Não é uma pergunta retórica. Eu gostava mesmo que me explicassem como é que se pode ter uma palavra que seja, de defesa incondicional desta direcção, depois destas duas recentes pérolas que me parecem auto-explicativas:
[b]Fazer o mal e a caramunha[/b]Eis o que se pode dizer das recentes declarações do presidente do Sporting, Soares Franco, lamentando que os clubes tenham deixado “de poder reclamar das notas dos árbitros”. Isto porque, se os clubes deixaram de poder reclamar das notas dos árbitros (para ser mais exacto, deixaram de ter acesso às classificações dos árbitros, sem o que, de facto não podem reclamar delas), foi porque os clubes, entre os quais o Sporting, votaram isso mesmo na última Assembleia Geral da Liga. Será que o presidente do Sporting não foi informado do sentido de voto do representante do clube no órgão legislativo da Liga? Não acredito. A verdade é que os clubes votaram sem olhar para o lado nas alterações ao Regulamento de Arbitragem que lhes propôs o fotogénico presidente dos Árbitros, o ex-árbitro Vítor Pereira, com o habitual sorriso. A verdade é que os clubes, entre eles o Sporting, aprovaram uma proposta centralista e inaceitável, que retirou não apenas aos clubes, mas aos próprios árbitros, o direito de acesso às classificações destes, deixando esse aspecto decisivo de toda a arbitragem sem qualquer escrutínio. (…) Mas na ocasião, as vésperas da sua partida para Madrid com, a equipa de futebol, o dr. Soares Franco fez ainda uma afirmação meia estranha, meio sibilina, sobre a qual não foi interpelado por nenhum dos jornalistas presentes nem deu mais explicações: “Estes últimos meses têm sido de enorme infelicidade para quem é dirigente da modalidade. Os órgãos que dirigem o futebol têm desiludido as pessoas que, no dia-a-dia, trabalham para que os clubes sejam mais transparentes e mais profissionais.” De quem diabo falaria assim o contido e diplomático Soares Franco?
http://www.record.pt/noticia.asp?id=802610&idCanal=3437
[b]Contratação de Carlos Martins pelo Benfica.[/b]Sporting estudou possibilidade de accionar o direito de opção. Relação de amizade do administrador do Benfica com Ribeiro Telles resolveu a contratação.
Domingos Soares Oliveira, administrador da SAD do Benfica para a área financeira, foi fundamental na contratação de Carlos Martins. Isto passou-se numa altura delicada para Rui Costa, que tinha acabado de perder Cristián Rodríguez para o FC Porto. Por isso, o director desportivo não podia somar novo desaire.
Carlos Martins estava no Recreativo Huelva, contudo, 40% do passe pertencia ao Sporting, que tinha direito de preferência num regresso a Portugal. E foi devido a esta questão que a transferência demorou a concretizar-se.
Porém, o Benfica decidiu que só ia avançar para a apresentação de uma proposta oficial ao clube andaluz depois de ter a garantia de que o Sporting não só não ia exercer o direito de preferência como não esgotaria os sete dias úteis de que dispunha para responder ao Recreativo Huelva depois de saber, por escrito, a oferta feita pelo Benfica. E segundo o DN sport apurou, em Alvalade foi mesmo ponderada a possibilidade de ser exercido o direito de preferência, mas apenas com uma finalidade; incluir Carlos Martins num potencial negócio com outro clube - e entre os emblemas interessados estava o FC Porto -, já que no plantel leonino, com Paulo Bento ao leme, o jogador não tinha qualquer possibilidade de entrar nos planos devido ao mau relacionamento existente entre ambos. Carlos Martins não podia negar-se a voltar a Alvalade, pois quando foi cedido ao Recreativo assinou um documento no qual estava expressa a possibilidade de retornar ao Sporting se os leões assim o quisessem. O clube de Alvalade, mediante a proposta de três milhões de euros do Benfica, teria apenas de indemnizar o emblema espanhol em 1,2 milhões de euros, verba correspondente à percentagem do passe que o Recreativo detinha.
Na Luz, como referimos atrás, temia-se novo falhanço público, por isso Domingos Soares Oliveira, administrador para a área financeira do Benfica, amigo de longa data de Miguel Ribeiro Telles, administrador da Sporting SAD, conseguiu desbloquear o assunto junto do homem-forte para o futebol leonino. Após uma breve troca de impressões, sobre os detalhes da oferta oficial do Benfica, os dois administradores e amigos selaram a ida de Carlos Martins para a Luz, onde o internacional português aufere mensalmente 69 mil euros líquidos, mais do dobro do que auferia em Alvalade - 30 mil euros líquidos.
http://dn.sapo.pt/2008/08/30/dnsport/soares_oliveira_fechou_martins.html
Respondam-me se fizerem o favor. Respondam-me principalmente os “yes-man”, os moderados e todos aqueles que, tendo pouco ou nada para criticar, ou sendo muito complacentes com esta direcção, pensam que dessa maneira defendem melhor o clube e não perdem uma oportunidade para zombar daquilo a que chamam de “coro do malhão”, o qual “só está bem a dizer mal” e “adapta o seu discurso à ideia preconceituosa que tem da direcção”. Respondam-me por favor: como é que no primeiro caso, vocês defenderiam a coerência do responsável máximo pelo SCP numa discussão com um lampião ou um tripeiro, ou como é que por exemplo vocês responderiam a um tripeiro se ele chamasse “burros e frouxos” aos nossos dirigentes por entregarem de bandeja o Carlos Martins ao rival histórico?
Obrigado.