Sou um sócio efectivo do nosso clube que ficou perturbado ao ao ler que o Sporting possui apenas 32,000 sócios pagantes.
Visto que as receitas não-extraordinárias (transferências de jogadores, etc.) dos clubes provêem, na sua esmagadora maioria, de três fontes - quotas, bilheteira e direitos televisivos - creio que este assunto deve ser tratado como prioridade máxima pela Direcção ou o Sporting arrisca definhar até chegar ao nível de um Braga ou Guimarães. Não considero este cenário de todo irrealista; se alguém afirmasse em 1980 que o Sporting viria a ter apenas 32,000 sócios pagantes seria inexoravelmente apelidado de catastrofista, contudo a realidade actual é que chegámos a esse extremo. Independentemente das causas, uma coisa é certa: é imperativo mudar de rumo, captar novos sócios e recuperar sócios não-pagantes.
Tenho uma ideia muito específica sobre o tema e gostaria de ler outras opiniões. Acho que a minha proposta teria impacto imediato em 3 vertentes: A) aumentar o número de associados, B) funcionaria como plano de contingência para os mais afectados pela crise e C) last but not least, limpava o clube dos ditos “notáveis” que se servem DO e nunca servem O Sporting.
Diz a Mesa da Assembleia Geral que a quota mensal está indexada ao salário mínimo nacional. Pois eu proponho que a quota mensal deve passar a ser indexada a 1% do salário líquido de cada associado (mediante apresentação da declaração anual de rendimentos), com um mínimo de quotização estabelecido em 5 euros mensais. Exemplo: quem ganha 600 euros paga 6 euros, quem ganha 1000 paga 10, quem ganha 10.000 paga 100 euros.
Isto seria:
a) Justo porque cada um paga de acordo com o que ganha,
b) Responsabilizaria todos os Sportinguistas, porque já não existe a desculpa que “não ganho” ou “não tenho dinheiro” e,
c) eliminariam-se os auto-proclamados “notáveis” porque acho abominável no contexto económico actual ouvir pessoas como Rui Oliveira Costa, Rogério Alves, Carlos Barbosa, etc et al, fazerem gala do seu suposto Sportinguismo baseado nos anos de associado quando dão menos ao SCP do que gastam num Cohiba, para não falar das mordomias e exposição mediática que usufruem. É possível que alguns deixariam não só de pagar quotas, mas também (wishful thinking) de opinarem sobre tudo o que rodeia o clube, contribuindo, isso sim, de forma “notável” para a destabilização do Sporting Clube de Portugal.
Com todo o respeito Ruben, há vários pontos utópicos, outros pouco reais e alguns injustos.
Primeiro, embora seja contra esta exposição mediatica de alguns Sportinguistas, e fazerem uso do Sporting para isso, sinceramente não percebo a ligação com a questão dos sócios pagantes. As pessoas pensam em ser sócias, ou em deixar de ser sócias porque há mais ou menos notaveis? Claro que não, e por isso, percebendo a indignação, não faz aqui qualquer sentido.
Outra questão diz respeito à sua “proposta” de aumento dos associados. Sinceramente isso de pagar consoante o rendimento não faz muito sentido, porque ser sócio do Sporting não está relacionado com qualquer sentimento ou não de justiça social. Só está em causa o seu sentimento pelo clube. Garanto-lhe (e generalizando) , que os sócios do Sporting com maior rendimento já ajudam mais directa ou indirectamente. Será que não compram mais produtos de merchandising? Será que as suas gameboxs não são mais caras que as de outros? Provavelmente sim…
@Liedshow,
aceito a tua crítica (aliás, obrigado pelo contributo), mas não considero a minha proposta assim tão “utópica”.
falas da “questão sentimental”, que aceito, até porque foi o meu amor pelo SCP que me fez continuar pagar quotas durante a era Bettencourt-maracas. Contudo, a vertente económica não pode ser ignorada. Conheço Sportinguistas que, por se encontrarem desempregados, não pagam quotas. Creio, sinceramente, que tal medida aumentaria o número de associados, especialmente entre os mais jovens.
Se calhar o último parágrafo pareceu-te um ataque aos chamados “notáveis”. em parte é (apenas contra os auto-proclamados “salvadores do SCP”; aqueles como Paulo Pereira Cristóvão que pagavam 12 euros/mês e depois impuseram um contrato ao SCP aonde auferiam 60,000 euros/mês). Para te ser sincero, não entendo o celeuma. Para quem ganha 2,000, 5,000 ou 10,000 euros/mês e se auto-proclama Sportinguista até ao fim, 20, 50 ou 100 euros não faz muita diferença. Faz, sim, diferença para o SCP, já que as receitas com quotizações aumentariam exponencialmente.
tanto advogado, profissional liberal e industrial pobrezinho que vai passar a receber do Sporting em vez de pagar, porque tem prejuízo todos os anos, coitadinhos…
no dia em que fizerem isso eu garanto que saio de sócio. Ou somos todos iguais ou não somos! Ou então, façam o nº de votos proporcional à quota paga :twisted:
O SCP não olha (não deveria) a ricos;pobres;brancos; pretos; amarelos; ciganos; classe alta; classe media; catolicos romanos; ortodoxos; muçulmanos; judeus;etc…
Apesar de nao me importa de ver este sistema implementado se assim fosse necessario para salvar o clube, concordoi em pleno com o comentario do Márinho: em condicoes normais devemos ser todos iguais.
eu percebi a ideia…o querer implementar um sistema semelhante aos sindicatos, mas enquanto uns estão directamente ligados à tua actividade profissional, desde advogados, apoio caso sejas despedido, doença,etc., no Sporting nao terias nada disso.
repito, percebo a ideia, não a acho exequivel até pelo que referi nos posts acima.
tenho 28 anos de idade.sou sócio há muuuittos anos. pago as quotas do meu bolso desde os 15 anos, mas isso nao quer dizer que seja mais socio do que alguem com 17 ou 18 anos que desde sempre acompanhou o clube.
Eu que toda a vida tentei combater esta ideia que só por se ser Dr. e com mais de 40 ou 50 anos é que se pode ser sério ou “credivel”…
como farias neste caso? por exemplo, quem nao trabalha? ou quem tem 15 ou 16 anos?
Percebo a ideia mas não me parece execuivel. Não me parece sequer que essa medida traga mais sócios ao clube, muito pelo contrário.
A ideia que tenho para a quotização do Sporting seria mais simples. Redução de 2€ na quota mensal (de 12€ para 10€ Efectivo A e de 8€ para 6€ Efectivo B), mas a criação de um sistema idêntico ao do Benfica em que se criaria uma “quota modalidades” por mais 5€. Isto permitiria a alguns pagarem menos e a quem tem mais posses pagar mais 3€ do que paga actualmente. Acredito que financeiramente não só não seria mau como traria mais sócios.
A eliminação do 13º mês também devia ser uma realidade. Há muito poucos clubes que fazem isto em Portugal.
@Nunonino formato actual é que não somos iguais. parece-me no mínimo assimétrico exigir 12 euros mensais a um desempregado e a alguém que aufere 10,000 euros/mês.
@Márinho os desempregados e jovens pagariam a quota mínima, que seriam 5 euros.
@olheiro duvido que o SCP perdesse a maioria dos seus 32,000 sócios pagantes, até porque o salário médio em Portugal situa-se nos 777 euros/mês, o que estatisticamente significaria que a maioria do actuais associados iria ver a sua mensalidade reduzida.
como referi acima, o salário médio em Portugal situa-se nos 777 euros/mês, o que significa que a vasta maioria dos potenciais sócios iria pagar quotas abaixo dos 12 euros/mês. creio que isso funcionaria como incentivo.
e acho que o Sporting não iria perder dinheiro. perde sim, com as exigências actuais, que afasta potenciais sócios, e depois tenta compensar com campanhas “suicidas”, como oferecer vários meses de quotas como bónus. fica pior a emenda que o soneto.
PS: concordo com a “quota modalidades” ( :great: boa sugestão), que seria apelativa caso o novo pavilhão estivesse localizado perto de Alvalade.
Tenho serias duvidas que alguém com 600 € de ordenado seja o sócio padrão do Sporting, para nao falar que quem ganhe 3000 ou 5000 € deixaria de ser sócio. A aposta que deve ser feita é no aumento de associados e na venda de merchandising