Estratégia Financeira e Desportiva - Era BdC - Ponto de Situação

Para podermos compreender donde viemos, o momento em que estamos e aquilo que podemos esperar do SCP nos próximos tempos, em termos desportivos e financeiros, decidi abrir este tópico.

Quem lê aquilo que costumo escrever sobre estes temas, sabe a importância que dou aquilo a que chamo risco financeiro da exploração. Este conceito corresponde às receitas extraordinárias de vendas de jogadores e de participação nas competições da UEFA que uma SAD tem que fazer para ter um resultado no breakeven.

Para os grandes clubes portugueses, a forma como cada um gere este conceito é absolutamente crítico dados os montantes elevadíssimos de que estamos a falar e que mostram o quão dependentes de receitas imprevisíveis eles estão.

Olhando para o que se passa no SCP, temos a seguinte evolução do risco financeiro:

2013/2014 - 18,5ME
2014/2015 - 22,2ME
2015/2016 - 49,2ME (1ºano JJ)
2016/2017 - 58,7ME (resultado estimado - não real)

Olhando para este números de forma cega, poderíamos pensar que estamos num mau caminho.
É certo que não se pode negar que estamos num caminho de significativo aumento do risco.
Mas é preciso contextualizar estes resultados à luz daquilo que são os objectivos de um clube como o SCP dentro daquilo que é o futebol português. Considero que era praticamente impossível ao SCP ser campeão com uma política de baixo risco financeiro. Somos praticamente obrigados a seguir uma politica de risco em Portugal para lutarmos a sério pelos objectivos que queremos atingir.

Ainda assim, é importante sublinhar que o risco assumido pelos nossos rivais é bem superior ao nosso.
Em 2015/2016 tivémos:
SLB - 081,5ME
FCP - 108,9ME (incrível valor que justifica muito do que se passa financeiramente nesse clube)

Resumindo e concluindo, tenho que tirar as seguintes conclusões:

O risco financeiro do SCP tem vindo a aumentar vertiginosamente nos últimos anos e é bom que acalme.
Ainda assim, este risco continua, e espero que continue no futuro, abaixo do assumido pelos nossos rivais.

Considero que este aumento do risco assumido pelo SCP era inevitável sob pena de continuarmos a ser os eternos outsiders da luta pelo título.
Ou seja, não considero esta evolução estratégica um erro desde que se mantenha o controlo.

Precisamos de fazer vendas esta época que se inicia agora.
Temos que fazer um valor próximo dos 60ME para obtermos o breakeven.

Acredito que entre William, Adrien e Gélson, pelo menos um deverá sair precisamente por esta razão.

Se falharmos a LC, teremos um valor próximo dos 10ME com receitas UEFA.
Precisaremos de fazer 50ME em vendas.
A venda de Adrien não chegará.

Se formos à LC, até é possível que nos baste a venda de apenas um jogador como o Adrien.

Nota:
Estou a falar mais da venda do Adrien pela sua idade e pela vontade manifestada no ano passado em sair.

Ainda que falhemos um resultado positivo este ano, isso não será uma calamidade dado que esse eventual resultado negativo se seguirá a um resultado positivo no ano passado que estimo que possa estar entre os 35 e os 40ME.

Isto seria muito diferente do que acontece, por exemplo, com o FCP onde estamos perante graves resultados sucessivos.

Conclusão Final:

Acho que este ano não podemos deixar de fazer pelo menos uma venda que deverá ser a do Adrien.
É essencial!

Poderá ser aconselhável fazer outra grande venda se falharmos a LC.
Caso contrário, vamos ter um razoável prejuízo no final desta época que se seguirá a um excelente lucro referente à época passada.

Este é o ponto da situação do SCP e temos que ter isto em consideração quando falamos em vendas e contratações.

É indiferente para o exercício se vendemos antes ou depois da época acabar.

Sempre boas análises.

Não esquecer que o risco financeiro de 58M deste ano na prática era inferior aos 22M de 2014/2015.
Porque esse “risco” foi antecipadamente Garantido no 1T pela presença na LC e Mais valias significativas que garantiam desde logo Lucro significativo no final do ano.

E por isso não é indiferente se se vende no início ou no fim.

A Maioria do risco deverá ser garantida no início . É isso que faz sentido.

Temos que conseguir vender o naming do Estádio para as coisas melhorarem, parece-me. Espero que as mudanças estéticas em curso tenham isso em consideração.

Vender quem e o que o mercado ditar, não há insubstituíveis.

Aliás olhando aos títulos ganhos nos últimos anos nem entendo o drama.

O Sporting tem que vender todos os anos, só assim pode progressivamente melhorar a sua solidez económica e financeira. Isto é saudável em Portugal, não é nenhuma catástrofe. Os clubes portugueses precisam de vender e há que assumir isso abertamente.

E com o nível de investimento que temos vindo a fazer, não sei se ficamos financeiramente seguros com uma só venda, mesmo que se entre na Liga dos Campeões. Quer dizer, ficamos com o ano garantido. Mas sabendo que metade do dinheiro fica retido para abatimento de dívida e pagamento de VMOCs (e ainda bem que assim é!), é possível e provável que seja necessária uma segunda venda elevada.

O nosso risco financeiro tem sido cada vez maior, sim. O que preocupa é quando esse aumento de risco não é acompanhado por um aumento de probabilidade de sucesso desportivo. Veremos como termina o mercado de 2017/18. Neste momento haverá quem ache que estamos a aumentar a probabilidade de sucesso desportivo com a forma como nos estamos a mover no mercado. Eu só posso discordar.

Concordo contigo quando dizes que devemos encarar as vendas como algo natural e sem dramas
Até mesmo o facto de termos de fazer duas vendas, é isso ser uma espécie de “principio” a adotar
Mas essa conduta não pode ser encarada de forma mumificada, pode é deve ser analisada caso a caso, ano a ano de acordo com a nossa situação financeira, de mercado e desportiva
Ora se não podemos descurar o equilíbrio financeiro, também não devemos pecar por excesso e perder o foco desportivo
Este ano em termos teóricos temos um grande plantel, e estamos mais perto dos nossos objectivos desportivos. Vimos de um relativo conforto financeiro portanto salvo algo excepcional, como as cláusulas, elevadas propostas pelo entulho, o por jogadores acima de X anos, ou com propostas de vencimentos de ordem de grandezas que não podemos ou queremos acompanhar podemos relativizar a questão financeira.
Há um custo de oportunidade que não podemos não ver. É este ano parece ser uma grande oportunidade para isso.
Vejamos as situações dos rivais, um com um monstruoso conforto desportivo que permite alcançar o equilíbrio financeiro. O outro vindo de sucessivos incumprimentos que não pode continuar esse registo muito mais tempo com vista ao sucesso desportivo
Vendo por isso a nossa realidade é a dos rivais, apetece-me dizer que este é o nosso momento, é uma oportunidade que não podemos perder. Se depois confirmamos não sei, mas não podemos deixar de tentar

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Temos a venda do Ruben Semedo também. E acredito que com os excedentários consigamos fazer à volta de 10 M (Teo, Marvin, Douglas, Lotto, etc)

É indiferente para o que interessa,os valores de cada exercício e até o FPF.

E essa do risco ser garantido no início não é melhor nem pior. É apenas conservador.

Vai haver mundial para o ano que vem e tens muitos jogadores que vão ser parte disso. É garantido que pelo menos sairá valorizado (ou ao mesmo de agora oy se desvalorizar não será muito). Até podes ver isso como o teu risco garantido.

Adrien tem de sair. O resto pode ficar, neste ano e neste contexto é indiferente. Vais sempre ganhar mais mesmo que o “risco” te pareça grande.

Olhando para a vertente operacional, o nosso buraco operacional é de 50 milhões? Tenho sérias duvidas…

Diria que se há alguém que possa desvalorizar, é o WC e o Adrien… Campeões europeus e tal

Adrien só.

E mesmo assim isso era o que a malta expert :lol: dizia que ia acontecer esta época e não foi. As peopostas são exactamente as mesmas.

O WC não? Cada vez joga pior porra… ( Muito por cá ficar decerteza ) . Os créditos também se acabam…

Não é buraco…

na prática risco financeiro são todas receitas ordinárias - tds os custos = risco financeiro = necessidade receitas extraordinárias (receitas uefa e mais valias)

Neste caso por exemplo já estarão garantidos mínimo de 12M LE+PlayOff …

Com AS 30M satisfaz logo mais de 80% dessas necessidades (risco financeiro) logo no 1T.

Se ainda contarmos com +2M aumento receita e +4M excedentários ficamos a -10M do RLE Zero (um mané qq em janeiro ou Junho)

A partir daqui,
o Foco e prioridade deverá ser Sucesso Desportivo antes de outras mais valias financeiras ou eventual prejuizo mínimo para este ano.

@Tarântula, Eu tenho tenho estado a atento a todos os tópicos neste forum a tentar saber o máximo possível, para saber o estado do nosso grande clube, e tenho notado desde a entrada do nosso presidente BdC, todas as vertentes tem melhorado imenso.

Segundo o que está nos relatórios e nao percebendo eu muito de contabilidade, mais o normal para enteder o basico e pouco mais, a nossa divida aos bancos situa se nos 100 M€, isto deduzindo do relatório, é mais ou menos isso nao é?

O passivo como esta no Relatório está nos 274 M€, será que á possibilidade de vir a descer, por causa do 50% da venda de SLI E JM, isto segundo o acordo com a Banca em 2014, mas isso efectivamente irá acontecer ?

Achas que estamos financeiramente equilibrados actualmente ?
Com a vinda do nosso grande BdC que apesar de achar que as vezes estica no que fala, mostra serviço e dá tudo o que tem pelo clube, como todos nos tentamos, fazer o mesmo sendo sócios, apoianda a equipa nos estádios e pavilhões.

E já agora achas que a compra do Patrimonio é possivel ? Sem por em causa a gestao corrente do Clube

SL

50 milhões de risco financeiro não é um valor aceitável em minha opinião.

Ainda para mais com tanto jogador sem retorno financeiro.

Espero que tenhamos sorte este ano…

Mas por outro lado, a nossa massa salarial tb deve crescer qq coisa, não?
1M€/ano ao Coentrão
2,7M€/ano Dumbia
2,5M€/ ano Mathieu
(Pelas notícias, são estas ordens de grandeza, pelo menos, se não me engano).

Vamos ver…

Por isso mesmo terão de sair Wiliam e Adrien. Ficaríamos com uma massa salarial impossível.

21.OUTROS PASSIVOS NÃO CORRENTES (Nota 21, transcrita do relatório)

Em 31 de Março de 2017 e 30 de Junho de 2016, a rubrica de outros passivos não correntes
detalha-se conforme segue:

A rubrica de “Rendimentos a reconhecer” refere-se a valores recebidos que se encontram a ser
reconhecidos em rendimentos na cadência da prestação do respectivo serviço.

                                                                                                      Euros'000         Euros'000
                                                                                                      31.Mar.17         30.Jun.16

Fornecedores 182 2.524
Rendimentos a reconhecer - bilhetes de época 6.597 6.647
Rendimentos a reconhecer - lugares de leão e camarotes 9.764 9.838
Rendimentos a reconhecer - patrocínios e publicidade 14.326 14.435
Rendimentos a reconhecer - outros 982 989

Cedência de créditos futuros 21.057 -

Outros credores não correntes - Associação em Participação 7.656 6.060

Total 60.564 40.493

Outros passivos não correntes
SPORTING CLUBE DE PORTUGAL - Futebol, SAD
Relatório e Contas
3º Trimestre 2016/2017

A rubrica de “Cedência de créditos futuros” decorre do montante não corrente relacionado com
antecipação de receitas sem recurso.

Eu como nao precebo muito de contabilidade, gostaria a quem tem mais conhecimentos que eu me explica se, a mim dá entender que JÁ ANTECIPAMOS MAIS 21.057 M€ da NOS, mas nao tenho a certeza, foi isso que fizemos ??

SL

Eu não sou um expert em economia, mas cedência de créditos é transferência de uma entidade para a outra, por exemplo tens uma dívida de 1000€ mas não tens como pagar, transferes a dívida para outra pessoa que fica a pagar a dívida por ti.

Como o ponto 21 diz, Outros passivos não correntes significa outros valores a pagar fora do passivo actual?

Posso estar a confundir as definições, portanto não leves isto como uma resposta 100% certa.