DESAFIO AOS FORISTAS - Como avaliar a situação e/ou o Presidente/Direção do SCP?

Já estou neste fórum há bem mais de 10 anos.
E desde o primero dia em que aqui entrei e até hoje que, um dos temas mais fraturantes foi sempre a discussão do trabalho das várias sucessivas direções.

Aliás, tenho que confessar que, uma das principais motivações da minha entrada neste fórum foi precisamente criticar a política seguida pela direção de então que era presidida pelo Filipe Soares Franco.

Aquilo que sempre notei é que muito facilmente as discussões se tornam muito emocionais, estéreis, transformando-se, muitas vezes, em diálogos de surdos em que cada forista diz mil vezes a mesma coisa sem que ninguém se esforçe muito em perceber o que quer dizer a outra parte. Sinceramente, às vezes até com alguma razão, porque se há tema em que se diz muita asneira com pouco ou nenhum sentido e que nem vale a pena perder muito tempo a rebater, é este. Eu há muito tempo que deixei de dar para este peditório.

Ultimamente, tenho-me mantido longe destas discussões sobre direções. Isto até porque, eu póprio, sinto-me um bocado dividido a avaliar a direção actual que considero que alternou o muito mau com o muito bom.

Tenho preferido discutir temas e ideias estratégicas, independentemente das direções.
A mim o que me interessa é discutir e avaliar ideias, venham elas de onde vierem e aliás, se há coisa que ainda me irrita, é quando vejo alguns foristas a avaliar ideias, não tanto pelas ideias em si, mas sim em função da sua origem.

Se uma ideia for defendida por determinada direção ou se esta aparentemente for favorável a determinada direção, determinado grupo de foristas vai imediatamente ser contra logo à partida. Só depois vai tentar encontrar argumentos lógicos (provavelmente enviesados porque partem de uma premissa prévia que é preconceituosa) para sustentar melhor essa posição.
Considero esta atitude miserável.
Há imensos foristas a fazer isto.
Eu acho que conseguiria fazer um programinha de meia-dúzia de linhas a determinar o posicionamento desses foristas em relação a qualquer coisa…

Qualquer forista que esteja neste fórum e que use esta lógica, faz pouca falta aqui porque perturba costantemente a discussão dos temas que realmente nos interessam e são importantes com palha.
Essa atitude é de um seguidismo cego e de uma falta de personalidade que me faz confusão.
Mas, acima de tudo, essa atitude é pouco inteligente e coloca os seus responsáveis a fazer figuras tristes.

Não gosto de ver Sportinguistas a fazer figuras tristes.
São a minha 2ªfamília e, quer concorde com eles ou não, gosto que se comportem de forma pouco inteligente.

Também sinto o maior desprezo intelectual por aqueles que vêm para este fórum mandar bocas ou fazer piadinhas vazias a favor ou contra determinada direção à procura da satisfação de receber umas dezenas de likes. Às vezes são posts mesmo de merda.

É inclusivamente uma vergonha até para mim e para o próprio fórum que um dos meus posts mais populares de sempre (já apagado numa altura em que recuperei a razoabilidade e a decência), tenha sido também o meu pior post de sempre. Um post feito num dia irritado. Mas como foi um insulto a uma determinada direção, foi o delírio dos idiotas.

E o engraçado é que, se calhar, milhares e milhares de posts depois, não se percebe porque é que determinadas direções são apoiadas ou criticadas.

Qual é o bottom-line afinal?
Como é que se avalia uma direção?
Quais são os critérios?
O que é que é mais importante?
Qual o peso específico de cada factor na avaliação?

Vejo uns a dizer que certa direção aumentou as dívidas a fornecoders em x.
Outros a dizer que tal direção não tem ética e princípios por causa disto e daquilo.
Outros ainda dizem que a situação financeira é péssima e que em breve vai ser o fim do mundo. Aqui pergunto: Má em relação a quê e usando como referência o quê?

Será que os críticos e os apoiantes de cada direção têm capacidade para determinar, mas de forma o mais clara, sintética e objetiva possível, quais são as principais variáveis de análise e o seu peso específico para avaliar a situação de um clube e/ou o trabalho de uma direção?

Algo do estilo:

40% - Títulos desportivos no futebol (isto é um número que se pode contabilizar – não é subjetivo)

15% - Títulos desportivos nas modalidades de pavilhão (isto é um número que se pode contabilizar – não é subjetivo)
5% - Títulos desportivos das outras modalidades (isto é um número que se pode contabilizar – não é subjetivo)
30% - Situação financeira (sendo a referência a evolução do capital próprio) (isto é um número que se pode contabilizar – não é subjetivo)
10% - Tudo o resto (parte mais subjetiva)

Conseguem fazer este exercício, de preferência evitanto usar como desculpa por tudo na parte subjetiva?

É que sem fazerem este exercíco nem sei como conseguem definir se avaliam postiva ou negativamente uma direção.

Decidem-se por sensação?
Por feeling?
Por não gostarem simplesmente da pessoa?
Por gostarem de vir ao fórum fazer posts que já sabem que outros vão adorar e agrada-vos esse sentimento de clã?
Ou porque valorizam uma determinada variável e nem pensam no resto?

Epá…
Desafio quem acha que tem o mínimo de inteligência para falar desta ou daquela direção com o mínimo de nexo, a aceitar este desafio!
Façam esta introspeção e coloquem aqui!

Para mim, mais importante até do que saber se um forista é a favor ou contra esta ou aquela direção, estou interessado em ver como as vossas cabeçinhas fazem esta avaliação.
Vai dizer MUITO da capacidade intelectual de cada forista.

Quero saber o que valorizam e até que ponto.
Usem o exemplo que pus acima:
Variáveis a contabilizar e percentagens de importância de cada uma.

PS1:

Vou-me rir quando constatar que há diariamente milhares e milhares de posts a falar de pintelhos nos tópicos dos presidentes (micro-temas que não permitem avaliar globalmente nada de nada em relação a ninguém) e depois neste tópico onde cada um pode definir como se deve avaliar GLOBALMENTE um presidente e uma direção, poucos ou nenhuns se atreverem a dizer qual é então o seu método.

PS2:
Possivelmente alguns foristas podem considerar que durante o mandato de uma direção, a situação do clube pode melhorar por sorte ou por mérito de direções anteriores.
Aceito essa observação.
Quem considerar isto, faça o exercício na mesma mas refira que não está a avaliar a direção mas sim a situação global do clube. Aceito isso.

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Começando pelo presidente, para mim é fácil: impacto direto, por sua ação, no sucesso desportivo, financeiro e institucional do Clube.

É mais fácil com um exemplo. Quando entro nas discussões sobre qual o melhor presidente da história do Clube, para mim o nome é Ribeiro Ferreira. De longe. E de longe porque houve quem conseguisse igual ou superior desempenho financeiro, patrimonial e institucional, mas para quem não liga tanto a modalidades, o sucesso desportivo fica aquém.

Avaliar a Direção é igual. A diferença é que avaliando a Direção, não quer dizer que depois todos os seus elementos sejam igualmente mais-valias. O órgão em si pode ser bom, mas pode andar lá um membro que é uma nódoa.

Para mim avalio, essencialmente, pelos actos.

As vitórias, por diversos factores, ocasionais ou não, podem ser circunstanciais. Podem não depender da competência do presidente.

Já o carácter e os Valores… estão além das vitórias.

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Eu agradeço as vossas participações mas não foi bem isso que eu pedi.

Eu pedi o vosso método objetivo de avaliação de um presidente/direção. Ponham números nisso.

Por exemplo:

Do que entendi, o @ricardolion avalia assim:

100% - Questões éticas.
0% - Tudo o resto.

Será isto?
Portanto se o SCP for transformado numa organização humanitária, estará na perfeição da gestão.

Percebi bem?
Possivelmente percebi mal.

Eu pedi algo assim (eu também farei este exercício mais tarde - abaixo é só um exemplo):

Quem não for capaz de fazer isto, não participe.

Não. Se alguém não estraga o que ficou bem feito, se alguém faz parte da vinda de um Amorim, deve ser enaltecido.

É a velha questão: um relógio avariado pode dar horas certas duas vezes ao dia. Mas não deixo de o avaliar como “avariado”’ e de querer um relógio que… funcione.

A sério, com todo o respeito, és capaz de fazer o exercício ou não?
Eu não estou interessado em blá, blá, blá.
Aqui é o tópico de ser objetivo.
Não é o tópico das desculpas e da dialética.
Quero números!
Eu estou interessado num exercício intelectual em que cada um consegue quantificar o peso específico de cada variável na avaliação do trabalho de uma direção (ou, se preferirem, da situação global do clube).

Claro que sabemos que há sempre contexto.
É um factor de incerteza com que temos que viver.
Por exemplo: a situação da formação tem a ver com a gestão, se calhar de há 10 anos.

Mas esquece isso.
Faz o exercício.
Nada disso é desculpa para fugir ao exercício.

Ou então, quem quiser pode fazer uma coisa:
Em vez de avaliar o trabalho da direção, considera que está a avaliar a situação global do clube.

Aqui já não interessa tanto o contexto.
Aceito que façam esta observação sim senhor. :wink:

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Spam, sorry.

Poderei tentar fazer esse exercício. Vou reler o que é pretendido.

Mas o contexto e os valores são parte da equação

Se não, à partida, era sempre fácil: vitórias. Quando é campeão de futebol com um ano de mandato… 100 %. Um campeonato em 4 anos… 25 % ? Se calhar não é isto…

Mas pronto… deixa-me reler.

Tens que fazer uma análise ainda mais global do que isso.
Muito mais.

Um campeonato é um título.
Sucesso ou força desportiva no futebol é muito mais do que só isso.
É títulos sim nas também é proximidade de títulos.

E tudo isto é apenas referente a uma vertente que é o sucesso desportivo no futebol.
Quão é importante é para ti o SCP estar a disputar títulos e estar a ganhar alguns?
Vale mais do que o mesmo sucesso nas modalidades?
Vale mais do que sucesso financeiro?
Quanto mais?

E quanto vale não ser corrupto?
Quanto vale tratar bem os sócios e unir o clube?
E isto fica em que variável?
E qual a percentagem desta variável?

Quero variáveis e números.

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Já respondi a isso em cima.
Se consideras assim, então avalia simplesmente a situação do clube.
Desliga isso da direção e do contexto.

Se achas que isso também não interessa, é simples, não participas.
Ou então crias um tópico ao lado a explicares porque é que achas que não se deve fazer esta análise. :wink:
Tens direito à tua opinião.

Este é o tópico de quem acha que consegue fazer e faz sentido fazer esta análise sem desculpas.

Cometi o erro que te estava a pontar. Como não li toda a ideia base (podias encurtar aquilo, não?), como apenas li aquele texto, posso ter perdido eu próprio o contexto.

Peço desculpa pela spam, vou apagar.

Sim, é verdade.
Cometo muitas vezes esse erro de escrever textos longos.

E, na verdade, o título do tópico está mal.
Na realidade, sendo honesto intelectualmente, tenho que dizer que é relativamente fácil fazer este exercício em relação à situação global momentânea do clube.
Retirar daí consequência para a gestão da direção do momento, é mais complicado porque há decisões de gestão cujos efeitos demoram anos a fazer-se sentir e há outras que pode ser afetadas pela sorte e ter um peso enorme nos resultados.

Ainda assim, sou da opinião que, na dúvida, em principio devemos atribuir o mérito ou demério dos resultados à direção do momento.

Acho este tipo de avaliação algo falaciosa porque é uma avaliação apenas dos “ganhos” e não envolve as “perdas”.

Como avaliamos a parte em que apesar das vitórias se hipoteca o futuro (financeiro e consequentemente desportivo) do Clube?

Bem… sendo cada alínea esta respectiva percentagem máxima, para ter os 100 %:

35% - Títulos desportivos no futebol
15% - Títulos desportivos nas modalidades de pavilhão, outras modalidades e escalões / género.
25% - Situação financeira
25% - Tudo o resto (Valores, tudo o que envolve os Sócios etc)

Nesse caso, avaliando estes 4 anos desta direcção:

Títulos desportivos no futebol - 15 %
Títulos desportivos nas modalidades de pavilhão, outras modalidades e escalões / género - 15 % (máximo)
Situação financeira - 10 %
Tudo o resto - 0

Veredicto: 40 %. Insuficiente.

Vou responder ao meu próprio desafio com uma 1ªabordagem até para ver se vos induzo na lógica que pretendo e evitamos posts com muita conversa e pouca objetividade.
Pode não ser a definitiva porque, se alguém aqui fizer uma intervenção tão inteligente que me obriga a repensar alguma coisa, eu repenso e ajusto.

Minha abordagem até ver:

30% - Títulos desportivos no futebol
20% - Títulos desportivos nas modalidades de pavilhão todas juntas
5% - Títulos desportivos nas outras modalidades
25% - Situação financeira (sendo a referência a evolução do capital próprio)
20% - Comportamento e relação com o mundo exterior (onde se inclui relação com os sócios e os adeptos).

O que é que estou a dizer com isto:

O SCP é um clube desportivo.
O futebol é a mola real.
Em Portugal a importância do sucesso no futebol é maior do que tudo.
Daí que está aqui a maior importância e a maior percentagem.

A importância das modalidades de pavilhão todas juntas é inferior à importância do futebol sozinho (até por questões também financeiras).

A importância das outras modalidades desconhecidas é pequena.
Mas não suficientemente pequena para não estar aqui referida.
Mas a verdade é que poucos se interessam se somos campeões de bilhar, por muito respeito que essa modalidade mereça.

A vertente financeira de hoje, normalmente, repercute-se no sucesso desportivo de amanhã. Determina a nossa sustentabilidade.
Daí que esta vertente é praticamente tão importante como a vertente desportiva do futebol.

A melhor forma de avaliar esta vertente sem sobre-esforço, é através da evolução do capital próprio.

Dou valor a questões comunicacionais e de atitude mas, para mim, isso está longe de ser a coisa mais importante.

Só 2 notas:

Há uma coisa que mata tudo e está extra-tudo.
O clube nunca pode ganhar com corrupção.
Se o clube ganhar com corrupção, passa a valer zero.
Isto é um requisito extra que nem contabilizo na análise.

Estou a avaliar a situação do clube.
Pode, pelas razões que já expliquei acima, não haver uma correspondência direta entre o trabalho real da direção e essa situação durante algum tempo. Mas normalmente não muito tempo.

Agora já fizeste um exercício muito interessante.
E agora já percebo melhor o teu pensamento.
Até é engraçado ver as pequenas diferenças entre as nossas análises e ver onde temos pequenas diferenças de opinião.

Já há aqui bases para ter um debate muito à frente…

Relativamente às perdas, não se coloca essa questão.
Vou explicar:
Tu estás, no fundo, a avaliar o estado do clube num momento.

Se avaliares em 2 momentos, por exemplo, o principio e o fim de um mandato, avalias a variação da situação do clube num mandato.

Aqui é que vais ver se perdeste ou ganhaste em cada variável e extrair um resultado final para responderes à questão:
O clube melhorou ou piorou no curso do mandato?

E mesmo depois de responderes a esta questão, podes não atrubuir esta variação totalmente à gestão dentro do mandato pelas razões que já falámos acima. Mas aqui é que já é uma análise mais complicada e mais subjetiva.

Eu escrevo muito… :wink:

Atletismo tem um peso enorme na história do Clube. Considerando desde 1906, provavelmente da mesma ordem de grandeza que as 5 modalidades de pavilhão, todas juntas. Considerando os últimos 20 ou 30 anos, menos que isso, talvez metade.

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Obrigado por essa contextualização histórica.
E eu até concordo contigo.
Aliás, quem sou eu para discordar de ti numa coisa dessas?

Em relação a isso o que eu digo é que gostaria de ter a opinião de cada forista sobre aquilo que mais valoriza.
Cada um vai ter em consideração tudo e isso inclui a sua preferência pessoal, a história do clube e aquilo que considera que é melhor para o seu futuro.

Em relação a isso, eu estou consciente de que o atletismo é uma modalidade verdadeiramente histórica do clube. E já vibrei pessoalmente com algumas vitórias internacionais aí.
Mas, ainda assim, acho que poucos ligam a isso e por isso não dei mais do 5% do total a todas as modalidades extra-futebol e pavilhão, onde se inclui o atletismo.

Mas isso é apenas a minha opinião subjetiva mais do que discutível.
Tem a ver com a minha concepção de Sporting.

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Outra coisa agora em relação ao teu veredicto:
Esse veredito, de facto, o que representa é um veredito sobre a situação atual do SCP.
Se queres determinar se o SCP está melhor agora ou no principio do mandato, tens que fazer o mesmo exercício para os 2 momentos e depois ver a diferença.

Relativamente aos teus números, usando as tua referências diria o seguinte:
Avaliar o futebol em 15% em 35%, é manifestamente injusto.
Temos muitos títulos, se não estou em erro, mais do que os outros rivais juntos nos últimos anos. Isto não é negativo, isto é muito positivo (ainda mais face à nossa história). Em 35%, merece uns 27% na minha opinião.

Já os 15% em 15% das modalidades é demasiado generoso.
A situação é positiva mas longe dos 100% que estás a dar. Eu daria uns 12%.

E em relação a tudo o resto, dar 0% justificava-se se tivéssemos o Hitler no poder.
Em 25%, eu daria uns 10% talvez.

Discussão interessante.
Estamos a fazer uma avaliação global.
Não estamos a discutir pintelhos…

A minha opinião (subjetiva, óbvio) avalia o trabalho dos 4 anos da direcção e não estas duas épocas do Amorim. Provavelmente poderia subir um ou outro pontos percentuais nesse ponto e baixar na alínea das modalidades, mas é o que é. Os rivais é problema deles.

1 campeonato, 3 taças da liga, 2 taças e 1 supertaça em 4 anos. Não me posso é esquecer que 2 desses títulos são meros meses após a sua entrada, o que prova que o plantel/trabalho deixado não era mau e não acredito em milagres-keyser; não me posso esquecer do 4to lugar, record derrotas, 0-5 na Supertaça com o slmerda, milhões desperdiçados em caruncho numa política errante e que em último caso condicionou a apostar nos jovens. O jackpot foi Amorim. Mas não posso avaliar Amorim apenas.

Fica, logicamente, porta aberta para subir a percentagem caso venha a Taça e o Bi nesta época.

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