O dia amanheceu radioso. Nestes dias frios de Outono a chuva fez uma pausa e ofereceu-nos tréguas por uns momentos. Os noticiários deram menos importância à crise, às greves e até a troika pediu folga e uma grade de minis. Hoje tudo se suspende. Hoje tudo pára. Hoje há derby.
Sporting e Benfica têm esta relação de amor-ódio. Os eternos rivais: de hoje e de sempre. Não nos suportamos, mas precisamos do outro para nos completarmos. Bem que os outros – os lá de cima – podem ganhar títulos. Bem que podem oferecer café e fruta – lá deixou escapar ontem o seu treinador que “a direcção faz aquilo que tem a fazer para que o Porto vença”. A verdade é esta: o derby de Lisboa é O jogo em Portugal.
E este ano o jogo é especial. A bem do futebol e em favor do campeonato, as equipas estão lado a lado na classificação e na qualidade dos seus jogadores. O Sporting está entusiasmado e entusiasma com seu bom futebol e só é pena não ir à Luz na máxima força. Como seria fantástico ter disponíveis Izmailov, Jeffren, Rinaudo e Rodriguez, hein? Chegarão os que vão lá, acreditamos. Como acreditamos que logo a noite seja de futebol – e só de futebol. Sem redes. Sem frustrações canalizadas para o local errado. Logo à noite queremos uma festa!
É por isso que hoje acordámos assim. A sentir algo de diferente. Um formigueiro, um nervoso miudinho. Uma vontade de nos sentarmos – no estádio, no sofá, no café, onde for! - de cerrarmos as mãos e, ao soar do apito inicial, sussurrarmos “Vamos! Força!”.
Uma equipa é mais do que os seus jogadores. Uma equipa é um grupo. Uma união. Uma força. Um querer. É por isso que, logo à noite, o Sporting será isto. Logo à noite seremos muito mais que aquelas 11 almas em campo. Cumprir-se-ão as palavras de Insúa: A dejar todo, muchachos! Logo à noite, seremos o Sporting!