Excendentários - Gestão de um activo financeiro

Uma das ideias mais defendidas, logicamente, tanto no Fórum como nos restantes espaços de discussão do Sporting é a necessidade de um acerto elevado nas contratações, que se tornem jogadores de referência na equipa e minimizando a aquisição de jogadores que não tenham qualidade para jogar em Alvalade. Mas o que fazer quando não se consegue evitar, por qualquer que seja o motivo, a contratação de um jogador que falha? Tem sido algo debatido de forma esporádica e em diversos tópicos, não existindo ainda nenhuma reflexão centralizada sobre o problema.

Quem está atento sabe que há anos que defendo no Fórum um rigor do Sporting na gestão dos seus activos, nomeadamente na necessidade imperiosa de reduzir significativamente o número de jogadores séniores que têm contrato com a SAD. Tem sido notório que, por desinteresse ou falta de competência, o Sporting não consegue reduzir os seus quadros, verificando-se o oposto, com cada vez mais jogadores com contrato.

O Sporting tem, literalmente, milhões de euros empatados em jogadores com contrato, que não têm e/ou nunca terão capacidade para jogar numa equipa que lute por títulos em Portugal. Pode desistir deles, a forma mais fácil, ou pode fazer o que está ao seu alcance para minimizar os prejuízos e acabar por rentabilizar o jogador. Como fazer isto?

A minha visão passa, sobretudo, pela existência de um dirigente na estrutura da SAD que tenha a missão específica e exclusiva de gerir estes activos financeiros tendo apenas um objectivo em curso: tomar as decisões necessárias para que o jogador acabe por ser financeiramente rentabilizado da melhor forma possível. Para este cargo considero que é necessário alguém que conheça o mundo do futebol e trabalhe em conjunto com o Presidente e com a equipa técnica, para poder começar a planear a rentabilização dos jogadores assim que haja um parecer técnico para a sua dispensa.

A prioridade passará sempre por vender o jogador nas melhores condições possíveis. Acontece que, por norma, são jogadores que se encontram altamente desvalorizados no mercado e com pouca qualidade, tornando muito complicado fazer um negócio rentável. A solução tem que passar por empréstimos destes jogadores, sendo necessário muito rigor na escolha dos destinos, precisamente para criar condições favoráveis à utilização frequente do jogador numa perspectiva de valorização do mesmo e de aumento do seu interesse para mercados com capacidade para o adquirir.

Quem gerir este departamento deveria ter como funções:

  • Definição prévia do perfil de jogador e de quais os mercados em que poderá criar mais interesse, para dar prioridade à sua colocação por empréstimo nesses mercados ou em outros aos quais os potenciais compradores prestem atenção regular;

  • Acompanhamento frequente do jogador, com contactos regulares para saber qual o feedback do mesmo relativamente ao momento desportivo e quais as maiores dificuldades, desportivas ou não, que está a passar;

  • Contacto frequente com o clube onde está o jogador, de modo a saber qual tem sido o seu comportamento diário, nomeadamente no profissionalismo, capacidade de trabalho, adaptação e compromisso com o seu clube. Deverá igualmente procurar saber quais os motivos para a pouca utilização dos jogadores, nos casos em que tal se verificar, de modo a podermos criar condições para que seja mais utilizado ou para encontrar um novo clube que o receba;

  • Contacto frequente com o empresário do jogador, para conhecimento da atenção que o mesmo desperta no mercado e para optimizar estratégias que permitam a sua venda em condições favoráveis para o Clube e para o jogador, a cada reabertura de mercado.

Acredito, muito sinceramente, que se o Sporting tivesse alguém responsável exclusivamente por estas tarefas, a médio longo prazo poderíamos recolher óbvios benefícios financeiros da mesma.

Não pretendo falar de nomes de jogadores do Sporting que poderiam estar inseridos neste planeamento porque queria uma discussão transversal e sem cair no habitual imediatismo. Contudo, é óbvio que a aplicar à situação actual, seria para abranger a grande maioria dos jogadores que estiveram emprestados em 2016/17 (onde houve notórios erros no destino dos empréstimos, seja por culpa do Sporting ou dos jogadores) e os jogadores que chegam ao fim de um ciclo na equipa B e não se vê nos mesmos capacidades para integrar uma equipa principal.

Não colocaria neste tipo de planeamento os nossos jovens mais promissores, que devem continuar a ser emprestados para a Liga Portuguesa, ou outra europeia, onde se possam desenvolver e promover com o intuito de regressar ao Sporting. Esta ideia seria apenas para acompanhamento e colocação favorável dos jogadores que não nos interessam manter.

Gostaria de saber a vossa opinião sobre a possibilidade de criação de um departamento como este no Sporting. E, em caso afirmativo, quais as pessoas mais adequadas à gestão do mesmo? Poderemos retirar daqui algo palpável e que serviria de melhoria ao Sporting ou seria apenas um desperdício de tempo e de recursos financeiros?

Let’s face it. Por muito bom que seja o departamento de scout, irão sempre haver falhanços, sempre. Há tanta invariável incontrolável, que é praticamente impossível conseguir que todos os jogadores contratados cumpram com o que se lhes espera que produzam.

Posto isto, claro que sim, concordo com a criação desse departamento, por várias razões:

  • Isso iria permitir que o BdC se concentrasse mais na contratação de jogadores, e assim melhorasse no acerto das mesmas;
  • Rentabilização de activos do clube, mesmo que esses activos não sejam os mais atractivos; Isto é como vender mobília no OLX, se conseguirmos vender a mesa velha da cozinha por 50€, os 200€ da mesa nova que estamos a pensar comprar há 2 meses diminuem para 150€;
  • Infelizmente, os nossos rivais, usam estes jogadores para minar o campeonato português. Colocar vários clubes dependentes de 2/3 jogadores serão uma forma de garantir bons resultados desportivos contra essas equipas. Por exemplo, 4 equipas nestas condições, ou seja, com 2 jogadores importantes emprestados pelo Sporting, seria uma forma de faciliar a conquista de 24 pontos (4 equipas x2 jogos x3 pontos de vitória). São mesmo muito pontos. Acho que este tipo de situações não deveriam acontecer (e espero que a Liga Portuguesa um dia acabe com isso), mas não é ilegal, e não temos razões para ficarmos para trás dos nossos rivais a este respeito como temos ficado. Para tal bastariam 8 jogadores de alguma qualidade para se conseguir isto ( 2 jogadores * 4 equipas);
  • Melhoria dos empréstimos dos jogadores da formação para ganharem competitividade e maturidade. Evitar casos como o do Chaby que praticamente não jogou na União da Madeira no ano passado. Um grande talento que se calhar vai passar ao lado de uma boa carreira.

Eu nem iria muito por aí. Sim, esporadicamente poderemos colocar um ou outro dos nossos excedentários a jogar em equipas da Liga mas isso tem mostrado até agora poucos resultados na gestão do activo em si. Temos o exemplo recente do Héldon que tem andado emprestado em Portugal, numa equipa decente e a jogar com regularidade há dois anos, e nem assim parece despertar grande interesse no mercado.

Vejo sem problemas um jogador ou outro dos nossos quadros a tentar rentabilizar em Portugal, caso seja um campeonato que se adeque às suas características. Mas, esse trabalho de colocar jogadores na Liga, para reforçarem as equipas para os jogos com os nossos rivais tem que ser feito com jogadores que possam evoluir e ainda nos dar retorno. Estamos a falar de jogadores jovens, a maior parte saídos da nossa formação, e que por um motivo ou outro ainda não estarão na equipa principal. Exemplos disso neste defeso são Domingos Duarte, Pedro Delgado e, provavelmente, Ryan Gauld, Leonardo Ruiz e Matheus Pereira.

Voltando a pegar no assunto, agora com dados mais concretos sobre este defeso:

Ezequiel Schelotto
Ewerton Santos
Sambinha
Dougas Teixeira
Marvin

Oriol Rosell
Fabrice Fokobo
Simeon Slavchev

Héldon Ramos
Federico Ruiz
Cristian Ponde
Luc Castaignos

Neste momento temos 12 jogadores que nem sequer estão em estágio com a equipa principal e que não cabem no lote de jovens promessas que serão para emprestar para se desenvolverem. E fui conservador porque nestes 12 não coloquei sequer os excedentários que estão no plantel principal neste momento nem Bryan Ruiz, que não é certo que não seja também ele um excedentário. Também deixei de fora todos os jogadores que são excendentários e já têm colocação para a próxima época (Jefferson, Fábio Martins, Ricardo Guimarães e Luís Elói).

Portanto, neste momento temos 12 jogadores séniores, com contrato profissional com o Sporting que não servem minimamente para equipa principal, nem para estarem presentes nos treinos de pré-temporada, nem são considerados jovens que devem sair por empréstimo para evoluir.

Qual é o plano que está traçado pelo Sporting para estes casos? Vamos conseguir fazer todos sair em definitivo? Para os casos em que não possam sair em definitivo, está a ser pensada alguma solução de colocação temporária do jogador num mercado onde o mesmo se possa destacar para atraiar olhos do mercado no verão de 2018?

O Ewerton parece já estar resolvido (vendido por 0,8M). É fazer semelhante com os restantes, o que deve resultar numa entrada de 5M nas contas do clube. Ou então oferecer os jogadores - sempre se poupam os salários.

Oferecê-los seria o mais simples mas isso, para mim, não é gerir um activo financeiro. Em alguns dos casos sim, eu partiria para essa opção, oferecer o jogador e manter apenas uma parte do passe (Fokobo, Ponde e Sambinha).

Mas para os restantes que não consiga vender em condições favoráveis este Verão, o Sporting pode e deve criar um plano de gestão do activo. É isso que defende, pegar nos jogadores que não tiverem propostas e definir um plano de valorização, verificando quais os campeonatos mais adequados às características dos jogadores para que chamem a atenção do mercado.

Ou, se preferes um exemplo concreto, criar um plano de valorização de um jogador excedentário como o Slavchev que não implique envia-lo por uma época por empréstimo para o Chipre. Não tem qualquer lógica de valorização do jogador para recuperar o investimento feito, é só empurrar o problema com a barriga para a frente.

EXCEDENTÁRIOS APRESENTAM-SE Quarteto aguarda solução

Para lá dos internacionais A, esta semana marca o regresso ao trabalho de quatro excedentários que aguardam colocação. O ítalo-argentino Schelotto, o brasileiro Douglas e os holandeses Zeegelaar e Castaignos estavam dispensados até hoje, pelo que vão apresentar-se amanhã na Academia. Zeegelaar foi apontado ao PSV mas não é destino provável.

Record

Polvilhar… estes servem para Polvilhar o campeonato.

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É um problema do futebol moderno. A necessidade de nova compra. Podemos até ter igual ou melhor em casa mas queremos sempre comprar. Com esta mentalidade, surgem sempre os excedentários. E porquê? Porque a competitividade e o hype bom negócio andam de mãos dadas. Temos o caso de Paulo Oliveira VS André Pinto. Ambos os jogadores são alternativas aos titulares. O Paulo até parte em vantagem por conhecer os métodos do treinador mas preferiu-se apostar na aquisição de André, um suposto negócio de ocasião. Ou seja, comprou-se por comprar e temos agora 2 jogadores para a mesma missão. Resolveu-se vender o Paulo a baixo custo quando ainda não há pouco tempo Paulo era titular numa das melhores defesas da Europa. Como este caso temos a recente aquisição Matheus Oliveira. Um projecto de jogador como tantos outros que temos em casa. Solução, emprestar um dos jogadores provenientes da formação para ver se o projecto Matheus Oliveira tem pernas para andar. Problema é que acrescentamos mais um jogador aos nossos quadros e se a evolução não for da forma esperada, teremos mais um caso para acrescentar aos excedentários do próximo ano.

O problema de colocar os excedentários em Portugal é basicamente o valor dos ordenados VS qualidade VS valor de venda. Quando o Sporting compra, compra por valores altos e oferece ordenados altos para a realidade portuguesa. Quando vende, tem a legitima vontade de pelo menos receber o que pagou. Outro factor é que um jogador vem para o Sporting porque tem melhorias salariais. Quando sai por venda, quer manter esse salário. Em Portugal, poucos são os clubes que podem comportar esses salários. Por isso, em Portugal a opção é mesmo um empréstimo com parte dos vencimentos comparticipada pelo Sporting na tentativa de valorização do atleta para posterior venda, até que haja interessados ou que os jogadores acabem com o contrato.

Fora de Portugal, existem equipas medianas de campeonatos iguais ao Português com condições financeiras aceitáveis para se colocar excedentários mas, o binómio qualidade/preço VS oportunidade de negócio impera. Aqui, entra a negociação do dinheiro que se pagou pelo atleta e o dinheiro que se admite perder, vendendo o atleta por um preço inferior.

Basicamente, o Sporting tem de saber comprar melhor e em menor quantidade. O Sporting tem também de saber vender na altura certa e apostar apenas em jogadores facilmente vendíveis. O futebol virou negócio e nós por ironia do destino temos os melhores campos para semear. Uma academia e uma rede de escolas implementadas ao longo do país e fora do país. Ou seja, plantar para colher. E não falo só em colher Cristianos Ronaldos mas sim, o Zé, o Manel, o Joaquim que bem orientados, podem chegar ao nível que chegarem e serem vendidos ao custo associado à sua qualidade. O exemplo de Ruben Semedo, foi plantado, cuidado, teve até algum uso desportivo e seguiu a sua vida pagando com a sua venda muitos outros Rubens Semedos. Ou seja, a visão do Sporting deverá passar mais por uma equipa com contratações à lá Dost e aproveitamento das segundas linhas fabricadas em Alcochete, sempre disponível para analisar o futuro do jogador e vende-lo à melhor oportunidade.

Por isso, sim, acho que se o Sporting ainda não o tem, precisa urgentemente de construir um departamento de gestão de activos desde a camada jovens até ao Seniores. A compra e venda de activos é essencial para uma empresa.

Actualizando, agora que acabou a pré-temporada e já só temos jogos oficiais pela frente:

Ezequiel Schelotto
Sambinha
Dougas Teixeira
Marvin

Oriol Rosell
Fabrice Fokobo
Simeon Slavchev

Héldon Ramos
Federico Ruiz
Cristian Ponde
Luc Castaignos

Neste momento temos 11 jogadores excedentários que não estão no plantel principal. Além disso, ainda há Bryan Ruiz e os jogadores do actual plantel que, espera-se, ainda sejam dispensados. É este o ponto de situação na colocação de excedentários que, mais uma vez, tem sido lentamente resolvida pelo Sporting.

Actualizando, a uma semana!!! do fecho do mercado de transferências.

Azbe Jug/Pedro Silva (porque um deles terá que sair)

Ezequiel Schelotto
Sambinha
Dougas Teixeira
Marvin

Oriol Rosell
Fabrice Fokobo
Simeon Slavchev

Bryan Ruiz
Héldon Ramos
Federico Ruiz

Neste momento temos 11 jogadores excedentários que não estão no plantel principal. Não conto com o Ponde, uma vez que parece ser opção para a equipa B durante a época. É discutível, embora aceitável. Mas, de resto, repito, temos 11 excedentários em Alcochete diariamente que não têm colocação a uma semana do fecho do mercado.

Começo a ficar muito preocupado com a falta de colocação dos excedentários, alguns deles com elevados salários.

A três dias e meio de fechar o mercado… :inde:

Azbe Jug/Pedro Silva (porque um deles terá que sair)

Ezequiel Schelotto
Sambinha
Dougas Teixeira
Marvin

Oriol Rosell
Fabrice Fokobo
Simeon Slavchev

Bryan Ruiz
Héldon Ramos
Federico Ruiz

Parece-me que Douglas será o caso mais complicado, pelo salário e pelo que não tem produzido. Bryan e Schelotto, dependendo da vontade que têm em sair, também pode ser complicado, tal como Rosell. Jug, se não for para ficar, também não terá muito mercado… Fokobo e Sambinha podem, no limite, ficar até Janeiro a treinar com os B, também não aspiram a muito mais na carreira.

Marvin e Heldon parece-me os de resolução mais simples e, no caso do holandês, talvez seja mesmo possível a venda. Slavchev também arranja colocação com relativa facilidade, mesmo que não seja num formato que nos agrade muito.

Federico Ruiz é um caso à parte porque não deve haver muita gente a olhar para ele como um jogador de futebol profissional.

RESCISÃO com Sambinha, Frederico Ruiz, Fokobo, Jug

e VENDER pelo preço de custo ou COLOCAR e ficar com 50 % do Passe de Douglas, Oriol Rosell , Slavchev, Heldon

Schelotto, Zeegelar e Bryan fechar o quanto antes

As coisas não são assim tão simples… Federico Ruiz não é para rescindir, obviamente, pelo menos enquanto cá estiver o irmão. Quanto muito podemos encontrar uma equipa no Campeonato de Portugal ou na Distrital de Lisboa onde ele possa jogar durante a época.

Sambinha, Fokobo, Douglas, Rosell, Jug, Heldon… Aceito perfeitamente, neste momento, que saíssem em definitivo e ficássemos com uma parte do passe, se não aparecessem propostas melhores. Mas arranjamos mesmo um clube interessado em receber os jogadores e pagarem os seus salários na totalidade?

Schelotto, Zeeglaar e B. Ruiz TÊM de ser vendidos. Sambinha, Fokobo e F. Ruiz são gente para estacionar na 2ª divisão. Jug e Slavchev deveriam ser usados em negócios com clubes do Leste Europeu. Douglas, Rosell e Heldon talvez possam ser emprestados a clubes de 2ª ordem (HOL, TUR, CHI). Nem um deles deveria cá estar no dia 1 de Setembro.

vale o que vale mas no fm ele tinha contrato até 2017. :inde:
não terá já terminado o contrato do gajo?

Se despachassem esse entulho todo juntando B. César e ainda conseguissem ganhar alguns dolares com eles evitavamos de vender quem quer que seja.

O Rossel já foi para o Portimonense emprestado.