Vinha eu armado em galifão a pensar que ia abrir o tópico da IA para não “sujar” mais o tópico do Gyokeres e afinal, já está quase o mundo a acabar e isto já aberto há bom tempo.
Espero, sinceramente, quando a IA conseguir criar os simbiotes/androids/robots/humanoides por si só, ao menos que engane a humanidade com umas gajas boas e pronto. Se tem de ser, ao menos vamos consolados.
Eu uso o Preplexity pro (mas não pelo custo proibitivo) …
Ajuda bastante na organização de ideias e criação de conteúdos.
Gosto particularmente de poder bloquear a Internet como fonte e utilizar apenas artigos científicos, ou em última análise bloquear tudo e usar apenas os ficheiros que quero para organizar ideias.
Mas no final do dia… Comete imensos erros que passam despercebidos se não dominarmos o tema.
a revolução industrial tornou imensos trabalhos inúteis. Ou quantos operadores de teares manuais há hoje? Eram milhões no séc. XIX… quantos camponeses a arar a terra? Eram centenas de milhões antes dos tratores… ferreiros, oleiros, tanoeiros, etc etc etc. Eu diria que uns 90% ou mais dos postos de trabalho existentes antes da RI desapareceram.
Mas a questão é que a inteligência artificial torna muitos dos trabalhos para os quais as pessoas se “especializaram” durante anos, com estudos, em trabalhos obsoletos.
Eu trabalho para uma área onde o desenvolvimento de IA é uma realidade. E estamos na pontinha do icebergue.
E sim, muitos trabalhos “novos” irão ser criados. Mas não irão conseguir suprir os que foram eliminados.
Os últimos estudos apontam para que 50% dos trabalhos no US possam estar completamente automatizados em 2045. 300M de trabalhos completamente automatizados no mundo todo ou significativamente impactados por AÍ em 2030.
Não é uma brincadeira e acho que vai ser um desafio brutal no atual organograma social. Vamos ver.
Sim. Mas o problema é do Ocidente. Taxas de natalidade baixas implicam necessariamente declíneo económico; primeiro globalização e depois AI implicam menos bons empregos. O aparecimento de classes médias em países que antes era tudo pobre (China, Índia, Ásia em geral) pode ser pouco percentualmente mas é muito em número; o que quer dizer que o consumo dos cidadões ocidentais pode ser substituído por consumo nos países emergentes. Eu diria que o mundo ocidental pode perfeitamente ter 1/3 de gente muito pobre que as elites se vão estar nas tintas, vivendo em bolhas isoladas; os restantes 2/3 vão ter que conviver com mais violência e insegurança constante, com medo de cairem para o escalão de baixo.
No fundo, este processo, visto de formal global, é democrático: há 50 anos um indiano nascido na pobreza, mas que fosse inteligente e trabalhador, ia morrer na pobreza. Um alemão burro e preguiçoso ia ter uma boa vida. Hoje em dia o indiano tem uma chance e o alemão pode tramar-se.
Mas para os ocidentais a evolução é negativa, somos os grandes perdedores. Daqui a duas gerações a Europa e o mundo ocidental empobreceu e muito. No entretanto, os chineses e indianos trabalham e riem-se.
Eu analisei estas coisas num mestrado em estudos europeus lá para 1999 (sem falar da AI, claro, mas o processo já estava em marcha de forma incipiente).
No meio disto tudo Portugal não está muito mal, porque nunca foi muito rico, ainda não chegou a moda das semanas de 4 dias e trabalho remoto, e tem muito turismo. Vamos continuar pobrezinhos e satisfeitos na nossa mediocridade.