Pois bem, convido-vos a ler esse pequeno artigo que nada mais faz que confirmar as disparidades e o fosso que se está a criar entre mais e menos abastados economicamente .
Estaremos a fazer um o percurso inverso ao actual Brasil?
Compreendo que o assunto tenha relevancia para ser discutido em topico autonomo, mas o titulo original prestava-se a ser titulo de topicos com os mais diversos assuntos, pelo que tive de o alterar, para algo menos apelativo, mas mais preciso. Estou a escrever de um teclado sem caracteres portugueses, dai a falta destes no titulo.
Ainda me lembro de estudar isto no 10º e ver uma curva (já nao me lembro do nome infelizmente) sobre disparidades. O Brasil era o pior e a Suécia o melhor.
Infelizmente para muitos a solução é sair do país. No que diz respeito a gerar riqueza em Portugal é sempre assim… os pobres dificilmente conseguem entrar, e os ricos ficam sempre cada vez mais ricos. Com dinheiro se faz dinheiro
O país está na situação em que está e estes gajos a nadar em dinheiro.
Ps: Era o Américo Amorim pegar no Sporting que já tínhamos o Messi e o Ronaldo a jogar cá :mrgreen:
É o que os milionários do mundo andam a fazer… não sabem onde gastar o dinheiro viram-se para o futebol que para eles não é assim tão caro. Um gajo que tem 2 ou 3 biliões o que é investir 100 milhões numa equipa? (fora o facto de poder vir a ter retorno no futuro, portanto não é dinheiro deitado para o lixo). Já faz o tempo dos reis… compram equipas para se entreterem
Parece-me que já estou a ver o Belmiro de Azevedo a ripostar para ver se sobe no pódio… No Natal passado era ver o Continente a contratar pessoal para umas horas com um salário em que se fosse feitas as contas no rácio salário vs horas de um mês se concluiria que aquilo nem se aproximava do salário mínimo. Para o próximo Natal já estou a ver o Continente a contratar pessoal e a oferecer como contrapartida a hipótese de brincar com a Leopoldina…
O que é que o facto de os 25 mais ricos de Portugal terem aumentado as suas riquezas tem a ver com a distribuição da riqueza? Há curvas que explicam essa distribuição, pegar nos 25 mais ricos não tem valor nenhum. Até porque grande parte dessa riqueza tem a ver com as acções que têm, que estarão mais ou menos capitalizadas em bolsa, e não, como foi sugerido, com os salários que pagam no Continente…
E lendo a notícia deixo mais dicas:
O 2º mais rico, dono do JM, tem grande parte desse crescimento como origem nos negócios…na Polónia…
O Américo Amorim, mais rico, tem 95% do seu negócio a vender lá fora.
O próprio artigo explica que parte do aumento vem do crescimento da GALP em Bolsa. Crescimento esse que teve a ver com as parcerias, sobretudo no Brasil.
O artigo começa por dizer “após 3 anos consecutivos em queda”, então em 2009, 2008 e 2007 as assimetrias eram maiores do que em 2010?
Sem querer defender “os ricos” acho estas conclusões irrelevantes.
Acho que foi um colunista na última página do CM, talvez de ontem que, brinca-brincando, é capaz de ter tocado numa das nossas
caracteristicas: tal como há mais de um século atrás por esse país rural a fora, os mais ricos continuam a ser os merceeiros!.
Se se soubesse que o outro extremo da distribuicao teria aumentado a riqueza na mesma proporcao, a informacao nao teria relevancia, mas nao me parece que isso tenha acontecido, ou achas que sim? Quer-me parecer que o Indice de Gini (se me lembro da forma como e calculado) tera entao aumentado.
E contra mim falo porque sou pobre, mas aborrece martelar sempre nos mesmos. Eles têm culpa de serem ricos? Fizeram por isso e como tal são multimilionários. Têm dinheiro e torram-no onde sentem mais prazer, está no seu direito. Se quisessem limpar o cu com notas de 500 euros também estava no seu direito. Não confundir direito com moral. Agora se querem martelar martelem nos sucessivos governos que permitiram esse contraste, agora criticar ou desdenhar quem se fez à vida… :naughty:
São conceitos equivalentes. Lorenz é a mesma curva aplicada genericamente a uma variável e sua distribuição, Gini foi um matemático (?) Italiano (?) que a aplicou à distribuição da riqueza.
Se for 0%, significa que a igualdade é total (todos ganham o mesmo), se for 100% a desigualdade é total (1 pessoa tem tudo, os outros têm nada). Por isso quando mais baixo o índice, mais igualdade existe.
Falta nesta lista o índice de Gini para 2010. Na noticia diz que as fortunas dos maiores 25 desceu 3 anos consecutivos. Neste quadro temos 4 anos de descidas do coeficiente, pelo que o 1º ano poderá já ter contrariado a noticia, mas não é claro.
Destes 25 bilionários/milionários, dado que a EXAME calculou a riqueza de cada um dos constituintes através da avaliação das suas carteiras de activos, nem 1 tem sequer 10% da sua riqueza em dinheiro real. São muito, muito ricos, sem dúvida.
Uns podem não gostar, mas algo eu desejo: se a carteira de activos estiver predominantemente concentrada na bolsa nacional, é bom sinal que a riqueza destes sujeitos aumente de ano para ano, pois não se conhece país que cresça economicamente sem que a sua bolsa também o faça. Apenas desejo que a valorização crescente da riqueza destes homens seja acompanhada por acções similares à de Soares dos Santos, cuja Fundação tem actuado de forma bastante produtiva sobre determinados quadrantes da sociedade, e que a carteira de investimentos seja diversificada, ao contrário de a situação que catapultou Américo Amorim para o topo, a valorização das acções da GALP.
Uma curiosidade: a base de dados Pordata, cujo valor é por todos reconhecido, é resultado de uma iniciativa de um dos membros da lista, mais precisamente o sujeito cuja riqueza mais cresceu, o ex-CEO da Jerónimo Martins, e cuja Fundação Francisco Manuel dos Santos tem publicado uma série de notáveis ensaios sobre temas cruciais: Justiça Fiscal; Corrupção, Filosofia, etc., tudo acessível ao mais comum das carteiras.
Já li três desses ensaios (Filosofia em Directo; Direitos da Propriedade Privada; e Justiça Fiscal). Recomendo!
Um importante dado, bem mais exacto do que ir logo aos mais ricos, seria conseguir delinear rácios que nos informem sobre o estado financeiro da classe média.
São mediáticas, ponto. E no campo da coscuvilhice, Portugal, se não é campeão, anda perto. A profusão incrível de revistas de rumores confirma-o. Por exemplo, os lucros dos bancos são amplamente divulgados na imprensa, mas estes esquecem-se que os lucros advém da actividade básica do sector bancário: financiar a economia. Uma banca sem lucros equivale a um país sem riqueza económica ou, pior, sem perspectiva de enriquecimento. Da mesma forma que se noticiam esses mesmos lucros, onde está o tratamento oposto, isto é, quando a actividade da banca decresce abruptamente? Para uns, os que pouco percebem de economia e que apenas se guiam por interpretações arcaicas, um cenário de banca sem lucros é bom. Mas não é. É ruinoso. A banca portuguesa não está a passar os seus melhores dias (o que, obviamente, não equivale a dizer que os seus principais gestores passam fome; claro que não passam). E Portugal? Não é uma coincidência. O país está mal, não gera riqueza, e em cenário algum a sua banca viverá o oposto. Mais: só não temos em nossas mãos um problema muito maior porque a banca portuguesa procurou internacionalizar-se assim que a oportunidade se pôs. Se esta tem estado totalmente dependente das operações internas, teria necessitado há muito de ser auxiliada. E nesse momento teríamos um problema similar ao da Irlanda, mas ainda piorado por péssima situação interna, a do Estado.
Notícias desta natureza devem ser transmitidas com o maior cuidado possível, pois se mal interpretadas podem dar azo a problemas.
Além do mais, nem é de facto um segredo. Quem tem muito dinheiro na bolsa encontra-se profundamente escrutinado pelas autoridades.
O Amorim, por exemplo, tem muitos investimentos, que em número ultrapassam os em solo português, lá fora, principalmente em Angola, e aí a transparência não é uma das características-chave.
A Bolsa está aberta a todos. Não marginaliza ninguém.
Quando se tem em conta como principal base de informação se um país é ou não desigual a riqueza predominantemente gerada na Bolsa, riqueza essa que oscila diariamente, estamos muito mal.
Vejam o caso do Berardo, que investiu mil milhões de euros no BCP, adquirindo acções por um valor unitário de aproximadamente 1 euro. Agora, vejam quanto vale esse investimento.
Um conjunto muito interessante de contribuições sobre este importante tema, mas concernente aos EUA:
Who Pays the Most Income Tax?
Higher income earners pay the most, Treasury says
By Robert Longley, About.com Guide
See More About:u.s. income taxtax burdentax rate
Feeling overtaxed? Under the U.S. income tax system, most of the taxes collected are supposed to be paid by the people who make the most money. Thanks to President Bush's tax cuts, that is exactly the way the system works, says the U.S. Treasury Department.
According to the Office of Tax Analysis, the U.S. individual income tax is "highly progressive," with a small group of higher-income taxpayers paying most of the individual income taxes each year.
In 2002 the latest year of available data, the top 5 percent of taxpayers paid more than one-half (53.8 percent) of all individual income taxes, but reported roughly one-third (30.6 percent) of income. The top 1 percent of taxpayers paid 33.7 percent of all individual income taxes in 2002. This group of taxpayers has paid more than 30 percent of individual income taxes since 1995. Moreover, since 1990 this group’s tax share has grown faster than their income share.
Taxpayers who rank in the top 50 percent of taxpayers by income pay virtually all individual income taxes. In all years since 1990, taxpayers in this group have paid over 94 percent of all individual income taxes. In 2000, 2001, and 2002, this group paid over 96 percent of the total.
Treasury Department analysts credit President Bush’s tax cuts with shifting a larger share of the individual income taxes paid to higher income taxpayers. In 2005, says the Treasury, when most of the tax cut provisions are fully in effect (e.g., lower tax rates, the $1,000 child credit, marriage penalty relief), the projected tax share for lower-income taxpayers will fall, while the tax share for higher-income taxpayers will rise.
The share of taxes paid by the bottom 50 percent of taxpayers will fall from 4.1 percent to 3.6 percent.
The share of taxes paid by the top 1 percent of taxpayers will rise from 32.3 percent to 33.7 percent.
The average tax rate for the bottom 50 percent of taxpayers falls by 27 percent as compared to a 13 percent decline for taxpayers in the top 1 percent.
The White House has announced it will lobby Congress to pass legislation making most of President Bush’s tax cutting measures permanent.
Pois, eu sei que é complicado ter que citar uma informação que nos é facultada por um tipo como o Rush Limbaugh, mas os dados são tão fidedignos como se nos fossem transmitidos por outro sujeito qualquer.
Na imagem disponibilizada no link acima, aproximadamente 50% da população dos EUA não paga o que cá seria o nosso IRS. Lembro-me de uma percentagem similar ser divulgada em Portugal.
A riqueza dos tais 1% flutua consoante a performance dos seus investimentos financeiros. Trata-se de facto de pessoas bastante ricas, capazes de comprar tudo o que desejam, mas em momento algum têm milhares de milhões no banco. Não os estou a defender, como se pretendesse afirmar que são vítimas do que quer que sejam, obviamente que não o são e inclusive podiam ser alvo de um maior esforço fiscal (adaptado à realidade portuguesa, não) apenas a desmistificar o que muitos têm para si como certo.
Estarei eu a querer afirmar, de forma encapotada, que os ricos pagam muitos impostos? Não, de longe. Os ricos, estes 1%, podem pagar ainda mais impostos. E assim deveria ser. Eu defendo, no entanto, que a classe média deve pagar menos impostos, porque o objectivo, na minha ideia de uma sociedade próspera, é tentar enriquecer esta classe o mais possível, porque é esta a classe que garante estabilidade a um país. É o empobrecimento da classe média que provoca problemas políticos.
Ou é ela o alvo (URSS e China de Mao), ou é ela o gatilho (Alemanha Nazi).
Concordo com o que dizes, Daniel W. Excepto 2 pontos:
a coscuvilhice é um conceito intenacional, por cá temos as revistas? Então os tablóides ingleses que vendem muitos milhões de exemplares por dia?
concordo que a saúde da banca é importantíssima para o desenvolvimento do país. Mas repara que o problema de hoje da banca é tesouraria, e não lucros - esses continuaram a aumentar, é só ires buscar notícias do momento pior da crise (Abril do ano passado), ou seja, os resultados do 1º semestre de 2010 ou de 2009 e vês como os resultados da banca aumentaram na mesma. O problema, ou melhor, o mérito da nossa banca, é o diferencial absurdo que sempre tiveram entre empréstimos activos e passivos, ou seja o spread que sempre meterem nos empréstimos e que há 20 anos por exemplo eram a rondar os 10%! Mesmo descontando a inflação era algo absurdo.
Já percebi. Que dentro de um conjunto de pressupostos de fácil verificação, a assimetria na distribuição da riqueza aumentou, parece-me consensual. Que não é possível quantificar em que nível, claro que não é, nem eu disse que era, mas não vejo porque razão o título do tópico está mal escolhido.
É verdade que os ingleses criaram o formato que eu critico, mas penso que em Portugal as pessoas reagem de forma diferente - experimenta procurar por comentários de pessoas que reagem a notícias sobre lucros de empresas, esta ou aquela medida que se pretende implementar, este que faleceu por isto, etc. Somos apenas 10 milhões, temos bastantes revistas desse tipo, além de que são vários os programas com rubricas, etc.
Sobre os bancos, penso que o problema que referes, o de tesouraria, é uma consequência da queda dos lucros, e esta não é virtual, é real. A diferença do 1º trimestre de 2011 para o 1º trimestre de 2010 é de uma queda de 32%. O BES e o Santander registaram uma redução de quase 50% face ao mesmo período do ano passado. No entanto, é verdade que a banca portuguesa, em termos de proveitos, está a sofrer mais agora do que no auge da crise financeira.
Depois, como referes, o problema de tesouraria, que é agravado consideravelmente pelo crescimento do malparado, assim como a dificuldade de os bancos contraírem empréstimos nos mercados respectivos a essa função - e esta situação anda de mãos dadas com o estado do país.