Crónicas sobre o Sporting

Retirado do facebook de cortina verde

«As referências»

Cronica Por Juvenal Carvalho (Jornal Sporting).

Inevitavelmente, todos aqueles que vivem o Sporting com paixão, o fazem por algum motivo. Uns por razões familiares; outros porque ousaram contrariar uma tendência de família e começaram a gostar do Sporting; outros, até, levados por amigos, enfim… um sem-número de razões que explicam o porquê de ser sportinguista.

No meu caso, existiram quatro nomes incontornáveis que eu, como todas as crianças de então, que coleccionavam ainda os velhos cromos que tinham o boneco da bola para nos encher a caderneta, me marcaram e me levaram a ser um fervoroso adepto. Primeiro, Hector Yazalde, o célebre ‘chirola’; mais tarde o maliano Salif Keita, e ainda Vitor Damas e Manuel Fernandes. Os dois últimos, então, eram quase como que uma paixão exacerbada. Terão sido mesmo o esplendor da minha vivência enquanto sportinguista. Era a procura de poster que lhes fizessem referência. Eram os jogos na rua com os meus amigos em que queria marcar golos à ‘Manel’. Que qualquer grande defesa de um amigo nos jogos lá do bairro me fazia dizer que eram defesas à Vitor Damas, etc…

Dizer isto, será para muitos que me lêem estas linhas um paradoxo. Como é que alguém como eu, que tem por hábito falar das outras modalidades, pode ter como referências iniciais jogadores de futebol sem falar de outros grandes vultos do nosso Sporting. É aí chegado que me orgulha tanto o facto de pertencer a uma instituição como o Sporting Clube de Portugal. Foi o seu ecletismo e o meu crescimento não só como Homem mas com um cada vez maior conhecimento do nosso Clube, que me viriam a fazer idolatrar depois ‘monstros’ como Joaquim Agostinho e Marco Chagas, Carlos Lopes e Fernando Mamede, Nélson Serra e Mário Albuquerque, Chana e António Livramento, Miguel Maia e Tzvetan Florov, Carlos Silva e Manuel Brito, Luís Grilo e Joaquim Vieira, Paquito, Jorge Theriaga, Fernando Fernandes, José Couto, Pedro Miguel, etc… claro que serei injusto para tantos outros. Seguramente que não os mencionar se deve ao curto espaço. Eles, como os que aqui descrevi, estão sempre no meu coração de ‘leão’. Foram eles que deram continuidade ao desígnio dos fundadores e que fizeram do nosso Clube ’ Grande. Tão grande como os maiores da Europa.

A História do Sporting foi e continuará a ser feita de referências que nos podem e devem orgulhar. Quem tem 22 competições europeias de Clubes ganhas em quatro modalidades diferentes e que ao longo da sua centenária história tem campeões mundiais, intercontinentais, europeus, ibéricos e nacionais num vasto leque de modalidades, só pode continuar o seu caminho.

Temos assim que ter um enorme apreço por estas referências do passado, não perdendo contudo o orgulho nos que envergam na actualidade o símbolo do ‘leão’ e que nos continuam a dar muitas razões para acreditar que o futuro seja também ele de conquistas e de acrescentar referências.

O Sporting é contudo a nossa maior Referência. De sempre… e para sempre!

Escrito por Juvenal Carvalho (Jornal Sporting).