Gestão Desportiva e Scouting – Eixo Estratégico Fundamental para Qualquer Clube

Estou completamente de acordo com o tópico e com a importância do tema, não estou totalmente de acordo com o que o [member=3466]Strikerr diz, ainda que compreenda o ponto de vista dele. Duas notas rápidas antes de passar ao tema mais flagrante:

  • Não me choca ter um ou outro jogador emprestado sem opção de compra. Prefiro, sempre, ter com opção de compra (é até o modelo de contratação que mais me agrada num clube com o nosso perfil) mas não me choca ter pontualmente um jogador por empréstimo sem opção de compra, que venha numa perspectiva de rendimento desportivo imediato que permita melhorar a qualidade da equipa (e, consequentemente, a valorização desportiva e financeira dos nossos activos) e dar tempo aos nossos projectos de médio prazo de crescerem. Aliás, não sendo esse o planeamento para esta época, eu até vejo o empréstimo de Campbell a funcionar dessa forma: torna-se um jogador útil, traz rendimento à equipa, ajuda em alguns resultados e permite que, na sombra ou por empréstimo, um activo nosso (Matheus Pereira) cresça, corrija os seus erros e esteja mais apto na próxima época. Eu até considero que Matheus já está apto e já deveria jogar mas, se o treinador não concorda, um empréstimo como o do Campbell permite comprar tempo para Matheus crescer.

  • Jogadores veteranos… Bem, o princípio é o mesmo. Não abusando na quantidade, são jogadores para o rendimento imediato e que permitem valorizar indirectamente os nossos activos com maior potencial financeiro. Esta época adquirimos dois com esse perfil, um para titular (Bas Dost), outro para nos dar um conforto de segurança (Beto). O problema está mesmo na quantidade de jogadores com mais idade que contratamos e que não nos dão rendimento desportivo nem financeiro.

Agora, quanto à questão do scouting… Acredito sinceramente que o trabalho do Sporting é insuficiente neste campo, principalmente no scouting internacional. Já ouvi Jorge Jesus dizer publicamente que quando contratamos um jogador conhecemos o seu rendimento desportivo mas que a sua adaptação, personalidade, comportamento fora de campo é sempre uma incógnita… Com todo o respeito, tretas! Nunca é 100% fiável mas se o nosso scouting fosse mais completo e recolhesse mais informação sobre o jogador, principalmente a invisível, poderíamos minimizar muito as nossas falhas nas contratações internacionais, principalmente na América do Sul.

É possível, com trabalho e dinheiro, ter uma rede de scouting que avalie o jogador mas que também faça a avaliação do homem, que vá para o terreno conhecer o mesmo, onde vive, como cresceu, como é a sua estrutura familiar, como reagiu a determinados aspectos da vida, etc. Isto custa dinheiro? Sem dúvida. Mas não é um custo, é um investimento que nos pode minimizar o erro na contratação e, em consequência, trazer-nos muito mais rendimento desportivo e financeiro no futuro. Aqui podemos e devemos investir porque, como diz o [member=3466]Strikerr , é aqui que temos o potencial para fazer milhões de euros. Em complemento à nossa formação e à nossa aposta na Academia, evidentemente.

Tenho medo que cheguemos ao final deste ano e fiquemos com 6 lugares para resolver no próprio 11 inicial!
Fora as alternativas que um 11 deve sempre ter…
Isto não se pode tornar perigoso?
Não sei se o pessoal se dá conta da improbabilidade de resolver 6 lugares num mercado com um scouting com uma taxa de acerto tão baixa.

Acho as saídas de Gélson e Adrien muito prováveis.
A estes somam-se as necessidade de resolver o 2ºavançado, os laterais a o extremo que a saída de Campbell e o fim do Ruiz vão acarretar. É muito buraco a aparecer de repente.

O único gajo NOSSO que está a ser preparado e que pode resolver uma destas posições é o Alan Ruiz…
Porra… É pouco!

Agora imaginemos que para estas posições vem um carregamento de veteranos sem margem de progressão e de emprestados sem cláusula, ainda por cima, muitos deles a falhar também no imediato.
Como é que nós ficávamos?
É isto que eu não quero!

Repito:
Temos que apostar até ao fim da época em dar oportunidades a jogadores nossos para ver se são solução na próxima época e para iniciar os seus processos de maturação/valorização.
E é agora que se tem que discutir isto…

Mas aí é que está!
É o equilibrio…
Eu acho que estamos a começar a entrar num momento em que nos podemos desequilibrar se não invertermos outra vez a nossa política.

É hora de priviligiar a aposta em jogadores com margem de valorização.
A excepções têm que ser gajos que até quase que juramos pela nossa vida que vão dar rendimento no imediato.
Têm que ser gajos ao nível de um Jonathan Soriano que eu até pagava para o ver cá…
Agora…
Contratar gajos velhos e que também são uma incógnita… Mas para quê?

Uma notinha:
O Dost não é um veterano.
Tem 27 anos!
Se, por acaso, o quisermos vender no futuro, vamos consegui-lo certamente.
Está a dar e vai certamente continuar a dar rendimento desportivo e, na volta, ainda vamos recuperar na mesma o investimento. Esta é o tipo de aposta que aprovo sempre a 200%!
Este eu jurava que ia dar certo!
Aliás, este é daqueles que até com 32 anos eu ia buscar…

No seguimento do meu outro post vou tentar analisar para as épocas desde que esta direcção está em funções, quem eu acho (e aqui posso até ter a percepção errada) que deverá, pela lógica, pelo perfil, pela idade, etc, ter sido exclusivamente fruto do trabalho do departamento de scouting.

2013/2014:
.Scouting - Montero, Maurício, Slimani, Piris (?)
.Outros - Gérson Magrão
Héldon, Jefferson, Vitor Silva - Claro que não é por jogarem debaixo do nosso nariz que o departamento de scouting não vai estar envolvido (está e tem de estar), mas será um trabalho bem diferente quando falamos de jogadores que dão nas vistas no 1º escalão do nosso campeonato, e que são já certezas nos seus clubes.

Shikabala - Vejo-o apenas como uma jogada de marketing, que desportivamente foi um falhanço brutal

2014/2015:
.Scouting: Jonathan Silva, Slavchev, Rosell, Tanaka, Naby Sarr (?!) - Esta foi claramente uma péssima época
.Outros: Nani, Paulo Oliveira, Ewerton

2015/2016:
Scouting: Naldo, Jug, Bryan Ruíz, Coates (? - estes dois últimos já eram jogadores bem conhecidos)
Outros: João Pereira, Zeegelaar (?), Aquilani (?)
Preferências conhecidas do Jesus: Teo, Barcos, Bruno Paulista (?)

Sobram Ciani, Schelotto (Jesus ?), Bruno César (Jesus ?)

2016/2017:
Scouting: Spalvis
Outros: Beto, Campbell (?)
Jesus: Alan Ruiz, Elias, André, Douglas, Meli, Markovic

Petrovic, não sei se por desejo do Jesus ou não, mas já há muitos anos que estava identificado pelo Sporting
Bas Dost, com aval do scouting ou não, já era um jogador bem conhecido, com algum estatuto, e com bom rendimento num bom campeonato
Castaignos, pode encaixar em qualquer um, ou ter sido fruto do trabalho de vários sectores… menos do Jesus.

Mas eu concordo perfeitamente [member=3466]Strikerr com o que estás a dizer e com esse teu alerta! Só disse que não podemos ir por extremismos, o equilíbrio é o mais ajustado.

Se queres exemplos desta época, eu compreendo perfeitamente a aposta num Campbell sem opção de compra, quando começa a ser mais do que um já não me parece boa política. E também compreendo e defendo contratações que dão garantias de jogadores com mais idade, como Bas Dost ou Beto, já me custando mais a aceitar que também se tragam Douglas ou o inenarrável Elias.

Estou de acordo que já perdemos esse equilíbrio, ou que estamos em risco de o perder. Não sei é até que ponto não será consequência das insuficiências no scouting que falei.

Há um pormenor que já foi falado e que torna a minha avaliação um pouco injusta.
Já o reconheci ontem:
É o timing da disponibilidade financeira do clube.

Uma coisa é o pré-vendas megalómanas, outra coisa é agora.
Dantes era um acto de coragem atacar jogadores de 7ME que são aqueles que, quando bem escolhidos, costumam dar cartas!
Outra coisa é ir ao mercado dos jogadores de 2 e 3ME…

Mas eu ainda continuo a insistir que, quando o scouting é de excelência, até com 1ME se vai buscar gajos bons.
Mas sim, é mais complicado…

Outra coisa importante:
Esta nossa maior disponibilidade financeira não será eterna só por causa das vendas que fizemos.
Este lastro dura para 1 ou 2 anos…
Ou seja, é agora que podemos tentar recrutar 2 ou 3 ases.
Se não realimentarmos este modelo com jogadores valorizáveis no futuro e não mantivermos uma ou outra grande venda de vez em quando, muito rapidamente vamos ter que voltar aos jogadores de 3ME e à cepa torta.

Percebam o quão crítico isto é para nós para não termos que voltar aos caixotes de lixo do mercado!

Mesmo nos primeiros tempos deste mandato e até já no primeiro ano, defendi aqui que era necessária uma melhor rentabilização dos nossos recursos. Na altura, essencialmente nas figuras de JM, Wallyson e Iuri, que distribuiam chocolate pela segunda Liga, enquanto no plantel principal havia Capel, Magrão e Heldon, por exemplo.

O problema persistiu no ano seguinte e agravou-se com JJ, principalmente esta época.

Tenho é que sublinhar o seguinte, não que não o tenha feito antes, mas porque penso que à conta dos resultados da equipa de futebol e apostas falhadas desta época, se vão construindo mitos injustos, que desvalorizam o que se fez anteriormente, em termos de gestão desportiva.

No 1º ano deste mandato, com não mais que uns 5M para investir e com um orçamento para salários quase reduzido para metade, o trabalho do Sporting no mercado foi tremendo. Contrataram-se Slimani e Montero, que marcaram quase 100 golos pelo Sporting e renderam 40M, um lateral esquerdo por umas centenas de milhar que foi durante 2 épocas um dos laterais com melhores numeros ofensivos da LIga e que motivou uma recusa do clube de vários milhões ou um central vendido para a Lazio, por 3M após ter custado uns trocos e ter sido titular no ano do regresso à Champions.

No 2º ano e já que se fala das “máquinas de scouting” do fórum, Gauld, Slavchev, Jonathan e até Rabia foram prospectos aplaudidos quando da sua contratação.

Há uma questão que nos posts anteriores está a ser desvalorizada. No ano passado, com objectivos exigentes e perspectivas de resultados imediatos e um orçamento para contratações limitado ( 2 ou 3 vezes menos que os rivais ) e num plantel pouco experiente, os 45 golos em que Ruiz e Teo participaram, a utilidade de Naldo, a presença de Coates, o rendimento positivo de Aquilani na primeira metade da época e até o rendimento minimamente aceitável de 2 desempregados como JP e Schelloto, contribuiram para um Sporting com nivel de campeão e volto a lembrar, gastando bem menos que os outros.

Foram 3 anos de evolução competitiva, tendo por base a manutenção de uma base, mas com contribuição importante do mercado.

O problema desta época ( quando e não me importo de o repetir uma e outra vez, no dia 1 de Setembro se falava em super plantel ), não tem apenas a ver com escolhas falhadas. O seu timing de entrada também condicionou tremendamente o seu processo de adaptação.

É verdade o que dizes.
E sublinho, por também ser justo, que efectivamente o scouting esteve bem no 1ºano.
Mas continuo a não estar satisfeito com o seu rendimento global.
Aliás, se há área que deveria merecer aposta do SCP é a área do scouting.
E falo nisto tanto em termos de recursos humanos como em termos de recursos tecnológicos.

Apesar de termos melhorado em relação a direcções anteriores, o que se pretende não é apenas uma melhoria.
O que se pretende é um scouting de excelência!
Não podemos, e provavelmente nunca poderemos competir com os melhores no ataque aos jogadores mais caros, mas acredito que podemos aspirar a ter o melhor scouting do mundo.
Podemos competir com qualquer clube do mundo em termos da qualidade do seu departamento de scouting porque o investimento associado a ele não é da mesma ordem de grandeza sequer que o investimento associado à contratação de jogadores de futebol.

Ou seja, o que temos é que ter a aspiração verdadeiramente estratégica de QUERER MESMO E AGIR no sentido de termos um scouting de excelência!

Sim, quanto a isto que está a bold eu também não tenho dúvidas. Eu quando refiro o Slimani é que porque acho que foi um daqueles casos em que os planetas estavam todos alinhados.

Podes contratar jogadores por 1M que sejam bons, ou até que venham a ser muito bons, mas a relação qualidade/preço que acabámos por ter, principalmente na última época, e o lucro que obtivémos, é uma raridade (mais ainda pela idade dele). Mas ainda assim podem fazer-se coisas muito boas, e até nem tem de ser para o rendimento imediato na primeira equipa

Mas lá está, naquele ano do Jardim, o nosso “ataque” ao mercado foi com uma mão à frente e outra atrás, e também por isso o trabalho do Jardim se torna ainda mais impressionante. Não foi só contratar um ou outro jogador gastando pouco e acertar, foi reconstruir uma equipa que tinha ficado em 7º lugar no campeonato, gastando uns trocozitos.

[hr]

PS. Esqueci-me do Gauld ou do Rabia, que o Lion73 referiu, e que também insiro no trabalho no departamento de scouting.

Mas no que toca ao scouting, resumindo estas épocas desde que esta direcção entrou em funções, no 1º ano acabou por ser muito bom, no 2º tivémos um aproveitamento miserável e que não se pode repetir, o 3º também foi médio/bom, mas neste 4º sinceramente acho que a influência do departamento de scouting foi praticamente nula. Contratámos por preferências, paixões, madrugadas do Jesus a ver jogos da América do Sul, e sabe-se lá que outras razões.

Há um dado inequívoco, que esta época tenha sido uma excepção. Cometemos erros que devemos evitar voltar a repeti-los no futuro, mesmo sabendo que vamos estar sempre expostos ao mercado até o último minuto e que isso condiciona sempre qualquer estratégia. Contudo, esperar até o último dia de mercado para arranjar uma alternativa a um jogador, é sinal que o planeamento tem falhas graves.

O Scouting do Sporting funciona muito por rede, isto é, parceiros que apresentam determinado atleta e depois o clube decide se avança. Com Jorge Jesus, mantém-se, mas o poder de influência deste é muito forte. Há um perfil de jogador identificado e tudo o que fuja a esse perfil, normalmente é barrado pelo treinador. Creio que todos conhecem esse perfil. Mudamos um bocado a forma de trabalhar com a entrada de Jorge Jesus, há várias estratégias vencedoras, a do Jorge Jesus é apenas diferente, mas que necessita de ajustamentos, como estamos a ver esta época.

A minha maior preocupação no longo prazo, é o aproveitamento que fazemos da nossa formação. Desperdiçamos esta época talento, qualidade, para apostar em “brinquedos novos”, mas pode ser uma excepção e um abre-olhos, para no futuro subirmos a taxa de aproveitamento do que vamos produzindo. Jorge Jesus é um excelente treinador para potenciar jogadores, independentemente da nacionalidade, já quanto aos jogadores vindos da formação do clube, tenho dúvidas, apesar da aposta em Gelson e Rubén Semedo. Questões que vão sendo clarificadas com tempo, Palhinha regressa agora, é um sinal.

O clube tem que trabalhar maioritariamente no segmento 20 a 25 anos de idade, que são os jogadores com maior margem de progressão e maior valor de mercado. Obviamente que haverá sempre excepções que vão fugir a este segmento, desde que tragam qualidade à equipa e a aproximem do sucesso desportivo. É aqui que discordo um bocado do [member=3466]Strikerr. Haverá sempre acertos, correções, que vão ser feitas com jogadores mais velhos e até acima dos trinta anos, sem tal significar que mudamos de paradigma. Infelizmente, somos mais um meio, que propriamente um fim. Isto é, vamos sempre sustentar o nosso modelo de negócio (futebol), na compra e venda de atletas, tentando que dentro desse modelo, ter sucesso desportivo, que é o que nos dará projecção, que nos dá a razão de ser, é a nossa essência. Os lucros, é forma de sobreviver e patrocinar esse sucesso desportivo. Lucros, contas no verde, é um sinal de sucesso do modelo de negócio, longe de significar sucesso do modelo desportivo. Aliás, são duas visões, distintas, mas que se complementam.

´

Bruno de Carvalho entra no Sporting em Março de 2013. O Slimani assina em Junho ou Julho. Mas alguém acredita que o BdC criou uma equipa de scouting capaz de identificar jogadores da liga argelina em 3 meses? Slimani foi dado ao Sporting, sugerido, num contexto muito específico de falta de dinheiro. O treinador teve de comer e calar porque lá está, não havia dinheiro.

Os outros dou de barato sendo que o Piris acabou por não ter grande utilidade. Montero acaba por ser bem sacado e o Maurício era um jogador de 2ª divisão brasileira que teve sucesso no seu 1º ano com um treinador super defensivo que sabia as limitações da equipa e dos seus jogadores. Não considero uma boa compra até porque o “dinheiro” que ele deu nesse ano e na sua venda acabou por o tirar quando não soube aliviar uma bola contra o Maribor.

O resto são jogadores de liga portuguesa para onde o Sporting teve de se virar. Nenhum deles um craque mas pronto, naquela época tinha mesmo de ser com esses que íamos à luta.

No ano seguinte começa a ser revelada a capacidade de scouting do Sporting.

O Spalvis foi sugerido por um membro do fórum o Verdix, pelo menos é esta a ideia que eu tenho e foi uma ideia que custou ao treinador engolir.

Scouting top é eu olhar para o Brasil e não ter de esperar que o lateral-direito acabe o contrato porque já tenho uma lista de x nomes, uns mais caros outros mais baratos, capazes de acrescentar qualidade. Ou eu querer o Alan Ruiz mas achar 8 milhões muito por ele então olho para uma lista de x nomes com jogadores que podem desempenhar a função com qualidade e mais baratos. É não estar atado a um jogador, é não estar atado a um brasileiro de 30 e tal anos com um passado conflituoso com o presidente e o clube, é não estar atado a centrais holandeses/brasileiros que jogaram contra nós em 2000 e troca o passo, é não estar atado a laterais sem contrato que, para surpresa das surpresas, não têm qualidade.

Mas o maior elogio que se pode fazer ao scouting é a fama que o Ajax tem na Dinamarca (e a Dinamarca não é o Brasil nem a Argentina onde eles já nascem a jogar à bola) onde qualquer miúdo com talentoso é lhes logo ligado a eles. Mas esses agora até na Colômbia andam a pescar e os países sul-americanos, teoricamente, deveriam estar muito mais ligados ao mercado Português.

Mas eu não estou em desacordo com isso.
Aliás, é isso que estou a defender precisamente.

[member=6293]Izmailov#7 então mas onde é que está escrito que este departamento de scouting foi formado por ou que tem mérito do BdC, principalmente logo no ano em que cá chegou ? Estou a analisar o período desde que esta direcção entrou em funções, porque é o que interessa analisar neste momento, não é por nenhuma razão em especial. O Sporting já tinha um departamento de scouting, já havia trabalho feito certamente, conhecimentos, bases de dados, etc. Até pode ter havido mudanças, mas não foi chegar um novo presidente, acabar com tudo o que cá estava e começar tudo de novo.

Seja como for, um departamento de scouting, ou a forma como funciona, não é só com uns tipos com contrato com o Sporting que vão ver uns jogos da equipa A ou B, ou que estão fechados numa sala a ver vídeos, é acima de tudo uma rede contactos. Portanto o Slimani como outros podem perfeitamente ter sido sugeridos por alguém, directamente ligado ao Sporting, ou não, e depois analisados pelo scouting do Sporting.

De resto o que dizes vai ao encontro da divisão que eu fiz dos jogadores, nem incluí os tipos que já cá jogavam em Portugal, no grupo dos que eu achava que tinham sido fruto exclusivo de trabalho de scouting do Sporting. Tal como a crítica ao péssimo trabalho da 2ª época, em que não se aproveitou nenhum até agora, nem há grandes perspectivas disso.

E também há os tipos como o Ruiz ou o Coates, ou mais ainda um Aquilani, que já “toda” a gente conhece.

O Slimani já estava referenciado pelo departamento de Scouting antes desta direcção tomar posse btw.

O essencial é cumprir uma das poucas promessas que o BDC ainda nao cumpriu realmente, este ano principalmente nao mas noutros também um pouco, que é CONTRATACOES CIRURGICAS.
Aproveitando ao maximo a qualidade vinda da formaçao, pois temos muita.

Logo na primeira época,por exemplo, pelo menos a meio desta, penso que deveriam ter sido aproveitados, Wallyson e Iuri medeiros.
O Iuri medeiros iria trazer uma criatividade que muito faltava na segunda metade da época.
Havia e continua a haver uma grande dificuldade em ter um substituto para Adrien, o Wallyson deveria ter sido este substituto ja desde essa época.

Aqui posso encaminhar para as contrataçoes de Slavchev e Aquilani. Na primeira, nao fazia sentido pois ja tinhamos melhor e também jovem, sem necessidade de adaptaçao para crescer na sombra de Adrien.
A segunda porque tendo um titular com a qualidade do Adrien, foi uma estupidez contratar um veterano a peso de ouro que nem era propriamente o estilo de jogador necessario para a posiçao, quando havia mais uma vez Wallyson.

Em relaçao ao Iuri, posso atirar principalmente hoje para a contrataçao de Alan Ruiz por 8M, depois do Iuri ter feito ja época e meia de alto nivel na primeira liga. Mas também um pouco para o Heldon com o Jardim.

De preferencia, devemos evitar ao maximo contraçoes do tipo Bas Dost. Nao que nao seja bom, é excelente, no entanto o ideal é que quando o titular sai, o substituto esta pronto para assumir a posiçao. é isso que devemos potenciar ao maximo.
Porque por acaso conseguimos bem com o Bas Dost mas o André ja nao é propriamente um sucesso. O proprio Alan Ruiz foi ja demasiado caro e para o preço, a rentabilidade ainda é pouca e existe um risco significante.

Temos de procurar ao maximo casos Gelson, Joao Mario. Nao necessariamente da formaçao, pois esta dificilmente consegue oferecer qualidade a qualquer momento para qualquer posiçao.

O Gauld é para mim um caso interessante de aposta num jovem que mais tarde podera entrar na equipa A. O Jonathan Silva também nao critico pois era uma posiçao onde a formaçao nao estava a oferecer grande coisa a curto prazo. Diria que vamos ter o Empis e possivelmente o Sualehe mas faltava alguém intermedio e ja tinhamos um bom defesa esquerdo, Jefferson que hoje, enfim…

No entanto acho que o JJ deveria ter mantido o Jonathan e ter trabalhado mais o rapaz em vez de o emprestar para a Argentina onde dificilmente aprendera alguma coisa.

Muitas vezes critica-se o mercado nacional pois aparecem flops mas isso também aparecem vindos de outros mercados como o Argentno que até é bem cotado.

Nos 3grandes atualmente estao Danilo,Paulo Oliveira, André André, Ederson, Jefferson (ja foi bom) Nelson Semedo, Jardel, André Horta vindos do nosso mercado e com qualidade ou que ja a demonstraram.

Destes todos, o mais caro deve ser o Danilo por 4M. O que é barato a meu ver.

Obviamente também aparecem flops mas mesmo esses, sao flops com custos baixos e que em alguns casos foram mal aproveitados e rapidamente queimados enquanto que outro tipo de abordagem, poderiam ter sido realmente mais valias.


Resumindo :

Poucas contrataçoes
Ainda maior aposta na formaçao (quando esta oferece qualidade, é o caso atualmente).
Contrataçoes de preferencia antes da saida do titular para a posiçao, de modo a que tenham tempo para se preparem para assumir o lugar
O que leva ao evitamente de contrataçoes caras (na ordem dos 8-10M) Sendo que esta possibilidade nao pode ficar totalmente descartada pois nem sempre teremos sorte nas contrataçoes e na formaçao.

Contratações cirúrgicas é um fait-diver. Existem oportunidades de mercado que devemos estar atentos e avançar, basta que existem duas / três, para que esse conceito de contratação cirúrgica deixe de fazer sentido. Depois, o conceito conduz-nos para contratações que resolvam problemas a curto prazo, mas há que procurar soluções para médio e longo prazo. O que tem que existir, imo, é rigor, racionalidade e critério. E racionalidade e critério foi o que nos faltou nos últimos meses, sobretudo quando temos soluções na nossa formação e preferimos contratar incógnitas. O conceito de cirúrgico faz sentido quando inserido numa estratégia geral de desenvolvimento de um projecto muito específico, logo, é um erro afirmar como abrangente e transversal a todo o projecto de desenvolvimento da equipa de futebol. O maior problema realmente é a falta de qualidade nas contratações que fazemos ou perfis de jogadores que sabemos, à priori, que vão ter tremendas dificuldades em adaptar-se a um diferente patamar competitivo.

A partir do momento em que metes o Slimani no “saco” do scouting estás a querer dizer que é mérito desse mesmo departamento. Eu, pessoalmente, não acredito. Nem no Brasil se safam quanto mais na Argélia.

Toda a gente sabe que em Portugal não se joga com as mesmas regras que noutros países. Se vieres meter fundos nas tais redes de contactos então o fosso do Sporting é ainda maior em relação a Porto e Benfica. Nos últimos tempos até identificamos bem o Cervi, não conseguimos foi ter uma rede de contactos tão forte como o Benfica. De quem é a culpa neste caso? Também é do scouting?

A mim faz-me confusão como é que num país tão grande como o Brasil, com tanto craque, o Sporting gasta quase 4 milhões num miúdo da 2ª divisão, por exemplo. É preciso é estar atentos a países como a Polónia que cada vez mais manda grandes avançados para o resto da Europa. Quando custou o Lewandowski ao Dortmund? Quanto custou o Milik ao Leverkusen e ao Ajax? Quanto custou o Stepinski ao Nantes? República Checa, Croácia, Sérvia, Suécia, Dinamarca e por ai fora. Eu não vejo/oiço nada disso. Infelizmente andam ai a renovar com Schelottos, à espera que um tipo qualquer que quase não jogou este ano acabe contrato com o Cruzeiro… Isso garantidamente que não é scouting

Esse miudo era internacional sub23 pelo Brasil, com 19 anos.

Eu não sei quem é que teve mérito ou deixou de ter em Slimani, se foi oferecido ou não como certamente dezenas ou até mesmo centenas são, durante uma época, sei é que o Sporting o contratou, quando tinha apenas Montero vindo da MLS e um Cissé contratado à Académica, 1 ou 2 anos depois de ter se ter profissionalizado.

Portanto alguém deu o ok, a esse tiro no escuro.

A contratação de jovens vindos de campeonatos periféricos, têm imensas condicionantes e algumas logo após os negócios terem sido fechados. Gauld e Slavchev e mesmo Jonathan era bons prospectos de futuro e se calhar não foram bem geridos. A contratação de Spalvis ( o Vedrix certamente que não obrigou ninguém a contratá-lo ) é outra contratação com sentido e num mercado a explorar.

Quanto ao 1º bold, não exactamente, ou pelo menos não da forma como estás a entender isso. Já te expliquei o porquê de o ter referido, eu nem sei quem o sugeriu, não sei a quem o sugeriu, não sei se já trabalhou com o Sporting antes, não sei se faz parte dessa tal rede de contactos ou não. Tal como não sei desde quando é que o Slimani era (ou não…) observado pelo Sporting. Acho que tu também não sabes, mas estou a assumir que o nome do Slimani não caiu de pára-quedas sugerido por um desconhecido qualquer e que foi imediatamente contratado. Basta que essa sugestão, tenha vindo lá de quem vier (e depois observado e analisado pelo Sporting), só tenha acontecido por haver um contacto privilegiado com alguém no departamento de scouting do Sporting, que só aí já existe esse mérito (tal como o mérito de ter sido aprovado, porque poderia perfeitamente ter sido rejeitado…), precisamente por se poder inserir na tal rede de contactos. Depois quantificar quanto mérito, se mais ou menos, se muito ou pouco, isso já é algo que não me interessa muito.

Quanto ao 2º bold já deves ter reparado que essa é uma pergunta que faço por aqui várias vezes. O negócio do Bruno Paulista é uma coisa que me faz muita confusão e de que não gosto nada, acima de tudo por todos os contornos envolvidos. E é precisamente por todos esses contornos que tenho MUITAS dúvidas de que tenha tido mão do departamento de scouting.

Por exemplo a contratação do Slavchev ou do Spalvis (este ainda teremos de esperar para ver) não é muito diferente dos exemplos dos países que aí mencionas. E o búlgaro até era um jogador muito sugerido por aqui, no entando correu muito mal. E quando falas do Cervi acho que acabamos por estar a falar do mesmo, é que eu estou precisamente a dizer que acho que o departamento de scouting não é tão mau como à primeira vista possa parecer. Esse é um exemplo de um jogador que foi bem identificado, e em que houve interesse, mas que depois a contratação não avançou, e claro que não foi por responsabilidade do scouting, esse já não é o trabalho deles.

E esta época tipos que tenham vindo ou que ainda possam vir da América do Sul, aposto que é tudo pela mão do Jesus. Até posso estar errado, não sei.

Todos sabemos que o JJ é Manager e ele não aposta devidamente na formação em detrimento dos jogadores de fora simplesmente porque, isto digo eu, deve comer à grande em todos os jogadores que nomeia. Se ele for apenas treinador deixa de ganhar, se ele apostar maioritariamente na formação deixa de comer tanto. O problema é esse, digo eu, que estamos aqui apenas a divagar e especular como simples adeptos.