Daniel Bragança, ontem titular na equipa do Sporting, regressou a Faro e aproveitou para matar saudades de antigos companheiros, que com ele conviveram na época 2018/2019, quando esteve emprestado pelos leões. Antes do aquecimento, o médio esteve à conversa com o guarda-redes Hugo Marques, dirigindo-se depois para a baliza do topo sul, onde costumam ficar os South Side Boys, claque do Farense. Também Beto e Ryan Gauld reencontraram antigos companheiros no Sporting e Coates, capitão, fez questão de abraçar ambos.
Gostei do jogo que fez, nos momentos que teve bola decidiu bem. Empurrou a equipa para a frente. Que cresça com estes jogos, sobretudo em termos de atacar a baliza.
Claramente que me parece que a mudança para 3-5-2 não teve a ver com o Paulinho mas sim com este menino. Quase que aposto que existe alguma clausula no emprestimo do Jomi em que se ele nao fizer X minutos temos de pagar Y.
Está a jogar muito bem mas ter ele e o Jomi ao mesmo tempo é um pouco overkill. Muita posse mas pouca verticalidade e intensidade no meio campo. Pelo estatuto ou por alguma clausula penso que seria benéfico para a equipa (não podendo por o Jomi no banco) colocar o Daniel aos 50/60m todos os jogos e repor o Nuno Santos no 11.
Acho que fez um jogo bastante positivo. Nao percebo as criticas.
Nao tem pedalada para 90 minutos, fruto tambem de so agora estar a somar minutos. Mas com ele em campo o Sporting consegue ter alguem no meio campo capaz de recuar e levar a bola para o bloco adversario seja em progressao, seja no passe.
E uma solucao para certos jogos. A equipa estava tensa e a acusar a pressao, espero que esta vitoria os liberte psicologicamente porque na atualidade parece-me que este XI e o mais forte.
A grande referência do futebol de posse que tudo conquistou tinha as suas capacidades de esticar o jogo, de mudar de velocidade, de atacar a profundidade. Se até eles possuíam esses jogadores, qual a razão de nós andarmos com malta que só procura as referências zonais? Está mais que identificado a necessidade de quem possa atacar a profundidade, sem ele ou eles, os médios só podem meter a bola a um metro ou dois.
Motas ou outro perfil. Falta ruptura e falta sobretudo atacar o espaço com velocidade. Estar à espera que sejam os alas a fazer somente isto, tira-nos da zona de decisão. Nenhum dos nossos médios parece fazer isso à excepção do Matheus Nunes.
O Pote também sabe atacar o espaço ou profundidade, o TT neste jogo não entrou de inicio, mas também tem jogado. Os adversários também jogam em função das equipas que apresentamos, não devem ter só um plano.
Nem acho que seja tanto por não termos os jogadores para jogar de variadas formas. Falta tempo de trabalho de campo (treino). Porque, como dizes, o jogo posicional também precisa de movimento, especialmente, no último terço.
Contra o Farense, o que mais me preocupou é que voltámos aos tempos iniciais de a equipa se partir. Fica o 5-2-3 bem definido, em zonas já próximas da nossa área, com o meio campo em clara inferioridade. Isto no processo defensivo.
Já o processo ofensivo, é coxo desde sempre. Quando há espaço, é a nossa praia. Quando não há…
Por exemplo, eu não sou um grande fã do Nuno Santos (essencialmente, porque me parece que as suas limitações, nas zonas de decisão, já se fizeram notar) mas reconheço que tem algumas características que ajudam a ter referências atacantes de diferente natureza. Não gosto quando (com bola) se esconde na linha mas quando o jogo se desenrola do outro lado, o gajo sabe atacar o espaço ofensivo (sem bola). Ou seja, com o Paulinho, se calhar, faz ainda mais sentido voltar ao formato original, com 2 elementos que sabem aparecer no espaço que o 9 não ocupa por descer para fazer ligação. Mas quando ele desce para tabelar, não pode só aparecer um gajo a correr-lhe no espaço que ele abre nas costas.
O lance do desperdício do Paulinho é um exemplo do que o jogo ligado nos pode trazer, mesmo sem as motas. Aproximação ao último terço com jogadores que dominam os fundamentos. Jogas 1x2, com o movimento correcto, e ganhas espaço para o último passe. Agora, isto tem de ser objecto de muitas repetições e tem de envolver o movimento de mais do que 2 ou 3 jogadores. Neste caso, o Porro abre na ala, o João Mário movimenta-se para o espaço e o Bragança pode fazer o passe vertical. O Bragança acaba por entrar na área, já na fase final do lance. Mas em posição de finalizar, está o Paulinho e o Pote (ele até pode não gostar de jogar ali mas ele é absolutamente felino na zona de decisão). Só. O tiki-taka não era uma forma de, obrigatoriamente, colocar muitos homens na área mas era uma forma de instigar o caos nas defesas adversárias e colocar homens na zona de finalização em condições óptimas de fazer o golo. A troca exaustiva de passes visa descobrir o espaço necessário para colocar alguém em posição de rematar em boas condições. E isso só é possível com jogadores que saibam movimentar-se no tempo e para o espaço correctos.
O Amorim tentou explorar o espaço com o Tiago Tomás. Mas como ficou insatisfeito, mudou a fórmula e perdemos a capacidade de vertigem. O Paulinho pode arrastar as marcações, abrir espaços nas costas, depois temos médios muito contidos na exploração desse espaço e só o Pote conseguiu esporadicamente explorar o espaço. O Nuno Santos a entrar é para sair o Bragança. Aceito porque a equipa precisa mais do Nuno Santos, perfil, que propriamente o Bragança, perfil.
Agora para jogar com dois médios à frente de um posicional, só com o Matheus. Tenho dúvidas que seja só treino, estamos a jogar uma vez por semana, há espaço e tempo para evoluir, vemos pouco isso.
Voltaria à fórmula antiga. Jogava com o Nuno Santos, Paulinho e Pote. Sentava o Bragança, apesar de por mim o João Mario poder também sentar.
Mas, repara, o TT movimentava-se muito no espaço e muito para…zonas laterais. É uma forma diferente de abrir espaço para o Pote ou para o Nuno Santos, mas que deixa a zona central com espaço para aparecer um, o outro ou ambos. É claro que, muitas vezes, essa zona fica orfã.
O Pote fá-lo e os outros também o podem fazer. Mas isso exige repetição em treino. Instigar um instinto quase assassino nesses movimentos nos jogadores que acompanham o ponta de lança.
Certo, a equipa está acima de tudo. Não discuto as opções, contando que sirvam a equipa.
Aqui, já não te acompanho. Continuo a achar que o Matheus ainda não é o médio centro de que precisamos. Também ele deixa partir o jogo. Apesar de muita gente bater no João Mário, não tenho dúvida nenhuma de que a sua capacidade para reter a bola é muito benéfica à equipa. Falta o resto, que passa por criar mais envolvência com os 3 da frente. Ver o Pote no Dragão foi uma meia decepção, para mim. Lutou imenso mas revelou pouco capacidade para segurar e tocar a bola entrelinhas. Se o tivesse feito, teríamos tido mais bola e mais controlo sobre o jogo. Este aspecto ainda vejo muita verdura na equipa e não é apenas uma questão de características. Acho que falta, realmente, trabalho de campo.
Por outro lado, os gajos de meio campo dão-nos muitas opções. O Palhinha é muito mais versátil do que eu imaginei. Não é um médio com uma visão prodigiosa ou com uma capacidade técnica acima da média. Mas tanto pode ser posicional como ser um todo o terreno, mais agressivo na fase de pressão. Assim como o João Mário pode, em várias fases do jogo, ser o meio campista mais posicional. E o mesmo se aplica ao Bragança. Não desdenharia ver Palhinha, Bragança e João Mário mas não com 3 defesas.
O nosso plantel, apesar de ter um par de fragilidades, é bastante versátil.
Por exemplo, vimos o Bragança jogar no europeu e não é impossível o Sporting jogar num meio campo com a mesma estrutura. O plantel tem o suficiente para jogar dessa forma. Agora, não basta pô-los lá em campo e esperar que aconteçam as coisas por geração espontânea. É preciso repetir à exaustão um conjunto de movimentos. Isso e mais poder de fogo dos atacantes.
Tem crescido nitidamente desde o início da época e pode chegar ainda mais longe. Mas fico feliz que o jogador tenha mais alguma calma do que alguns que gostam muito dele e que o tratam como um Pirlo feito…
Digo bem dele aqui desde os juvenis ou juniores, atenção, mas o caminho fez-se caminhando e a experiência ganha-se com tempo e exibições.
É mais na lógico do “é o que temos”. O Matheus consegue explorar a profundidade, depois é um bom transportador e algo distinto dos outros médios. Se tens um tipo que é capaz de ir do ponto A ao ponto B sem perder a bola, tens que potenciar esse transporte e garantir que quando chega ao ponto B tens soluções para decidir.
O João Mário é de outro calibre. O problema é colectivo. Faltam alternativas à equipa para ser mais versátil, prendemos demasiado o jogo porque temos tipos que seguram bem o jogo, depois quem explora a vertacilidade? A profundidade? O esticar do jogo? Se reparares, quem muda o centro de jogo normalmente da equipa? O Palhinha. Nós podemos ser verticais com os alas, só têm que estar bem subidos e ter o lançador perto do centro de jogo. Pouco explorado.
Concordo e aceito a questão do treino. A mim preocupa a pouca evolução e sobretudo o facto do Paulinho ter entrado na equipa e os problemas ficaram mais claros, quando se esperava que fosse solução. Nem de propósito, falam hoje que o Tiago Tomás pode entrar na equipa e acredito que vai, para sair o Bragança.
Eu mantinha o Bragança. A tirar seria o João Mário. Lançava o Nuno Santos, pode como interior esquerdo.
Não tem medo de ter a bola e de se dar ao jogo, neste momento é um jogador que merece jogar porque traz qualidade a nossa posse, principalmente quando jogamos contra autocarros como hoje.
o João Mário é bom para jogos contra os rivais e braga em que consegue temporizar bem, sair com critério mas demora muito nas decisões. o daniel tem que jogar nos outros jogos em que jogamos em contrarrelógio contra os ditos autocarros. Desiquilibra, é mais rápido nas decisões, não mastiga o jogo. TITULAR PARA ONTEM.