As necessidades de tesouraria em Janeiro levaram à saída de vários jogadores, com a equipa B a servir de fonte de recrutamento para tapar os buracos criados no plantel principal. Dier, Ilori e Bruma foram os principais beneficiados, com Zezinho, Arias, João Mário, Betinho e Esgaio a merecerem também algumas oportunidades. Apesar de ter caído bem junto dos adeptos, penso que ainda hoje muitos sportinguistas não percebem que esta aposta foi uma necessidade imperial e não a face de um projeto. Esta precipitação (resultante da falta de planeamento) está na origem de uma das maiores dores de cabeça de Bruno de Carvalho: a renovação com alguns dos elementos mencionados, ou seja, a manutenção das bases do seu plano para o clube.
O Sporting, apesar do passado recente, tem fama na formação de jogadores. Não surpreende que, semanalmente, existam emissários de grandes clubes europeus na Academia. Com o recente aparecimento de jovens valores na equipa principal, a recolha de informação sobre esses atletas é praticamente obrigatória para esses clubes. Quanto melhores as exibições, maior a cobiça. E é esta a fonte do problema por solucionar no Sporting, a proteção contratual sobre os seus jogadores.
Não existirá melhor exemplo que Tiago Ilori. Utilizado intermitentemente na equipa B, aproveitou a aposta feita por Jesualdo e assumiu-se como titular indiscutível ao lado de Rojo. Jovem, velocidade, impulsão e excelente capacidade de marcação. Em resumo, é um central da moda a nível de mercado. Apesar de ter contrato até 2015, têm surgido as primeiras abordagens, falando-se já de propostas a rondar os cinco milhões de euros. Num cenário ideal, o Sporting não vende as suas pérolas por um valor tão baixo, mas na iminência de não chegar a entendimento no que diz respeito à renovação mais vale vender e tentar ganhar algo. Entram cinco milhões, mas perde-se um jogador para mais algumas épocas e, possivelmente, alguns milhões fruto da sua possível valorização. E o que terá de fazer o Sporting para prevenir que isto aconteça? Criar um plano de carreiras!
Em cima apresento o que para mim deveria ser o plano de carreiras a implementar em Alvalade (é um plano geral, não incluiu aqueles casos em que os jogadores dão o salto para a equipa principal rapidamente)
Na [glow=greenyellow,2,300]FASE 1[/glow] encontram-se os jogadores que cumprem as suas primeiras épocas como seniores. O contrato teria a duração de duas/três épocas, de forma a salvaguardar aqueles que sentem dificuldades na transição entre futebol de formação e sénior (vide Betinho). É nesta fase que terá de ser realizada a primeira filtragem entre os que têm qualidade para chegar à equipa principal ou não, sendo que os elementos a sair deverão ficar protegidos por uma cláusula de recompra.
A [glow=greenyellow,2,300]FASE 2[/glow] é onde se terá de ter o tal cuidado com a utilização na equipa principal. O jogador começa a mostrar qualidade na equipa B (e faz por merecer chamadas à equipa principal) ou é chamado para fazer face a algum condicionamento da equipa A (castigo/lesão) e agarra o lugar. Em ambas as situações, o clube deverá ser o mais célere possível a aumentar o tempo de contrato e, claro, o salário (100 mil seria o tecto salarial). No caso em que a equipa B começa a ser demasiado pequena para o talento do jogador, se não existir espaço na equipa principal deverá ser emprestado a um clube da primeira divisão, sempre com as questões contratuais garantidas.
A [glow=greenyellow,2,300]FASE 3[/glow] é a de afirmação, quando o jogador se afirma como elemento fundamental no plantel, o que não implica titular indiscutível. Contrato de cinco/seis épocas e ordenado revisto em alta, mediante a sua performance e respetiva importância no elenco (tecto salarial a rondar os 250 mil euros).
A [glow=greenyellow,2,300]FASE 4[/glow], tal como a 3, inclui jogadores que se tornam fundamentais no plantel, sendo que a diferença está no estatuto que adquirem, ou seja, se são habituais titulares ou passam mais tempo como segundas linhas. De forma a incentivar o máximo rendimento, serão incluídos nos contratos objetivos a atingir, que, conforme ou não a sua concretização, resultarão em benefícios para os atletas. No quadro proponho um aumento de 100 mil euros a cada 30 jogos completos, mas é apenas um exemplo (poderá ser número de golos, assistências, classificações, títulos, etc.)