Sinceramente, ter um clube como o Everton, que compra mal e caro, a querer levar o Geny era o melhor que nos podia acontecer, sobretudo se se confirmar que passaremos a jogar com uma defesa a quatro.
Não me interpretem mal. Simpatizo muito com o Geny, reconheço que foi muito importante no bicampeonato e estou-lhe eternamente grato. Mas acho que é um jogador que só tem lugar no Sporting a ala: para lateral defende demasiado mal, para extremo não tem recursos suficientes para o nível em que estamos actualmente. Além de que tem dificuldades não tão leves assim no que toca ao entendimento do jogo.
O Geny já atingiu o topo no Sporting e, arrisco dizer, também atingiu o topo do seu potencial futebolístico. É o típico jogador que safa para Portugal e que, nos últimos anos, se transcendeu, por força do seu empenho mas, também, por mérito do Amorim. Receio que, a partir daqui, na melhor das hipóteses estagne, sendo que dou como mais provável que até regrida – sobretudo, repito, se deixarmos de jogar com alas. Além de que estamos, possivelmente, no último ano em que os clubes ainda pagarão alguma coisa pelo seu potencial.
A quem diz que isto é vender tudo o que mexe, respondo que, muitas vezes, não saber vender no tempo certo é tão ou mais prejudicial. E este parece-me ser o tempo certo para o Geny, sobretudo havendo um potencial comprador da Premier League que paga caro. Espero enganar-me mas, se não o vendermos agora para Inglaterra, o cenário que vejo como mais provável é vendê-lo daqui a dois ou três anos (talvez até menos), por tuta e meia, para um clube turco de terceira linha.
Aconteça o que acontecer, desejo sempre o melhor ao Geny, um eterno bicampeão.