Depois de mais de um mês de intensas discussões sobre as eleições do Sporting, confesso que estou farto, cansado e decepcionado com tudo isto, pelo que me apetece fechar este capitulo, apesar saber que ainda muita tinta vai correr sobre o assunto.
Da minha parte já retirei várias conclusões sobre tudo isto:
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A maioria dos sportinguistas quer uma mudança.
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A vitória da lista da continuidade apesar de minoritária, deveu-se em grande parte à fragmentação da oposição.
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A mensagem de Bruno Carvalho teve algumas dificuldades em passar junto dos sócios mais antigos, por norma também mais conservadores e sensíveis aos fantasmas do aventureirismo que foram associados a esta candidatura.
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Abrantes Mendes que já estava na história do Sporting como um dos protagonistas de um dos períodos mais negros do Clube, ficará agora com o peso de ter contribuído para a perpetuação daquilo que sempre disse combater, ao colocar a sua vaidade e ânsia de protagonismo acima dos interesses do Sporting.
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A maioria dos sócios do Sporting deram um sinal de maturidade ao não embarcarem nos apelos de última hora ao voto nos nomes de craques para a equipa de futebol, e ao separarem os seus votos perante as diferentes propostas que surgiram para o Conselho Leonino e até para o Conselho Fiscal.
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É urgente rever os estatutos no sentido de reduzir as assimetrias entre o peso dos sócios mais antigos e o dos mais recentes, e da alteração e modernização dos meios de voto e contabilização dos mesmos.
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Independentemente de terem acontecido ou não irregularidades, a organização destas eleições foi excessivamente amadora, pouco rigorosa e imprudente, até porque já era previsível o cenário de grande equilíbrio que se verificou.
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O Sporting é um Clube partido ao meio, que agora irá atravessar um período de grande instabilidade ao qual esta Direcção não conseguirá sobreviver muito tempo, e que quanto mais se prolongar mais danos causará.
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Até ver Godinho Lopes tem legitimidade para dirigir o Sporting, mas seria um acto de bom senso e grande sportinguismo, se ele reconhecesse que não tem condições para governar na situação de guerrilha que já se vive, e que tende a agravar-se com eternização de manifestações de desagrado, batalhas jurídicas, e previsíveis Assembleias-Gerais perigosas e conturbadas.
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Bruno Carvalho foi a figura que emergiu destas eleições como o grande líder e o portador da esperança que tenta falta tem feito ao Clube, e para o bem ou para o mal, será brevemente Presidente do Sporting Clube de Portugal.
Perante estas conclusões julgo que era urgente que a situação se clarificasse, mas o extremar das posições faz-me prever uma dolorosa perpectuação desta guerra, e não acredito numa solução pacifica, pelo que temo pelo futuro do Sporting, pois o Clube já de si enfraquecido não vai resistir muito mais tempo nesta situação.
Sendo assim volto para a cave pelo menos enquanto não houver nada de significativo para acrescentar, pois conforme já disse estou farto, cansado e decepcionado com tudo isto.