Depois do Egipto, os confrontos alastraram-se para a Líbia. Só que aqui domina o Kadafi que não tem problemas em massacrar. Opina sobre isto forista (se editassem o tópico do Egipto para “Confrontos” podiam-se fundar os dois tópicos)
[b]Líbia: Mais de 200 mortos só na cidade de Benghazi[/b] 18h57As acções de repressão de manifestantes já provocaram mais de 200 mortos e 900 feridas em Benghazi, a segunda maior cidade da Líbia, de acordo com fonte médica citada pela BBC. Uma médica classificou a situação de «um verdadeiro massacre».
Os últimos ataques deste fim-de-semana agravaram em grande escala os números, sobretudo depois de uma multidão que acompanhava os funerais de vítimas ter sido alvo de ataques.
Também a cidade de Al Beyida, no leste do país, tem registado confrontos violentos, que só na passada sexta-feira mataram pelo menos 23 pessoas.
Os principais focos de ocorrência de violência têm sido registados no Leste do país, mas as restrições impostas pelas autoridades, entre elas a proibição de entrada de jornalistas estrangeiros, impedem a divulgação de mais informações.
[b]Kadhafi perde controlo do leste da Líbia[/b] Pedro Duarte 20/02/11 19:47Muammar Kadhafi é o líder árabe há mais tempo no poder.
O presidente líbio já perdeu o controlo de quase toda a parte Leste do país, estando a reforçar a sua posição na capital, Tripoli.
Os combates de hoje centraram-se acima de tudo na segunda maior cidade do país, Benghazi, onde durante a manhã forças leais a Kadhafi abriram fogo com armas pesadas sobre uma multidão de 100.000 pessoas que havia comparecido aos funerais das vítimas do dia anterior. Esta atitude acabou por levar a maior parte dos soldados estacionados na cidade a mudar de campo, noticiam as agências internacionais.
“Posso confirmar 13 mortos só no nosso hospital. Mas as boas notícias é que as pessoas estão a celebrar com as notícias de que o exército está do lado do povo”, disse à al-Jazeera um dos médicos do maior hospital da cidade, elevando para cerca de 200 o número de mortos e 900 o de feridos registados nos combates que tiveram lugar na cidade durante os últimos dias. O mesmo médico revelou ainda que os ataques têm sido realizados “por apenas uma única brigada militar que está contra os manifestantes, a brigada Al-Sibyl”. Reforçados pelos militares que mudaram de lado, a multidão capturou vários outros veículos militares e armas, tendo incendiado a academia da polícia, estando a lançar neste momento um assalto armado sobre o quartel desta formação leal ao regime.
“Os advogados estão a manifestar-se em frente ao tribunal do Norte de Benghazi. Há lá milhares de pessoas. Estamos a chamar-lhe ‘Praça Tahrir Dois’. Os outros estão a atacar a guarnição da cidade, sendo atacados por atiradores furtivos”, disse por telefone à agência AFP o advogado Mohammed al-Mugrabi, residente na cidade.
Confrontos espalham-se
Segundo os contactos que as agências noticiosas têm na Líbia, a revolta contra Kadhafi está agora presente em todo o Leste do país, em particular nas cidades de Bardya, Tobruk, Derna e Misrata. Na cidade de Al-Baida, fontes oficiais que pediram o anonimato disseram às agências que “extremistas islâmicos” capturaram e estão a manter reféns os elementos locais das forças de segurança, bem como “vários civis”, estando o ministro da Justiça Mustafa Abdeljalil a conduzir negociações para tentar obter a sua libertação.
Nos desertos do Sul, as notícias que chegam dão conta de que a polícia, recrutada entre as tribos locais, se juntou aos manifestantes para combater os elementos leais ao regime, que são em grande parte recrutados em outros países africanos.
O domínio de Kadhafi só é visível na capital de Tripoli, cidade onde se têm sucedido durante todo o dia as manifestações de apoio ao líder, por entre uma forte presença das forças de segurança. O acesso à Internet continua sujeito a grandes restrições. “As comunicações com a Líbia são extremamente difíceis”, disse Tom Porteous, porta-voz da agência de direitos humanos Human Rights Watch. Já as autoridades anunciaram a captura de um grupo de seis “sabotadores” que estaria alegadamente a tentar incendiar os campos petrolíferos de Sarir. “O grupo recebeu as armas do estrangeiro e recebeu as suas instruções através da Internet”, disse à AFP uma fonte oficial.
Segundo o Sindicato de Imprensa egípcio, a comunidade de exilados líbios residentes neste país reuniu “equipamento médico urgente” para ser enviado para os seus compatriotas. Já o advogado Ayman Shawki, que vive na cidade fronteiriça de Matrouh, revelou à AP que a poderosa tribo Awllad Ali, que vive na fronteira entre os dois países, se voluntariou para transportar todo o material para dentro da Líbia
18h07Líbia ameaça acabar luta contra imigração se UE «encorajar» manifestantes
A presidência húngara anunciou este domingo que as autoridades líbias convocaram um representante da União Europeia em Trípoli e ameaçaram acabar com a cooperação na luta contra a imigração ilegal se a UE insistir em «encorajar» as manifestações contra o regime que estão a ter lugar no país.
«Na quinta-feira, o embaixador da Hungria foi convocado a Tripoli. Alertaram-no que, se a União Europeia continuar a encorajar as manifestações, a Líbia suspenderá a sua cooperação na luta contra a imigração ilegal com a UE», disse à AFP o porta-voz da presidência húngara da UE.
Segundo Gergely Polner, depois de o embaixador húngaro ter sido convocado, «os outros representantes europeus em Tripoli receberam a mesma mensagem».
As autoridades da Líbia manifestaram assim o «seu descontentamento» perante o apelo ao respeito pela «livre expressão» no país, por parte da chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, que pediu a Tripoli para «ouvir» os manifestantes e não enveredar pela repressão violenta dos protestos.
[b]Exército líbio estará agora a apoiar os manifestantes[/b] Inserido em 20-02-2011 18:59Distúrbios continuam em Benghazi, a segunda cidade da Líbia.
Há registo de uma reviravolta nas manifestações na Líbia: o exército, que tem estado ao lado do Presidente Muammar Kadafi, parece ter-se unido agora aos protestos.
A informação foi confirmada à televisão Al-Jazeera por um médico líbio, que se encontra em Benghazi, a segunda cidade do país. “Neste momento, em frente do Hospital Al-Jalah, há uma grande festa. Os manifestantes têm nas suas mãos espingardas do Exército, muitos deles chegam a estar no interior de carros das autoridades e celebram com os braços levantados, vestidos com o uniforme militar”, disse.
Nesta altura, segundo o mesmo testemunho, apenas uma brigada do exército se mantém do lado de Kadafi.
Até ao momento, os protestos na Líbia já fizeram mais de 200 mortes um pouco por todo o país.
Entretanto, o governo líbio fez hoje um aviso à União Europeia: se os governos comunitários continuarem a apoiar os protestos anti-regime, a Líbia vai deixar de cooperar no combate à imigração