[Eleições SCP 2011] Para um Sporting mais democrático

A demissão de José Eduardo Bettencourt lançou o Sporting em mais um momento atribulado. Dia 26 de Março tem que ser encarado como uma data fundamental para o futuro do Sporting. Sente-se, neste momento, um pesado silêncio. Por um lado, pode ser indicador que as candidaturas estão a ser ponderadas com cuidado e com estrutura. Por outro, pode demonstrar alguns “cozinhados” pouco adequados.

Enquanto sócio e adepto, a principal premissa para a próxima Direcção do Sporting é assumir um claro corte com o passado próximo. O “Roquettismo” falhou rotundamente. Negar essa evidência escolhendo mais um delfim será mais um passo para a menorização do Sporting. Para além dessa condição (que afastaria, quanto a mim, nome como Menezes Rodrigues, Rogério Alves, Godinho Lopes, etc. …), acredito que as próximas eleições deverão ser um espaço de diálogo e reflexão acerca do futuro do Sporting.

Nem tenho nomes, nem muito menos candidatos. Quero ideias, princípios, dinamismo. Mas não apenas dos eventuais candidatos. Sim, porque se o Sporting está mal é culpa tanto das últimas direcções como dos próprios adeptos. Não só aqueles que votaram esmagadoramente em JEB (apesar da sua candidatura ser um deserto de ideias, de não ter desejado participar em debates, etc. …), como também muitos outros que estão mais preocupados em apontar falhas do que em contribuir para o engrandecimento do clube. Esta cisão é tão evidente que se assume, por si só, como o maior problema que o clube (e o seu futuro Presidente) tem para resolver.

Tornou-se um cliché referir o Sporting como um clube “diferente”. E, verdade seja dita, essa cultura tem sido apanágio das últimas direcções. Esse discurso pode até ser interessante para determinadas franjas, mas fere gravemente a dimensão global do nosso clube; tendo provocado, ao longo dos anos, um lento afastar da massa adepta. É essa frieza que explica as assistências paupérrimas que vislumbramos no Estádio (que diferença, Meu Deus, de há apenas alguns anos em que mesmo não abundando vitórias, o fervor do adepto nunca faltou).

Como resolver esta questão? Criar condições para termos mais sócios (tornando a associação mais atractiva), estabelecer um regime eleitoral mais democrático (com menor peso da antiguidade). Daí poderá advir uma importante fonte de receitas, para além de contribuir para um Sporting mais multifacetado e participativo. Sei que é uma posição controversa, mas não será muito mais grave um Presidente em exercício criticar um adepto com base no seu número de sócio? Como é que um clube quer mais associados se, intrinsecamente, ignora a respectiva massa crítica?

Continuo à espera de alguém que quebre esta monotonia. Espero que surja nos tempos próximos. Não um salvador, muito menos um mecenas. Alguém que simplesmente saiba cativar a imensa massa adepta leonina para dentro do clube. Aí sim, seremos imparáveis!

Leão da Beira

Eu sou favorável à ideia de que a antiguidade dê mais votos. É a única forma de diferenciar aqueles que permanecem fiéis ao clube ano após ano após ano.

No entanto admito que a diferença entre o número de votos pudesse ser menor.

Assim como não contesto o facto de não poder votar nestas eleições porque só sou sócio efectivo há 3 meses. (Ou era isso ou pagar alguns 10 anos de quotas em atraso).

Eu não digo que não exista discriminação positiva para a antiguidade. Não deve, se calhar, ser tão pesada. E , sobretudo, não deve existir sobranceria em relação a quem chega de novo (para isso não valia a pena angariar novos sócios - ou isso é só para ganhar dinheiro?).

O que teimam em não querer perceber é que o actual modelo de numero de votos é um dos factores prejudiciais ao clube. A enorme diferença que existe faz com que a faixa etária mais idosa seja absolutamente decisiva em qualquer eleição. E sem querer ser desrespeitoso, a maior destes socios é por natureza conservador e mais permeável ao status quo vigente.

Essa é que é uma grande verdade infelizmente ???

Até podes ter razão.

Mas achas bem que um sócio que tenha, por exemplo, 30 anos de quotas pagas ao clube, tenha o mesmo direito de voto que um sócio que tem 1 ou 2 anos?

Sem querer ser desrespeitoso, gostava que demonstrasses o que afirmas com tanta certeza!

Se é verdade que nas AGs o peso dos votos dos sócios mais antigos é muito significativo e serve habitualmente de apoio ao status quo vigente, também é verdade que em eleições esse efeito é reduzidíssimo.

Não tenho as estatísticas comigo, mas nas últimas eleições, JEB teve votações superiores a 85% em todas as faixas de votos (1, 4, 7, …).

Nesse caso acho que nem 8 nem 80. Eu propria qualquer coisa do género:

Até 10 anos - 1 voto
Entre 10 e 25 anos - 5 votos
Mais de 25 anos - 20 votos

Acho que seria mais justo para todos.

De qualquer das formas não foi o modelo actual de votação que decidiu as últimas eleições pois JEB teve a mesma média de votos e de votantes. Já nas AG´s este modelo de votação tem tido grande influência nas decisões.

Este lambuças do painatalao deve ter mais de 25 anos de sócio… :mrgreen:

O modelo de votação que propôes ainda seria mais prejudicial do que o existente nesta altura, embore na vitória do jeb, ele tenha tido maioria em todas as diferentes faixas etárias como já disseram ai acima.

Eu penso que seria muito mais justo algo deste género:

0 a 9 anos de sócio 1 voto
10 a 29 - 3 votos
mais de 29 - 5 votos

Para quem questionou a justiça da alteraçao, recomendo apenas uma leitura do post do painatalao, o equilíbrio é o mais importante.

Em vez de 20 votos podiam ser 10…deveriam ser estudados os prós e contras e eu, sinceramente, não tenho uma opinião muito formada se seria mais correcto ter 5, 10 ou 20 votos! Simplesmente acho que quem tem mais de 25 anos de sócio é tão sócio como alguém que tem 50!

1, 2 e 3 votos. acho mais que justo, ainda assim um sócio a partir de 25 anos já está a decidir 3 vezes mais que um sócio com 9 por exemplo

Uma pessoa com uma carreira contributiva de 40 ou mais anos tem tanto direito de voto, em qualquer eleição, como um jovem sem carreira contributiva e com 18 anos feitos! :inde:

1 sócio 1 voto, clareza e justiça em todos os actos eleitorais do Clube! :great:

1 sócio, 1 voto. Tudo o que assim não seja, é a subversão total de um sistema democrático de votação, e atenção que eu sou insuspeito, para dizer o que estou a dizer, porque tenho 10 votos.

A eterna argumentação de que um qualquer «indígena» para-quedista pode vir dar cabo do clube com o sistema de 1 voto por cada sócio, não passa de desculpa esfarrapada para que as sucessivas Direcções perpetuem a política de «lambuças» e de «tachistas», tendo como alvo principal os sócios mais velhos. Esse é mais um dos muitos fantasma utilizados para enganar a massa associativa, a juntar ao fantasma «bigodes» e ao fantasma «compromissos financeiros».

Se essa preocupação fosse genuína, já a tinham resolvido de uma forma extremamente simples: criavam um período de abstinência inicial de «x» anos. para os novos sócios e estava o problema resolvido. A partir dos «x» anos de associado, todos tinham direito a 1 voto. :arrow:

Aplicando 1 sócio = 1 voto, teria que aumentar o período de carência para um sócio poder votar. 1 ano seria pouco.
Teria de ser um prazo maior, para evitar pessoas fazerem-se sócias apenas para participar numa AG, ou numa campanha eleitoral.

Penso que antiguidade como sócio deveria ser relevante a nível de outro tipo de regalias, que não necessariamente os votos.
Por ex:
Prioridade na compra de bilhetes; - Tal como acontece nos lugares de leão.
Descontos no preço dos bilhetes;
Oferta do jornal Sporting;

Concordo, há outras formas de premiar a antiguidade dos sócios, os votos subvertem as votações e não faz sentido que assim seja, uma boa forma de evitar o “medo” dos para-quedistas é aumentar o período de carência, como bem referes! :great:

Do ponto de vista financeiro?

Quem me diz que alguém que nem sócio é não participou mais que um sócio que até pode ter 50 anos de filiação?

Percebo que se diga que um associado de 50 anos tenha o direito a uma pequena recompensa por manter a sua ligação ao clube por tanto tempo (os mais novos que se revejam nessa postura e lá chegarão), o problema é que não é certo que a sua ligação tenha sido proveitosa para lá do benefício financeiro, e voltaremos outra vez ao mesmo, financeiramente até quem não é sócio pode ter tido um historial mais importante.

Naturalmente que sabemos que existem casos de associados que contribuíram muito mais do que apenas financeiramente, mas é também para isso que existe o reconhecimento dos seus pares e das instituições ligadas ao clube (Stromp etc…).

Agora se me disserem que poderá existir uma comissão, composta em cada mandato por elementos dos órgãos sociais, que possam fazer a avaliação da contribuição de um associado, desde que proposto por um número significativo de outros associados, e possam em AG levar a votação um incremento do número de votos desse sócio, então sim, poderia pensar em apoiar uma solução dessas. Nunca com as diferenças existentes hoje.

Na democracia actual cada um tem direito a um voto, nas eleições autarquicas legislativas europeias ou presidenciais um cidadão de 65 anos tem um voto tal como um de 18.

Não compreendo porque nos clubes tem de ser diferente um socio = a um voto tão simples como isso. Para evitar oportunismos poderia era existir um periodo de fidelização sei la 1 ou 2 anos. O modelo actual é ridiculo e anti-democratico. pode fazer com que o clube fique refem de um determinado grupo.

[font=tahoma]Esta discussão não faz sentido. É a enésima vez que tem lugar aqui, e devia ter lugar era em Assembleia Geral, o único sítio onde o assunto pode ser revisto.
Curiosamente, nem no último Congresso Leonino se discutiu isso…
Podem escrever um terabyte sobre o assunto, que o resultado prático disso será o mesmo, ou seja, nulo. Como disse, só em AG é que faz sentido abordar o assunto.

Como foi dito atrás, quanto às eleições em si, nas duas últimas, aquelas em que a utilização da Internet já era generalizada, o actual sistema de votação não teve qualquer influência no resultado, bem pelo contrário. Com um sistema de votação mais linear, as listas vencedoras teriam vencido com vantagens menores.

Isto tudo prova o quão afastado está este fórum da realidade eleitoral do clube. Muitos têm uma impressão completamente desfasada da realidade em relação ao sócio votante típico. É junto desse que as discussões têm que ter lugar, e não neste fórum.
Não quero com isto dizer que não se deve discutir, apenas que isso não leva a lado nenhum. É a dura realidade.[/font]