Facebook is watching you

Max Schrems é um estudante de direito, austríaco, de 24 anos. Por curiosidade, fez o que a nenhum de nós ocorreu:quis saber que informações tinha a empresa Facebook sobre ele, mesmo depois de ter deixado de ser membro daquela rede social. Ou seja, depois de sair da rede, o que lá tinha ficado.

Os seus piores receios foram largamente ultrapassados pela realidade: estava lá tudo. Depois de muitas pressões e ameaças recebeu, talvez por desleixo, diretamente da Califórnia, um CD com toda as informações que a empresa mantinha: 1.200 páginas (quando impressas) de dados pessoais, divididos por 57 categorias, recolhidos ao longo dos três anos em que esteve na rede. Como o próprio recorda, nem a CIA ou o KGM alguma vez tiveram tanta informação sobre um cidadão comum.

Até mensagens trocadas com outros utilizadores, que ele entretanto apagara e julgava terem desaparecido, lá estavam, guardadas na base de dados da empresa. É como se um Estado abrisse toda a correspondência dos seus cidadãos e fosse guardando todas as informações. Tudo, desde que alguma vez tenha sido referido (em público ou em mensagens privadas), podia ser encontrado. Desde a orientação sexual à participação em manifestações políticas. Basta procurar através de palavras-chave. Multipliquem isto por 800 milhões de utilizadores em todo o Mundo. E lembrem-se que a timeline recentemente criada por Zuckerberg reduziu ainda mais a privacidade destas pessoas.

É claro que tudo isto viola as leis europeias para bases de dados. Não seria um problema para a empresa, já que as leis americanas dão menos garantias na defesa do direito à privacidade dos cidadãos. Acontece que o Facebook tem, provavelmente para fugir aos impostos (que na Irlanda são muito “simpáticos” para as empresas), uma segunda sede em Dublin. Ou seja, pelo menos os usuários europeus estão defendidos pelas leis da União. Por isso, o jovem Max recolheu, na sua página Europe versus Facebook, 22 queixas contra a empresa e enviou-as à Autoridade Irlandesa de Proteção de Dados. E tem uma base legal sólida: nenhuma empresa pode guardar informação que foi apagada pelos seus detentores legais (que é cada um de nós). E a prova de que o faz tem Max Schrems naquele CD. Garante a empresa que terá sido um engano. O comissário irlandês para a proteção de dados está a investigar se aconteceu a extraordinária coincidência da única pessoas que conseguiu a informação armazenada sobre si ter recebido tão exaustivo material sobre a sua própria vida.

Diz-se, com razão, que manter uma ditadura é mais difícil na era da Internet. Basta ver a recente onda de liberdade que varreu o mundo árabe para o confirmar. A censura (recordo a Wikileaks, que também mostrou as enormes fragilidades da segurança e da privacidade na Internet) é mais difícil, assim como a manipulação política. Mas tudo tem o reverso da medalha. Se é verdade que a liberdade de expressão nunca teve tão poderoso instrumento nas mãos, as tentações securitárias também não. Nem a STASI, uma das mais meticulosas polícias políticas da história, conseguiu alguma vez saber tanto sobre os cidadãos como algumas das empresas em que parecemos depositar tanta confiança.

A esmagadora maioria das empresas não se regem pelo respeito pela democracia, pelos direitos cívicos ou por quaisquer valores políticos e morais. E estão dispostas a abdicar de quase tudo se o seu lucro estiver em perigo. Basta recordar como, durante demasiado tempo, a Google colaborou com a censura na China e como só a pressão de muitos “clientes” a levaram a recuar para não depositar grandes esperanças nestas multinacionais da era moderna. Não sei se alguma vez as informações que o Facebook tem sobre centenas de milhões de cidadãos serão fornecidas a Estados, anunciantes ou seguradoras. Sei que o mesmo poder que recusamos a Estados democráticos, sujeitos a leis e ao escrutínio público, temos de recusar, por maioria de razão, a qualquer empresa.

É claro que já não dispensamos o uso da Internet e das redes sociais. Mas temos de aprender a viver com elas.Obrigando estas empresas a cumprir as mesmas leis que exigimos a todos e deixando de viver na ilusão de que estes espaços públicos, detidos por empresas, são privados. Ou um dia ainda nos arrependeremos amargamente da nossa tonta boa-fé.


http://aeiou.expresso.pt/facebook-iis-watching-youi=f692681

Mais informação: http://europe-v-facebook.org/EN/en.html

Notícia engraçada.

Digo-te ainda outra coisa que deixa meio curioso.

O facebook está constantemente a sugerir-me contactos que não são amigos de nenhum dos meus amigos do facebook.

Note-se que tenho os mails dessas pessoas no meu hotmail mas, nunca utilizei a ferramenta de pesquisa de amigos nem associei o facebook ao hotmail…

Facebook is NOT watching me…

Nunca tive conta, eheheh

SL

Descansa que aposto que ja usaste o Google… Que guarda as tuas pesquisas dos ultimos 10 anos! >:D

Surpreende-me por um lado, e por outro não.

Não é novidade nenhuma dizer, que quando estamos ligados à Internet é como se deixasse-mos a porta de casa aberta.

E desengane-se quem pensa que não ter uma conta numa rede social está ‘protegido’.

Todos os sites guardam informações sobre nós. Uns mais que outros é certo.

Há também outra situação que é se alguém de ‘maior poder’ suspeitar que vocês andam a fazer coisas ilícitas, podem recorrer ao vosso ISP, para o comprovar.

Os ISP’s, sim, são a verdadeira base de dados de um cibernauta.

Basta apareceres nas fotos dos amigos, basta haver um tag com o teu nome real e vais imediatamente para o banco de dados deles.

É por estas e por outras que não uso isso.

Tenham cuidado! Quando menos esperarem um atirador furtivo vai enfiar-vos uma bala na testa!!! :lol: :lol: :lol:

Agora a sério! Parece-me um bocado histeria colectiva. Se há coisa para que esses tipos se estão a marimbar é para nós, gente da plebe, que mais não somos do que anónimos iguais a tantos outros…

Há video.

[youtube=650,535]http://www.youtube.com/watch?v=ObbiBeXevkE[/youtube]

lool, com esta, lá fui à cena das mensagens, e reparei que quando passo o rato por cima do “x” que tá do lado direito das mensagens, aparece a dizer “ARQUIVAR” e não “eliminar” ou “apagar” …

Depois, no fundo da página, tem uma ligação para as mensagens arquivadas, e de facto … tão lá todas as mensagens que já troquei pelo face desde que me registei, e que pensava tarem apagadas.

Para eliminar, tenho de fazer uma a uma, abrindo as mensagens, e depois no “menu” acções escolher: “eliminar mensagem”, seguido de “eliminar tudo”.

Bem, mas enfim … nunca troquei nada de especial em mensagens pelo face portanto …

A questão é o que podem fazer com todos os posts de centenas de milhões de pessoas, eles possuem uma informação massiva sobre os seus utilizadores.

Eu abomino as redes sociais, partilhar toda a vida pessoal na internet é uma estupidez imensa.

Mas só partilhas o que quiseres, a verdade é essa.

Eu ter conta até tenho, mas usa-la é outra coisa. Devo fazer meia duzia de logins por ano, e quase todos por pouco tempo.
Simplesmente não ligo muito a facebook e sites do género. Além disso, pouca ou nenhuma informação coloquei lá.

No entanto, sei que na internet deixamos informação por onde passamos, muitos sites guardam dados nossos. Isso é normal e não me importo muito com isso, desde que não sejam dados muito importantes. Até porque aquilo que quero revelar não vou divulgar na net, não é?

Os teus hábitos ao navegar pela Internet já dizem muito sobre a tua pessoa :great:

Na minha opinião, a Internet está a crescer de tal forma que, dentro de uns anos, os países mais poderosos do mundo vão ter que se juntar para arranjar maneira de controlar a navegação na Internet. Não restringir o seu uso, mas sim arranjar leis de privacidade globais.

É que empresas como a Google e o Facebook guardam muita informação sobre nós e sobre o nosso perfil de internautas.
Tudo bem que eles não vão usar isso para nos prejudicar (querem lá saber de nós, tesos como andamos :mrgreen:) mas no futuro nunca se sabe às mãos de quem é que a informação vai parar.

Para além disso, há muita gente a dizer que não se importa mas acho que não iam gostar nada de ter um espião atrás deles 24/7 a ver tudo que eles fazem da vida…

Hábitos de Navegação dizem muito sobre o que cada um é? Podem dizer alguma coisa, mas estão longe de revelar tudo. Até porque há muita coisa que não transparece num computador sobre aquilo que somos.

Quanto ao espião 24/7, quanto muito sabem o que nós lá metermos (isto em relação ao facebook). Se não metermos lá nada, eles não vão adivinhar. E o perfil é sempre relativo, nem sempre o que parece, é.