereira, Jean Paul, José Manuel Torcato, Gonçalo Bruno, o treinador dos juniores Luís Martins, o júnior João Gonçalves e vários iniciados tais como Antony Vieira, Micael Pereira e Bruno Silva.

A nossa equipa durante o aquecimento.

Da esquerda para a direita, Bruno Matias, André Martins, André Santos, David Santos, Rui Figueiredo, Diogo Amado, Rui Fonte, Jorge Abreu, Tiago Pedrosa, Adrien Silva e Vivaldo Arrais.

O capitão de equipa, Bruno Matias, durante a escolha de campo.

O Sporting apresentou-se em 4-3-3, com André Martins na baliza, Rui Figueiredo a defesa direito, Jorge Abreu e Tiago Pedrosa como dupla de centrais e David Santos a defesa esquerdo. O trio do meio campo foi composto por Diogo Amado a trinco, Adrien Silva sobre a direita e André Santos descaído sobre o lado esquerdo. O trio mais ofensivo apresentou Rui Fonte como ponta de lança, Bruno Matias sobre a esquerda e Vivaldo Arrais sobre a direita, com estes jogadores a trocarem frequentemente de posição durante o encontro. No banco estiveram o guarda-redes André Marques, o defesa Flávio Pina, os médios João Salgado, Rui Lopes e José Mário e os avançados Helmut Calvete e André Cacito. O trio de arbitragem veio de Setúbal.

Os primeiros minutos mostraram duas equipas a querer tomar rapidamente conta do encontro. Foram os leões que conseguiram fazê-lo de pronto. Logo aos 4 minutos, Bruno Matias marcou um canto do lado esquerdo e a bola sobrou para Vivaldo Arrais que, à entrada da área, rematou por cima da trave. O Sporting mantinha mais posse de bola e acercava-se com mais perigo da baliza encarnada. Num rápido contra-ataque, André Santos, conduzindo a bola pelo lado esquerdo, assistiu de forma primorosa Bruno Matias que, isolado à entrada da área, fez um chapéu ao guarda-redes, inaugurando o marcador. Era o 0-1.

O Benfica reagiu muito bem ao golo sofrido e, aos 16 minutos, a partir de um canto do lado direito, provocou muito perigo. Houve um cabeceamento ao poste, a bola ficou a saltitar perto da linha da baliza mas Tiago Pedrosa apareceu e afastou o perigo. Três minutos mais tarde, houve novo remate perigoso à baliza leonina, com a bola a sair ao lado. O empate começava a adivinhar-se. O Sporting, estranhamente, depois de se apanhar em vantagem no marcador, ficou apático. Somente aos 25 minutos voltaríamos a criar perigo, através de um livre directo frontal, que Bruno Matias cobrou mas a bola saiu por cima da baliza encarnada.

O Benfica continuou a pressionar e a controlar as operações a meio campo e só voltámos a aproximarmo-nos da área adversária aos 35 minutos, com um bom cruzamento de David Santos pelo lado esquerdo mas Rui Fonte, no coração da área, falhou a recepção e deixou-se desarmar. No minuto seguinte, Diogo Amado rematou rasteiro e à figura do guardião do Benfica.

O segundo tempo começou com uma assistência por lesão ao médio André Santos, o que motivou uma paragem da partida. O mesmo voltou ao terreno de jogo mas em nítida quebra. Aos 45 minutos, André Santos rematou de fora da área mas a bola saiu por cima. No minuto seguinte, o Benfica igualou a partida. Num lance aparentemente inofensivo, surgiu um cruzamento do lado direito com Bruno Parreira a cabecear, quase sem oposição, e fazendo o 1-1, sem hipótese de defesa para André Martins.

O Benfica animou-se e foi em busca do 2º golo, que quase surgia aos 49 minutos, através de um remate cruzado do lado esquerdo, que passou a rasar o poste. O Sporting não conseguia reagir nem travar o ímpeto atacante do adversário. Aos 53 minutos, o Benfica passou para a frente do marcador. Em lance precedido de duas faltas sobre Diogo Amado, André Carvalhas dominou a bola, progrediu pelo meio e rematou de fora da área fazendo o 2-1, em golo de belo efeito.

O SCP fez de imediato a primeira alteração, com a saída de Rui Fonte e a entrada para o ataque de Helmut Calvete. A equipa leonina tentou então reagir e Bruno Matias fez dois remates nos minutos seguintes, mas ambos sem consequências. Aos 59 minutos, saiu André Santos e entrou Flávio Pina que entrou para o lado esquerdo do meio campo. A partir desta altura, o árbitro começou a inclinar um pouco o campo, decidindo quase sempre a favor do Benfica a marcação das faltas a meio campo. Aos 65 minutos, o Benfica rematou à nossa baliza, com a bola a passar, mais uma vez, muito perto do poste. Estava o SLB mais perto do 3-1 do que o SCP do empate. Aos 69 minutos, saiu Rui Figueiredo e entrou Rui Lopes para o meio campo. Diogo Amado passou para lateral direito para colmatar a saída do n.º 2 leonino.

Por esta altura, o Sporting atacava mais com o coração do que com a cabeça, na tentativa de, pelo menos, empatar o jogo. Aos 75 minutos, Bruno Matias bateu um outro livre directo mas a bola saiu novamente por cima. O árbitro deu cinco minutos de desconto, onde o Benfica aproveitou para algumas pequenas ronhas e uma alteração, ao estilo das equipas pequenas. O jogo chegou ao fim e o Sporting perdeu, pela primeira vez, ao fim de 64 jogos.

Derrota justa do Sporting por 2-1.

Mais uma vez Parabens pelo teu trabalho.

E sempre uma pena o Sporting perder com essa corja!

As apreciações:

Trio de Arbitragem – Esteve bem no aspecto disciplinar mas não tão bem no aspecto técnico, deixando passar muitas faltas em claro. Nesse particular decidiu quase sempre em favor do SLB.

Benfica – A sua equipa de juvenis é claramente melhor que a de juniores. O seu colectivo é bom, tendo feito uma exibição positiva. Souberam reagir ao golo madrugador e dar a volta ao resultado. A nível individual destacam-se dois ou três jogadores, nomeadamente um dos centrais e o avançado André Carvalhas.

Sporting – Não íamos com expectativas demasiado elevadas em relação a este grupo e a fraca exibição de hoje acabou por confirmar isso mesmo. Parece que nos acomodámos ao golo que nos deu a vantagem e nunca mais conseguimos pegar no jogo, após um primeiro quarto de hora de bom nível. A defesa não é muito segura nem consistente, o meio campo é claramente o melhor sector enquanto que o ataque carece de alguma eficácia e coordenação. Foram muito poucas as jogadas com cabeça, tronco e membros criadas pela nossa equipa. Este grupo destaca-se mais por algumas individualidades do que pelo colectivo.

André Martins – Um jogo ingrato. Sofreu dois golos onde não teve grandes hipóteses de defesa. De resto, não teve nenhuma intervenção difícil. Pareceu-nos algo inseguro nos cruzamentos.

Rui Figueiredo – Teve alguns problemas para suster as iniciativas contrárias. Não se mostrou muito afoito a subir pelo seu flanco. Exibição regular.

Jorge Abreu – Fez uma exibição algo intermitente. Pareceu-nos algo inseguro e precipitado na forma como abordava os lances. Falhou muitos passes, indo a bola parar muitas vezes ao adversário. No lance do 2º golo do Benfica, limitou-se a ver André Carvalhas a passar por ele e a rematar.

Tiago Pedrosa – Esteve uns furos acima do seu colega de sector, resolvendo as situações com mais simplicidade e eficácia. Salvou um golo quase certo e esteve globalmente bem.

David Santos – Revelou alguma insegurança a defender, falhando alguns cortes e desarmes. Ofensivamente, subiu muito pouco pelo seu flanco, contudo a entrada de Flávio Pina permitiu-lhe mais algum atrevimento ofensivo.

Diogo Amado – Um dos melhores jogadores do Sporting em campo. :slight_smile: Joga a trinco e revelou-se dono de um pulmão quase inesgotável. Oferece o corpo ao manifesto e nunca desiste de um lance. Persegue o adversário que tem a bola até à exaustão. Tem boa visão de jogo, municiando os companheiros mais adiantados. Na parte final do jogo, caiu um pouco de rendimento, fruto do desgaste físico e de ter passado a ocupar uma posição mais recuada.

Adrien Silva – O MVP!! =D> O verdadeiro condutor da equipa. Exímio nas recuperações de bola e na organização ofensiva da equipa, revela-se sempre disponível para incentivar os seus colegas. Mostrou-se sempre inconformado com o rumo dos acontecimentos, remando sempre contra a maré e tentando arrastar a equipa consigo.

André Santos – Fez uma boa primeira parte, já que no segundo tempo uma pancada o limitou, tendo acabado por sair. Fez a assistência para o golo leonino, com uma desmarcação soberba. Revelou entrega, visão de jogo e boa técnica. :slight_smile:

Rui Fonte – Esteve bem, sobretudo nos primeiros vinte minutos do jogo, tentando sempre criar perigo e embaraço ao sector defensivo encarnado. Depois acabou por ir desaparecendo do jogo devido ao pouco caudal ofensivo.

Bruno Matias – Entrou muito bem, de forma galopante, no jogo. Foi ele que criou as primeiras iniciativas atacantes, levando o perigo até à baliza. Marcou o golo leonino com um belo chapéu. À medida que o jogo decorreu, perdeu alguma da sua intervenção no ataque. Pareceu-nos psicologicamente fraco, a partir do momento em que nos vimos a perder. Nunca mais recuperou o discernimento, parecendo desesperado e desorientado, o que afectou o seu rendimento até ao final do jogo. Teve que ser Adrien Silva a chamar-lhe a atenção mas o jovem escalabitano nunca mais se encontrou, revelando-se cada vez mais nervoso.

Vivaldo Arrais – É um jogador um pouco franzino e irrequieto. Infelizmente, as suas iniciativas não tiveram grande objectividade nem provocaram perigo.

Helmut Calvete – Substituiu Rui Fonte mas não trouxe nada de novo ao jogo. Foi sempre presa fácil para a defesa adversária, uma vez que revelou lentidão de movimentos e pouca entrega.

Flávio Pina – Muito interventivo e cheio de vontade de alterar os acontecimentos. Entrou bem no jogo para o lado esquerdo do meio campo, sendo que a sua posição de origem é a de lateral esquerdo. Conseguiu criar algum perigo por esse flanco mas sem grandes consequências.

Rui Lopes – Entrou para o meio campo para tentar o derradeiro assalto à área encarnada. Fez um par de recuperações de bola mas não esteve muito tempo em campo para poder fazer muito mais.

Bem ,estou a ver que os lamps nos deram um banho de bola…

Foi desta geracao que o Mourinho nos veio roubar dois jogadores importantissimos e ainda queria levar o ADRIEN SILVA.Este miudo e a nossa grande esperanca para o futuro.

Daqui a 3 anos quero ver um meio campo composto por: Zezinando,J.Moutinho,A.Silva e Br.Pereirinha!!!

Venham os lamps na segunda volta a academia para nos vingar nesses patifes

Mais uma vez obrigado Ricardo. É sempre frustante perder com estes “meus” mas somos grandes e superiores a isso. :arrow:

Mais uma grande reportagem! Já convivi de perto com a bela da pasta e com a caneta do repórter!

Pena perdermos com esses rabões!

Pelo que me contaram, o Sporting perdeu fundamentalmente porque o João Couto decidiu alterar o sistema de jogo de 433 para 442, prescindindo inclusive do lateral Flavio Pina que se tem revelado um dos melhores valores da equipa fazendo o seu flanco todo!

Isto não pode tirar o valor a João Couto que é de longe o melhor elemento das equipas técnicas do futebor jovem do Sporting!

Para vos dar uma ideia, todas as equipas do futebol jovem do Sporting se regem pelo mesmo sistema de jogo (433) com algumas obvias adaptações aos elementos disponiveis!

Por outro lado, toda a entourage do futebol jovem que estava presente não foi capaz sequer de se aproximar ou demonstrar solidariedade para com jogadores e técnicos! Se se ganhasse seria diferente concerteza! :evil:

Depois de 64 jogos sem derrotas, perder com esses cães… :evil:

Pelo que me contaram, o Sporting perdeu fundamentalmente porque o João Couto decidiu alterar o sistema de jogo de 433 para 442, prescindindo inclusive do lateral Flavio Pina que se tem revelado um dos melhores valores da equipa fazendo o seu flanco todo!

Isto não pode tirar o valor a João Couto que é de longe o melhor elemento das equipas técnicas do futebor jovem do Sporting!

Apesar de termos escrito que o SCP actuou em 4-3-3, a verdade é que o mais correcto é afirmar-se que actuou em 4-4-2. Isto porque a posição do Vivaldo Arrais suscitou-nos algumas dúvidas porque aparecia, ora sobre o flanco direito, ora aparecia no meio, logo atrás do Rui Fonte e do Bruno Matias, como o vértice mais avançado do losango do meio campo. Fica aqui a nossa rectificação.

Quanto ao João Couto, estou absolutamente de acordo contigo. Não é esta derrota que vai mudar a nossa opinião sobre ele. Ainda vamos bem a tempo de revalidar o título.