Fundo de Jogadores do Sporting - uma nova fonte de financiamento

Com quanto ficamos do Miguel Veloso?

Carlos,
O Sporting não precisa de fundos nenhuns para valorizar os jovens que são provenientes da Academia. O Sporting quando muito pode criar fundos mas para investir em jogadores que venham de fora, jogadores que o Sporting compre por X e passados uns tempos venda por esse mesmo X metade do passe. Todos saem a ganhar nessa situação.
Agora para valorizar Veloso, Varelas e afins não precisamos de fundos nenhuns… Cheira-me que vem aí mais um engodo!

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A acrescer, esta Sociedade ficou ainda com o direito a receber 20% da
mais-valia que se venha a verificar numa futura cedência do jogador do
Genoa CFC para um terceiro clube, por valor igual ou superior a €
10.000.000,00, deduzindo o clube italiano o montante de € 7.000.000,00
para efeitos de cálculo da mesma.

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http://web3.cmvm.pt/sdi2004/emitentes/docs/FR29632.pdf

Resumindo, não ficamos com nenhuma percentagem do passe. Basta venderem o jogador por 9M mais um jogador de qualidade e avaliarem esse jogador em 1M.

Leão,

Penso que te referes ao fundo da First Portuguese que foi extinto em 2008.
A impressão que tenho é que depois da venda do Cristiano Ronaldo, o fundo foi perdendo fulgor e, consequentemente foi afastando investidores, o que fez com que a Orey Financial decidisse em 2007 voltar a vender-nos as percentagens dos passes dos nossos jogadores que detinha.

Agora não tenho tempo para ir ao Google procurar dados que te respondam mais concretamente, mas se pesquisares pela “First Portuguese” e pela sua relação com o Sporting pode ser que encontres alguma informação que te interesse!

Ficamos sim, está lá escrito, Depois há os ses da vida e do futebol.
Até podes ficar com 50% de um passe de um jogador que vendas mas por acaso esse jogador fica para sempre no clube (por exemplo Zanetti), ou esse jogador não rende e ninguém o quer em lado nenhum (stoi) ou então pode ser vendido por 18m (Ozil)

Faz lá as contas e vê quanto ganhávamos se tivesses feito algo do genero com o Manchester pelo Ronaldo!? Pois…

A questão é que disseste que temos uma percentagem de passe e não temos. Isto é apenas uma obtenção de lucro em caso de mais-valia. E o Veloso não é o Ronaldo.

Desculpa Carlos, mas não temos percentagem de passe. Temos percentagem nas mais-valias, sob condição destas serem superiores a 10 milhões. Na prática, se venderem o Veloso por 12 milhões recebemos 12-7=5 milhões (20% de 5 Milhões)= 1 Milhão.

Se tivesses % do passe recebias 20% da transferência (de 12 milhões) = 2,4 Milhões.

Como vês é uma boa diferença.

Edit: Se eles venderem abaixo de 10 Milhões não vemos pilim…

Basicamente o fundo é uma forma de antecipar receitas e partilhar o risco.

Tem contudo um perigo, que foi bem visível na venda do Ramirez por parte do slb, o fundo passa a ter uma palavra a dizer na venda dos jogadores onde tem capital investido. Isto quer dizer que perante determinados valores a vontade do Sporting em não vender, fica condicionada pelo fundo, que está no negócio por puras razões financeiras, leia-se ganhar dinheiro, e quer pouco saber da questão desportiva.

Mas por outro lado, pode ser uma boa forma de conseguir fazer chegar jogadores acima da média, mesmo sabendo que o mais provável é ficarem uma ou duas épocas no clube. O que o Sporting tem de fazer é procurar ter a máxima rentabilidade desportiva, ou seja ganhar títulos, de forma regular e não só quando o rei faz anos.

Por fim uma palavra para o JEB. Teve um primeiro ano difícil, com asneiras e declarações despropositadas à mistura que atribuo ao peso da muito negativa época da equipa de futebol, ainda que nas modalidades e formação tenha sido uma temporada para recordar. Porém no meio da turbulência tem vindo a fechar dossiers importantes, a reestruturação financeira (que neste ou noutros moldes era inevitável), o fundo de jogadores, a questão com CML da qual indirectamente depende o futuro pavilhão, tendo igualmente libertado-se de algumas figuras que andavam no clube há anos sem que se conhecessem méritos para tal.

Espero que este primeiro ano tenha servido de lição e que consiga acertar o passo. Esta não é uma questão dos 90% versus 10% ou os seguidistas versus os oposicionistas, expressões que tenho dificuldade em perceber porque supostamente deveríamos estar todos a remar para o mesmo lado. O sucesso desta direcção é o sucesso do clube. E é isso que importa.
Da mesma forma se amanhã estiver ao leme outra figura qualquer, o que todos desejamos é o seu sucesso, em prol de um clube melhor e mais forte, independentemente de quem seja essa figura e por quantos sócios foi eleito.

Essa questão emergente da mais-valia na transferência de jogadores nossos (já com o outro animal para os corruptos foi o mesmo) engana muita gente, mas acabará por render-nos muito pouco, em ambos os casos, quase de certeza.

Eu sei que neste caso, isto tem contornos diferentes da percentagem pura (possivelmente devido ao desconto que fizeram do passe do Zapater), mas ficámos garantidos em caso do Veloso render e for vendido por uma boa quantia, algo que não faziamos anteriormente. Espero que em futuras vendas, desta ou de outra forma, isso fique assegurado, pois sendo um clube formador, se vendermso jogadores com 23/24 anos, eles com 27/28 podem vir a render ainda mais. Exemplo se conseguirmos vender o Yannick para inglaterra devemos ficar com 10% mínimo.

Mas achas um bom negócio esta treta da mais-valia? Não vais sacar mais de 1M com ninguém…já que negociaram o jogador por valores irrisórios seria difícil manter uma prcentagem do passe? Simplesmente não se negoceia neste clube, somos sempre comidos à grande.

Antecipam-se receitas, alivia-se a necessidade de investimento inicial, melhora-se a performance desportiva e partilham-se os ganhos futuros.

Esta ideia não tem origem nos clubes de futebol, mas em investidores externos. Eu apoio esta iniciativa partindo do pressuposto que todas as partes conhecem o seu grau de envolvimento. As regras terão de estar bem definidas. Por exemplo, o investidor não pode ter poder suficiente para validar, ou o oposto, uma transferência, dessa forma eliminando o poder do clube - poderão estar acordadas linhas temporais, como vender o jogador ao fim de uma época, mas essa situação pressupõe conhecimento do clube.

Tudo (dentro de limites de razoabilidade e validade) é válido para eliminar os custos de investimento iniciais, até porque o Sporting, mais do que os seus rivais, possui pouca capacidade de investimento.

Eu além disso, notei uma clara aproximação do Clube aos Sócios (várias formas e acções, Apresentação dos Sócios, Guia do Sócio, Canais de atendimento,…) Nova loja verde e Centro de Atendimento, a questão da renegociação dos directos das trasmissões televisivas, um novo site e uma nova comunicação, a confirmação do avanço para o desejado Pavilhão e a GB Modalidades.

A partir do momento em que vendas 50% de algum passe, o fundo tem uma palavra a dizer sobre propostas que atinjam um determinado valor. Pelo menos são essas as regras pelas quais se rege o carnide. E duvido que o Sporting venha a conseguir melhores condições neste fundo do que esse clube consegue.

Um contrato é isso mesmo, um acordo entre várias partes num determinado assunto. As particularidades do contrato são variáveis e definidas entre as partes envolvidas. Cabe ao Sporting garantir que o seu interesse é salvaguardado.

Quando mencionei o Fundo, mencionei-o para negócios que envolvam jogadores comprados, não jovens saídos da Academia, embora não rejeite essa iniciativa ou intenção. Entretanto, analisando este esquema em que o Benfica está envolvido, os frutos são duais: desportivos, porque são eles os campeões, e financeiros, porque encaixam dinheiro.

Eu quero que o Sporting tenha uma equipa desportiva competitiva. Não ficarei triste se houver uma elevada taxa de substituição de jogadores (sim, é complicado manter coesão táctica se o treinador vê o seu plantel ser sistematicamente alterado).

Desculpem lá mas isso é conversa para boi dormir. Em todas as coisas nem tudo é preto, nem tudo é branco. Até o mais fervoroso contestatário da era Salazar é capaz de admitir meia dúzia de coisas em que o país naquela altura estava bem melhor que na actualidade…

Aquilo que interessa perguntar é: será que o nosso clube no cômputo geral melhorou? Não é só neste ou naquele pormenor mas sim na generalidade. Será que o nosso clube está em melhor condições do que aquilo que estava há meia dúzia de anos atrás? Será que o plano supostamente traçado pelo Bettencourt está a seguir seguido e a obter resultados?

A discussão está interessante, mas quero apenas esclarecer 2 pontos:

1. O Football Players Fund da Orey Financial “fechou” porque a FIFA começou a embirrar com algumas das suas cláusulas (das quais não tenho conhecimento). Passo a transcrever uma notícia que apareceu salvo erro no jornal OJOGO:

[b]FIFA proíbe influências externas[/b]

No artigo 18º do Regulamento de Transferências, a FIFA estabelece muito claramente:
“Nenhum clube deve firmar um contrato que habilite essa outra entidade ou uma terceira entidade a interferir ou influenciar no emprego, em assuntos relacionados com transferências, nas suas políticas ou nos desempenhos das suas equipas.” Ora, os termos do contrato de Associação de Interesses Económicos assinados pelas Sociedades Desportivas e pelo First Portuguese Football Player Fund continha cláusulas que se poderia considerar violarem os regulamentos, ficando as SAD sob a alçada do Comité Disciplinar da FIFA. Sobretudo na medida em que estipula a obrigatoriedade de vender ou comprar os direitos, abrindo campo a uma hipotética especulação com repercussões no comportamento das SAD. Este regulamento obrigaria a dar um enquadramento totalmente diferente ao modelo de fundos desenvolvido pela Orey Financial.

Recordo que LFV teve contactos com o Football Players Fund para fazer o mesmo que Porto e Sporting estavam a fazer, mas acabou por desistir. Em vez disso, juntou-se ao BES (onde trabalha o conselheiro fiscal do Sporting chamado Ricciardi, esse grande amigalhaço do nosso clube) e criaram o Benfica Stars Fund, porventura contornando os problemas que o FPF tinha e que não agradavam à FIFA.

[hr]

2. O Benfica Stars Fund funciona da seguinte forma:
[+]40 milhões de Euros é o capital inicial do “Benfica Stars Fund”, estando disponíveis 8 milhões de acções (unidades) destinadas a subscritores, tendo cada participação o valor de 5€, ajustados mensalmente consoante o valor líquido global do Fundo.
[+]O Fundo será gerido pela “ESAF – Espírito Santo Fundos de Investimento Mobiliário, SA”, empresa do Grupo BES e tem como objectivo gerar mais valias através das percentagens dos jogadores que fazem parte do Fundo, quando estes se transferirem para outro clube.

Notas:
(1) Sendo um Fundo fechado, as subscrições não estarão disponíveis ao público em geral.
(2) A Benfica SAD subscreveu 1.200 acções do Fundo no valor de 6 milhões de Euros, correspondendo a 15% do Fundo.
(3) A Ongoing subscreveu também cerca de 50% das acções do Fundo.

[+] O Fundo não pode deter mais de 60% dos direitos económicos de cada atleta e a Benfica SAD terá sempre que deter 10% dos direitos de cada jogador.
[+]Os jogadores elegíveis para fazerem parte do Fundo terão que ter entre 16 e 25 anos e o tempo de contrato a cumprir no clube nunca poderá ser inferior a 3 anos.
[+]As percentagens dos passes adquiridos pelo Fundo ao Benfica, servem de referência para negócios futuros. Assim o Benfica fica obrigado a vender um jogador, sempre que a proposta seja igual ou superior ao valor de referência do Fundo.
[+]Quando o Benfica receber uma proposta por um jogador, pode readquirir a percentagem do jogador alienada ao Fundo, pelo valor que lhe seria devido caso a proposta fosse aceite.

Até agora as alienações de passes foram as seguinte:
Nome do atleta - % adquirida pela Fundo - Preço pago pelo Fundo
David Luiz - 25% - 4.500.000,00 €
David Simão - 25% - 375.000,00 €
Di María - 20% - 4.400.000,00 €
Javi García - 25% - 3.400.000,00 €
Leandro Pimenta - 25% - 375.000,00 €
Miguel Vítor - 25% - 500.000,00 €
Nélson Oliveira - 25% - 2.000.000,00 €
Roderick Miranda - 25% - 2.000.000,00 €
Ruben Amorim - 50% - 1.500.000,00 €
Shaffer - 40% - 1.400.000,00 €
Urretaviscaya - 20% - 1.200.000,00 €
Yartey - 25% - 375.000,00 €

Segunda fase (10 de Fevereiro de 2010):
Nome do atleta - % adquirida pela Fundo - Preço pago pelo Fundo
Cardozo - 20% - 4.000.000,00 €
Fábio Coentrão - 20% - 3.000.000,00 €
Felipe Menezes - 30% - 1.500.000,00 €
Halliche - 20% - 400.000,00 €
Maxi Pereira - 30% - 1.350.000,00 €

Terceira fase (20 de Junho de 2010):
Nome do atleta - % adquirida pela Fundo - Preço pago pelo Fundo
Airton - 40% - 3.000.000,00 €
Alan Kardec - 50% - 3.000.000,00 €

P.S.: Há quem diga que a primeira fase que rendeu ao Benfica 22 M€ foi para efectuar o pagamento à Euroarea por esta ter construído a ETAR vermelha do Seixal cujo prazo curiosamente terminava no dia seguinte à formação do Fundo e que coincidência das coincidências era da quantia exacta de 22 M€. :twisted:

Devo confessar que se esses valores forem reais o glorigozo até soube fazer negócio.

O SideShow Bob por 1/4 do passe pagou e rendeu algum lucro comparativamente ao preço de compra;
O Di Maria por 20% ficou a pouco menos de metade daquilo que investiram na totalidade;
O cepo do Javi Garcia então está valorizado num valor completamente ridículo;
O Coentrão foi vendido um quinto do passe por 4 vezes mais o valor que custou na totalidade;
Esse Felipe Menezes que praticamente nem jogou por um terço do passe já foi pago;

Há depois aí uma série de jogadores cuja situação é escabrosa porque duvido que alguma vez venham a ter chance de singrar ao mais alto nível. São os júniores ou ex-júniores todos pois é sabido que o fififca não aposta nada nas camadas jovens.

Há só aí um jogador que no meu entender poderia valer bem mais, tem valor para isso mas que também não tem sido aposta: o Urreta. No entanto também já foi pago e isto só com 20%…

Dá que pensar!

São os valores oficiais.