Longe vão os tempos em que um clube português podia compreender no seu plantel jogadores da bitola do José Travassos, do Hector Yazalde, do Eusébio, do Fernando Gomes, do Paulo Futre, entre outros.
Hoje, qualquer craque cai no encantamento dos milhões e do prestígio, acabando por alinhar pelo clube que lhe oferecer as melhores condições. Pena é, que as mesmas, se encontrem sempre lá fora! É a lei da oferta e da procura, num desporto cada vez mais capitalista.
O amor à camisola passou a ter um preço, e a maior parte dos jogadores de topo acaba por vendê-lo cedo. O comércio de jogadores, acaba por provocar o enfraquecimento, não só do clube vendedor, como também da competição que disputa.
Quando é indagada a preferência clubista da criança do século XXI, torna-se vulgar a escolha de um grande clube europeu. O FC Barcelona, o Chelsea FC, o Internazionale FC, ou o AC Milan, são as escolhas mais comuns, mesmo que alinhem além fronteiras. É, de facto, ali que se apreciam os ídolos, os artistas, e onde se contempla o futebol espectáculo.
Na segunda ronda da Champions League, o Sport Lisboa e Benfica defrontou um grande da Europa, no caso, o Manchester United. O clube britânico, para além dos 2 mil ingleses que acompanharam a equipa, contou com 50 adeptos extra nas bancadas do Estádio da Luz. Estes adeptos dos “red devils” são portugueses e benfiquistas na sua maioria, mas também associados do Manchester United Portugal, um clube de fãs da turma de Cristiano Ronaldo, fundado em 2002, que conta com mais de 2500 membros lusitanos.
Nessa ronda da Champions…
Porquê apoiar o Simão, quando estava em campo o Ronaldo? Porquê incitar o Liedson, quando estava em campo o Ibrahimovic? Porquê torcer pelo Anderson, quando estava em campo o Henry?
Bem-vindos à Aldeia Global do Futebol, onde o dinheiro suborna a devoção e os estádios são meras salas de espectáculos.