A opinião do Ravelis no “Bola na Rede”:
Miguel Ribeiro Teles
A confirmar-se a demissão de Miguel Ribeiro Teles (MRT), o Sporting acaba de perder mais do que um campeonato, mais do que um craque, acaba de perder uma pessoa competente, honesta, estável, segura, coerente e que pensa (ainda por cima bem) pela sua cabeça.
MRT foi o elemento comum dos dois últimos títulos leoninos. Querido por todos os balneários, por quase todos os treinadores, MRT era o toque a reunir quando as coisas ameaçavam desmoronar. Assistiu impotente ao esbanjamento de Luís Duque, nomeadamente no Verão quente e no muito mal explicado caso Tello - em breve voltarei a este assunto. Depois, teve a tarefa de começar tudo de novo. Contratou Boloni, Jardel, aguentou o romeno e, depois do insucesso da segunda temporada do romeno, resguardou-se no dia-a-dia, mas quando era preciso um consenso directivo ou no balneário lá estava MRT. Na cabina, durante os últimos anos, os jogadores só acreditaram a 100% em dois dirigentes: José Eduardo Bettencourt e MRT, em especial neste último.
Nos últimos tempos foi-se afastando de Dias da Cunha. A aproximação ao Benfica foi a gota de água na coerência de MRT, por certo recordado os tempos em que o seu presidente dizia cobras e lagartos dos dirigentes do rival de sempre.
Tenho a certeza que MRT tem tudo do seu lado para vencer as próximas eleições se vier a candidatar-se: sócios, adeptos, competência, obra feita e valores. Assim ele o queira.
Entretanto, o Sporting vive com dois problemas. O primeiro chama-se Dias da Cunha, o segundo dá pelo nome de FIlipe Soares Franco, o seu possível sucessor. Cenário assustador!!
O negrito é meu, inserido por 2 razões.
Em primeiro lugar, estou curioso o que poderá adiantar sobre o caso Tello, apesar de suspeitar que será o mesmo que já foi referido (500 mil contos do custo são a indemnização a Mourinho pela quebra de contrato, camuflada) mil vezes à boca pequena.
Em segundo lugar, julgo que o Ravelis está a fazer um branqueamento da acção de MRT no período das loucuras encetado pelo Luís Duque. É que os arquivos dos jornais mostrarão que, tal como Inácio afirmou que tinha feito grande força para JVP assinar pelo Sporting, MRT afirmou que achava serem as contratações a custo zero “uma excelente medida de gestão” (ainda que implicassem pagar prémios de assinatura brutais - para o JVP foram cerca de 600 mil contos - e ordenados igualmente brutais, alguns deles a pré-reformados como Dimas).