Felicitar o novo campeão? Porquê? Porque ganhou de forma justa, honesta, honrada e íntegra? Só o pensamento de associar essas palavras com o vencedor do campeonato dá vontade de rir. O que tivemos este ano foi o mesmo que tivemos em inumeros campeonatos passados: em momentos chave da competição mandou-se o fair play ás urtigas e assistiu-se a uma selecção cínica das equipas que podiam (ou não) disputar o título.
A falta de respeito pela competição saudável há muito que está institucionalizada no futebol português. Ao longo do campeonato repetem-se “atrocidades” que ferem de morte a verdade desportiva e tendem a beneficiar sempre os mesmos. A memória curta do adepto de futebol ajuda a completar este cenário em que o conceito nobre de desporto é sistematicamente varrido para debaixo do tapete. Por isso, não se peça a um Sportinguista que reconheça o mérito da trafulhice e, num acto de última humilhação, felicite uma instituição que, de forma directa ou indirecta, nos retirou a possibilidade de uma competição justa e isenta.
Os Sportinguistas sabem perfeitamente os momentos que decidiram este campeonato ( e não, não foi o jogo das papoilas com o bombo da festa Olhanense que o fez). A dinamica de vitória leonina foi interrompida de forma escandalosa no jogo em casa com o Nacional. Nessa altura, começou a confecção dos cachecois escarlates com a palavra campeão! Noutra jornada marcante, o Sporting é espoliado em Setúbal e os nossos rivais são (discretamente, entre os pingos da chuva) beneficiados em Belém. É nesse instante que as ordes lampiónicas deviam ter ocupado o Marquês, porque a liga lhes foi entregue de mão beijada.
Se esta temporada trouxe alguma novidade, essa foi a transferência dos cordelinhos que controlam a arbitragem, que passaram das mãos corruptas azuis para os donos das “lã-pionicas” placas esvoaçantes. E esse é um factor preocupante, pois significa o revezar bi-céfalo da gestão dos homens do apito, que são, em ultima instãncia, o fiel que faz pender a balança para um dos lados. Enquanto este “status quo” não for destruido por um “25 de Abril” no futebol português, exige-se vigilãncia redobrada para as manipulações que a próxima época vai (concerteza) trazer. Através de iniciaticas como o movimento “Basta!”, o Sporting e os Sportinguistas têm de prosseguir a luta que permita, de uma vez por todas, a existência de uma verdadeira competição desportiva em Portugal.
Entretanto, enquanto esta mudança fundamental não tiver lugar, continuaremos a assistir a um desfilar de “campeões” cuja caracteristica principal é o medo de lutar de igual para igual com os seus rivais. A ironia suprema é que em Portugal o vencedor é o mais cobarde de todos: aquele que usa golpes baixos para fragilizar o adversário e depois se regozija da sua (aparente) superioridade.
Azia? Mau perder? Inveja? Não, isto é o Sporting, onde as vitórias são dignas, o sucesso provem do nosso esforço e o triunfo é fruto da nossa superação. Aos cobardes, aos indignos, àqueles que jubilam com exitos cobertos de lodo corrupto, a esses limitamo-nos a tolerar a sua existência e a combater os seus métodos. Sem tréguas!