Desastres de avião

Um dos assuntos que mais me desperta interesse (espero que não achem isso mórbido :shifty: ) são os desastres de avião, principalmente os com aviões de passageiros.

Acho que isso começou quando comecei a ver no National Geographic a excelente série Mayday, que de vez em quando volta a ser exibida, como agora, em que é transmitida de 2ª a 6ª por volta das 23.10h.

Tirando o caso do 11 de Setembro, que, neste sentido, não foram propriamente acidentes, os 2 mais conhecidos desastres aéreos, por serem também os mais mortíferos, são os de Tenerife em 1977 e Tóquio em 1985.

Quanto ao de Tenerife, como consta da Wikipedia ( [url]http://pt.wikipedia.org/wiki/Desastre_aéreo_de_Tenerife[/url] ), ocorreu em 27 de Março de 1977, no Aeroporto de Los Rodeos, na Ilha de Tenerife, no Arquipélago das Canárias (Espanha), quando dois aviões Jumbo Boeing 747, um deles pertencente à empresa holandesa KLM e o outro à norte-americana Pan Am, chocaram na pista daquele aeroporto, ocasionando a morte de 583 pessoas e ferimentos em outras 61.

É até hoje o acidente com maior número de vítimas na história da aviação mundial, sendo a causa principal do desastre a descolagem não autorizada do avião da KLM, quando a aeronave da Pan Am ainda se encontrava na pista, conjugado com o forte nevoeiro que se fazia sentir.

No caso de Tóquio ([url]http://pt.wikipedia.org/wiki/Voo_Japan_Airlines_123[/url]), o voo 123 da Japan Airlines era um voo doméstico de Tóquio para Osaka. O Boeing 747 mudou a sua rota, colidindo no Monte Takamagahara a 100 km de Tóquio, em 12 de Agosto de 1985, provocando 520 mortes. Apenas 4 pessoas sobreviveram.

É o segundo maior acidente da história da aviação, apenas ultrapassado pelo desastre aéreo de Tenerife, e o mais mortífero com apenas um avião. Entre os 520 mortos estava o famoso cantor Kyū Sakamoto.

O motivo do acidente foi, quando aos 12 minutos de voo, o instrumento de pressão traseira falhou, resultando na perda do estabilizador vertical e outras partes que caíram no mar, despressurizando a cabine e danificando severamente as quatro linhas hidráulicas da aeronave. Os pilotos ainda conseguiram voar durante cerca de 30 minutos até à colisão.

Em território português, registaram-se nos últimos 35 anos, 4 grandes acidentes aéreos:

  • O voo TAP Portugal 425, foi um Boeing 727, que se despenhou no Aeroporto da Madeira, no Funchal, a 19 de Novembro de 1977 às 21h48min. Do acidente resultaram 131 mortos e 33 sobreviventes. A RTP1 exibiu em 2007 uma reportagem sobre este acidente:

[youtube=650,535]DLROUDrMquU[/youtube]

  • Uma aeronave de passageiros Boeing 707, da companhia americana Independent Air, voo 1851, entre Bergamo e Punta Cana, a 8 de Fevereiro de 1989 pelas 13:30h, colidiu com o Pico Alto, ilha de Santa Maria, Açores. Pereceram 137 passageiros e os 7 membros da tripulação, no que constitui o maior desastre aéreo ocorrido em território nacional.

[youtube=650,535]CeQktehW8cU[/youtube]

  • O voo Martinair MP495 foi um DC-10 da companhia aérea holandesa que se despenhou na pista 28 do Aeroporto de Faro, em condições atmosféricas bastante severas, a 21 de Dezembro de 1992, às 08h00m. O avião transportava 327 passageiros e 13 tripulantes a bordo, principalmente turistas holandeses. Morreram 54 passageiros, 2 tripulantes e 106 pessoas ficaram gravemente feridas.

[youtube=650,535]z4NnCHGvAYs[/youtube]

  • Em 11 de Dezembro de 1999, o ATP da SATA Air Açores “Graciosa”, no voo ATP SP530M, entre Ponta Delgada e as Flores, com escala na Horta, despenhou-se no Pico da Esperança, ilha de São Jorge, vitimando todos os passageiros e tripulação, num total de 35 pessoas. Por altura dos 10 anos sobre o acidente, a RTP Açores exibiu a seguinte reportagem:

[youtube=650,535]kmRN_NqSJfU[/youtube]

Referência, ainda, para um “quase acidente” envolvendo Portugal, e retratado num dos episódios da referida série Mayday:

Em 24 de Agosto de 2001 o voo Air Transat 236 operado com um Airbus A330 realizou o maior voo planado jamais registado na aviação comercial a jacto após ter perdido o combustível a meio do Oceano Atlântico.

O voo sem motores durou cerca de meia hora, ao longo de 120 km (65 milhas náuticas), realizando uma aterragem de emergência no Aeroporto das Lajes, na ilha Terceira, Açores. Não houve feridos, mas o avião sofreu alguns danos estruturais, tendo estourado igualmente os pneus.

Podes por aqui também o espanhol que não ligou ao TOCART e confudiu a pista do montijo com a de Lisboa, Não é acidente mas foi um enorme disparate xD

Também sempre tive este interesse por acidentes de avião.

Excelente tópico para saber mais promenores sobre os acidentes. :great:

Podias ter esperado mais um tempinho para pôr isto aqui. Eu, que nem sou de me assustar com estas coisas, só de ler isto e pensar que estou quase a voltar a andar de avião… :inde:

Mas no fundo sei que a probabilidade de acontecer algo quando hoje for para a estrada é bem superior a acontecer nesse dia.

Exactamente, pensa assim: os acidentes de avião são tão raros que até se fazem séries de televisão sobre eles. Já alguma vez viste uma série sobre acidentes de automóvel? :mrgreen:

Nesse aspecto, o acidente de Tenerife é bastante “interessante”, porque foi o resultado de uma série de pequenos azares, más decisões e infelizes coincidências, em que bastava uma delas não ter acontecido, e provavelmente não tinha havido acidente. Em resumo, foi mais ou menos isto:

  • nenhum dos 2 voos era destinado àquele aeroporto, mas sim a Las Palmas que foi encerrado pouco antes da chegada dos voos devido ao rebentamento de uma bomba, tendo sido, então desviados para Tenerife

  • tal como estes 2, diversos outros voos foram também desviados, fazendo com que o pequeno aeroporto ficasse lotado

  • era um Domingo, e a torre de controlo tinha apenas 2 funcionários, mais do que suficiente para o tráfego habitual

  • o avião da Pan Am foi colocado logo atrás do KLM e só podia sair quando este o fizesse

  • o piloto da KLM estava com pressa em sair, devido a ter de cumprir o número máximo de horas de serviço a que os pilotos estão obrigados e decidiu reabastecer o avião, para depois, no regresso à Holanda, não ter que fazer uma escala extra, poupando assim tempo; isto fez com que o avião ficasse mais pesado e levasse mais tempo a subir na descolagem, o que a não acontecer podia ter evitado a colisão

  • este reabastecimento demorou 30 minutos e nesse entretanto, caiu sobre o aeroporto de Tenerife um denso nevoeiro

  • quando Las Palmas foi reaberto e assim que o avião da KLM foi para pista, o avião da Pan Am foi atrás, devendo ir para uma das saídas laterais, para que o da KLM pudesse descolar

  • o avião da Pan Am recebeu instruções da torre para sair na terceira saída lateral, mas quando isso ocorreu já haviam passado a primeira, e partiram do princípio que deveriam sair na quarta, ou seja, na terceira seguinte, o que era a opção lógica, devido ao ângulo da mesma em relação à pista

  • isto atrasou ligeiramente a saída da pista do avião da Pan Am, no momento em que o da KLM aguardava autorização para descolar

  • a torre informa o KLM sobre a rota após a descolagem, mas por alguma razão, provavelmente devido ao mau inglês do controlador, o piloto, com pressa para sair, interpreta as suas palavras como autorização para descolar, e o avião começa a rolar na pista

  • pouco depois, e esta para mim é a coincidência mais infeliz, no preciso instante em que o controlador pede à KLM para aguardar mais um pouco para que o Pan Am saia da pista, este contacta a torre para informar que ainda estava na pista. Devido a terem sido feitas no mesmo instante, estas comunicações não são ouvidas pelos destinatários

  • nesta altura, devido ao nevoeiro, os 2 aviões não se viam entre si, nem eram vistos pela torre de controlo

  • finalmente, enquanto o jacto da KLM iniciava a corrida para descolagem com aceleração máxima, a torre instruiu o Pan Am com a seguinte mensagem - “Informe quando a pista estiver livre” - recebendo como resposta - “OK, informaremos quando estivermos livres”.

  • este diálogo foi ouvido na cabine do KLM, fazendo com que o seu engenheiro de voo expressasse a sua preocupação acerca da não liberação da pista pelo avião americano, repetindo a sua observação alguns segundos depois, mas prevaleceu a decisão do piloto e que não foi mais contestada pelos outros dois tripulantes.

Segundos depois ocorreu o acidente…