Junta Médica

Boas!

Alguém já teve de ir a uma Junta Médica para efectuar perícia a lesões para efeitos de tribunal?
Quando tempo demorou desde o pedido efectuado até à consulta?
Que tipo de exames se é submetido? São efectuados por quem?

Obrigado!

Já tive que ir a duas Juntas Médicas: a primeira, porque necessitava (pedido grau de incapacidade) e a segunda por burocracias (houve uma alteração na altura, em determinados regulamentos e passou a ser exigido um determinado ano no comprovativo).

O tempo foi relativo: a primeira, penso ter esperado cerca de um mês, a segunda “somente” duas semanas.

Em relação ao procedimento da consulta é relativamente simples, idêntico a uma simples consulta com um médico de família: mostras o “problema” e a equipa médica avalia entre si. Dependendo dos assuntos (doença natural ou acidente), poderá ser solicitado outro tipo de exames (não foi o meu caso, portanto desconheço). A própria equipa médica varia em número consoante o caso (no meu, eram 3, mas em casos de acidentes, são somente 2).

É preenchido e assinado um comprovativo e fica finalizado.

Nunca fui a uma junta médica desse género mas, normalmente, é convocada pelo Juíz adstrito ao processo.

De acordo com o Código do Processo de Trabalho, a perícia por junta médica, constituída por 3 peritos, tem carácter urgente e é presidida pelo Juíz.

Os peritos são, normalmente, um médico nomeado pela seguradora, outro nomeado pelo Tribunal e eventualmente um perito dos serviços de medicina legal.

Normalmente, dois dos médicos são da especialidade, nomeadamente, se estamos a falar de situações musculo-esqueléticas, serão especialistas de ortopedia, se estamos a falar de queimaduras, serão eventualmente dermatologistas ou cirurgiões plásticos, e assi sucessivamente.

Os exames a fazer são determinados pelos pelos peritos e pelo Juíz que, se considerar necessário, pode determinar a realização de exames e pareceres complementares ou requisitar pareceres técnicos.

Espero ter ajudado.

Sim, basicamente cobriram tudo.
Tinha ideia que demorava mais tempo.
Pah o acidente em causa já foi quase há 7 anos, o processo arrasta-se e só agora foi marcada a perícia.
Houve fractura, operação, chapa e parafusos, e possivelmente posterior operação.
Fiquei com o pulso em muito mau estado, e o médico ortopedista (tinha lido que também podia fazer parte da junta médica sob nosso pedido) disse inclusive que seria muito difícil recuperar a mobilidade do polegar.
A verdade é que com muita fisioterapia, sorte e “comando de playstation”, recuperei a mobilidade, apesar de alguma dor.

Ora 7 anos depois, é natural que as coisas estejam um pouco melhor.
Eles vão apenas pelas lesões visíveis, ou também o nível de dor verificado e incomodo?
Sendo Informático, não consigo estar a escrever/programar mais de 20/30 minutos, sem ter de parar por dores no pulso e polegar.
Eles “medem” isso?

Outra duvida, é a nível “mental”, tendo em conta que houve mortes no acidente, e de pessoas que me eram proximas, eles também “avaliam” o mental ou cagam nisso?

Para finalizar, é possível “teatralizar” um pouco? Ou é tramado? (digo isto, porque a seguradora está há 7 anos a agir de má fé, visto que o outro gajo foi declarado culpado e condenado a 4 anos em julgamento, e agarram-se ao “50/50” e as vezes dá vontade e ir para lá gritar e chorar de dor")

Obrigado!

Não tenho muita experiência em acidentes de viação, tenho mais experiência em acidentes de trabalho, mas o que eu aconselho é que sejas o mais honesto possível.

Se te dói a fazer determinados movimentos, se tens menos mobilidade do que tinhas (ainda por cima do polegar, que em termos de valor é o dedo que vale mais nestes casos de fixação de pensão), é dizeres isso mesmo.

Ainda mais sendo informático, com um uso diário do dedo polegar para trabalhar, é dizer isso mesmo, que tens menos mobilidade do que tinhas e que o que fazes, fazes com dor.

Assim, não tens necessidade de fazer teatro e vais ver que se tiveres um Juíz consciencioso ele vai considerar e ponderar todos os fatores, nomeadamente, o facto de sendo inocente teres ficado prejudicado, o tempo que tiveste de imobilização, de fisioterapia, a tua idade, etc.

Quanto à questão da visibilidade, uma coisa é teres uma lesão na cara, por exemplo, outra coisa é uma lesão no dedo, percebes?

A não ser que fosses modelo de mãos e vivesses de as mostrar. Mas as mãos são das coisas mais valorizadas em acidentes de trabalho, em acidentes de viação não sei.

Normalmente, os Juízes destes processos costumam ser bastante criteriosos e decidem quase sempre pelo lado da vítima.

Podes é, se tiveres dinheiro e paciência para isso, avançar com um processo cível por danos pedindo uma indemização por danos mateirias e imateriais, por exemplo.

Se o fulano que provocou o acidente foi culpado, bem merece isso.

A lesão neste caso foi Radio partido, pulso fracturado, e umas feridas nas pernas.
Ficou a cicatriz no braço com 20 pontos e a chapa no osso.

Por acaso também tinha curiosidade em saber as percentagens. (já olhei para a ficha, porque acho que eles se guiam pela de acidentes de trabalho, mas é bué confuso)
Não sei se o juiz/medico olha para aquilo e espeta tipo percentagem de jurisprudência, ou se soma mesmo os valores todinhos.

Soma os valores das diferentes incapacidades avaliadas para cada parte do corpo.