Simplesmente épico
Por Juvenal Carvalho
07 Nov, 2024
Terça-feira, 5 de Novembro de 2024. O ponteiro do relógio apontava para as 21h55 e, assumo, foi de lágrimas nos olhos que esperei pelo apito final. Que momento lindo. Que momento único.
O Estádio José Alvalade foi um vulcão em erupção. Desde os netos até aos avós estavam todos em perfeito êxtase. Como que não querendo acreditar naquilo tão inolvidável que estavam a ver. Arrisco que muitos se beliscaram. Mas era mesmo verdade. A noite foi épica.
Imagino, porque ainda não tinha nascido, que no dia 18 de Março de 1964, ano da conquista da Taça dos Vencedores das Taças, culminada em Antuérpia com o famoso ‘Cantinho do Morais’, os Leões que estiveram no estádio, e não só, tenham vivido algo muito parecido aquando da goleada ao Manchester United, que tinha então, como o rival City de hoje, a nata do futebol mundial da época. Uma verdadeira constelação de estrelas que contava com George Best, Bobby Charlton, Denis Law, entre outros, terá sido algo muito semelhante.
Tenho o privilégio de ter falado, no meu percurso de vida, nos anos que passei pelo futebol juvenil, com alguns dos intervenientes nesse jogo. Falavam sempre dele com os olhos a brilhar.
E falei desse jogo, fazendo um paralelismo, porque a história não se apaga. E também este, com outro colosso mundial da mesma cidade, o Manchester City, ficará obviamente na história. Que se irá recordar igualmente daqui a muitos anos. Para descrever este momento, apenas me sai uma palavra: ÉPICO.
A equipa soube sofrer no último jogo de Rúben Amorim em Alvalade – obrigado míster, por tudo o que representou para o Sporting CP. Proporcionou-nos momentos únicos.
Ter entrado no jogo literalmente a perder não abalou minimamente um Leão com uma confiança inabalável.
Foram Leões indomáveis aqueles que envergaram o símbolo. Fizeram história. Garantiram matematicamente a continuidade do clube na UEFA Champions League e não vão ficar por aqui. Queremos continuar na senda daquilo que os fundadores preconizaram. Ser grandes, tão grandes como os maiores da Europa.
De um extremo ao outro do campo, mais concretamente de Franco Israel – um “muro” verdadeiramente intransponível – ao “monstro” Viktor Gyökeres, mais um hat-trick, foram todos uns heróis. A equipa é um colectivo único. Onze irmãos em campo com uma vontade indómita: ganhar!
Falei de um momento épico com 60 anos, ante o Manchester United. Agora chegou outro com o Manchester City. Também pela particularidade de terem a mesma cidade inglesa em comum.
Uma certeza tenho, arrisco a dizer que estamos a viver um dos melhores momentos da nossa existência enquanto clube. Não posso, por perfeita justiça, passar sem deixar de dar uma palavra de apreço e reconhecimento ao trabalho feito pelo presidente Frederico Varandas e pela sua equipa directiva. Não faço futurologia, porque não tenho esse dom. Mas tenho uma convicção. O Sporting Clube de Portugal está alicerçado para continuar a ganhar.
Todos seremos poucos para dar continuidade a esta Onda Verde. O #ondevaiumvãotodos terá que continuar a ser regra. Unos e indivisíveis à conquista do objectivo do “Bi”.
Agora, depois da inusitada alegria europeia, o chip já está direccionado para Braga. Manter a primeira posição isolados é o objectivo e o desígnio a que nos vamos propor.
Estamos felizes. Mas queremos sempre mais. O nosso ADN é feito de conquistas. O nosso lema fala por ele. Esforço, Dedicação, Devoção e Glória!
P.S – O nosso João Coelho, recordista nacional de 400 metros, foi operado a um tumor maligno na tiróide e está agora em recuperação. Força, João. Mesmo mais longa, é mais uma corrida que vais vencer. O regresso será à tua imagem…‘à Campeão’.