Carvalhal vs Paulo Bento - Valeu a pena?

Bettencourt dizia em Novembro que nos havíamos de arrepender da saída do Paulo Bento.

Passados 5 meses, e quando falta ainda pouco mais de um mês para o final da época, fico com a ideia de que o trabalho de Carlos Carvalhal foi positivo e que valeu bem a pena a troca de treinador, ainda que fosse apenas para desempenhar um trabalho ao qual não poderá dar continuidade.

Carvalhal teve realmente que “partir uma pedra” para conseguir pegar num plantel desequilibrado e desanimado, mas emotivamente ligado ao treinador anterior apesar de incapaz de produzir boas exibições ou bons resultados, e montar com sucesso um novo esquema táctico quebrando as rotinas que o losango impôs em Alvalade durante mais de 5 anos.

Apesar de não ter conquistado nenhuma das competições em que esteve envolvido e apesar de ter sofrido algumas derrotas difíceis, tenho a nítida percepção de que Carvalhal operou um lifting neste plantel e deixa-o mais preparado e confiante para o novo ciclo que se avizinha.

Qual é a vossa opinião?

Valeu, se não tivessemos trocado a esta hora andávamos a meio da tabela. Tal como teria acontecido se na altura do Peseiro não o tivessemos mandado embora. Foram dois ciclos e estavam mais do que acabados, pelo que em ambas as épocas a troca foi benéfica.

Com Carvalhal as coisas melhoraram um pouco, mas não nos podemos esquecer que trocámos um Paulo Bento por um Carvalhal… não foi um Mourinho, não há milagres.

Carvalhal não é treinador para o Sporting. Já Paulo Bento, durante os primeiros tempos disfarçou mas a sua casmurrice e incapacidade para aprender com os erros não lhe permitiram evoluir rigorosamente nada ao longo de quatro anos… e como os tempos não param, estava mais do que visto que a tendência era para piorar dia após dia.

Agora que novo ciclo terminou, venha um treinador a sério, para ver se começamos a ganhar alguma coisa de jeito…

Acho que sim, sem dúvida. Com Paulo Bento a equipa não demonstrou nenhuma garra e pareciam um bando de cepos. Com o Carvalhal fizemos exibições com as quais sonhávamos há anos. Carvalhal fez-me voltar a gritar golo e a ter uma enorme vontade em assitir os jogos. Parabéns Carvalhal, ajudaste na ressurreição do Sporting pós-losango mas, foste só uma treinador de transição

O que valeu a pena foi mesmo a saída do Paulo Bento tivesse entrado quem fosse, ponto.

A entrada do Carvalhal foi quase o mesmo do que meter um adjunto a orientar a equipa até ao fim da época e mesmo assim conseguiu mostrar mais futebol do que o PB com o mesmo plantel.

As mudanças são, regra geral, positivas mesmo que não completamente satisfatórias.
A época PB estava mais do que acabada. Já se adivinhava que CC não seria treinador para continuar no Sporting embora nos tenha dado algumas alegrias, poucas mas … não poderíamos pedir muito mais. Qual será o sr. que se segue? Bom, mau, medíocre? Não sei e só espero que coloque o Sporting no topo da tabela, na linha da frente, sempre em primeiro.

Sintéticamente :

Paulo Bento - Foi como a pescada (que antes de ser já o era). Como treinador, já partiu esgotado. Só durou o que durou, pela ilusão que o défice dos concorrentes era permanente. Quando esse défice foi superado, acabou a ilusão e tornou-se claro que os seus ‘êxitos’ não tinham sustentação, pela péssima qualidade do produto apresentado (sobretudo nos últimos dois anos).

Carlos Carvalhal - Primeiro estranhou-se. Depois, entranhou-se … Percebe-se que tem uma preparação ao nível da metedologia de treino diferente (para melhor) do PB. Não tão bom a nível mental. Nunca percebi as verdadeiras razões porque se demitiu do Braga, com a época a meio. Mas até nisto parece estar a melhorar, com o enfrentar da barragem de fogo terrorista que a maioria da imprensa lhe tem dedicado.

Carvalhal não ganhou nada.
Carvalhal foi eliminado de forma deprimente e humilhante de 2 competições, ainda para mais diante dos nossos rivais internos.
Carvalhal parece ter assistido da tribuna a 2 das maiores crises de balneário de que me lembro.
Carvalhal ainda nem sequer assegurou o direito à participação nas competições europeias.
Carvalhal nem sequer nos garantiu que íamos ficar com um lugar que não acontecia desde 1999 (4º).
Carvalhal até pode ficar associado a um registo de que poucos (incluindo-me a mim) se lembrarão, como o pior de sempre (5º lugar em 1976, 1973, 1969 e 1965).
Carvalhal até pode piorar esse registo (6º ou mais abaixo).
(recordo que estão em disputa 15 pontos e ainda visitamos o exterminador/enxovalhador, ainda para mais na antecâmara da festa, e um concorrente directo ao 4º lugar, o Leiria, ie, ainda está muita merda para acontecer)

Mas…
… mesmo tendo recebido 1 trinco a sério (vamos ver quanto tempo dura) e 1 lateral direito que sabe atacar (mas não defender e nem sempre jogou), Carvalhal demonstrou-me que o 442 losango não é uma inevitabilidade.
Ter a certeza absoluta que há vida futebolística para além de 90’ de losango, ainda para mais coxo (sem laterais), e muito sonolento e previsível, já é alguma coisa.
Já não me lembrava de ver o Sporting a jogar de outra forma.
É pouco? É, mas já é alguma coisa!
Valeu a pena? Como era inevitável, só podia valer a pena.

Quando olho para o período PB e comparo com os meses em que CC orienta a equipa tenho que concordar que a mudança fez bem.

É verdade que não vamos ganhar nada no final, mas também é verdade que se o PB tem continuado eu já estava a ver o meu Sporting a lutar no meio da tabela e a ser ainda mais enxovalhado do que o tem sido.

Considero que CC poderia ter sido uma aposta de futuro se tivesse uma atitude mais assertiva, se demonstrasse mais nervo ao lidar com os diversos problemas que teve, quer fosse com jogadores, com a imprensa ou casos de balneário, já que tecnicamente me parece ser um treinador que percebe do jogo. Falta-lhe sem dúvida maior traquejo para lidar com a pressão de estar à frente dum clube com as particularidades do Sporting. Mas, sem dúvida, foi uma mudança de estilo.

E tenho que concordar com o Farinha Amparo. O CC demonstrou que há vida para além do 4-4-2 losango. Demonstrou que o futebol do Sporting pode voltar a ser imprevisivel e ter bons resultados e aproveitou para dar uma bofetada de luva branca no JEB que nunca o apoiou e desejava que ele falhasse para espetar na cara dos sportinguistas que o PB afinal é que era bom.

E pode ter lançado as bases para, num futuro próximo, quem sabe, se ganhar mais “moxy”, regressar a Alvalade pela porta grande.

nem que tenha sido apenas por termos começado a ver futebol.

Valeu. Deixou de me dar vómitos ver o futebol do Sporting com o PB.

Amaldiçoo o dia, em Dezembro/Janeiro, no qual disse que, mais valia lá ter ficado o Bento

Valeu certamente a pena. E alguém, teria de ser a “lebre” na sucessão de pb. Se é verdade que pb tnha muitos anti-corpos em Alvalade, havia (e há) muitos enamorados.

Coube a Carvalhal o papel de fazer o desmame, para que outro pudesse trabalhar. Não haja qualquer duvida que qualquer que fosse o treinador teria vida difícil. Paradoxalmente Carvalhal foi bem aceite, porque era a “prazo” e não ousou pôr em causa o guru lampião

Agora que a dor do divórcio diminuiu, a anquilose do losango se foi, o próximo tem campo limpo para trabalhar.

O positivo não foi a vinda de Carvalhal, foi a ausência de Bento :idea:

Passado todo este tempo, a primeira meia época de Bento foi a única positiva. Provavelmente, beneficiou do trabalho o campino…

Apartir do momento em que voltei a sentir orgulho e uma enorme ansiedade em ver jogos do meu clube, a troca só poderá ter sido positiva.

Se Carvalhal fez um trabalho óptimo? Não, pois nada ganhou…

Mas a verdade é que apartir do momento em que ele entrou, não pude pedir-lhe que fosse um messias. Primeiro, porque nas condições que ele aceitou vir, NENHUM, repito, NENHUM treinador consagrado aceitaria. Não havia projecto por parte do presidente (que baseou-se sem qualquer sucesso num planeamento de outras épocas, que diga-se, era francamente mau), não havia director desportivo, não havia organização e os sócios e adeptos estavam completamente de costas para o clube.

A tudo isto, temos que juntar o facto de ir gerir um plantel desiquilibrado, completamente formado para as caracteristicas do seu antecedor (recorde-se que o plantel estava formatado para uma única táctica e mesmo esta parecia um rabisco de miúdos, tamanha era a organização, sem esquecer que não dava para formar, de forma alguma, outras soluções habituais do treinador) e um balneário que não só aparenta ser do piorio, como também que olhava com desconfiança…

Como se isto tudo fosse pouco, ainda teriamos que citar o facto de NUNCA, volto a repetir, NUNCA o treinador teve qualquer protecção ou apoio. Ainda antes de entrar já JEB o enterrava, com declarações a prometer saudades e que nem Mourinho faria melhor, sem esquecer as eternas juras de amor que proferiu a PB já com Carvalhal cá, quando havia dito que com o sargentão português, eram dois a dar o peito às balas. E não podemos esquecer que sem esse apoio, nunca um treinador poderia possuir mão num balneário, até porque aparentava não ter carta branca para isso.

A verdade é que com directores desportivos, o Sporting não só fez grandes exibições, como ganhava e bem. Sem estes, o clube passou pelas águas da amargura. Um treinador serve para treinar uma equipa e nada mais do que isso, isto claro, quando tinha apenas as obrigações do Carvalhal. Se tiver carta branca, como Paulo Bento tinha, claramente, pois nem estava dependente dos resultados, um treinador pode ter outras obrigações, mas isso foi algo que nunca se pôde pedir ao treinador oriundo de Braga.

Não podemos esquecer que muitos foram os que pediram para ele se demitir, por tamanha falta de consideração do presidente para com ele.

Carvalhal não foi brilhante, mas todos sabiamos que ele não tinha qualidades para muito mais. Era claramente um treinador de transição (que pese isso, merecia sempre ser tratado com respeito e não apenas como algo descartável) que foi obrigado a combater muita coisa, aliás, demasiada coisa.

Ele uma vez queixou-se de algo que serviu para muitos o atacarem, mas sem qualquer razão. Quando ele se queixou na falta de tempo para treinar, muitos foram os iluminados que o criticaram e relembraram que os rivais estavam nas mesmas condições. Esquecem-se é que os rivais ou tem treinadores com alguns anos ou então estes tiveram a oportunidade de “treinar” novas metodologias, tácticas, etc, etc, na pré-época, que é quando isso deve ser efectuado. Carvalhal chegou e teve que, com dois jogos por semana, desenvolver novas metodologias, etc. Relembro que ele até esteve a observar jogadores, algo que deve ser feito no inicio da época.

Quanto a decisões tácticas, jogadores a titular, etc, não discuto. Muitos podem apontar defeitos pela não utilização do fulano A, B ou C, ou na continua aposta no X, Y e Z, mas também não é menos verdade que com ele, Veloso, Saleiro, Djaló, etc, atingiram patamares muito elevados.

Carvalhal ganhou algo que não sendo material, é extremamente importante, sendo sem dúvida um magnifico incentivo para produzir algo de muito bom: devolveu aos sportinguistas a oportunidade de estes voltarem a sentir paixão.

A invasão a Madrid foi histórica e o ambiente de Alvalade contra o Guimarães e Atlético foi soberbo. Ver um estádio inteiro a cantar “o Sporting é o nosso grande amor” e ainda por cima com coração, é sem dúvida uma vitória bonita de recordar e que tenho que agradecer a Carvalhal. E digo isto porque vendo o inicio da temporada, nunca pensei sentir algo ainda esta temporada.

Por isso digo: foi brilhante? Não, mas nem se esperava outra coisa… Mas que obteve conquistas importantes com tamanhas adversidades, que muitos outros fogem a sete pés, conseguiu, sem dúvida.

Relembro que nem um AVB, no último lugar e com pouquissimos jogos, aceitou vir…

Com as condições que existiam, o risco era elevadissimo e não é qualquer um que aceitaria.

Mensagem sintética com a qual estou de acordo, votei Sim pelas razões expostas.

não façamos do Paulo Bento um diabo.
não façamos do Carvalhal um Cristo redentor.
importante é o próximo - depois do caos de 2009-10…
(só um aparte: se ganhar na estrumeira, Carvalhal sairá pela porta grande…)

O Paulo Bento nunca foi e nunca será treinador para o Sporting. Ainda hoje estou para saber como ficou lá tanto tempo.
Carvalhal também me parece algo limitado, embora muito superior a Paulo Bento. Mas também não serve para o Sporting.

Resumindo, o que valeu a pena foi o PB sair.

Para mim este tópico não faz sentido absolutamente nenhum, eram dois nomes que nunca deveriam ter sido treinadores do Sporting Clube de Portugal por diversas razões… São duas personagens principais do fracasso futebolístico desta época.

:arrow:

Aproveito para acrescentar e esclarecer de vez: depois de ter sido o próprio a pedir para a Académica ouvir o interesse do Sporting, o AVB «não aceitou vir» porque primeiro falharam as negociações entre os dois Clubes.

Até porque, ao contrário de Carvalhal, AVB não estava… desempregado! E a partir daqui é possivel fazermos 1001 suposições, em vários sentidos.

Vuk, lá está, como tu próprio dizes: no estado em que o Sporting estava, «não é qualquer um que aceitaria» vir.

Um artigo interessante do JN, mas, no qual discordo de muitas coisas. Nomeadament o título.

Ei-lo:

Sporting: Mudar e ficar na mesma Rendimentos semelhantes entre Bento e Carvalhal. O estilo é que é diferente. E muito... 00h00m MIGUEL PATACO

O Sporting de Paulo Bento era conservador e seguro, o Sporting de Carlos Carvalhal é liberal e corre mais riscos. Mas o rendimento dos leões sob o comando dos dois treinadores de 2009/10 não mudou quase nada. Só mesmo o estilo é que é diferente.

A SAD do Sporting anunciou, na semana passada, que Carlos Carvalhal vai deixar o comando técnico do Sporting no final da presente temporada. O substituto de Paulo Bento deu mais dinâmica ao ataque do futebol leonino, mas, por outro lado, a equipa passou a estar muito mais exposta aos adversários do que acontecia no início da época.

A comparação entre o desempenho dos dois treinadores em Alvalade mostra que o estilo mudou radicalmente, mas o rendimento é, afinal, muito semelhante. Contabilizando todos os jogos disputados pelos dois treinadores - mesmo em competições a eliminar -, Paulo Bento conquistou uma média de 1,67 pontos por encontro, registo que subiu, ligeiramente, para 1,71 pontos por partida desde que Carvalhal tomou conta da equipa.

Mas, se as contas globais mostram um enorme equilíbrio no rendimento entre os “dois” Sporting deste ano, a forma como tal foi conseguido é completamente diferente.

Segurança à moda de Bento

Afinal, Paulo Bento não foi “forever”. Aquela que seria a quarta época completa do treinador à frente do Sporting só durou 18 jogos oficiais, metade dos quais (9) terminaram empatados. Foram mais as igualdades do que as vitórias (7) conquistados pelos leões de Bento, que mantiveram, porém, uma das imagens de marca dos anos anteriores. A segurança era sempre o objectivo, Paulo Bento perdeu apenas duas partidas e sempre pela margem mínima: em casa com o Braga (1-2) e no Dragão frente ao F. C. Porto (1-0). De salientar, ainda, os dois empates com a Fiorentina na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, prova da qual os leões foram afastados por causa dos dois golos sofridos em casa.

Com Carlos Carvalhal, a filosofia mudou e o Sporting passou a ganhar bem mais vezes. O novo treinador venceu precisamente metade (14) dos 28 jogos que disputou até agora, mas, pelo contrário, a percentagem de derrotas também subiu muito em relação à era Paulo Bento. Foram oito os desaires sofridos (28%).

A grande diferença entre o Sporting de Paulo Bento e o de Carlos Carvalhal é a eficácia ofensiva e defensiva. Paulo Bento sofria 0,88 golos por jogo e marcava uma média de 1,33, enquanto Carvalhal tem uma relação de 1,71 marcados e 1,1 sofridos.

Com Paulo Bento o Sporting não goleava, mas também não era goleado. Com Carvalhal, os leões sofreram cinco golos do F. C. Porto e quatro do Benfica, mas, depois, também mostraram que sabem golear: 3-0 ao F. C. Porto e ao Everton, 4-0 no Restelo e 5-0 ao Rio Ave.