Gripe Suína / Gripe A (H1N1)

Por que esta é bem capaz de vir a dar que falar, dada a elevada taxa de mortalidade (quando comparada com as outras)… Comecou no México, onde já matou 102 pessoas, já tem casos nos Estado Unidos e agora aparece o primeiro na Europa:

[b]Confirmado primeiro caso de gripe suína em Espanha [/b] 27.04.2009 - 11h05 PÚBLICO

A ministra da Saúde espanhola, Trinidad Jiménez , informou hoje que as análises feitas a um homem de 23 anos de Almansa (Albacete) confirmaram o primeiro caso de gripe suína em Espanha e, também na Europa.

De acordo com a mesma fonte, citada pelo diário espanhol “El País”, esperam-se ainda os resultados das análises a outras 17 pessoas. A vítima do primeiro caso de H1N1 – que regressou a 22 de Abril de uma viagem ao México – permanece internada no Hospital General de Almansa.

Apesar disso, Trinidad Jiménez garantiu que nenhum dos casos investigados, nem mesmo o que deu positivo, são graves. A suspeita de infecção em Cádis também foi descartada.

O jornal “El Mundo” avança que a titular da pasta da Saúde já foi convocada para uma reunião com o primeiro-ministro espanhol, Jose Luis Rodríguez Zapatero, que terá lugar às 13h00 (12h00 de Lisboa). Este encontro poderá atrasar o encontro de Zapatero com o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, que será recebido pelos reis de Espanha às 12h30 (11h30 de Lisboa).

Para já não parece preocupante já que estamos na Primavera , mas se o vírus evoluír lá para o final do ano pode ser uma coisa séria , espero que não.

O vírus da Gripe de 1918 , tambem começou assim com uma 1ª onda na primavera de 1918 , com efeitos normais duma gripe , só que depois se transformou no final de 1918 numa estirpe mortal.

É capaz de ser mais um falso alarme , mas com a circulação de pessoas e animais à escala planetária aumenta a possibilidade de recombinação de virus da gripe , e de vir aparecer uma estirpe igual à de 1918 , não nos esqueçamos que há tambem a Gripe das Aves.

e eu que tive no méxico de 7 a 13 deste mês e vim de lá com uma febre ligeira deixei toda a gente louca aqui em casa…

hihi

atchiiiimmm

oinc :shifty:

sempre disse que a lampionagem ainda ia armar sarilhos dos grandes.

Já há inclusivamente alguma controvérsia sobre o nome da doença na comunidade médica. Parece que o nome será Gripe Suína.
Apesar de este assunto ser preocupante, ninguém se ofenderá muito se na brincadeira futebolística se rebaptizar para “Gripe dos lampiões”.

Gripe das aves, gripe suína, vacas loucas.

Os animais andam doidos

Vou-me tornar vegetariano

Depois há o surto da “Febre das cenouras” e deixas de comer cenouras. Depois há “Gripe das alfaces” e deixas de comer alfaces. And so on, and so on…

O que há é a perspectiva da industria farmacêutica sair desta crise…

E quem é o responsável máximo pela farmaceutica que comercializa o principal medicamento para esta gripe? :whistle:

Os resultados actuais não são os que já foram num passado recente, mas comparados com muitos sectores a indústria farmacêutica está a reconfigurar-se (vidé fusões já decididas e a ocorrer proximamente) e a sair-se relativamente bem. Falência de alguma grande farmacêutica não prevejo nenhuma proximamente. Mesmo que os Governos e seguradoras queiram pagar menos pelos medicamentos ou ver mais resultados. Não desqualifica o cepticismo, mas tempera-o.

Recebi este email lá no laboratório, mas não consegui perceber quem assina:

[b]A gripe[/b]

"Provavelmente só porque é fim de semana é que os meus amigos, conhecendo-me como virologista, ainda não me questionaram sobre a gripe “suína”. Infelizmente, o termo é errado. No caso da gripe aviária que apareceu há poucos anos, houve infecção de algumas centenas de humanos, mas sem que o vírus pudesse passar desses humanos a outros. Agora é diferente.

De suína, esta gripe só tem a origem. De facto, ela é bem humana. Na história da gripe, o aparecimento das grandes epidemias mundiais (pandemias) foi quase sempre por adaptação ao homem de vírus suínos da gripe. Por isto, as expectativas em relação ao vírus aviário H5N1 (sigla que identifica os dois principais antigénios do vírus, e que definem se temos ou não imunidade contra ele) eram a de, com alguma probabilidade, na situação do Extremo Oriente de grande concentração conjunta de aves, porcos e humanos, o vírus aviário H5N1 passar para o porco e deste para o homem, adquirindo capacidade de transmissão homem a homem.

Afinal, como tantas vezes acontece na emergência de novos vírus, a situação foi surpreendentemente diferente. O que aparece é um novo vírus humano - insisto, humano, transmissível de homem a homem - com origem no porco mas no outro lado do globo, no México. Também não é um H5N1 e por isto, como eu e muitos escrevemos na altura, era tolice investir em vacinas contra um vírus que ninguém sabia o que viria a ser - mas sim um H1N1, desaparecido da história da virologia há quase um século. Foi o tipo de vírus que causou a terrível pandemia de 1918, a espanhola, que matou mais gente na Europa do que a guerra mundial que tinha terminado pouco antes. É certo que tem havido, nos últimos invernos, algumas infecções com H1N1, mas não é o tipo hoje mais vulgar e nada garante que o novo vírus seja neutralizado por vacinação com os últimos H1N1 circulantes.

Hoje, os dados oficiais mexicanos revelam cerca de 1300 infectados com 81 mortes, uma taxa de letalidade já considerável. Também já há casos nos EUA. O que significa isto? Não quero ser alarmista, mas os meus leitores têm o direito ao que de mais objectivo eu, especialista, possa dizer.

Considero uma situação muito preocupante, porque estamos perante condições muito diferentes do que eram as tradicionais na emergência de novas pandemias de gripe. A sua origem não é em zonas rurais da Ásia mas sim numa área metropolitana de 20 milhões de pessoas, em estreito contacto favorecedor de transmissão por via respiratória. Em segundo lugar, os vírus hoje viajam de avião. Finalmente, como disse atrás, trata-se de um tipo de vírus contra o qual há dezenas de anos que não há qualquer resistência imune nem há vacinas rapidamente disponíveis.

Que fazer, em Portugal? Para já, a nível individual, nada. A nível das autoridades de saúde, vigilância, controlo a nível de medicina das viagens, planeamento desde já de condições de hospitalização e isolamento de milhares de possíveis doentes (atenção, vai ser a esta escala, transformando a FIL em hospital). O que faria agora eu, como indivíduo? Obviamente, cancelar qualquer viagem marcada para o México ou para o sul dos EUA. Informar-me junto do meu médico sobre todos os sinais de alerta, os sintomas da gripe, que muita gente confunde com os de uma vulgar constipação. Se começar a haver casos em Portugal, usar máscara, deixar de frequentar locais com muita gente, isolar em casa, como prisioneiros, os nossos pais septuagenários. E, se a religião ajuda, rezar frequentemente.

Mas também ter em conta que o mesmo progresso e actual modo de vida que nos vai trazer o vírus de avião também vai permitir o diagnóstico muito precoce da doença, a produção limitada mas razoável de medicamentos e de vacinas.

P. S. - Já imagino o que vai haver por aí de pânico em relação ao consumo de carne de porco! Mesmo que a gripe fosse suína, não era pela carne que se transmitiria. Mas, como chamei a atenção, “suína” é neste caso uma referência enganosa, tem a ver só com a origem. Quem a vai ter são os humanos, não os pobres suínos.

P. S. (21:30) - Últimos dados (não confirmados nos “sites” oficiais): cerca de 20 casos nos EUA, detectados já alguns casos no Canadá, no Japão e na Nova Zelândia.
(27.4.2009, 11:30) - Também alguns casos (1 confirmado, 17 suspeitos) já aqui ao lado, na Espanha.

Do texto do especialista que o MRG citou, eu apenas substituia o “rezar” por “lavar as mãos com maior frequência”, naquela parte em que se refere o que podemos fazer individualmente para prevenir a infecção - acho incrível que uma das principais formas de contágio - as mãos - não tenha merecido qualquer comentário do autor. De resto, fiquei um pouco mais esclarecido.

Quanto àquela recomendação de deixar os septuagenários isolados em casa “como prisioneiros”, também concordo.

(pode ser que assim o Prof. Moniz Pereira não vote nas eleições do clube)

:whistle:

Uma pergunta de leigo, esse famoso medicamento não é eficaz? Este virus é completamente mortal? É que não estou mesmo a perceber. ^-^

Os vírus só sobrevivem se encontrarem células para ‘parasitar’. E porquê? Porque os vírus não têm maquinaria própria… são simples proteínas mais um bocado de DNA. A sobrevivência de um vírus é pois assegurada pela célula que infectam, já que esta, no seu processo normal de produção de proteínas através da “leitura” e “tradução” do DNA, acabam por “ler” e “traduzir” o DNA do vírus que se infiltrou, criando imensas cópias do mesmo… e essas cópias acabam por matar a célula e serem libertadas para o exterior onde vão ‘parasitar’ outras células.

Os medicamentos anti-virais como o tamiflu apenas evitam o mecanismo de perpetuação do vírus, atrasando a sua replicação. O que é que ganhas com isso? Tempo… e tempo é a coisa mais importante que se pode ganhar na luta contra um vírus. O sistema imunitário precisa de cerca de alguns dias perante uma primo-infecção para criar defesas contra o vírus (defesas essas que já existem aquando de uma segunda infecção, daí a reacção mais vigorosa, pronta e eficaz que ‘evita’ uma nova infecção… pensem na papeira, no sarampo e por aí fora para perceberem).

Apenas um aparte sobre as farmacêuticas… o mundo está cada vez mais ocidentalizado, com cada vez mais recursos a divergirem para a saúde, novas técnicas, medicamentos e possibilidades de tratamento. Na pior da shipóteses, a situação económica das farmacêuticas fica na situação em que já está, mas é irreal achar que elas vão passar por um mau bocado, pelo contrário, só tende a melhorar.

[b]Statement by WHO Director-General, Dr Margaret Chan 29 April 2009 Swine influenza[/b]

Ladies and gentlemen,

Based on assessment of all available information, and following several expert consultations, I have decided to raise the current level of influenza pandemic alert from phase 4 to phase 5. (numa escala até 6)

Influenza pandemics must be taken seriously precisely because of their capacity to spread rapidly to every country in the world.

On the positive side, the world is better prepared for an influenza pandemic than at any time in history.

Preparedness measures undertaken because of the threat from H5N1 avian influenza were an investment, and we are now benefitting from this investment.

For the first time in history, we can track the evolution of a pandemic in real-time.

I thank countries who are making the results of their investigations publicly available. This helps us understand the disease.

I am impressed by the work being done by affected countries as they deal with the current outbreaks.

I also want to thank the governments of the USA and Canada for their support to WHO, and to Mexico.

Let me remind you. New diseases are, by definition, poorly understood. Influenza viruses are notorious for their rapid mutation and unpredictable behaviour.

WHO and health authorities in affected countries will not have all the answers immediately, but we will get them.

WHO will be tracking the pandemic at the epidemiological, clinical, and virological levels.

The results of these ongoing assessments will be issued as public health advice, and made publicly available.

All countries should immediately activate their pandemic preparedness plans. Countries should remain on high alert for unusual outbreaks of influenza-like illness and severe pneumonia.

At this stage, effective and essential measures include heightened surveillance, early detection and treatment of cases, and infection control in all health facilities.

This change to a higher phase of alert is a signal to governments, to ministries of health and other ministries, to the pharmaceutical industry and the business community that certain actions should now be undertaken with increased urgency, and at an accelerated pace.

I have reached out to donor countries, to UNITAID, to the GAVI Alliance, the World Bank and others to mobilize resources.

I have reached out to companies manufacturing antiviral drugs to assess capacity and all options for ramping up production.

I have also reached out to influenza vaccine manufacturers that can contribute to the production of a pandemic vaccine.

The biggest question, right now, is this: how severe will the pandemic be, especially now at the start?

It is possible that the full clinical spectrum of this disease goes from mild illness to severe disease. We need to continue to monitor the evolution of the situation to get the specific information and data we need to answer this question.

From past experience, we also know that influenza may cause mild disease in affluent countries, but more severe disease, with higher mortality, in developing countries.

No matter what the situation is, the international community should treat this as a window of opportunity to ramp up preparedness and response.

Above all, this is an opportunity for global solidarity as we look for responses and solutions that benefit all countries, all of humanity. After all, it really is all of humanity that is under threat during a pandemic.

As I have said, we do not have all the answers right now, but we will get them.

Thank you.

Até porque, mais informação = mais hipocondríacos. ;D É o meu caso. :mrgreen: Se não houvesse internet eu nunca teria feito umas análises, nem nunca teria passado horas a ler coisas sobre doenças raras cujos sintomas assim num repente me parecem familiares.

Agora a sério, a verdade é que ainda não se descobriu “a verdadeira” cura para 3 das mais graves e comuns doenças em todo o mundo: Sida, cancro, e diabetes. Portanto, desse ponto de vista, com o avanço da ciência ainda existe muito medicamento por inventar, muito mercado potencial para as farmacêuticas.

Não se preocupem para já com isto , afinal estamos já na primavera , mas muita atenção a este vírus , só nos devemos preocupar lá para o final do ano , isto se este virus fizer mossa no hemisfério sul que vai entrar no inverno proximamente.

Quanto à emergência de novos vírus , é normal que cada vez apareçam mais , afinal eles evoluiem rapidamente , e há factores a ampliar isso , a população mundial está numa explosão demográfica , há circulação de pessoas e especies animais e vegetais a chegarem a todos os cantos do planeta , ínclusive os vírus e bactérias , logo aumenta exponencialmente a possibilidade de novas recombinações , não é por acaso que este vírus diz-se que é uma coisa que os especialistas nunca viram , diz-se que tem materiais genéticos de gripe humana , das aves e dos porcos e de três continentes diferentes.

Outro factor a íncluír nisto é a poluição , se os vírus e bactérias andam aí a passear-se pelo planeta e a conhecer-se uns aos outros , é normal que os sitios possíveis para estes focos sejam esses focos de poluição , a terra mexicana que se desconfia que seja o foco , La Glória fica nas imediações duma grande suinicultura , propriedade de americanos já multados ou condenados nos EUA por poluição , segundo o que já li , a água e terrenos locais estão contaminados , a população provavelmente foi contaminada pela ingestão de água.

Por falar em lixeiras para vocês verem o perigo disto , têm o exemplo da negligência criminosa da lixeira de Trajouce , andaram a enterrar toneladas de lixo clandestinamente à volta da lixeira , outro exemplo é as aquaculturas da pescanova , não as próprias em si , mas o administrar de antibióticos aos peixes e a fuga dos mesmos para o meio-ambiente circundante.

Para acompanhar ao pormenor onde se localizam os casos. Começa a ser preocupante :-\

http://maps.google.com/maps/ms?ie=UTF8&hl=en&t=p&msa=0&msid=106484775090296685271.0004681a37b713f6b5950&ll=32.639375,-110.390625&spn=15.738151,25.488281&z=5

Sou um bocado céptico em relação à teoria da poluição e destruição do ambiente para explicar a emergência de novos vírus ;D, com excepção da destruição de habitats do género da Amazónia.

A verdade é que historicamente o vírus da gripe tem mutações de pequena escala que costumam durar cerca de 7 anos, findos os quais se costuma dar uma de grande escala. E por vezes nessas de grande escala aparece uma variante dominante que é mais letal que o habitual, originando a gripe espanhola por volta da 1ª guerra mundial entre outras (acho que houve uma no final dos anos 50).

Só que actualmente o nível dos cuidados médicos é muito mais elevado que anteriormente e temos o tamiflu e outros anti-virais, pelo que teria de ser algo de muito extraordinário para fazer mossa… por mossa refiro-me a milhões de mortos, porque logicamente é sempre trágico existirem mortes por gripe, mesmo que sejam “apenas” umas centenas.