alterações que não fazem o minimo sentido! agora vai passar a ser usada a mesma palavra para nos referirmos a situações diferentes. Por exemplo: “(vou) para o carro”; “para o carro (que está alguém na passadeira)”… absolutamente absurdo!
Boa… que Egipto e egípcios são duas palavras diferentes, não é novidade nenhuma. Eu também andei na escola primária e aprendi que são palavras da mesma família (que derivam de uma mesma palavra primitiva, como também deves saber…)
Ora, assim sendo, de onde vem o “p” da palavra egípcio? Do mesmo sítio para onde desaparece o “p” da palavra Egipto?
Enfim… fenómenos “para-anormais” do Acordo (des)Ortográfico imposto… :inde:
Quanto à fonética das palavras, isso já é outra história… até porque há quem leia e pronuncie de uma forma ou de outra… e isso é relativo, porque o chamado acordo ortográfico trata precisamente da ortografia, ou seja, a forma como se escreve as palavras… capice?
Não que isso não tenha influência na fonética, mas o âmbito e o impacto principal é na escrita.
Não concordo Hulk, o novo acordo ortográfico vai ter implicações ao nível da fonética, mesmo que indirectamente. A palavra facto (fato) é das mais gritantes, porque toda a gente diz o “c”.
É mesmo por isso que não concordo com esta decisão, porque qualquer mudança na língua escrita tem de ir ao encontro da língua falada.
Mas não vejo onde está a diferença entre o que eu referi e o que estás a dizer. Eu simplesmente disse que o acordo ortográfico, como o próprio nome indica, incide sobre a ortografia da língua, e por isso, acaba por ter influência na fonética, como escrevi no último parágrafo.
E já agora, permite-me desenvolver o seguinte aspecto - a parte escrita da língua é o seu código, a sua matriz registada e padronizada, o cânone. Isso acontece por, tal como sabemos, haver muitas formas de ler, pronunciar e falar uma língua. Há o sotaque, há a pronúncia que varia de região para região, há até mudanças no timbre, na dicção, na voz, na educação e na interpretação de pessoa para pessoa.
Sendo a língua mutável, ela baseia-se na evolução, mutação e revolução da língua falada, que é a língua mais abrangente (nem todos sabem ler e escrever, mas isso não os impede de falar), mas há uma raiz linguística que une as palavras, a chamada raiz etimológica, relativa à etimologia, que relaciona e “une” a forma das palavras ao longo dos tempos e nos reporta à sua “árvore genealógica”, aos seus antepassados, por assim dizer, á sua transformação cronológica, até à sua origem. Logo, mesmo que a língua fosse muda, e apenas escrita (recorrendo a um “suponhamos”, celebrizado nas Conversas da Treta) seria um absurdo alterar a escrita das palavras rasurando a sua origem etimológica, como se fossem “palavras geneticamente modificadas”… só mais um dos aspectos absurdos que este acordo trás implícito. São muitos…
Já me estive a informar melhor e nenhum de nós está certo. A opção de colocar o “c” é facultativa. Pode-se continuar a escrever com a letra ou sem, o que ainda é mais ridículo do que permitir ou proibir porque vai abrir espaço para uma série de confusões em diferentes textos.
Quanto ao que dizes Hulk, eu concordo inteiramente na questão da etimologia. Mas há um assunto ainda mais preocupante, que é o do ensino e das contrapartidas negativas que isto vai trazer ao nível da aprendizagem. É uma completa bagunça.
Eu não sou a favor do acordo ortográfico, e acho que não faz sentido nenhum Egipto perder o p.
O p de Egipto é mudo*, e o de egípcio não, só por isso chamei a atenção de serem duas palavras diferentes, porque antes estava eu prestavelmente a corrigir alguns equívocos relacionados com a mudança, quando me atiraste com os “egípcios” para contra argumentar a explicação que dei para “Egipto”.
Eu não discuti em lado nenhum a validade do acordo, até porque nesse ponto estou de acordo contigo e com todos os outros que postaram até agora. Simplesmente tentava corrigir equívocos.
Já agora, e antes que alguém me venha atacar por eu não ser nenhum especialista na matéria, que não sou, reservo-me o direito de dar essas explicações, apenas e só, porque tenho o dicionário online da priberam aberto no separador do lado para ir tirando as minhas duvidas. Se quizerem também o podem ter: http://www.priberam.pt/dlpo/
Andemos com isto para a frente, porque não passou de um mal entendido. :arrow:
O p de Egipto é efectivamente mudo, mas também é verdade que temos a tendência para ler de forma diferente Egipto e Egito, eu pelo menos tenho.
Não fazia ideia, eu sabia que facto ia continuar a estar certo, não sabia que fato também ia poder significar o mesmo. Suponho que tenham optado por isso, porque em Portugal se diz facto sem C mudo e no Brasil não.
Curiosamente, também costumo utilizar exactamente o mesmo dicionário online, se bem que já reparei que por vezes é omisso. Mas é útil, até porque tem opção de selecção com ou sem acordo ortográfico (não que eu use a função do novo acordo ortográfico, não me desperta curiosidade nem tenho necessidade de a utilizar).
Quanto à discussão, não vejo qual seja o mal entendido. Estou a compreender-te perfeitamente, assim como penso que estás a compreender-me perfeitamente. São interpretações. Etimologicamente e ao nível da ortografia, ambas as palavras, Egipto e egípcio, levam “p”. Tu dizes que é mudo na palavra Egipto. Talvez, se não o leres e pronunciares. Eu leio-o e pronuncio-o, ou não. É assim, gradualmente, que as palavras vão mudando, quer ao nível fonético (oralidade) quer ao nível da escrita. Para mim, consoante muda é o h de hospital, de hiato. Isso sim é uma consoante muda, na nossa língua, e dificilmente levanta celeumas. Mas não impede outras interpretações. Esta é a que eu faço, e estou sempre disposto a repensar as coisas - como a própria língua, a própria semântica. Mas não a mudá-las por cardápio, imposto sabe-se lá com que objectivos, a não ser a evidente confusão e estupidificação.
Mas eu percebi perfeitamente a tua opinião, apesar de algumas ligeiras discordâncias. Como na questão de tentares diferenciar o “p” de Egipto e o “p” de egípcio, porque um é mudo e o outro não, o que, como já referi, não é assim tão claro e seguro como afirmas, na minha opinião.
Por isso não percebo que haja incómodo. Eu não estou a tentar contradizer-te, pelo contrário, estamos a aprofundar a questão. :great: