O tema da Eutanásia volta a estar na agenda diária. É um tema sensível, por isso, criei um tópico próprio para discutirmos o mesmo, apesar da classe política dominar o tema.
Depende do caso. Se a pessoa que quer ser “eutanasiada” ( não sei se esta é a palavra correcta e peço desculpa pela ignorância) já estiver “practicamente morta” e já não tiver chances de sequer fazer a sua vida, estou de acordo. Se a pessoa só quer ser “eutanasiada” por querer simplesmente desistir da vida por não querer lutar mais, sem sequer ter em consideração em que estado irá deixar as outras pessoas que lhe são próximas, aí sou absolutamente contra.
Sempre fui a favor. Embora compreenda quem discorde, no final de contas estamos a falar de uma decisão que é a própria pessoa que a toma para si mesma de forma deliberada.
Completamente a favor, seja em pessoas com doença terminal e em pessoas com depressão cronica que simplesmente não querem viver mais. Aceito que a segunda opção choque bastante pelo que entendo perfeitamente que nunca seja posta na mesa.
Exacto e é um ponto importante. Não podemos, nem temos o direito de obrigar um profissional de saúde que aplique a morte assistida. É um direito muito discutível porque à partida depende de uma decisão pessoal, mas que está dependente de um acto de um ser humano que pode até não concordar, não deverá ser obrigado a cumprir.
Depois, é uma decisão que em muitos casos depende da família. Como é que entendemos ser o consenso familiar? Apenas da esposa, caso tenha? Esposa, pais e filhos? É uma vida humana em causa e se muitas vezes há consenso, noutras nem por isso.
Há aquela ideia que se não pedi para nascer, também não tenho que pedir para morrer. Até que ponto somos livres para “exigir” uma morte assistida? Sabendo que é um procedimento que depende de terceiros.
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Coloquei a questão de forma bem directa, é difícil formula-la e colocar todas as alíneas que acredito que haja. É mais fácil escrever a opinião e assim explicar melhor a opinião.
Sou a favor. Aliás, a legalização da eutanásia devia ser anterior à do aborto. Não entendo como uma pessoa pode decidir sobre a morte de outro ser e depois não pode decidir sobre a sua própria morte.
Sim Chown, é um ponto relevante. No filme que coloquei acima, “You dont know Jack”, sobre o médico Jack Kervokian, ele ajudava vários pacientes a morrer, no entanto não é líquido que o fizesse apenas por compaixão pelas pessoas. Aliás, esteve preso por causa de um provável homicídio enquanto “ajudava” na morte de um paciente.
Presumo que caso a lei vá em frente, seja a nível do Sistema Nacional de Saúde ou a nível privado, irá haver profissionais que queiram auxiliar estas pessoas a partir, assim como haverá outros que de todo rejeitam a ideia de se envolver nestes casos.
No que respeita ao “consentimento legal do Estado”, para mim, apenas seria viável a “execução” se a pessoa em causa estivesse com todas as suas faculdades mentais para tomar essa decisão e nunca, mas nunca por intermédio de terceiros, sejam médicos ou familiares.
Sobre casos de depressão crónica é mais complicado em fazer um juízo, afinal de contas a pessoa decide por fim morrer, mas estará realmente com todas as suas capacidades mentais? Ou por outras palavras, o problema não é de antemão esse mesmo?
Sou a favor do referendo. Como o CDS afirmou, e bem, esta era uma matéria que não fazia parte da agenda política nas eleições, não é democrático ser os partidos a decidir sobre o mesmo. Antes, espero que haja diálogo sobre o mesmo e um total esclarecimento, dos vários pontos, legal, filosófico, a nível dos profissionais de saúde. Creio haver consenso generalizado quanto à questão, mas há muitos pontos ainda escuros, que é necessário esclarecer.
Mas em que é que a família é tida e achada na eutanasia? Quem sofre sou “eu”, não os meus primos ou os meus irmãos, logo a decisão de pedir a aplicação da eutanasia tem de que ser minha e só minha.
Não estás a perceber. Se eu estou a morrer e em sofrimento, sem perspectivas de recuperação, porque é que terceiros (familiares) têm que decidir de o meu sofrimento pode ser terminado ou se deve continuar? O corpo é meu, a dor é minha, não a poderei partilhar.