[Eleições SCP 2011] Apoiariam um "pequeno Abramovich à Portuguesa"?

Se analisarmos a coisa do ponto de vista meramente romântico, do género um Sporting dos Sportinguistas e para os Sportinguistas, digo já que não, rejeito liminarmente essa possibilidade.

Vir para o Sporting Clube de Portugal um gajo que nunca teve o seu nome associado ao Sporting (ao Sporting, não às últimas direcções que têm andado no Sporting), com ligações obscuras a um qualquer empório de Leste ou africano, que lance suspeitas sobre o Clube e a sua actuação, não é algo que me agrade sobremaneira.

Agora se analisarmos a situação do ponto de vista financeiro, do estrangulamento em que o Clube se encontra, nas mãos dos tubarões da Banca, em perigo de subsistir, sobreviver, então acho que uma solução de “um pequeno Abramovich à Portuguesa” não só é desejável como inevitável, do meu ponto de vista.

O que é “um pequeno Abramovich à Portuguesa”?

Estamos concretamente a falar do quê? Vender a Sad a um milionário? Vender o clube (sendo que tal não é possível)? Sei o que é um Abramovich (temos visto carradas em Inglaterra, em Itália e agora em Espanha), mas tendo em conta as diferenças entre os clubes e principalmente legislações, não percebo o conceito que estaremos a discutir.

Depende…se fosse eu o Abramovich , claro que sim. As minhas intenções em relação ao Sporting seriam unicamente de fazer crescer o clube…o problema é confiar nas pessoas.

O Sporting neste momento é uma marca super apetecível por tudo aquilo que o rodeia. Tem um enorme espaço para crescer e financeiramente está desvalorizado , muito por culpa da imagem que o clube projecta. É até um elogio mas nós discutimos (no bom sentido) sobre tudo , e mostramos o nosso desagrado perante determinadas decisões do ponto de vista financeiro…decisões essas que porto e benficam tomam em total silencio , pois as vitorias abafam tudo isso. No Sporting ao falar-se muito dos nossos problemas financeiros (que existem , tal como nos adversários) , acabamos por fragilizar a sua imagem fora do clube e isso desvaloriza-o.

O poblema associado a estes injecções de dinheiro num curtíssimo espaço de tempo é a forma como é feita. Se fosse para ajudar o clube financeiramente a longo prazo eu apoiava. Agora vir aproveitar-se da enorme mancha que este clube move para negociatas , lavar dinheiro e até comprar meia duzia de reforços para adepto ver era um catástrofe . E sim até podiam ganhar um titulo num curto espaço de tempo , que a longo prazo a estrutura sairia ainda mais fragilizada.

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Eu também não sei o que é isso de um Abramovich à portuguesa, principalmente devido às legislações. Mas, desculpem a minha ignorância, na Alemanha também não é permitido adquirir um clube e por acaso o Hoffas não é gerido um um Abramovich alemão? Não existe uma certa compatibilidade?

Daí a minha questão. É que quando se fala de um “Abramovich” (se calhar até deveríamos falar de um tipo como o do Man City, sempre tem mais… :mrgreen:) fala-se de um tipo que adquire um clube. Compra as acções, não há acções “especiais”, é dono, faz o que quer e pronto! Isso não é possível com o Sporting Clube de Portugal (quanto à SAD, falem os especialistas).

Mas se calhar estamos a falar de um tipo que entra com X milhões, quer ajudar o clube, também vê ali uma fonte de investimento para futuras receitas avultadas (adianta os milhões para adquirir jogadores e depois com a venda retorna esse dinheiro mais uma determinada percentagem do lucro - uma larga percentagem de lucro).

São dois cenários diferentes. Sendo que um não é compatível com os “Abramovichs” desta vida, porque o Chelsea não é de sócios ou adeptos. Vendemos a SAD e depois? Ficamos sem futebol?

A minha pergunta não é inocente, pois todos os cenários estão em cima da mesa. Temos é de saber o que está, realmente, a ser discutido!

E será uma discussão interessante, que já está de algum modo a ser debatida num outro tópico, mas não com as cartas todas na mesa!

Estas soluções que envolvem apenas capital para resolver os problemas de um clube são sempre suspeitas e acabam, na maioria dos casos, por deixar o clube ainda mais endividado.

A curto-prazo até podem trazer melhorias, o problema é que a longo-prazo criam-se cenários onde quadros do clube - sejam jogadores, técnicos ou directores - têm ordenados insustentáveis para o contexto actual do futebol português. Quando o comprador se fatiga e decide prescindir do seu novo “brinquedo”, o clube fica numa situação bastante precária.

Basta ver o aumento exponencial da dívida de todos os clubes ingleses que adoptaram este tipo de estratégia. E no Sporting as coisas tornam-se mais gravosas porque não temos activos suficientes para poder cobrir uma dívida ainda maior.

Por isso, verei sempre com muitas reservas uma solução deste género. Não conheço praticamente caso nenhum onde o dinheiro seja “injectado” de forma consciente não agravando ainda mais as finanças do clube a longo-prazo.

Dei um exemplo. É da terra, milionário e investe de forma sustentada.

Stunner, olha para a situação actual do Arsenal, Manchester United, Liverpool e Chelsea? Todos eles perderam competitividade nos últimos anos devido a este tipo de situações não serem sustentáveis a longo-prazo. O caso do Manchester United acaba por ser algo diferente, porque os donos transferiram para o clube a dívida contraída na compra, endividando perigosamente um clube que até então não tinha problemas financeiros. Mas todos os outros são bons exemplos do perigo destas situações. E acredita que, mais cedo ou mais tarde, o Abramovich vai fartar-se do seu brinquedo e deixar de investir. Nesse momento, com as despesas actuais, o Chelsea ficará numa posição bastante comprometedora.

E claro que podem existir casos de sucesso. São raros, mas devem existir. No entanto essa não é a regra geral.

E se em vez de um “Abramovich” fosse um empresa? Um fundo de investimento? Um ENIC International Ltd?

Nunca apoiaria a venda do clube a uma pessoa, o Sporting será sempre dos sócios e adeptos, não conseguiria vibrar como vibro com o Sporting se fosse comprado por uma pessoa.

Atenção que não sou apoiante deste tipo de acções a não ser que haja um plano bem definido. Mas voltando ao teu post, pretendes defender a tua posição e revelas algumas incoerências. Por exemplo, o que era o Chelsea antes do Roman? Dizes que os blues perderam competitividade? Nada mais errado, é verdade que estoiraram dinheiro de forma absurda no início mas os últimos anos os seus investimentos foram sempre de forma sustentada. O lado excêntrico do russo está a acabar, é muito mais ponderado. A dívida dos blues é praticamente a mesma que a do Arsenal e ManU apesar de não ter um lucro tão grande mas mesmo assim, (de cabeça, já vi os resultados mas não os tenho aqui comigo) estão no top 10 dos clubes que mais facturam. A dívida dos londrinos é só e apenas só devido às irresponsabilidades do início. Agora imagina o que era o Roman (que é o que se defende no Sporting por alguns adeptos) investir pela certa, com sustentabilidade, quer na escolha criteriosa dos jogadores quer pela expansão da marca Sporting. Imagina! Como já disseram e bem a Marca Sporting está desvalorizada, com um bom incentivo o investidor poderá retirar muitos dividendos, basta ter cabeça.

Não há incoerência nenhuma da minha parte. O futebol inglês tem vindo a perder competitividade nos últimos anos, basta ver o êxodo de jogadores nucleares para o futebol espanhol. Quanto aos casos específicos do Manchester e do Chelsea, vou tentar relatar o que conheço. Peço desculpa se houver algum erro técnico, porque não sou nenhum perito em matérias de gestão:

  • Chelsea: o clube, neste momento, tem uma dívida de 700 milhões de libras. Está concentrada numa empresa chamada “Chelsea Limited”, que emprestou este dinheiro ao clube depois de ter sido disponibilizado por Roman Abramovich. Este empréstimo foi feito sem juros. No entanto, se Abramovich quiser, pode exigir o dinheiro todo no prazo de 18 meses. Imagina se o milionário entrar em bancarrota e exigir todo o dinheiro que investiu no clube (700 milhões de libras) no espaço desses 18 meses? O Chelsea acaba.

  • Manchester United: os “Glazers” compraram o clube por cerca de 1000 milhões de libras. O clube, antes da compra, não tinha dívidas nenhumas e apresenta-se como um dos clubes mais saudáveis financeiramente do mundo. No entanto, os compradores colocaram a dívida contraída no acto da compra no próprio clube. Resultado? 1000 milhões de libras é a dívida actual do Manchester.

Podes dizer que o Chelsea, até à compra do Abramovich, não era competitivo e com o dinheiro investido tornou-se um dos clubes mais fortes do mundo - mesmo perante a acalmia nas despesas dos últimos dois anos. É uma evidência que eu não posso negar. Mas o preço a pagar, no entanto, é demasiado elevado. Se o Abramovich decidir exigir todo o dinheiro que investiu no clube, o Chelsea acaba. São 700 milhões de libras. É um preço demasiado elevado a pagar por uma década de vitórias. É todo o futuro do clube que pode ser posto em causa.

Por isso é que a minha afirmação tem lógica: na maioria dos casos o investimento traz sempre contrapartidas demasiadamente gravosas, que põem em causa todo o futuro do clube (projecto Roquete?). Claro que podem existir casos onde as coisas são bem feitas, mas da maioria das vezes não é isso que acontece. Estas situações são muito, mas mesmo muito perigosas.

Se estamos a falar de um cenário de capital estrangeiro a investir no clube, substituindo-se ao BES/BCP no papel de manageiro, eu preferiria um dos herdeiros de S. Ho: são ricos como Creso, com relações financeiras e legais influentes e prévias em PT.
Sendo chineses abastados (graças ao jogo legal e não ao dinheiro sujo do crude angolano), estes quereriam necessariamente fazer dinheiro; com eles, nem um euro ficaria por contar.

O Sporting é muito apetecível, nem que seja apenas para investimento em jogadores. porquê? Porque faltam muitos. Porque existe a facilidade de integrar bons jogadores, pois o terreno não tem muitos.

Fala-se em 50 milhões da parte de um suposto futuro candidato. Vou levar esse número em conta, pois será com certeza um número já pensado por muitos. Imagine-se 50 milhões investidos com critério. Imagine-se adquirir 6 jogadores realmente bons com essa quantia. Imagine-se o upgrade competitivo do Sporting. Imagine-se que esses jogadores ficariam no mínimo 2 anos e depois seriam vendidos, desde que houvesse boa margem de lucro. Essa margem só vem se tiverem visibilidade. Essa apenas se consegue com resultados. Aumentam os resultados, aumentam as receitas directas (bilheteira, merchandising, direitos vários, participações europeias, etc) e aumenta também a visibilidade dos jogadores made in Academia. Isso traz mais receitas. mesmo que o Sporting não recebesse um tostão dos lucro dos outros 6, já teria lucro. Mesmo que suportasse ordenados na ordem dos 150 mil (por média e para aqueles 6 jogadores), já teria lucro. E vitórias. E adeptos. E tudo o que isso traz por acréscimo!

É um facto. São os perigos da entrada de um “paitrocínio”. E nós já temos experiência no assunto. E ainda podemos tirar ilações de outra situação vivida bem perto de nós.

Bem aí já não sem. Na época passada tiveram um finalista na Liga Europa. E um underdog. Tiveram um semi-finalista e tiveram uma equipa eliminada nos 1/16 pelo Sporting. E bem eliminados :mrgreen:!

Na Champions aponta-se a péssima prestação do Liverpool, mas todos os outro 3 ficaram em 1º nos grupos. Uma acabou eliminada pelo Barcelona (Arsenal), outra pelo Bayern (Man Utd, com requintes próprios) e a terceira (Chelsea) pelo Inter de Mourinho, campeão europeu. Os clubes franceses são os que maior desafogo financeiro possuem (basta ver quanto custa realmente uma transferência para o futebol francês, graças à carga fiscal) e não têm tanta competitividade. Alemães idem. Italianos nem se fala.

Tens razão. Mas o Chelsea de Ken Bates já era assim. Não tanto, mas já nessa altura não conseguiria sobreviver caso ele quisesse tirar de lá o investimento. E ele ficaria a arder, no máximo venderia o clube por uma bagatela. Como fazem outros. E o clube iria por aí abaixo, massacrado por dívidas e gastos brutais em ordenados. Como aconteceu com o Leeds, sem que esse tenha precisado de um mecenas ou de um “Abramovich” para se rebentar.

Mas e o Tottenham Hotspur? Um clube que acompanho desde miúdo (o que dá ter um amigo britânico desde miúdo, cujo pai era fanático por futebol e tinha Tv por satélite :mrgreen:) e que passa despercebido mas é um dos gigantes em termos de receitas e lucros? Como é óbvio, tem os seus defeitos (apostas desportivas falhadas, principalmente no que diz respeito a managers), mas que paulatinamente continua a ser um dos mais estáveis clubes de Inglaterra. Dir-me-ão que a estabilidade do Tottenham nada serve ao Sporting. pois sim, mas note-se que eles lá têm mais adversários que nós por cá. E não tiveram “doidos” a colocar 400 milhões de uma vez só no clube, nem nenhum Ferguson que fez um clube renascer do “nada”.

Mas então como ficamos?

Concordo, é arriscado. Mas é tentador (também concordo). O problema é que já nos queimámos vezes suficientes com promessas de dinheiro e vitórias “fáceis”. E estrelas no firmamento do Onze Leonino! Se voltarmos a enveredar por esse caminho, é bom que desta vez tomemos precauções sérias!!! E que o façamos com racionalidade. E mesmo que entrem milhões de investimentos, que salvaguardemos a base do clube. Trazem estrelas? Fiquem com os encargos dos passes, e com a larga fatia do lucro, o que permitirá receber o investido de volta com dividendos. Nós ficaremos com as coisas que referi bem atrás no texto. Se quiserem sair: que estejam garantidas as posições do Sporting. O investimento diz respeito a jogadores, se quiserem o dinheiro de volta, que os vendam. Não ficaremos piores que agora. Aliás, ficaremos sempre melhores. Mas não foi o que tentámos há uma década atrás? Pois foi, mais ou menos isso. O que leva à conclusão mais que previsível (depois de uma seca tão grande, só isto): antes de fundos, precisamos de inteligência nas cadeiras da Direcção do Clube. Com isso, venham os investimentos todos, pois serão sempre bons para o Clube! Mesmo que esses investidores resolvam ir embora com os craques, os canecos ficam! E o dinheiro que eles providenciam, também!

(Ok, já podem acordar! Eu de vez em quando distraio-me e dá nisto… Acho que só não sou moderado, porque os ponho a :sleep:)

A resposta à pergunta é NÃO!

um “pequeno Abramovich à Portuguesa” eu não apoiava, agora um “grande Abramovich à Russa” isso sim!

Ninguém viu a entrevista do Pai do Monstro, o bandido que vendeu o Totta aos espanhois, o ladrão de Alvalade, o velho Roquette?

Estão todos com medo dum mecenas, dum aventureiro, sempre que sentem o tapete a fugir lá vem esta personagem sinistra falar do Sporting.

[mod]Mensagem editada pela moderação por razões óbvias.[/mod]

Se fosse um sportinguista cheio de dinheiro que quer torrar muita da sua fortuna no Sporting… então sim.

O termo “à portuguesa” faz-me lembrar um pouco o vale e azevedo, ou seja seria alguem que iria usar o “seu” clube para proveito próprio em prejuízo deste… então NÂO

Resumindo: se alguém quiser “comprar” a SAD por muito dinheiro para tornar o Sporting competitivo, apenas pelo prazer de o ver ganhar (enquanto “lava” algum dinheiro) … então SIM.

Um bom exemplo dos problemas de um “Abramovich” está presente no clube Inglês Newcastle. O terceiro clube inglês com mais adeptos, que há uns tempos atrás atravessava uma crise financeira gigante. Entretanto um tal de Mike Astley investiu imenso no clube e está agora a destrui-lo porque não o gere como um clube de futebol, mas sim como uma empresa. Basicamente o que está a acontecer é que o Newcastle está a vender todos os seus activos (como aconteceu com Andy Carroll recentemente e no final da época outros como Coloccini, Steven Taylor, Jonas Gutierrez, etc), para que o presidente/dono consiga assegurar o seu investimento. Entretanto todos os adeptos detestam o homem como é possível observar no forum do clube (que frequento assiduamente, visto ser o meu segundo clube), visto que o gajo não investe nada na equipa e o pouco investimento que faz é fraquíssimo.

O que o sporting realmente precisa é de um Presidente de aço que consiga equilibrar as nossas finanças e tentar tornar o clube um pouco mais sustentável. Coisa muito dificil de se atingir devido à necessidade de investimento na equipa.

P.S - Primeiro post no fórum ;D

Mas só depois de andares pelos fóruns ingleses :think: