Consultor Motivacional

A saúde mental no desporto de alta competição

A recente entrevista dada por André Gomes à plataforma digital “panenka” deu uma visibilidade inquestionável, em Portugal, a um dos temas que maior debate cientifico tem alimentado internacionalmente: a saúde mental no Desporto de Alta Competição.

Tocou-nos de “outra forma”… porque é “um dos nossos” e pela nobreza do seu ato de coragem ao se fragilizar perante os seus adeptos.

Curiosamente, reconhecendo este mesmo ato, esta mesma massa de adeptos devolveu o seu apoio numa estrondosa e unânime ovação, aquando da sua entrada em campo – algo que devemos recordar, se quisermos quebrar o ESTIGMA associado a este tipo de questões.

De facto, o tema da saúde mental no desporto tem ganho cada vez maior visibilidade por duas vias: resultados provenientes da evidência cientifica em território nacional (dados apresentados pela Sociedade Portuguesa de Psicologia do Desporto, em 2017) e internacional (por mero exemplo, o estudo de Gulliver, Mackinnon, Griffiths, Batterham & Stanimirovic, em 2015, sobre os atletas de elite australianos) que, de uma forma global, apresentam a mesma tendência (que acompanha a generalidade dos estudos internacionais), no que respeita à prevalência de ausência de saúde mental na população de atletas, com valores aproximados de:

  • cerca de 46,6 % apresentarem sintomatologia de doença mental;

  • entre 27% a 43% com sintomatologia depressiva;

  • 33% com perturbações de sono;

  • entre 16% a 18% de perturbações de stress e ansiedade social.

O relato direto de atletas que, tal como o futebolista português, vêm a público narrar a sua história, com o intuito claro de dar protagonismo (positivo) a esta questão, no sentido de ser integrada naquelas que deverão ser as preocupações de indivíduos, clubes e organizações.

André Agassi, Iniesta, Di Maria, Michael Jamieson, Simone Biles, Kevin Love, Per Mertesacker, Michael Phelps são apenas alguns dos nomes de “enormes” atletas que, inspirando milhares de jovens e gerações futuras, aprenderam a guardar para si, e desde cedo, todo o sofrimento que, de igual forma, também estava presente no seu quotidiano e que, como não poderia deixar de ser, apenas aguardava uma “oportunidade” para se manifestar.

Ainda que o tema da saúde mental deva ser abordado com extremo cuidado na população de atletas, uma vez que algumas das “alterações” que podem vir a sofrer (ex: sobretreino), podem apresentar sintomatologia muito parecida com a doença mental (ex: depressão), o que poderá resultar em “falsos positivos” (ou seja, diagnósticos errados), o facto é que, desde cedo, estão sujeitos a condições de stress elevadíssimo.

Curiosamente, também por esta razão, seria até de esperar que se observasse uma prevalência maior na população de atletas, contudo, segundo a APA (American Psychological Association), tal não acontece, acompanhando, tendencialmente, os registos da população normal.

Por outras palavras, apesar do seu desenvolvimento (enquanto pessoas e atletas) ocorrer num contexto onde a pressão e o stress estão presentes numa base diária pois, a competição (com colegas e adversários) é também ela diária e semanal, “degladiando-se” não só com a frustração resultante de desempenhos menos bem conseguidos mas também de relações nem sempre funcionais (com colegas, treinadores, diretores e outro staff), a evidência científica não os distingue negativamente da população geral.

Contudo, dado o contexto desportivo do alto rendimento “vender” (implícita ou explicitamente), desde sempre, uma imagem de “excelência”, “saúde”, e de pessoas que alcançam um funcionamento quase que perfeito, os atletas acabam por assumir um (perigoso) VOTO de SILÊNCIO, onde tudo o que possa “fragilizar” a sua imagem deva ser preservado do público, muitas vezes das suas famílias e, em última análise, de si próprios (negando a sua existência).

Paradoxalmente, a ESCOLHA da EXPOSIÇÃO da sua condição, que muitos atletas optaram por fazer é de facto, e em si mesma, um ato REVELADOR não de fragilidade mas de uma GIGANTESCA FORÇA e a PROCURA de AJUDA (profissionais devidamente acreditados para o efeito) resultará, inevitavelmente, no REFORÇO (e não na fragilização) da sua CONFIANÇA.

Por cá, em 2017, assistimos a uma inovadora (e desejável) parceria entre o Sindicato de Jogadores de Futebol Profissional e a Sociedade Portuguesa de Psicologia do Desporto que, reunindo esforços e conhecimento científico na área, lançou o projeto “Saúde Mental” que pretende ser um dos vetores a dar resposta a este tipo de problema, criando uma estrutura de suporte para os futebolistas interessados.

Resta saber, que palavra terão a dizer os clubes e os próprios Atletas, face às estatísticas apresentadas (prevalência de quase 50% de perturbação psico-emocional) que, de uma forma muito clara, evidenciam uma “LESÃO INVISÍVEL” que compromete tão massivamente como uma lesão física, a performance e bem-estar dos atletas.

É porque, em boa verdade, ALTA PERFORMANCE (numa perspetiva de carreira e não para o jogo do fim de semana) implica, necessariamente, ELEVADÍSSIMOS PADRÕES de SAÚDE Física e Mental.

100% de acordo.

Essencial a criação de todo um departamento abragente e não apenas um consultor para o futebol.

A preparação física dos jogadores do Sporting também é um tema a abordar e tornar-se difícil ver que desde o início da época alguns jogadores parece nunca terem atingido o seu topo.

topico mais certeiro dos ultimos meses.

Claro que faz falta. Noutou-se bem a diferença após a saída do Evandro.
Mas é como dizem foi decisam da estrutura porque acham que não influencia em nada. Ou pelo menos foi essa a informação que passou para fora. Mas o [member=22672]JLvets que se pronuncie, já que sabe ou diz saber de muita coisa ligada com a direção

Ponto 1: mas que merda é um “consultor motivacional”?

Ponto 2: não reconheço nada a nenhum consultor motivacional, senão a capacidade de fazer jogadores sorrir após mais uma sessão de PowerPoint.

Ponto 1 : É um FDP de um psicologo que consiga convencer o Bruno César que é o Maradona (a parte boa, a parte do ir à “linha” é escusado) :slight_smile:

Ponto 2 : Existem charlatões às pazadas, mas existe malta competente que consegue mesmo dar um click na mona , de modo a não ter medo de nada e pensarem que consegue ultrapassar qq obstáculo.

Se o consultor motivacional contratar melhores jogadores, não duvido que seja mais valia.

Este comentário é um pouco ignorante Ravanelli…

Repara nos erros do Mathieu e do Coates, ou até a falha do Montero. Não são únicas, quantas bolas de baliza aberta temos vindo a falhar? Porque é que os jogadores ficam tão nervosos e pouco confiantes? Porque é que eles têm tanto medo de errar que congelam? Quando se tem um treinador como o JJ, é mandatório ter alguém que suba os índices anímicos da equipa, que os faça mais confiantes, que os faça saber lidar com o erro. A entrevista ao RP que ai puseram explica bem isso.

Claro que se tivesses um treinador bom na gestão dos recursos humanos isso provavelmente não seria tão necessário, mas nada substitui o trabalho de um profissional. Podes ter o melhor plantel do mundo, estando em má forma não te serve de nada. O papel é mesmo isso, manter em cima os níveis de forma, motivação e confiança.

Ou então é nada ignorante e é mesmo assim como ele diz.

Bom mesmo era ter um director desportivo.

Eu escrevi mais dois paragrafos. Eu não sou entendido da área mas sei o senso comum, por isso a não ser que um de vocês seja profissional na área é ignorante dizerem que não serve para nada só porque sim.

Precisamos é de um psiquiatra com experiência em esquizofrenia, porque isto contado ninguém acredita.

O problema dos jogadores do Sporting é ganharem demais… se ganhassem menos tinham mais motivação para jogar futebol para dar nas vistas e eventualmente darem o salto. A receber bons ordenados… passam férias em Portugal e são os maiores.

Precisam é de ser apertados. A generalidade dos nossos adeptos é que são mansos. Quando os encontram na noite ainda vão é à beira deles dar um abraço. Se os apertassem, se calhar passavam mais tempo na cama e podiam treinar melhor.

Ao rídiculo que se prestam só para defender o indefensável.
Isso é quase o mesmo que dizer que é igual jogar de porta fechada do que com o estado cheio.

Um consultor motivacional num fundo é um psicólogo sem curso Académico, que trata casos semelhantes com a sua experiência de vida, e que para muitos tem o “dom da palavra”.

Se tem resultado práticos ou não são outros 500.

O ordenado no final do mês para se preocuparem só com futebol não chega?

É preciso alguém para fazer massagens nos tomates?

É que às vezes parece que se fala dos jogadores como gente que ganha o ordenado mínimo e que tem de estar preocupada se consegue meter comida na mesa para os filhos não passarem fome desconcentrando-se de fazer o seu trabalho.

Ponto 1: um psicólogo é um psicólogo, não é um “consultor motivacional”. Pode até convencer o Bruno César disso, mas se conseguir que o faça, deixa de ser psicólogo e passa à categoria de milagreiro.

Ponto 2: veres um filme pode dar-te um clique. Passadas 5 visualizações, o clique foi com o ■■■■■■■. Receber centenas de milhares de euros para mostrar filmes é ser-se charlatão. É como as dezenas de chico-espertos que agora são “coaches”.

[hr]

Ou se calhar sei mais do que pensas. Como por exemplo a do jogador que passou a trabalhar com o psicólogo porque nem agarrava bolas dado à pressão e ansiedade. Depois de uns meses começou a ter resultados muito melhores e a perder menos lances. Ao ponto de passar a ser bom. Mandaram o psicólogo de volta e voltou para o “consultor motivacional” e seus PowerPoints. Também voltou às frangalhadas.

Queres que o “ignorante” continue?

Queres saber o que disseram os internacionais brasileiros acerca do “consultor motivacional”? É chato trabalhar com gajos que trabalham para clubes organizados e com profissionais sérios… gajos tipo internacionais brasileiros que jogam em clubes com gabinetes de psicologia desportiva.

[hr]

Eu presto-me ao ridículo que eu quiser. Por falar em estádios cheios, sabes aquele jogador que se borrava todo em estádios cheios? Até falhava a bola e esta passava por debaixo dos pés. Uns meses de trabalho com o psicólogo e passou a figurar entre os melhores dessa liga. Com medo que o mercado soubesse que andava a ser acompanhado, mandaram o psi de volta e ele (o jogador) deu uma bonita entrevista a falar sobre o padre. Meses depois, voltou ao mesmo e acabou dispensado.

Estádio cheio ou vazio?

[hr]

Repito: Que merda é um “consultor motivacional” (ou seja, faz o quê, que técnicas usa, que base teórica tem para se apoiar, que prática e porquê, que aferição de resultados a longo prazo)?

Acrescento: alguém sabia o que esse senhor fazia?

Eu quando quero ler tantras da tanga vou ao Facebook. Felizmente pararam de me mandar aqueles PowerPoint para o email, a falar de como atingir o sucesso. Algo que esteve em voga há longos anos atrás. Uma praga maior que livros de auto-ajuda. Ou se calhar tinha sido mais chico-esperto, guardava aquela merda e hoje estava rico, desde que trabalhasse em ligas terceiro-mundistas.

[hr]

Se não tem curso, não é psicólogo. Não se apresente como um psicólogo autodidata, nem faça passar a ideia que essa área é dar umas palestras com frases sacadas de filmes de futebol americano e mandar uns PowerPoint para o email.

E sim, eu bem sei que há quem pense que meter um recorte de jornal a picar jogadores é psicologia.

:rotfl: :rotfl: :rotfl: :rotfl: :rotfl:

Tu não imaginas o que me estou a rir com o teu post. Abri a thread e pensei em fazer um post dizendo apenas: “não dava para mudar o título para Psiquiatra?” mas depois, ainda com a página a carregar pensei: “é melhor não ainda me banem” e eu não quero de forma alguma magoar mais o meu Sporting ou que pensem que eu o quero fazer.

De facto, o primeiro tiro no pé desta época foi terem pensado que a saída do Evandro não deveria ser compensada.

E sabem o que penso neste momento? Que terão pensado: deixem o psicólogo ir que é para não descobrirem que estamos todos malucos ;D ;D ;D

Essa do Psiquiatra e da esquizofrenia partiu-me LOL

Houve uma má interpretação da minha parte então, deduzi que esse tal consultor fosse um psicologo, fiquei com a ideia que o Evandro Mota o era. Quis apenas referir que o trabalho psicológico é bastante importante, como tal parece-me que partilhamos da mesma opinião ai. As minhas desculpas :great:!

Ah mas isso é na teoria Rava… :mrgreen:

Na prática um consultor motivacional é a maneira que os “bruxos” têm de declarar o dinheiro às finanças para descontarem.

Não sei se é o caso do Evandro Mota.