Essa frase do Louçã deve ter sido dita no final dos anos 70, quando os ânimos marxistas andavam ao rubro. O senhor Durão deve ter dito coisas bem piores, bem como muitos outras personalidades ligadas à esquerda pós-25 de abril. Estar a pôr afirmações dessa altura aqui não me parece justo nem sério, mas adiante. Quanto à questão dos extremos seja o que for, convido-vos a ver o programa do BE para perceberem que não existe extremismo nenhum, já agora até me dou ao trabalho de colocar aqui algumas coisas:
Em termos económicos:
“A candidatura apresentada pelo Bloco de Esquerda defende que os apoios públicos sejam condicionados, em escala europeia, à manutenção dos empregos, que os despedimentos preventivos devem ser proibidos e que a deslocalização de empresas financiadas com capitais e apoios públicos deve ser duramente penalizada. Pensamos ainda que a distribuição de dividendos em empresas com apoios públicos deve ser suspensa. Em contrapartida, as políticas de crédito devem obedecer a critérios de interesse público, favorecendo o relançamento da economia. A banca nacionalizada tem, na generalidade dos países, condições para impor ao mercado bancário, regras não usurárias que o sector financeiro privado seguirá se não quiser perder os seus clientes. É em tempos de crise que melhor se vê a quem servem as politicas e os políticos.”
Em termos ambientais:
“No Parlamento Europeu, o Bloco apoiará as medidas que impulsionem a investigação científica, o armazenamento e captação de CO2 e a diversificação de fontes de energia com exclusão da expansão dos biocombustíveis e da opção nuclear.”
“O Bloco será ainda favorável a novos acordos internacionais que estabeleçam metas mais exigentes, a penalização dos faltosos e a superação do actual mercado de emissões. Os EUA e a UE, que continuam a ser os maiores poluidores mundiais, devem mutualizar fundos, saberes, tecnologias e investigação com os países emergentes, de modo a alcançar um compromisso mundial nivelado por cima.”
Em termos económicos:
“O combate à pobreza e a defesa do poder de compra dos salários são a chave do relançamento das economias, do mesmo modo que o aquecimento climático é o horizonte que obriga à sua requalificação e mudança nos padrões de consumo. Uns e outro implicam uma nova ordem económica mundial onde os lucros se submetam à prioridade do emprego e da satisfação das necessidades colectivas.”
Em termos de conflitos bélicos:
"A candidatura apresentada pelo Bloco de Esquerda defende o princípio da resolução dos conflitos por via política e condena a doutrina da guerra preventiva.
“No Parlamento Europeu, o Bloco de Esquerda defenderá o reatamento das negociações para o desarmamento nuclear. A segurança europeia deve ser garantida por um Tratado de não agressão e cooperação entre todos os países do Continente. Nessas discussões, os aspectos relacionados com o respeito pelos Direitos Humanos e a renuncia à guerra energética devem estar igualmente em cima da mesa.”
Basta ler o programa para se perceber que o BE não é de extrema-esquerda e defende políticas perfeitamente realizáveis, sustentáveis e até necessárias. E o mais interessante disto tudo é que eu não votei BE…
Em relação à Suécia, é um exemplo do que uma boa aplicação do socialismo pode dar. É dos países com melhor nível de vida e tem como característica uma distribuição da riqueza equitativa pela população, portanto não voltem a dizer que isto é uma miragem. É um país competitivo e autónomo, dos menos afectados com a crise económica mundial. É um exemplo…
edit: quanto ao paraver ser desrespeitoso ou o que seja, acho que falta de respeito é reduzir-se o BE ao trotskismo e adoptar uma postura trocista em relação à esquerda em Portugal, denominando-a de extrema-esquerda e afins…