“Hooligans” sem controlo em Portugal
Cerca de 2000 adeptos, a maioria ligada a claques, já estiveram envolvidos em incidentes violentos nos jogos do campeonato nacional de futebol. O Governo nega lista à polícia.
Valentina Marcelino
13:39 | Domingo, 19 de Out de 2008
O adepto do Benfica que ficou recentemente conhecido como o ‘diabo de Gaia’, por ter agredido o fiscal-de-linha num jogo com o Porto, tem liberdade para voltar a qualquer estádio de futebol. Toda a gente o viu a cometer um crime - agressão -, foi detido pela polícia, mas nada o impede, enquanto aguarda julgamento, marcado para o final deste mês, de voltar aos relvados.
Este não é caso único. Nos ‘ficheiros’ da polícia constam cerca de 2000 nomes de adeptos, a maioria ligada a claques, que já estiveram envolvidos em incidentes violentos nos jogos do campeonato nacional de futebol. Só na época passada houve 184 casos graves nos estádios da primeira Liga, tendo sido identificados formalmente 189 indivíduos e detidos 19. Foi o maior número de incidentes registados nos últimos cinco anos.
No entanto, segundo o presidente do Conselho para a Ética e Segurança no Desporto (CESD), Manuel Brito, a interdição de entrar em estádios foi aplicada apenas a seis pessoas. E dessas apenas uma o tribunal obriga a apresentar-se na esquadra da área de residência nos dias de jogo, como forma de controlar o cumprimento do castigo. Sem ser assim, reconhece Manuel Brito, “não há qualquer controlo”.
Passar a bola
Os “hooligans” nacionais beneficiam, sem dúvida, das ‘fintas’ à lei e das descoordenações que vão acontecendo entre entidades responsáveis.
O Instituto do Desporto de Portugal (IDP) ignorou um pedido da Direcção Nacional da PSP para que a informasse sobre a identidade dos “hooligans” que estão impedidos, por decisão judicial, de entrar em estádios de futebol. De acordo com a legislação em vigor desde 2004, é o IDP, autoridade governamental, que centraliza esta lista que lhe é remetida pelos tribunais.
Segundo fonte oficial da polícia, “antevendo o início das competições desportivas e perspectivando os necessários procedimentos de segurança”, foi feita essa solicitação “a 13 de Agosto de 2008, não tendo sido acusada resposta até ao momento”.
O porta-voz oficial do Instituto passa a ‘bola’ para outra entidade: “face ao novo enquadramento legal, fizemos chegar os elementos ao Conselho para a Ética e Segurança no Desporto (CESD), no qual se encontra representado o Ministério da Administração Interna”. Quer o IDP quer o CESD são tutelados pela Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto. O secretário de Estado, Laurentino Dias, que, por sinal, prometeu há um ano um novo enquadramento legal para esta matéria, não quis prestar declarações.
Por sua vez, o presidente do CESD, devolve a ‘bola’ ao Instituto do Desporto. “Pelo que sei as relações com as forças de segurança são muito boas”, afiança.
Na verdade, duas das mais importantes medidas previstas pela lei contra a violência no desporto, publicada há quatro anos, não saíram do papel. Uma é a criação de uma base de dados nacional no IDP, para centralizar os registos das pessoas interditadas de acederem a recintos desportivos, que não foi feita. O porta-voz do IDP não respondeu porquê.
Outra medida por concretizar é o polémico registo das claques de futebol, com os nomes de todos os elementos. A conta-gotas o CESD foi recebendo as listas, mas nem todas as claques se identificaram. Entretanto, está pronta uma anteproposta de lei que prevê um agravamento das penas de prisão e das medidas sancionatórias contra adeptos violentos.
NÚMEROS
1043
incidentes violentos aconteceram desde 2002 nos estádios de futebol
924
pessoas foram identificadas pela polícia e alvo de processos
6
estão proibidas de ir aos jogos
[url]http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/429575[/url]
O que diriam então em Inglaterra, ou cada vez mais por esses paises da europa fora… : :
:
Eles andam ai, são maus e causadores de desacatos :-X