ETA anuncia fim das actividades terroristas.

ETA anuncia o "fim definitivo" da ação armada DE ACORDO COM O DIÁRIO "GARA" 18:39quinta-feira, 20 outubro de 2011

A ETA, organização terrorista que defende o separatismo basco, anunciou esta quinta-feira que “decidiu o fim definitivo da sua ação armada”, de acordo um comunicado divulgado pela edição online do diário “Gara”.

Definitivo ou a ETA voltará em breve?

Hum, estranho, muito estranho :think:

Sensibilidade e Inteligência. Aplaudo isso. :clap:

Estranho ?
Esta semana o grupo de figuras internacionais (Bertie Ahern, Kofi Annan, Gerry Adams, Jonathan Powell, Gro Harlem Bruntland e Pierre Joxe) escolhidas para formar o conselho de paz fizeram a declaração de Aiete

[center][size=15pt][b]Declaration of Aiete[/b][/size][/center]

We have come to the Basque Country today because we believe it is time to end, and it is possible to end, the last armed confrontation in Europe.

We believe this can now be achieved, with the support of citizens and their political representatives, as well as the support of Europe and the wider international community. We want to state clearly that we have not come here to impose anything or claim that we have the right or the authority to tell the citizens of this country, or relevant actors and political representatives, what they should do.

Rather, we have come here in good faith, with the hope of offering ideas drawn from our own experiences of resolving long conflicts that afflicted our own societies and peoples, as well as others we have helped resolve.

We know from our own experience that it is never easy to end violence and conflict and secure lasting peace. It requires courage, willingness to take risks, profound commitment, generosity and statesmanship.

Peace comes when the power of reconciliation outweighs the habits of hate; when the possibility of the present and future is infinitely greater than the bitterness of the past.

We also know from our own experience that when a genuine opportunity for peace arises it must be seized. The growing demand of the citizens of this country and their political representatives to resolve this conflict through dialogue, democracy and complete non-violence has created this opportunity.

Because of all of this, we believe it is today possible to end more than fifty years of violence and attain a just and lasting peace.

In light of this:

1. We call upon ETA to make a public declaration of the definitive cessation of all armed action and to request talks with the governments of Spain and France to address exclusively the consequences of the conflict.

  1. If such a declaration is made we urge the governments of Spain and France to welcome it and agree to talks exclusively to deal with the consequences of the conflict.

  2. We urge that major steps be taken to promote reconciliation, recognize, compensate and assist all victims, recognize the harm that has been done and seek to heal personal and social wounds.

  3. In our experience of resolving conflicts there are often other issues that, if addressed, can assist in the attainment of lasting peace. We suggest that non violent actors and political representatives meet and discuss political and other related issues, in consultation with the citizenry, that could contribute to a new era without conflict. In our experience third party observers or facilitators help such dialogue. Here, such dialogue could also be assisted by international facilitators, if that were desired by those involved.

  4. We are willing to form a committee to follow up these recommendations.

Donostia-San Sebastian

17 October 2011

O que aconteceu foi o primeiro passo acordado ,porque obviamente a ETA não ira ceder sem garantias, do processo que tem como objectivo um referendo à população Basca para finalmente decidirem como querem viver .

Muito interessante esse grupo de figura internacionais :eh:

Quem viu o telejornal da RTP viu um senhor a dizer: " Isto é tudo um esquema para o PP ganhar as eleições" ora bem ele acertou em cheio.

Sou contra o abandono da Luta Arma!

O abandono das armas não é instantâneo portanto se alguém desistir das negociações provavelmente vamos voltar à situação pré-Aiete.
Alem disso a comissão de paz deverá moderar as negociações e posteriormente informar a comunidade internacional da conclusão das negociações e portanto se algum quiser dar o golpe provavelmente vai ter a publicidade que não quer.
Por outro lado tudo indica que vamos ter uma aliança ainda maior de partidos bascos para as próximas eleições gerais que se vai tornar provavelmente numa maioria independentista a representas os bascos de hegoalde

Ou seja, mais uma cortina de fumo como já houve tantas. Nada de surpreendente.

Desta vez não me parece que seja isso, o canal de dialogo foi aberto e é do interesse da ETA que um referendo resulte destas negociações…

Como não vai haver Referendo nenhum (é contra a Constituição Espanhola), a ETA estará então “legitimada” a retomar a luta armada, suponho?

Na Catalunha não houve referendo?  :think:
[b]Mundo[/b]

Referendo simbólico na Catalunha dá vitória aos independentistas
Na Catalunha, um referendo simbólico sobre uma possível independência da região teve cerca de 95% de votos favoráveis. A consulta decorreu em 166 municípios da região da Catalunha, Espanha. Participaram no referendo cerca de 30% dos 700 mil eleitores. Por não ser oficial, o referendo simbólico decorreu em centros comunitários e ginásios.

[right]2009-12-14 08:35:07[/right]

http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Referendo-simbolico-na-Catalunha-da-vitoria-aos-independentistas.rtp&headline=20&visual=9&article=302877&tm=7

Afinal houve referendo, mas não foi oficial. :great:

Joao, nao digas coisas dessas.

Tu não és Basco, e mesmo que fosses, devias ser era a favor da Paz, do dialogo e do entendimento. Podes estar descansado que o PP vai ganhar mas é juízo nas próximas eleicoes. Tu vais ver como a direita nos próximos anos vai levar um tareão nas urnas que é qualquer coisa de extraordinário.

Quanto a mim, a ETA está de parabéns por finalmente ter tomado uma decisão inteligente.
Só um pequeno aparte, até porque eu nao tenho por habito publicitar a minha opinião no que diz respeito a este assunto em particular.

Embora eu seja contra a “luta armada”, estou e sempre estive de acordo com aquilo que a ETA pretendia atingir, mas apenas em questões de ideologia e não de método. Tal como sempre estive de acordo com o IRA, ou por outras razoes, com as FP-25, PRP (BR), FARC, EZLN e outros, desde que sejam verdadeiramente de esquerda. Agora antes que chamem a policia, eu repito-me uma vez mais. Nao sou a favor de qualquer tipo de violência nem luta armada, mas também não sou pacifista. Se for necessário resistir, como no caso do Hezbollah, já concordo, embora não sejam de esquerda, aliás são bastante conservadores. Até porque gosto de pensar que todos nós estaríamos prontos para defender o nosso país e a nossa sociedade, por muitos defeitos que tenha. Mas no caso da ETA (como no caso do Hamas, que é diferente do Hezbollah) a “luta armada” não traz benéficos alguns. Na minha opinião, a “luta armada” é contraproducente, até porque leva pessoas como eu (e muitas mais) a imediatamente desligarem-se do movimento.

Há formas mais actuais e inteligentes de se atingir o fim pretendido.

Agora, depois da ETA por fim as actividades terroristas, já só falta o FMI fazer o mesmo…No entanto aconselho a que esperem sentados.

Já vivi em Barcelona, e posso-te garantir que, se o referendo fosse oficial, os Catalaes ganhavam, mas nao ganhavam com 95% dos votos.

E o problema é mesmo esse. No País Basco também há muita gente que quer ser espanhola. Aliás é por essa mesma razao que eu não defendo “luta armada” nenhuma.
Porque mesmo que o Estado espanhol fugisse com a cauda entre as pernas, depois qual era a solução para aqueles que querem ser espanhóis?

Bem vistas as coisas, virava-se o feitiço contra o feiticeiro, já que depois seriam os “pró-espanholitos” a queixar-se do mesmo que se queixa agora a ETA, depois sempre queria ver quem eram aqueles que iriam apoiar essa “luta armada”.

E há ainda outro problema. Então e todos os bascos que vivem em Castela, Galiza, Catalunha etc etc??? Eram todos obrigados a regressar?

Acho que a ETA reconheceu que, hoje em dia, o inimigo já não é o Estado como foi durante o século XX mas sim as grandes multinacionais, os banqueiros e demais especuladores, também conhecidos por vulture capitalists. Bem vistas as coisas, o Estado espanhol, tal como o nosso, anda as ordens dos “mercados” e das agências de rating, que ninguém elegeu nem escolheu como ditadores.

Ainda há quem diga:
-ah, mas fomos nós que pedimos o dinheiro emprestado.

Como se nos tivesse sido dada a escolha…Quando na verdade, os países que tentam viver de uma maneira alternativa, como o Irão, Cuba, Venezuela ou Bolívia, são constantemente ostracizados na comunicação social a mando do “imperador” de serviço na Casa Branca. E escrevo imperador entre aspas, porque o Estado norte americano, mais que qualquer outro, está infiltrado e por conseguinte as ordens de Wall Street.

O Estado não passa de um proxy, de uma buffer zone para proteger os interesses dos super-ricos das respectivas populações. Enquanto que nós (as populações), temos como única função a de alimentar este sistema neo-feudal. Ou seja, trabalhar como um escravo (se tiveres a sorte de ter trabalho) e consumir a bosta anunciada na tv. É por essa mesma razão que, caso queiras estudar e fores originário de uma família da classe média ou trabalhadora, tens que te endividar todo. Assim os poderosos, alem de conseguirem ainda mais lucro a conta do nosso suor, ainda te obrigam a não fazer ondas e a estar caladinho, já que um estudante ou um trabalhador endividado, não faz greves nem se mete em políticas, senão já sabe que vai acabar desempregado e/ou na bancarrota.

1- Em todos os países que se tornaram independentes sempre houve uma parte da população contra esse facto, se a maioria dos Bascos ,como aparenta ser nas eleições e sondagens, quer a independência não poderá ser uma minoria a tira-la.

2- Passam a ser imigrantes como qualquer outros ,se quiserem continuam onde estão ,se não quiserem voltam para casa .

Sabes se na constituição da Sérvia era possível o referendo que deu independência ao Montenegro ? ou se na Constituição Indonésia era proibido o referendo que deu a independência de Timor ?

Apesar de tudo a coisa mais importante antes do referendo é o estado francês aceitar negociar (como deve ter feito para a ETA ter tomado esta decisão), pois seria a primeira vez que esse estado reconhecia oficialmente que também faz parte do problema (e da solução).

Resposta “não” para ambas as perguntas. Se puderes esclarecer - com factos, e não com o que te parece - agradecia.

Essa tua “solução” é demasiado simplista, e tu sabes isso muito bem.

Alem disso, a maioria querer a independência, não quer dizer que queiram a independência com a ETA a mandar, é preciso que se note.

Eu estava mesmo a perguntar :lol:

Mas ninguém disse que será a ETA mandar em caso de independência a ETA provavelmente se faria representar pelo Batasuna sendo a população a votar e a formar o parlamento (se esse for o caso)

Aprovo o facto da ETA deixar os ataques terroristas. Mas não deixar de existir. A Nação Espanha nunca devia ter existido… E ou muito me engano ou a Espanha ainda acaba como a Jugoslávia :shifty: Numa declaração de Independência do País Basco, Catalunha e Galiza fazendo com que Castela invada-os. Como aconteceu a invasão da Sérvia à Croácia, Bósnia…

A Crise capitalista actual não só na Espanha mas como em todo o mundo poderá ter um efeito semelhante de como foi o factor da crise do Comunismo na Jugoslávia (e nos outros países do bloco soviético) para ela se desmembrar.

Desculpa, mas o caso da Jugoslávia não tem nada haver com Espanha. Na jugoslavia existia uma autonomia muito forte, uma espécie de mini estados dentro da Jugoslávia o que garantiu que não fosse necessário criar estruturas para os novos estados.
Ora o Pais Basco e a Catalunha não tem governos próprios desde a guerra civil (apesar de a Generalitat se estar a tornar gradualmente cada vez menos dependente de madrid) e a Galiza não o tem há uns 900 anos portanto o processo não pode ser esse (nem deve) o exemplo a seguir é o de Montenegro .